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20/02/2022
"Flores da Morte" chega ao Brasil no começo de março com um plot que tem tudo para fisgar a atenção dos leitores
Hoje pela manhã, durante as minhas zapeadas de praxe pelas livrarias virtuais em busca de novidades, me deparei com um livro que chamou a atenção. Antes, deixe-me avisar que sou um grande devorador de trhrillers policiais e de suspense, o que explica o meu interesse por “Dog Rose Dirt” – já lançado nos States – e que chegará ao Brasil em 1º de março pela editora Trama com o título de Flores da Morte.
O estranho é que vi comentários em alguns sites e blogs de que o livro já havia sido lançado por aqui em janeiro, mas de acordo com as grandes livrarias como Amazon, Travessa e outras, além do próprio site da Trama, Flores da Morte só chega ao Brasil, de fato, no começo de março. Além do mais, ainda não há nenhum comentário sobre o livro no portal do Skoob; portanto, acho que ele ainda não desembarcou em terras tupiniquins ou quem sabe, alguns blogueiros mais sortudos - que tenham parcerias com a editora - já receberam o presentão.
Mas vamos ao que interessa, ou seja, dar maiores detalhes sobre o livro da escritora Jen Williams. Cara, achei o plot interessantíssimo, daqueles que tem grandes chances de prender a atenção do leitor da primeira à ùltima página, desde que a autora não tenha errado a mão.
Confiram o plot liberado pela editora e depois vejam se não concordam comigo: “Após o inexplicável suicídio da mãe, a ex-jornalista Heather Evans precisa retornar à casa de sua infância e acaba descobrindo algo aterrador: centenas de cartas trocadas entre sua mãe e o famoso assassino em série Michael Reave. O Lobo Vermelho, como é chamado pela imprensa, está preso há mais de vinte anos pelas mortes brutais e ritualísticas de inúmeras mulheres, embora sempre tenha alegado inocência. Quando o corpo de uma jovem é encontrado decorado com flores, exatamente da mesma forma como Reave deixava suas vítimas, ele é a única pessoa que pode colaborar com a investigação. Depois de anos de silêncio, Michael Reave enfim está disposto a falar… apenas com Heather. Para descobrir a verdade sobre a morte da mãe e impedir que o sangue de outras vítimas seja derramado, Heather vai precisar enfrentar o Lobo ― e este é apenas o início da caçada. Até que ponto conhecemos de verdade nossos familiares? Até que ponto conhecemos de verdade a nós mesmos?”
Na minha opinião não dá para negar que se trata de um plot ‘da hora’ e que se bem desenvolvido, com certeza, se transformará numa narrativa com o poder de fisgar o leitor que aprecia esse gênero de romance.
De acordo com alguns sites gringos, especificamente da terra do Tio Sam – que estão elogiando muito a obra de Williams - embora a ficção policial sobre serial killers seja relativamente comum, a autora consegue dar um ângulo novo e original a esse gênero com algumas reviravoltas inesperadas. A narrativa alterna entre a história de Heather no presente e uma narrativa passada que alude ao passado de Michael Reave, o ‘Lobo Vermelho’.
Segundo critica publicada na NB Magazine, a tensão e o humor do romance são capturados de forma brilhante, e Williams mantém uma atmosfera completamente tensa e inquietante por toda parte.
Bem, galera, resumindo: Flores da Morte tem todas as chances de se tornar um grande best-seller no Brasil. Lembrando que o livro já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.
17/02/2022
Amigo Imaginário
Antes de tudo, é um absurdo comparar o livro de Stepehn Chbosky com It de Stephen King. O motivo é bem simples: enquanto você devora com avidez as mais de 1.000 páginas de It, em Amigo Imaginário, você empaca e se não for persistente, acaba desistindo da leitura.
De fato, é uma pena, porque o plot da obra de Chobosky é muito bom. Expondo de uma maneira bem resumida, é a história de uma criança que tem o poder de vagar entre o mundo real e o mundo imaginário. Neste último, ele acaba encontrando um amigo – o tal ‘amigo imaginário’ - que o alerta de uma grande catástrofe que poderá ocorrer no mundo real caso, o garoto, não consiga impedir uma trama diabólica que vem sendo engendrada por uma entidade maligna que vive no mundo imaginário.
O problema é que o autor enche o enredo de linguiça; enrola muito, mas muito mesmo. Na minha opinião, se ele tivesse reduzido as mais de 750 para 350 ou 400, teria em mãos uma história incrível, perto da unanimidade e não um divisor de águas com uma parte dos leitores detestando e a outra adorando.
