28/09/2018

A Cor Que Caiu do Céu


Como havia lido e gostado de  “O Caso de Charles Dexter”, aproveitei e já engatei um segundo livro de H.P. Lovecraft,  torcendo para que fosse tão bom quanto a obra citada acima. A torcida deu certo. “A Cor Que Caiu do Céu” é fantástico. Você não consegue desgrudar do livro, tanto é que o li em menos de dois dias, mesmo estando com a minha vida completamente atarefada e bagunçada. O enredo engendrado  por Lovecraft é muito bom e consegue te prender como uma teia de aranha.
Sabem aqueles livros que você vai lendo, vai lendo e aos poucos se desliga de tudo ao seu redor? “A Cor Que Caiu do Céu” tem esse poder. A história já começa tensa quando um representante de uma empresa de reservatórios  chega a uma pequena e misteriosa cidade com a intenção de construir uma represa. Ao descobrir fatos ao mesmo tempo pitorescos e macabros relacionados ao local, o sujeito se assusta e vai embora ‘voando’, abandonando até mesmo a idéia da obra.
Depois disso, vem a pauleira, de fato. Um meteoro cai numa fazenda localizada nesta cidade,  trazendo algo medonho que vai mudar completamente a vida do local e também de todos os seus moradores provocando terríveis mutações em tudo o que consegue tocar.
Quando uma equipe de cientistas e policiais decide ir até a fazenda para investigar as mutações, o bicho pega. Algo misterioso que veio junto com o meteoro prende o grupo na casa com a intenção de eliminar todos da pior maneira.
“A Cor Que Caiu do Céu” foi escrito em março de 1927 e foge das características de Lovecraft, o qual sabemos ser um mestre literário, mas do gênero terror. Ocorre que esta obra é um conto de ficção científica o que prova a grande versatilidade do autor, capaz de escrever histórias que fogem totalmente de seu perfil. O que eu admiro em Lovecraft é a sua competência em conseguir provocar sustos homéricos nos leitores escrevendo outros gêneros, além do terror.
Lovecraft começou a escrever “A Cor Que Caiu do Céu” imediatamente após terminar “O Caso de Charles Dexter”. Buscando criar uma forma de vida verdadeiramente alienígena, ele se inspirou em inúmeras fontes de ficção e não-ficção. “A Cor Que Caiu do Céu” tornou-se uma das obras mais populares do escritor, e algo que poucas pessoas sabem é que essa história é considerada a sua favorita.
Os críticos geralmente tratam "A Cor Que Caiu do Céu" como uma de suas melhores obras e a primeira em que ele mistura ficção científica e horror. Vários estudiosos de Lovecraft se referem ao enredo como um de seus contos estilísticos e conceitualmente mais finos. Outros vão além e apontam “A Cor Que Caiu do Céu” como o seu conto mais assustador.
A história foi adaptada para os cinemas em 1965, 1987 e 2010.
Os críticos cinematográficos são unânimes em afirmar que o badalado filme “Aniquilação”, de 2018 - baseado no romance homônimo de Jeff VanderMeer - contém numerosas semelhanças com a história de Lovecraft.
Galera, um tremendo livraço.
Com certeza, vocês irão devorá-lo rapidamente.

25/09/2018

O Caso de Charles Dexter Ward


Às vezes milagres acontecem, inclusive milagres
literários. E foi um desses milagres maravilhosos que acabou me atingindo em cheio. Depois da grata surpresa, passei a crer que o meu anjo da guarda também é um grande devorador de livros.
Galera, vejam só se esse meu amiguinho de asas não gosta de ler... Há dois meses, recebi um telefonema de um amigo que estava se mudando para outra cidade. Ele me perguntou na lata: - Moreira, quer uns livros? – e na sequencia já emendou – Se for ocupar muito espaço em sua estante, eu despacho para a biblioteca municipal. - Imediatamente eu soltei um sonoro “Nãaaaaaaaaaaaaao!!!!” no telefone.
Quando fui até a sua casa para ver os tais livros, encontrei verdadeiras obras de arte, entre elas, vários Lovecraft, Crichton e King, entre outros. Cara, saí com a sacola cheia!
Entre os livros presenteados estavam: “O Caso de Charles Dexter Ward”, “A Cor Que Caiu do Céu” e “Horror em Dunwich”. Nem esquentei a cabeça por já ter gastado, no mês passado, mais de sessenta paus no livro “Os Melhores Contos de H.P. Lovecraft” da editora Hedra que por coincidência já traz em sua coletânea essas três histórias.
Dos três livros de Lovecraft que ganhei, optei por ler primeiramente: “O Caso de Charles Dexter Ward”, e não me arrependi. Escrito em 1927 é considerado por muitos leitores e críticos do autor como um de seus melhores contos de terror. Tanto é, que alguns chegam a considera-lo uma verdadeira “obra-prima”.
Acredito que o status de obra prima cabe melhor para o “Mito de Cthulhu”, mas que “O Caso de Charles Dexter Ward” não nega fogo, isso é fato comprovado. O enredo que saiu da mente de Lovecraft é fantástico e provoca ondas de calafrios. É o tipo de conto que incomoda e causa desconforto por causa de sua atmosfera tétrica, sinistra e aterradora; e pode ter certeza de que não estou exagerando.
O conto narra a história de um jovem apreciador de arqueologia – o tal Charles Dexter do título – que fascinado com o passado de seu tetravô, Joseph Curwen, decide ir à fundo e vasculhar a vida enigmática do sujeito. Ao descobrir que o seu descendente era um bruxo poderoso e maléfico, Dexter tenta imitar as suas façanhas cabalísticas e alquímicas, sem saber que isso pode leva-lo à destruição. Não quero estragar o enredo desse conto assustador e maravilhoso, por isso vou evitar ficar dando detalhes do enredo para não soltar os malditos spoilers.
Quero dizer apenas que o conto fica “trucão pesado” a partir do momento que um psiquiatra, Dr. Willett – amigo de Charles - começa investigar e estudar o caso. Quando o médico descobre o covil onde vivia o feiticeiro, o que ele vê é tão horripilante que por pouco não perde a razão, indo a loucura.
Podemos dividir o conto de Lovecraft em duas partes distintas: passado e presente. A primeira parte é reservada à Curwen. Nela, o leitor conhece as origens do bruxo e todo o seu legado do mal. Na segunda parte, o autor passa a desenvolver melhor o personagem que dá título ao conto, mas sem se esquecer do maléfico Curwen.
No final da história temos um confronto de gelar os nervos, mas novamente, não vou dar mais detalhes para não estragar o enredo e tampouco dizer quem estão envolvidos nesse embate cabalístico, mas já adianto que Charles está fora. Trata-se de um outro personagem que irá medir forças com...
Paro por aqui.
Leiam, vale a pena. Um conto terrivelmente assustador.
Fui!

