30/10/2018

Nas montanhas da loucura

Tenho que ser sincero, por isso já peço desculpas aos leitores que cultuaram esse conto de H.P. Lovecraft, mas... não gostei. A leitura não fluiu, travou mesmo; e em alguns momentos pensei em parar tudo e partir para outra historieta do livro “Os Melhores Contos de H.P. Lovecraft” da editora Hedra.
Quem é fã de carteirinha do autor sabe que a principal característica de suas narrativas é a ausência de diálogos. Costumo dizer que encontrar um ‘bate-papo’ entre os personagens que fazem parte da mitologia lovecraftiana é mais difícil do que encontrar uma agulha no palheiro. Geralmente, os enredos são narrados em primeira pessoa por personagens que vivenciaram os fatos, quase sempre cientistas, jornalistas ou pesquisadores que ficaram abalados ao presenciarem uma situação de terror. Como os diálogos são ínfimos, o jeito é dar asas para a descrição dos eventos.
No caso de “As Montanhas da Loucura, acredito que Lovecraft exagerou nas descrições, tornando a história muito cansativa. No romance – isto mesmo, esse é um dos poucos enredos do escritor que também foi lançado separadamente, num livro próprio – escrito em 1931, Lovecraft detalha os fatos de uma expedição desastrosa ao continente da Antártida em setembro de 1931quando um grupo de pesquisadores da fictícia Universidade do Miskatonic, em Massachusets, descobre surpreendentes indícios de civilizações muito anteriores à humanidade em nosso planeta. Após uma série de eventos macabros, toda a equipe de cientistas é dizimada por algo misterioso, restando apenas dois sobreviventes, um deles com colapso nervoso por causa do terror vivido.
A história é narrada pelo outro sobrevivente,  Dr, William Dyer que apesar dos fatos horripilantes não chegou a perder a razão. Ao tornar os fatos públicos, ele pretende evitar que uma nova expedição viaje até as montanhas de gelo da Antártida para dar continuidade às explorações da equipe dizimida.
O plot da história é fantástico, mas infelizmente o excesso de descrição, principalmente do Continente Antártico, acaba matando o enredo. Uma pena.
Mas antes de você – que lê este post – ficar desanimado e propenso a escolher um outro conto de Lovecraft para devorar, lembre-se daquele antigo ditado: “o  bronze para mim pode ser ouro para uma outra pessoa”. Entonce, é isto que ocorre com “As Montanhas da Loucura”, um dos contos mais polêmicos do escritor. Alguns o amam, enquanto outros o odeiam.
Dois leitores famosos que leram e adoraram a história de Lovecraft foram John Carpenter e Ridley Scott que dirigiram respectivamente “Enigma do outro Mundo” (1982) e “Alien Covenant” (2017). Alguns críticos de cinema, afirmam que o conto/romance “As Montanhas da Loucura” serviu de inspiração apara esses dois grandes sucessos do cinema.
Viram só? Nem todos não gostaram da história.
Até breve!

27/10/2018

Discípula de Sidney Sheldon Lança “A Viúva Silenciosa”. Livro já está em pré-venda