Além da história excessivamente longa, um outro problema ao qual ‘batizei’ de “poda de narrativa” contribui para deixar o enredo ainda mais cansativo, além de fazer com que o leitor vá perdendo, aos poucos, a paciência. “Poda de narrativa” – termo criado por mim – é aquele momento em que o enredo está perto do clímax e o autor opta por cortar abruptamente esse clímax pulando para um novo capítulo, diga-se de passagem, um capítulo bem morno. Esse capítulo do clímax que acendeu a curiosidade do leitor só volta depois de ‘uns’ três ou quatro capítulos desinteressantes, isso por causa da grande quantidade de personagens que fazem parte do enredo. Agora imagine só enfrentar toda essa agonia em mais de 750 páginas. Aliás, o enredo tem tantos desses capítulos anti-climax que a leitura entra numa espiral desgastante.
É uma pena que o excesso de páginas de Amigo Imaginário matou a narrativa que tinha todos os elementos necessários para compor um plot fantástico, ou seja: ‘enredo-raiz’ e personagens muito bons, recheados com reviravoltas interessantes. Na minha opinião, até mesmo as referências religiosas que fazem parte da narrativa e que incomodaram alguns leitores, acabaram dando um toque especial ao livro. A reviravolta, perto do final, envolvendo um personagem importante do mundo imaginário é a prova disso.
Chbosky, poxa vida, bem que você poderia ter optado por uma narrativa mais enxuta.
13/02/2022
Seis livros didáticos antigos de Português, História e Geografia que deixaram saudades
Volta e meia lá estou eu com a minha nostalgia. Ela chega assim, meio que... sem avisar. Nostalgia dos filmes que assistia no cinema em minha cidade e que hoje está fechado; nostalgia das peraltices que vivia com os meus amigos de infância; nostalgia das brincadeiras dançantes à base dos saudosos vitrolões e por aí afora. Neste final de semana bateu uma nostalgia danada dos meus tempos de infância quando frequentava o antigo Primeiro Grau. Assim, acabei me lembrando dos saudosos boletins em papel; daqueles em cartolina onde os professores colocavam as nossas notas em azul (ufa!!) ou em vermelho (vichiii!!) para que levássemos para casa com a promessa de mostrarmos aos nossos pais.
Pois é, mas a nostalgia maior que bateu fundo foi aquela relacionada com os livros e cartilhas didáticas daquele tempo, ou seja, dos anos 60 e 70. Inclusive, já escrevi, no passado, uma postagem sobre elas (ver aqui), mas hoje quero postar algo mais seletivo, abordando apenas os materiais didáticos referentes à Língua Portuguesa, História e Geografia. Tive a ideia porque eu era um péssimo aluno em matemática, mas por outro lado, adorava Português, Geografia e História, fosse ela Geral ou do Brasil. Daí, a minha opção em fazer esse post direcionado apenas para esses livros.
E aí? Preparados para ingressar em nossa máquina do tempo? Então, se você viveu a sua infância ou adolescência nos anos 70 e adorava os livros didáticos daquela época, com certeza, irá adorar essa viagem.
01 - Método ABC– Ensino prático para aprender a ler
Começo a nossa lista com esta cartilha que deixou saudades em grande partes dos cinquentões ou sessentões de hoje. Método ABC – Ensino prático para aprender a ler foi uma cartilha destinada tanto às crianças, quanto aos adultos “analfabetos”, era um material de leitura, como o próprio nome esclarece, em que os alunos eram levados a decorar o alfabeto e cada página da cartilha, que era constantemente “tomada”, de acordo com uma sistematizada rotina.
A obra, apesar de compacta, com apenas 16 páginas, buscava levar os alfabetizandos à memorização do alfabeto, de sílabas e de algumas palavras. Era um material introdutório ou utilizado paralelamente a outros livros nas salas de alfabetização e propunha o ensino prático para o aprendizado da leitura.
Estava baseado no método alfabético, isto é, iniciava-se das partes menores (as letras), até se chegar às palavras. Desse modo, a obra era dividida em nove cartas que apresentavam uma sequência, supostamente, linear, inicialmente com reflexões simples, que tornavam-se mais complexas com o decorrer das lições. No entanto, antes de iniciar a primeira carta, as quatro páginas iniciais apresentavam o alfabeto em letra de imprensa maiúscula e em letra cursiva, as vogais e as consoantes minúsculas.
02 – Caminho Suave
Esta cartilha pode ser considerada antológica. Caminho Suave fez a cabeça de uma geração de professores e alunos dos anos 60 e comecinho da década de 70.