22/09/2018

Seis livros perigosos que prejudicaram a humanidade


Ao longo da história, muitos escritores equivocados escreveram obras que ao invés de contribuir para o aprimoramento da cultura ou então para o desenvolvimento da ciência, serviram apenas para espalhar o medo, a divisão e o ódio. Obras que pregavam a superioridade de uma raça sobre as demais, que incentivavam a matança de mulheres consideradas bruxas, que inspiravam as pessoas a cometerem atos desastrosos, e por aí afora.
Livros que não fizeram nenhum bem para a humanidade, pelo contrário, prejudicaram um grande número de pessoas que infelizmente, optaram por seguir a filosofia ensandecida pregada pelos seus autores.
Selecionei seis obras literárias que foram publicadas ao longo dos anos e que se encaixam perfeitamente nesta categoria. Vamos à elas:
01 – Minha luta (Adolf Hitler)
O livro escrito por Adolf Hitler em 1925 ajudou a disseminar pelo mundo os seus pensamentos antissemitas e racialistas. Idéias que mais tarde foram aplicadas durante a Alemanha nazista e a Segunda Guerra Mundial. Quem não se lembra do assassinato em massa dos judeus, um dos períodos mais tristes da história mundial? Pois é, tudo fruto dos pensamentos genocidas do autor do livro.
Minha Luta (Mein Kampf) tornou-se um guia ideológico e de ação para os nazistas, e ainda hoje influencia os neonazistas, sendo chamado por alguns de "Bíblia Nazista".
02 – A sedução dos inocentes (Frederic Wertham)
Os leitores que são fãs dos quadrinhos – assim como eu – odeiam este  livro que propaga idéias equivocadas das Histórias em Quadrinhos (HQs). No livro lançado em 1954, o psiquiatra alemão-americano Frederic Wertham afirma que as HQs são as grandes responsáveis pelos casos de delinqüência, abandono dos estudos e homossexualidade entre crianças e adolescentes. Acredita nisso?!! Após o lançamento da obra nos Estados Unidos, o governo americano pensou até mesmo em proibir a venda das HQs.
Mas querem saber o que aconteceu algum tempo depois? Eu conto: pesquisadores, também americanos, descobriram que Werthman manipulou os dados usados em sua obra. Em outras palavras, mentiu.
Em “A Sedução dos Inocentes”, o psiquiatra diz que recebeu um grande volume de cartas (milhares), enviadas por bibliotecários, reclamando dos quadrinhos. Ocorre que uma das pesquisadoras, a professora doutora Carol L. Tilley, da University of Illinois Graduate School of Library and Information Science encontrou apenas uma dúzia – se tantas – de cartas. Esse é apenas um dos muitos exageros cometidos pelo médico.
03 – O martelo das bruxas (Heinrich Kramer e Jacob Sprenger)
Os inquisidores Heinrich Kramer e Jacob Sprenger possuíam o que se define hoje como uma estrutura psicológica neurótica. “O Martelo das Bruxas” escrito em 1485 levou muita gente para a fogueira. Os autores indicam uma série de procedimentos para se identificar uma bruxa, por exemplo, se a mulher gostava de conviver com gatos já era suspeita.
O manual de caça às bruxas era dividido em três partes: a primeira ensinava os juízes a reconhecerem as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes; a segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os; e a terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como processá-las, inquiri-las, julgá-las e condená-las.
Kramer e Sprenger ensinavam passo a passo como conduzir torturas, julgamentos e interrogatórios, geralmente acompanhados de muita violência física e psicológica.
Acreditem, mais de 50 mil mulheres perderam a vida queimadas nas fogueiras, simplesmente por possuírem algum tipo de problema psicológico ou então por terem pensamentos modernos, muito aquém dos da sua época.
04 – Adolescência, sexo e cultura em Samoa (Margaret Mead)
Em 1925, o objetivo de uma jovem estudante de graduação de antropologia era descobrir se a rebelião, o tumulto e a angústia tipicamente adolescentes eram naturais ou culturais. E assim, lá vai a universitária Margaret Mead para Samoa, entrevistar as garotas e os garotos samoanos.
A autora pretendia responder as perguntas sobre sexualidade que se mais se faziam nos Estados Unidos na década de 1920 – em particular com referência às mulheres. Infelizmente para Mead, os garotos que entrevistou em Samoa narraram contos selvagens de promiscuidade sexual e a autora aceitou todos como um fato real. Quanto as jovens mulheres samoanas, disseram que adiavam o casamento por muitos anos enquanto desfrutavam do sexo ocasional, mas que, uma vez casadas ‘sossegavam o fogo” e passavam a criar com êxito os próprios filhos.
Mais tarde, uma das garotas entrevistadas disse se referindo à Mead: “- "Ela não devia ter levado tão a sério, era só uma piada. Como vocês sabem, as meninas de Samoa adoram uma brincadeira".
Fico pensando nos leitores que naquela época decidiram experimentar na prática os ensinamentos dos jovens samoanos – quero dizer, ‘os estranhos contos de fadas dos jovens samoanos’ - pensando que estavam sendo liberais e modernos.
05 – Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas (Joseph Arthur Gobineau)
Este cientista social francês que chegou a ocupar um cargo diplomático na corte de D. Pedro II nunca escondeu a sua animosidade com o Brasil. Segundo ele, o nosso País tinha muita miscigenação. Gobineau afirmava que a mistura de raças era inevitável, e levaria a raça humana a graus sempre maiores de degenerescência, tanto física quanto intelectual. É atribuída a ele a frase: "Eu não acredito que viemos do macaco, mas creio que estamos indo nessa direção".
“Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, publicado em 1855 também passou a ser usado para sustentar a legitimidade do tráfico negreiro. Os pensamentos ‘infelizes’ do autor exerceu grande influencia em muitos outros personagens que deixaram a sua marca negativa na história mundial, entre os quais Hitler que aderiu a linha de pensamento que ficou conhecida por “gobinismo”.
06 – Meu filho, meu tesouro (Benjamin Spock)
Publicado originalmente em 1946, Meu Filho, Meu Tesouro é considerado, depois da Bíblia, o segundo livro mais vendido no Século XX nos Estados Unidos. Em 1998, ano de falecimento do Dr. Benjamin Spock, o livro havia sido traduzido para 42 línguas, com quase 50 milhões de cópias vendidas mundo a fora.
O lançamento do livro foi um marco, ajudando a disseminar as noções de puericultura na população, em uma época em que esses tipos de conhecimentos eram quase que exclusivos da comunidade médica. O livro se tornou um best-seller.
Tudo seriam mil maravilhas se não fosse por um detalhe: o conselho para colocar os bebês para dormir sob seus estômagos. Spock acreditava que se os pequeninos dormissem de costas poderiam sufocar no seu próprio vômito – levando à morte. Os cientistas finalmente descobriram que o conselho de Spock realmente levava a mais mortes por asfixia. As estimativas do número de mortes causadas por este conselho ruim do médico são cerca de 50.000.
Taí pessoal!
Por hoje é só.