Olha... sinceridade? Depois da pedrada que levei no meio da cabeça após ter lido “ASenhora do Jogo”, de Tilly Bagshawe – escritora convidada pelos herdeiros de Sidney Sheldon para dar sequência ao seu legado literário – jurei que iria ficar esperto com relação aos novos lançamentos da autora e jornalista britânica que ficou conhecida como a “Sidney Sheldon de saias” e que para mim, pelo menos ainda, não faz jus a esse apelido.
Cara, “A Senhora do Jogo” é horribile, mas muito horribile. Sheldon deve ter se revirado no túmulo por ter sido o co-autor da obra, graças a concordância de seus herdeiros. O excesso de sexo que permeia a história em alguns trechos beira o pornográfico e a falta de carisma dos personagens detonaram essa sequência do clássico “O Reverso da Medalha”.
Por isso, fiquei meio cabreiro com Bagshawe e confesso que cheguei a prometer não comprar mais nenhum livro escrito por ela. Men, por favor,  entenda que a decepção foi grande.
Mas então, na noite de ontem, durante as minhas zapeadas noturnas pelas livrarias virtuais, eis que me deparo com o livro “A Viúva Silenciosa”; e escrito por quem? Pela própria! E quer saber de um segredinho? Comprei a obra que já está em pré-venda. Ok, antes de me chamar de hipócrita, dissimulado ou falso, entenda que a marca ‘Sheldon’ ainda é muito forte e consequentemente capaz de seduzir a maioria dos leitores que continuam sendo fãs do autor mesmo após a sua morte.
Sheldon e Bagshawe
Quando bati os olhos na capa que estava exposta na prateleira virtual da Amazon, a impressão que tive foi a de estar  vendo um livro escrito pelo próprio Sheldon. Caraca, algo hipnotizante!  Sem contar a sinopse do enredo que tem tudo a ver com as tramas magistralmente engendradas pelo saudoso autor.  O nome de Bagshawe nem me passou pela cabeça naquele momento. Verdade!
Bem, resumindo: efetivei a compra influenciado por Sheldon e não por quem, realmente, escreveu o enredo. Estranho, não acham? Mas tudo bem, a decisão foi tomada e agora só resta aguardar a chegada do livro e torcer para que dessa vez, Bagshawe tenha acertado a mão.
“A Viúva Silenciosa” narra a saga de Charlotte Clancy, uma jovem au pair americana, que desaparece sem deixar vestígios na Cidade do México. O caso acaba sendo arquivado, mas suas consequências são devastadoras. Uma década depois, um assassino perigoso está à solta nas ruas de Los Angeles, já tendo feito duas vítimas. É neste momento que entra em cena uma nova personagem na história e que passará a ter relação com o caso de Clancy. Trata-se da psicóloga Nikki Roberts. Nikki ainda está muito abalada com a recente morte do marido. E sua vida sofre outra reviravolta quando uma de suas pacientes, Lisa Flannagan, e o rapaz que Nikki considerava como filho, Treyvon Raymond, são brutalmente assassinados. Mas, apenas quando sofre um atentado é que a psicóloga tem certeza de que ela é o verdadeiro alvo desse assassino impiedoso. Atormentada por um acontecimento do passado e vendo a polícia em um beco sem saída, Nikki contrata o detetive particular Derek Williams, um homem que não tem medo de sujar as mãos. Ele trabalhara no caso de Charlotte Clancy, mas agora, anos depois, encontra nas anotações de Nikki Roberts um nome que chama sua atenção, e essa nova investigação o conduz a um caminho perigoso de volta ao passado. Numa cidade corrupta, onde não se sabe quem é inimigo e quem é amigo, Nikki Roberts precisa correr contra o tempo para descobrir a verdade por trás desses crimes antes que ela seja a próxima vítima.
Entonce, achei a sinopse bem ao estilo de Sheldon, dando a impressão de muitas reviravoltas na trama.
A editora Record pretende lançar “A Viúva Silenciosa” no dia 20 de dezembro, mas o livro – como já disse – está em pré-venda nas principais livrarias virtuais do País.
São 448 páginas que poderão ser a redenção de Bagshawe ou então...
Melhor aguardar.