Aprovado pela Comissão do Livro Didático do Departamento de Educação do Estado de São Paulo. A cartilha de Leitura era usada, geralmente, a partir do segundo ano primário. Aprovado pela Comissão Nacional do Livro didático. Caminho Suavefoi um fenômeno de vendas no Brasil: calcula-se que todas edições, até a década de 1990, venderam 40 milhões de exemplares. Há um exemplar de edição bem posterior, dos anos de 1980, quando a cartilha foi modificada e vários exercícios foram incluídos.
Apesar de não ser mais o método "oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Lima virou uma verdadeira coqueluche no ambiente escolar dos anos 60 e 70.
Foi observando a dificuldade de seus alunos, a maioria oriundos da zona rural, que a autora criou o método que ela própria denominou "alfabetização pela imagem". A letra "a" está inserida no corpo de uma abelha, a letra "b", na barriga de um bebê, o "f" fica instalado no corpo de uma faca, a letra "o", dentro de um ovo e assim por diante.
03 – Cartilha Sodré
A Cartilha de Alfabetização Sodré, criada por Benedicta Sthal Sodré, chegou a vender mais de 6 milhões de exemplares em suas 273 edições e, à exemplo de Caminho Suave, marcou uma geração de ‘leitores-estudantes’.
Posso imaginar a nostalgia que todos aqueles que estão lendo essa postagem estão sentindo nesse momento. Principalmente você que teve a oportunidade de utilizar tal cartilha memorável que hoje em dia passou a valer muitos reais nos sebos.
A Cartilha Sodréera meio quadrada, mais curta e mais larga do que um livro-padrão. Na capa fosca e esverdeada, uma menina de tranças sorria pra gente e nos convidava à ventura das primeiras letras. Com poucas páginas, tinha o tamanho parecido ao das cadernetas que os donos de armazém marcavam as compras feitas no fiado pelos nossos pais ou então daqueles conhecidos almanaques de farmácia.
A autora, Benedicta Stahl Sodré, aparecia com letras miúdas na capa. Essa cartilha alcançou quase 300 edições e milhares de exemplares vendidos.
04 – Geografia do Brasil
A década de 60 foi marcada por uma forte presença dos livros de Aroldo de Azevedo produzidos pela companhia Editora Nacional. Esse autor foi o responsável por uma vasta obra didática de geografia, publicando livros pelas décadas de 1940 1950 e 1960. Alguns desses livros foram considerados tão importantes que continuaram fazendo parte do currículo escolar na década de 70. Várias de suas obras didáticas, como Geografia do Brasil, chegaram à centésima edição.
O geografo Aroldo de Azevedo (1910-174) se formou pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP. Ele foi um dos primeiros professores de Geografia em nosso País, além de renomado autor de livros didáticos.
05 – História do Brasil
Este livro escrito por Roberto Jorge Haddock Lobo fez parte da vida escolar de muitos alunos que cursaram o antigo ginasial no início dos anos 60. Há algum tempo atrás, fuçando uma velha estante que pertencia ao meu irmão mais velho descobri a publicação História do Brasil que traz a foto de um personagem histórico.
A grande produção didática de Haddock Lobo pode ser explicada pela sua atuação como professor, tendo em vista que ele lecionou em faculdades particulares como o Mackenzie e foi, também, um dos fundadores da Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo.
06 – Geografia Ativa – Estudos Sociais
Cara, que saudades dessa época. Eram os anos 70 quando eu cursava o antigo Primeiro Grau na saudosa Escola Industrial. Putz que saudades! Este livro didático fazia parte da grade curricular de Geografia com a professora Maria Ângela. Apesar do tempo, ainda me lembro muito bem.
O livro trazia impresso na capa o desenho de três garotos sobre uma espécie de plataforma - que na realidade, é o Palácio do Planalto - e que sobrevoava uma região do Brasil onde algumas máquinas trabalhavam na abertura de uma estrada. Esta obra escrita pela educadora Zoraide Victorello Beltrame era uma das minhas preferidas.
A autora escreveu ainda em 1982, outro livro para o 2º Grau com os mesmos personagens chamado Geografia Ativa – As Regiões Brasileiras, mas o que marcou época, pelo menos pra mim, foi o livro do 1º Grau.
Taí pessoal; espero que essa viagem no tempo tenha agradado a todos os leitores que tiveram a felicidade de ter em mãos – nos seus tempos de estudantes – qualquer um desses livros didáticos.
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