18/09/2018

10 livros infantis para incentivar o hábito da leitura nas crianças


Como prometi no final do post “A importância dainfluência dos pais no hábito da leitura” estou publicando uma lista com 10 sugestões literárias que certamente irão contribuir para transformar os ‘baixinhos’ em grandes devoradores de livros.
Educadores e pedagogos infantis são unânimes em afirmar que ler para as crianças nos primeiros anos de vida é de extrema importância para o desenvolvimento delas. É nesta fase, chamada de primeira infância, quando  as estruturas cerebrais ainda estão sendo formadas, que as crianças começam a ganhar o gosto pela leitura. Portanto, os pais não devem ser relapsos. Fazer com que o filho ganhe gosto pela leitura é uma verdadeira missão e das mais importantes.
E vamos à nossa lista!
01 – Sapo Fred
Editora: Cedic
Faixa etária: de zero a doze meses
Para crianças de até um ano, os livros mais indicados são aqueles com cores vivas ou então com contrastes em preto e branco, pois prendem a atenção dos pequeninos. Afinal, nesses primeiros meses, a visão dos bebês ainda é limitada e precisa ser estimulada. Nesta fase, os pais devem entoar a leitura para o bebê, acentuando as palavras e explorando as ilustrações.
Os livros de pano são uma ótima opção e podem ser adotados como objetos de transição. Eles são facilmente encontrados em qualquer livraria virtual. “Sapo Fred” da editora Cedic é uma boa pedida para o ‘bebê-leitor’. Em formato de pelúcia, macio e fofo, o seu filho poderá apertar, abraçar e até mesmo dormir pertinho dele. O livro de oito páginas lançado pela Cedic em 2014 conta a história de um sapinho chamado Fred que mora na lagoa e canta muito sob a luz do luar.
02 – Bia, a dorminhoca
Editora: Vale das Letras
Faixa etária: de seis meses a um ano
Neste período da vida  da criança, os livros que estimulam a visão, audição e o tato são muito importantes. Os pais devem optar por livros com texturas, figuras bem coloridas e também com fantoches, fotos de bebês e desenhos de animais (os pequenos adoram livros com animais). Lembre-se de sempre fazer o som de cada animal enquanto lê e para os livros com fotos de bebês nomeie cada parte do corpo que estiver aparecendo na imagem (cabeça, ombro, boca, nariz…).
“Bia, a dorminhoca” é uma excelente sugestão de leitura para essa faixa etária. O papai ou a mamãe pode encaixar a mão no verso da capa e dar vida ao personagem enquanto conta a história para o pequenino.
03 – Bebê banho – frutas
Editora: Bom Bom Books
Faixa etária: a partir de um ano
Que tal estimular a leitura do pequeno enquanto você, mamãe ou papai, dão aquele banho gostoso no leitorzinho? Dessa forma, o banho será ainda mais divertido e a água passará a fazer parte da magia da leitura. Como trata-se de um material impermeável, o “Bebê banho – frutas” poderá ser levado para o mar, para a piscina e lógico, para o chuveiro. Os lindos desenhos e cores irão entreter o seu bebê nessa hora tão importante, e ainda vai estimular o desenvolvimento da leitura.
Os pais podem comprar sem medo, já que os livros de banho da Bom Bom Books foram confeccionados em PVC; portanto são atóxicos. Além disso, o tema “Frutas”, irá reforçar a importância de uma alimentação saudável e muito gostosa!
04 – Boa noite ursinho – Uma linda e preciosa história de ninar
Editora: Ciranda Cultural
Faixa etária: de dois a três anos
Nesta fase você já pode apostar em livros com textos rimados (poesias, parlendas e canções). Fábulas curtas também são ótimas opções. Os pais podem continuar investindo em livros com muitas ilustrações, mas com pequenas histórias (começo, meio e fim) e não só imagens.
Recomendamos o livro “Boa noite ursinho” de Melaine Joyce. Já está quase na hora de ir para a cama, mas o ursinho não está pronto para dormir. Afinal, ele quer dar boa noite aos seus amigos. Acompanhe o ursinho em uma linda jornada pela floresta. Com lindas rimas e ilustrações, este livro irá conquistar a criança..
05 – Uma história por dia
Editora: Todolivro
Faixa etária: de três a seis anos
De acordo com os pedagogos especialistas na área de educação infantil, a
partir dos três anos, a criança passa a ter um vocabulário mais amplo e, assim, é a hora dos pais apostarem em livros com histórias mais longas, especialmente contos de fadas e fábulas. Livros de montar cenários e quebra-cabeça também despertam muito o interesse das crianças dessa fase.
“Uma história por dia” da editora Todolivro é uma coleção de contos de fadas e histórias divertidas e de muita imaginação. Os textos são dosados para uma leitura agradável antes de dormir. Ilustrações coloridas complementam cada história e torna este livro um valioso companheiro das crianças.