24/10/2018

Livros e Opinião de cara nova


O velho e sábio ‘Kid Tourão’ sempre me dizia: - Filho tem a hora certa pra tudo; não adianta colocarmos o carro na frente dos bois. Sem planejamento não chegamos a lugar nenhum. – Caramba que saudades dessa pessoa tão especial que um dia fez parte da minha vida. Se você não teve a oportunidade de conhecer o grande Kid nos posts do blog, veja aqui, aqui, mais aqui e por fim esse aqui.
Esta filosofia “Touriana”, como costumo dizer, serviu inteiramente para os propósitos desse blog que já mantenho há mais de sete anos. Ultimamente vinha acalentando o sonho de mudar o layout do Livros e Opinião, mas tomando como exemplo a sábia frase do velho Tourão, optei por não fazer nada de afogadilho.
Primeiramente, fui mudando alguma coisinha aqui, outra acolá, sempre respeitando as minhas limitações, afinal de contas design gráfico nunca foi a minha praia. Sempre dei uma atenção maior para a elaboração de um bom texto, mas chegou o momento – acho que no segundo ano de existência do blog – que não dava mais para adiar algumas alterações no visual da página. Foi nesse período que comecei a dar as minhas primeiras fuçadas em layouts, temas, HTML e o escambau a quatro.
Talvez, se eu tivesse optado por partir logo de cara para a contratação de um webmaster profissional, não teria aprendido o pouco que sei sobre códigos HTML e CSS. E na minha humilde opinião, todas as pessoas que decidem abrir um blog devem ter, pelo menos, uma noção sobre hipertextos. Por que? Simples. Um blog é muito dinâmico e com frequência estamos acrescentando ou retirando gadgets, links, mudando cores, alterando a posição de ‘caixas’, etc. Além do mais, todo blogueiro iniciante após pegar gosto pelo hobby de publicar as suas postagens, deixa de satisfazer-se com os layouts nativos do Blogger ou Wordpress e então, decidem sair em busca de templates menos amadores. Mas para arriscar mudanças é preciso ter um pouco de conhecimento na área de códigos. E este conhecimento, mesmo que seja básico, você só consegue econtrar, repito, depois de muitas fuçadas e cabeçadas.
Para aqueles que ainda são novos, aqui, no Blogger aceitem este conselho: Não peça para ninguém fazer alterações no seu template; faça, você mesmo. Vire-se como puder: assista vídeo-aulas no Youtube, participe de fóruns com outros blogueiros mais experientes, leia tutorais referentes a plataforma Blogguer ou Wordpress, mas não deixe de adquirir esses conhecimentos. Eles serão essenciais no futuro.
Só após ter esta noção sobre hipertextos é que o blogueiro deve procurar um profissional para fazer alterações em seu blog. Pois é galera, essa foi a minha opção. É evidente que o blogueiro que lê esse post não precisa esperar sete anos ou mais, como eu esperei, para procurar a orientação e os trabalhos de um profissional. Cada um decide o seu próprio tempo para agir.
No meu caso, quando cheguei a conclusão que o ‘Livros e Opinião’ precisava com urgência de um ‘up’ que estava além dos meus conhecimentos gráficos, decidi requisitar os trabalhos de uma webmaster profissional. Outro detalhe que apressou a minha escolha foi a opção por alterar o protocolo do blog que passou a funcionar em HTTPS, tornando-o mais seguro, além de melhorar o seu posicionamento nos motores de busca do Google.
Só que a partir do momento que você implementa essa mudança, muitas imagens, gadgets e links que operavam em HTTP, simplesmente deixam de funcionar em HTTPS, bagunçando o layout de seu blog. Para mim, isto foi a gota d’água. Depois de ‘varar’ madrugadas tentando acertar as falhas da minha página, acabei desistindo e mantive contato com a Ká Guimarães, ou simplesmente, Karol, da MK Designer e Layouts que elaborou um projeto gráfico para o Livros e Opinião. Importante: por um preço bem acessível.
Conversamos muito sobre o layout que eu pretendia implantar no blog. Disse à ela o que eu queria para a minha página, mas também mudei algumas coisas, após sugestões hiper-válidas da profissional. Outro pormenor, além da turbinada no visual, foi a organização dos códigos que mudaram para HTTPS. Ela deixou tudo arrumadinho, dentro dos padrões exigidos pelos algoritmos do Google. A consequência disso foi uma melhor colocação nos motores de busca e consequentemente mais visitas.
Confesso que estou muito feliz com estas as mudanças. Se o Kid Tourão estivesse vivo, com certeza, iria dizer “Viu só filho? Tem a hora certa pra tudo”.
Inté!