06 – Proibido para maiores - As melhores piadas para crianças
Editora: Matrix
Faixa etária: a partir dos sete anos
É muito importante manter o bom humor dos pequenos. E para isso, nada melhor do que o livro “Proibido para maiores - As melhores piadas para crianças”.
Nesta época em que as práticas de bullying avançam impiedosamente nas escolas, fazendo novas vítimas, é importante que as crianças encontrem formas positivas de fazer parte do grupo, não ferindo os sentimentos de outros pequenos. Não é preciso esperar chegar a adolescência para aprender essa lição. Ela pode ser estimulada bem antes. Que tal os pais ensinarem aos seus filhos que é mais divertido rir com outra pessoa do que rir dela? O livro do escritor Paulo Tadeu cumpre bem esse papel.
07 – Cinderela – Uma história de amor Art deco
Editora: Zastras
Faixa etária: de seis a oito anos
Quando o ‘ex-bebê’ chegar nesta faixa etária compre livros com cada vez mais textos e também com personagens heróis e vilões. As histórias devem ter finais felizes, pois proporcionam sentimento de segurança para as crianças.
Nesta adaptação, a famosa história de Cinderela é ambientada nos anos 1920, ricamente ilustrada no estilo art déco. O pai de Greta (Cinderela) precisa ir à cidade para uma reunião de negócios, mas vai sem os óculos que havia perdido. Na volta, aparece com uma nova esposa, que já tem duas filhas, todas as três horrorosas, além de muito más. Logo a madrasta toma tudo o que Greta tem para dar às filhas, incluindo seu quarto. Greta tem que dormir na cozinha, perto do fogão a lenha. Ela acorda sempre suja de cinzas. Por isso, suas irmãs passam a chamá-la de Cinderela. A partir daí desenrola-se todos os elementos referentes a famosa fábula infantil.
08 – A reforma da natureza
Editora: Globo
Faixa etária: de oito a dez anos
Entonce... chegou o momento dos pais procurarem por histórias mais estruturadas que apresentem um problema a ser resolvido e que aborde temas variados como amizade, relacionamentos sociais, etc. “A reforma da natureza” é uma boa.
O livro infantil escrito por Monteiro Lobato foi publicado pela primeira vez em 1941 e desde então, não nunca mais parou de ganhar novas edições. Recomendo que adquiram o livro lançado pela editora Globo que já está com nova ortografia.
‘Para Emília, o mundo está todo errado. Ela não entende por que a jabuticaba, uma fruta tão pequena, dá em árvores gigantescas e abóboras imensas nascem em pés esparramados pelo chão. Em A Reforma da Natureza, a boneca de pano decide reformar cientificamente plantas, animais e insetos e causa muitos problemas ao desrespeitar o equilíbrio do meio’.
09 – As Crônicas de Nárnia
Editora: Martins Fontes
Faixa etária: De dez a treze anos
O pré-adolescente está pronto para ser estimulado a criticar, refletir, julgar, sintetizar, observar, analisar, enfim, a fazer uso de habilidades operatórias. Para praticar estas atividades, os educadores recomendam os livros de ensino fundamental. Deve-se ensinar a consultar dicionários, realizar pesquisas, ir a bibliotecas, falar com entusiasmo dos livros que já leu, além de ser incentivado a escrever muito.
O clássico da literatura mundial “As Crônicas de Nárnia” se encaixa muito bem neste perfil. A obra lançada em 2009 pela editora Martins Fontes reúne num volume único os sete livros escritos C.S. Lewis.
10 – Harry Potter e a pedra filosofal
Editora: Rocco
Faixa etária: Dos 13 aos 15 anos
O seu filho já não é mais aquela criança para a qual você lia na banheira ou então na cama. Os anos passaram, e hoje o ‘ex-pequenino’ já é um pré adolescente, um grande ‘devorador de livros, graças ao empenho dos pais. A literatura juvenil que abrange a faixa etária até os 15 anos, geralmente apresenta temas de interesse ao jovem adolescente, muitas vezes controversos, como sexo, violência, relacionamentos amorosos, etc. Quanto aos personagens, especialmente os protagonistas, são da mesma faixa etária dos leitores.
Enquanto muitos jovens têm certo repúdio aos clássicos da literatura, alguns livros mais atuais, dedicados a adolescentes, se tornaram grandes best-sellers mundiais, como Harry PotterPercy Jackson & os Olimpianos e Jogos Vorazes.
Minha sugestão fica para a leitura de Harry Potter, cujos livros foram devorados pela maioria dos leitores de 13 a 15 anos, sem contar os adultos. "Harry Potter e a Pedra Filosofal", primeiro volume da saga, irá agradar em cheio.
Espero que esta lista tenha sido útil.
Inté galera”



15/09/2018

Tenho um blog literário, mas também quero ter um canal no Youtube. Cuidado: pense bem antes de tomar essa decisão


Pois é... ás vezes baixa um espírito de hiperatividade em mim e então, apesar do pouco tempo disponível para desempenhar as minhas atividades, começo a planejar outras tarefas em minha vida. Depois de alguns dias, o tal espírito de hiperatividade se cansa e me abandona indo procurar, talvez, outras vítimas mais atraentes.
Por que estou escrevendo isto? Simples. Há poucos dias tive a idéia de criar um canal literário no YouTube. Cara, confesso que na hora me entusiasmei e muito! Comecei planejar poses e falas e fiz até um vídeo experimental. Fui dormir muito feliz com este novo projeto martelando em minha mente, mas no dia seguinte ao acordar, enquanto tomava uma ducha, comecei a pensar... a pensar e... “Pera aí! Cê ta loco cara?!”, exclamei. “Como não bastasse o blog, Twitter e Instagram, você ainda quer um canal?!! Novamente, a voz da minha consciência – a ‘Dona Razão’ que sempre aparece nos meus momentos insensatez para me puxar as minhas orelhas – sapecou uma segunda bronca: “Você pensa que só tem o blog em sua vida? E quanto aos seus afazeres profissionais? Os seus momentos de lazer? Os seus filmes, que você adora assistir? O tempo para a leitura dos seus livros?”. E continuou me detonando: “Vai Tigrão, segue em frente! Vá de encontro à felicidade, quero dizer à infelicidade”.
Depois dessa bronca, percebi o tamanho da minha maluquice e por isso, resolvi escrever esse post para alertar os blogueiros que, por acaso, venham ser possuídos pelo perigoso ‘espírito da hiperatividade literária nas redes sociais’.
Pra começar, seria muita hipocrisia negar que ter um canal no Youtube é por demais sedutor, mas antes de assumir esse compromisso, o blogueiro literário deve analisar profundamente alguns detalhes. Vamos á eles.
01 – Tempo para se dedicar ao blog
Volta e meia, vejo alguns blogueiros escreverem: “Olá gente, depois de algum tempo postar, voltei. Mil perdões porque eu estava com muitos problemas para resolver, mas agora voltei pra ficar”. Beleza. Então, se passam alguns meses e o tal blogueiro novamente some, novamente, para voltar algum tempo depois com a mesma desculpa. Garanto que não existe coisa mais chata ou desagradável para os leitores que se deparam com esse tipo de mensagem. Sei lá, fica no ar aquela impressão de desleixo, falta de compromisso com os seguidores e por aí afora.
O que dá credibilidade para um blog literário, além da qualidade das postagens, é a periodicidade. Isto mesmo. Você deve criar um hábito nos seus leitores e seguidores. Eles devem ter a certeza de que irão encontrar novas postagens em sua página, duas ou três vezes por semana. Se você definir as datas – segunda, quarta e sexta ou quarta e sexta ou então terça e quinta – melhor ainda. Este compromisso do blogueiro irá fazer com que ele fidelize os seus leitores.
Agora vem aquela perguntinha básica: “Você tem disponibilidade de tempo para fazer todas as semanas, duas ou três postagens?” Vou deixar essa pergunta mais completa. Vamos lá: “Você tem disponibilidade de tempo, todas as semanas, para gravar um vídeo no Youtube e também fazer duas ou três postagens em seu blog?”
Esta pergunta nos leva há um outro questionamento. Vamos à ele.
02 – Você produz conteúdo ou simplesmente copia e cola?
Existem dois tipos de blogueiros literários: aqueles que escrevem posts e aqueles que copiam e colam. Escrever sobre uma obra literária é emitir a sua opinião, dizer o que achou do estilo do autor, citar os pontos positivos e negativos da história, evitando ao máximo os spoilers. Tenho amigos blogueiros que levam quase dois dias somente com o trabalho de pesquisa, antes de preparar um post. Como não bastasse, depois de escreverem o espelho do texto, levam mais um dia para deixar o post pronto para ser publicado. Resultado: um texto agradável de se ler.