21/10/2018

Remake do filme “O Cemitério Maldito”, baseado em livro de Stephen King, tem data de estreia definida


Com certeza, dois filmes de terror que marcaram as gerações dos anos 80 e 90 foram: “It: A Obra Prima do Mal” (1990) e “o Cemitério Maldito” (1989); e por coincidência, as duas produções foram baseadas em livros do grande mestre do gênero: Stephen King. Outra analogia entre esses dois filmes é que ambos ganharam novas adaptações cinematográficas. O primeiro – dividido em duas partes – estreou nos cinemas
brasileiros em setembro do ano passado, quanto ao segundo tem o seu debut nas telas americanas previsto para abril de 2019. E como tudo que envolve King é cercado por aquela aura de mistério – afinal de contas, ele é o “mestre do terror” – vale a pena lembrar de mais uma similaridade entre essas duas obras. Sabiam que “Cemitério Maldito” (neste remake se escreve apenas Cemitério Maldito, sem a introdução da palavra ‘O’, ao contrário do filme de 1989) e “It: A Coisa – Parte 2” estreiam no dia 5? Pois é, o filme do gato maldito invade as telas dos cinemas nos Estados Unidos em 5 abril e a produção envolvendo o palhaço demoníaco chega com tudo no Brasil também no dia 5, mas de setembro.
Cartaz do remake que estreia em 2019
Mas vamos ao que interessa, já que a finalidade dessa postagem é ‘falar’ sobre “O Cemitério”, um dos livros mais sombrios de King e que chegou a assustar até mesmo o próprio autor. Verdade! O próprio King revelou em uma de suas entrevistas que o tal gatinho macabro o fez perder algumas noites de sono. Agora eu pergunto: “Se uma história que conseguiu assustar uma mente calejada como a de King, imagine o que faria com a nossa?”
E, de fato, o enredo do livro é fodástico. Em “Pet Sematary” – título original da obra de King e que significa “Cemitério de Animais” - uma família se muda para uma nova casa, localizada nos arredores de um antigo cemitério amaldiçoado, usado para enterrar animais de estimação, mas que já foi usado para sepultamento de indígenas. Algumas coisas estranhas começam a acontecer logo depois que o gato de estimação da família morre atropelado e é enterrado no misterioso local. Neste momento, a outrora tranquila rotina de vida dos moradores se transforma num verdadeiro pesadelo.
A boa notícia para cinéfilos e leitores, fãs de King, é que Dennis Widmyer e Kevin Kolsch, diretores do remake “Cemitério Maldito”, disseram que a nova versão será fiel ao aclamado livro do autor. Isto significa que não teremos aquelas cenas ou personagens estranhos que fogem do contexto original. Prova disso é a sinopse do filme, já divulgada para a imprensa. 
Na trama, "O médico Louis Creed muda com a mulher e dois filhos pequenos para uma casa de campo em Ludlow, Maine. Em frente à casa passa uma rodovia movimentada e, atrás, há um cemitério de animais. Por meio do velho Crandall, seu vizinho, Creed descobre também perto dali um antigo cemitério indígena, que tem o poder de mandar de volta à vida os corpos enterrados nele. Quando seu filhinho Gage morre atropelado, Creed resolve enterrá-lo no cemitério indígena e esperar por sua ressurreição." Perceberam que o roteiro não difere quase nada do livro?
O elenco do filme conta com Amy Seimetz (“Alien: Covenant“), Jason Clarke (“A Maldição da Casa Winchester“), John Lithgow (da série “The Crown“) e a estreante atriz Alyssa Brooke Levine. A direção está a cargo da dupla Dennis Widmyer e Kevin Kolsch, que comandaram juntos o terror “Starry Eyes”. Jeff Buhler (da série “Nightflyers“) é o responsável pelo roteiro.
Taí galera, vamos aguardar a chegada de abril do ano que vem para conferirmos esse super remake.
Inté!