Contrastando com esses blogueiros, existem aqueles que, simplesmente, colam em suas páginas as resenhas de livros enviadas pelas editoras. Alguns ainda tentam dar uma ‘mascarada’ nessas resenhas, escrevendo no final ou no meio da postagem: “podem ler porque eu gostei muito”.
Agora, seja sincero, o que você prefere ler: o lobby de um livro ou a opinião sincera de quem o leu?
03 - É preciso perseverança para manter sozinho um blog
Cara, manter sozinho um blog literário é uma verdadeira missão, principalmente para aqueles que exercem outras atividades profissionais ou então, trabalham e estudam. É preciso tempo para preparar um texto de qualidade que desperte o interesse do leitor. E para isso, a missão se torna mais árdua ainda.
Muitas vezes, você chega do trabalho cansado ou desanimado e mesmo assim, ainda tem que escrever um post. Para cumprir essa tarefa, nós blogueiros, somos obrigados a sacrificar a leitura daquele livro tão ‘da hora’ que estávamos devorando ou então, lutarmos com todas as nossas  forças para não ‘mergulharmos’ naquela cama sedutora que se encontra em nossa frente.
04 - Tempo para se dedicar ao seu canal no Youtube
Finalmente, chegamos ao x da questão. Após você ter lido tudo o que  escrevi acima, pense muito bem e responda: “Você tem tempo suficiente para se dedicar ao seu canal literário? No meu caso cheguei a conclusão de que teria condições de fazer os meus vídeos literários, desde que contasse com uma equipe para me auxiliar na manutenção do blog. Mas acho que a chegada de novos administradores faria com que o “Livros e Opinião” perdesse um pouco de sua identidade e, confesso, que pelo menos ainda, prefiro manter o blog sozinho.
Muitas pessoas – nas quais eu me incluía até há poucos dias – pensam que ser um youtuber literário é moleza, ou seja, basta gravar um vídeo no seu celular e depois postar no Youtube. Nada disso. Antes de postar o vídeo, o youtuber tem que roteirizá-lo, preparar um texto daquilo que irá falar. Gravar de improviso, sem ter nada preparado é um convite para a lambança.
Após ter roteirizado e gravado o vídeo, você tem que editá-lo. A inclusão de alguns efeitos e cortes na imagem, torna a postagem muito mais interessante e menos cansativa. Para fazer isto, é preciso tempo. Fiquei sabendo que existem youtubers que demoram um dia para roteirizar, mais um dia para gravar e um outro novo dia para editar.
05 – Se tiver ajuda, vá em frente
Lembram-se do que escrevi sobre ter uma equipe trabalhando com você na manutenção do seu blog? Entonce, se você já tem um blog e mesmo assim, quer ter o seu canal literário, a medida mais sensata é convidar um colaborador ou colaboradores para lhe ajudar. Divida funções: enquanto um escreve postagens no blog, o outro roteiriza e grava os vídeos no Youtube. Se tiver mais pessoas na equipe, melhor ainda, porque o seu trabalho se tornará mais profissional, já que haverá uma maior segmentação de funções – uma pessoa para roteirizar e outras para gravar, editar e escrever os posts.
O importante é que você tenha consciência de que manter, sozinho, um blog e um canal literário de qualidade é muito difícil, quase impossível. E se você tiver ainda outras redes sociais – Facebook e Twitter – as dificuldades aumentam ainda mais.
06 – Blogueiro ou Youtuber?
Tudo bem. Você decidiu que quer ter um blog ou então um canal sobre livros, sem contar com a ajuda de outros administradores. Em resumo: quer ter  algo só seu, personalizado. O primeiro passo, é descobrir as suas afinidades, ou seja, o que você gosta mais de fazer: escrever ou falar?
Há pessoas que tem o dom da escrita, mas por outro lado são tímidas ou então tem dificuldades para se expressarem. Por outro lado tem pessoas que além de serem desembaraçadas, fotografam muito bem, tendo familiaridade com as câmeras desde crianças, mas em contrapartida, não gostam muito de escrever.
O segredo está em descobrir o que você faz de melhor.
Galera, espero ter ajudado.
Até a próxima!


12/09/2018

Jornalista de Goiânia lança “Sobreviventes do Césio-137” que desvenda os segredos do maior desastre radiológico da história

Jornalista Carla Lacerda

Há fatos que marcam a vida da gente. Podem passar anos ou décadas que eles ficam ali agarrados em nossos neurônios e volta e meia eles ressurgem trazendo recordações boas, ruins, tristes ou alegres. Um dos fatos que não consigo esquecer aconteceu há quase 31 anos. Na época, eu estava no auge dos meus 26 anos de idade e vivendo os loucos “Anos 80”: os melhores filmes, as melhores músicas, diabruras com os amigos, paqueras, zoações, enfim, uma verdadeira loucura e das boas, diga-se. Tudo teria sido um paraíso naquela época se não fosse um trágico acontecimento.
Estou me referindo ao acidente com o césio-137 em Goiânia.
O vazamento do material, em 1987, foi considerado o maior desastre radiológico da história e pode ter deixado até 80 vítimas fatais.
A tragédia teve início após dois catadores de lixo entrarem em contato com uma porção de cloreto de césio, o tal césio-137. O componente químico ficava dentro de um aparelho de tratamento de câncer, que estava em uma clínica abandonada na capital de
Yago Sales que colaborou na obra
Goiás. Foram necessários apenas 16 dias para que o “brilho da morte”, como a substância ficou popularmente conhecida, matasse quatro pessoas e contaminasse centenas.
Em apenas duas semanas, o césio-137 causou o maior desastre radiológico do mundo.
Até hoje, não entendo tanta irresponsabilidade. Cara! Como você desativa uma unidade de tratamento de câncer e esquece no local uma máquina velha de radioterapia?!! E foi justamente isso que aconteceu. Todos os aparelhos da clinica foram levados, menos a maldita máquina.
Este equipamento que usava cloreto de césio em pó como fonte de energia chamou a atenção de dois catadores de lixo. Pensando em ‘fazer dinheiro’, levaram a arma mortal para casa, desmontaram e após entrarem em contato com a cápsula de césio-137, decidiram vendê-la juntamente com o equipamento para o dono de um ferro velho que ao ver a cápsula brilhante, acreditou ter encontrado a verdadeira pedra filosofal. ‘Estourando’ de alegria resolveu chamar vários amigos, colegas e vizinhos para mostrar a sua descoberta. Pronto... Tava feito o estrago. O veneno mortal se espalhou e contaminou, praticamente, toda a cidade.
Acidente com o césio-137 causou medo, pânico e mortes em Goiânia
Quando o acidente do césio-137 completou 20 anos, a jornalista goiana Carla Lacerda lançou – pela primeira vez – o livro “Sobreviventes do Césio-137”. Agora, decorridos mais de 10 anos, ela decidiu – juntamente com outro jornalista, Yago Sales -  recontar a história de uma maneira mais completa, acrescentando muitas outras informações, além de novos depoimentos.
Esta 2ª edição de “Sobreviventes do Césio-137”, lançado em agosto,  questiona os dados sobre as mortes em decorrência do “acidente” com a substância radioativa. Falaram em seis, 12 e, em seguida, 15. 
Na minha opinião, o ponto alto da obra foi a atenção que os autores dispensaram ao relato das vítimas e de seus familiares que fizeram revelações surpreendentes , muitas delas contrariando os chamados relatos oficiais.
Nesta nova edição, ficamos sabendo como viviam as vítimas do acidente e o que sentiram durante esse período. Entre os depoimentos estão o de  Lucimar e Lucélia, irmãos da menina Leide das Neves, uma das vítimas mais célebres. Lacerda escutou, ainda, Wagner Mota que já faleceu e, por isso, o seu testemunho acabou tornando-se raríssimo. Além dessas, há várias outras entrevistas.
“Sobreviventes do Césio-137” pode ser encontrado no site da editora Nega Lilu pelo valor de R$ 40,00.
Sem dúvida, um grande livro, um grande lançamento.


09/09/2018

Os Frutos Dourados do Sol


Acabei de ler “Os Frutos Dourados do Sol” de Ray Bradbury e adorei. Quando os críticos dizem que o autor é considerado o rei dos contos de ficção científica não dá pra negar. Prova disso são obras como “Crônicas Marcianas”, “O Homem Ilustrado”, “Fahrenheit 451” e, claro, “Os Frutos Dourados do Sol”.  Curiosamente, a maioria dos contos desse último não tem nada a ver com ficção científica. São histórias comuns do nosso dia a dia, mas que nas mãos de Bradbury acabam se transformando em enredos incríveis. É por isso que vou mais além ao classificar o talento desse escritor, pois na minha opinião ele não pode ser considerado apenas o rei dos contos de ficção científica, mas também um dos reis das histórias de suspense, policial, terror e ainda de fatos corriqueiros que fazem parte da rotina de vida de qualquer cidadão comum.
Dos 22 contos do livro, apenas cinco tem o status de ficção científica, quanto aos demais passeiam pelos gêneros policiais, suspense, terror e algumas banalidades. Êpa, pêra aí!? Eu disse banalidades? Sim, banalidades. Mas, com um porém; esses tais fatos banais vistos pela ótica de Bradbury se transformam em verdadeiras obras primas.
Comprei “Os Frutos Dourados do Sol” por causa de um único conto: “Um Som do Trovão”. Apesar de saber que poderia encontrar essa história facilmente na internet, queria tê-la à moda antiga, ou seja, impressa num livro para que eu pudesse manuseá-lo e depois guardá-lo em minha estante. Quando descobri que “Um Som de Trovão” fazia parte da coletânea de “Os Frutos Dourados do Sol” não pestanejei e comprei o livro imediatamente.
A medida que fui lendo os contos, percebi que grande parte deles não tinha nada a ver com ficção científica, mas ao invés de ficar frustrado,  acabei sendo engolido por aqueles fatos fictícios transformados em histórias e que poderiam, perfeitamente, estarem acontecendo comigo ao invés dos personagens da história.
É evidente – como acontece com todos os livros de contos de qualquer autor - existem os bons e também aqueles bem fraquinhos, mas garanto que  a maioria deles são ótimos.
Vou listar aqui, os contos que mais me agradaram. Aqueles que eu devorei com avidez. Anotem:
01 – A sirene do nevoeiro
Conto narrado em primeira pessoa e com um leve toque de terror. Dois amigos que trabalham e moram num grande farol localizado numa baía presenciam algo extraordinário numa noite fria de novembro. Atraído pela luz e pela sirene que ecoa no mar, algo misterioso sempre visita o farol em determinada noite do ano e depois vai embora. Só que nesta madrugada, durante a sua vinda, este ser estranho resolve fazer algo diferente e assustador.
02 – O pedestre
Em menos de cinco páginas, Bradbury já arremata a história. Aliás, essa é uma das características do autor: contos curtos e com finais abertos ou impactantes. O enredo se desenrola num futuro distópico onde a rotina das pessoas é assistir as suas enormes televisões e depois entrar em seus poderosos carrões e trabalhar. E só. Um escritor não se enquadra nessa rotina, já que ao invés de se entregar a televisão e aos carros, prefere  caminhar todas as noites pelas ruas da cidade. Por isso, ele acaba se dando mal.
03 – As Frutas do fundo da fruteira
Não só o melhor conto do livro – juntamente com ‘Um Som de Trovão’ – como também um dos melhores contos que já linha em minha vida. Bradbury dá uma aula de como manter o leitor grudado na trama. Você, simplesmente, não consegue desgrudar os olhos da história. No conto narrado em primeira pessoa, o protagonista que acabou de matar uma pessoa na própria casa dessa pessoa, se vê obrigado a eliminar todas as provas que possam incriminá-lo. Desesperadamente, ele começa a limpar tudo o que possa ter tocado na casa da vítima com o objetivo de apagar as suas impressões digitais. A cada impressão digital apagada, a sua angustia vai aumentando. A limpeza pode continuar para sempre.
04 – O menino invisível
A solidão é a premissa desse conto. Uma bruxa fracassada – os seus feitiços deixaram de dar certo – que vive na solidão decide enganar um garoto para que ele fique sempre ao seu lado como companhia. Ela ganha a atenção do menino dizendo que tem o poder de torná-lo invisível e após jogar um feitiço no menino,  bem...  as coisas não saem como o planejado. Achei o final bem melancólico.
05 – A máquina de voar
O autor nos transporta para a China no distante ano de 400 AC, onde um homem consegue voar, após ter criado um engenho sofisticado e fora da realidade para aquela época. Quando o seu feito chega ao conhecimento do imperador, o leitor é surpreendido com a atitude do monarca que decide fazer algo surpreendente.
06 – O papagaio de papel dourado e o vento prateado
História com toques infantis e muito divertida, mas que ensina uma grande lição de vida no final. Ah! É o segundo conto do livro que tem a China antiga como pano de fundo. Duas cidades vizinhas competem entre si para saber qual é a mais poderosa. O termômetro desse poder é ‘medido’ pelo formato de suas muralhas. Quando um imperador muda a aparência da muralha de seu reino, imediatamente o seu rival tem a mesma atitude. Esta competição cega vai ensinar uma lição muito importante para os dois monarcas.
07 – O bordado
Conto curtíssimo de apenas quatro páginas que arrepia o leitor por causa de seu impacto final. Três senhoras idosas ficam na varanda de uma casa bordando e conversando sobre algo misterioso que irá acontecer dentro de pouco tempo e que poderá modificar as suas vidas e também de outras pessoas. Quando você descobre o que é... então, vem o impacto.
08 – O grande jogo entre brancos e pretos
O título já entrega o conto. Durante todos os anos é realizado um jogo de basebol entre os hóspedes brancos de um hotel e os empregados negros. Tudo vai bem antes do jogo, mas depois que o árbitro apita, o clima começa a piorar, descambando para o inevitável caminho do preconceito. Neste conto escrito em 1945, quando a discriminação racial ainda persistia em diversos segmentos da sociedade americana, Bradbury mostrou toda coragem ao deixar evidente a sua posição anti-racista.
09 – O lixeiro
O conta fala de um lixeiro que apesar de não ter grandes regalias na vida se considera feliz com o seu trabalho que dá certa estabilidade à sua família. Esta rotina tranqüila muda no momento em que ele recebe a noticia de que será obrigado a recolher com o seu caminhão de lixo os corpos das vitimas de uma bomba atômica.
10 – Um som de trovão
Encerro a lista com o conto que fez com que eu comprasse o livro. Demais! Que narrativa! O enredo fala de uma viagem no tempo e as suas conseqüências através da extrapolação do ‘efeito borboleta’. Na trama, uma empresa denominada Time Safari, Inc. assegura que pode levar pessoas de volta no tempo de modo que elas possam caçar animais pré-históricos, tais como  o Tyrannosaurus rex. A fim de evitar um paradoxo temporal, eles agem com muito cuidado para deixar o curso dos acontecimentos intacto, visto que mesmo uma alteração mínima pode causar mudanças gigantescas no futuro. Os viajantes só podem abater animais que iriam morrer em breve, e não podem sair de uma trilha demarcada, que flutua acima do solo. Nenhum objeto pode ser removido do passado, e a única recordação permitida é uma foto do caçador ao lado do monstro morto. Tudo vai bem até que um dos caçadores decide desrespeitar as normas.
Taí galera, livraço! Recomendo muito a leitura. A boa notícia é que a obra pode ser encontrada facilmente nos sebos a preços módicos.

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