18/10/2018

Um sussurro nas trevas


Depois de “O caso de Charles Dexter”, “A cor que caiu do céu” e “O Horror de Dunwich”, aqui estou eu, novamente, para escrever sobre H.P. Lovecraft. Bendita hora que um amigo presenteou-me com alguns livros do conhecido escritor (se você ainda desconhece essa história clique aqui).
De posse dos livros, o primeiro que devorei foi “O caso de Charles Dexter”, depois veio “A cor que caiu do céu” e finalmente, o fantástico “O Horror de Dunwich”, um dos melhores de Lovecraft na minha humilde opinião.
Como havia gostado dessas três histórias, não pensei duas vezes em encarar “Um sussurro nas trevas” que faz parte da coletânea “Os Melhores Contos de Lovecraft”  lançado pela editora Hedra - um calhamaço com aproximadamente 750 páginas - que adquiri recentemente, poucos dias antes de ter sido presenteado pelo meu amigo. Vale lembrar que as três histórias citadas no início do post também fazem parte dessa coletânea.
Comecei a ler “Um sussurro nas trevas” tão logo cheguei do serviço. Fui lendo, lendo, lendo e quando percebi as horas já tinham se evaporado e com isso, me esqueci do banho, do jantar e ao olhar para o relógio... Pimba! O susto chegou rasgando: já eram mais de 23H30m!!
À exemplo de “O Horror de Dunwich”, Lovecraft vai lhe conduzindo, aos poucos, para um mundo do mais puro terror. Não dá para explicar como isso acontece. É como se escritor pegasse em sua mão e dissesse: “Agora, deixe tudo e venha comigo”. Sei lá, à grosso modo, foi isso que aconteceu comigo enquanto estava lendo.
A história se passa em 1927 durante as grandes enchentes de Vermont, quando Henry Wilmart, um cético cientista e acadêmico, é convidado por um antigo morador daquela cidade, Henry Akeley, para investigar cadáveres de estranhas e horripilantes criaturas - parecidas com crustáceos com asas, barbatanas e tentáculos (rapaz, acho que Lovecraft tinha algum fetiche por tentáculos) - que começam aparecer boiando nas águas.
Ao descobrir a origem dessas criaturas e o que elas desejam fazer com a humanidade, “a coisa” se complica.
Lovecraft vai rompendo, pouco a pouco, os paradigmas do cético cientista que chega à cidade não acreditando nas crenças e lendas dos moradores e muito menos nas teorias de Akeley sobre o surgimento das criaturas. Mas a partir dos fatos estranhos que começam acontecer em Vermont, Wilmart é forçado a mudar os seus conceitos.
O momento em que o acadêmico visita a isolada casa de Akeley, perto das montanhas, e ao descobrir um segredo chocante, não pensa duas vezes em fugir no meio da madrugada tremendo de medo, é assustador para qualquer leitor. Preste muita atenção no final do conto; tipo última página, última linha, última frase, última seja lá o que for. Me borrei... inteiro.
Fui!

14/10/2018

Rosa Amanda Strausz e Heloisa Seixas: as duas rainhas do grito do blog Livros e Opinião


Nestes sete anos de Livros e Opinião, fiz vários amigos virtuais. Blogueiros que como eu, decidiram abraçar os desafios de ter um blog literário. Conversamos, trocamos idéias, participamos de projetos conjuntos, além de outros detalhes que foram reforçando essa amizade. Um desses amigos que tive a oportunidade de conhecer neste período foi o Rafael Michalski ou, simplesmente, Rafa, do “Biblioteca do Terror”. Gente boa e das boas.
Há duas semanas, ele me falou de um projeto de leitura chamado “Rainhas do Grito” o qual pretendia lançar na blogosfera e também nas redes sociais, em conjunto com outros blogs, num tipo de parceria. O objetivo, como ele mesmo definiu, seria o de “apoiar e disseminar a produção das autoras brasileiras de terror e suspense, que estão escrevendo algumas das mais aterrorizantes e inovadoras histórias da atualidade”. E qual seria a função dos blogues convidados? Simples. Produzir conteúdo sobre o tema, durante o mês de outubro, incentivando os leitores a lerem e conhecerem melhor as rainhas do grito. Também teríamos de compartilhar as nossas postagens nas redes sociais com a hashtag #RainhasdoGrito.
Por achar a idéia bem criativa, topei na hora. Portanto, no post de hoje quero apresentar duas rainhas do grito que na minha opinião arrebentaram a boca do balão espalhando calafrios na espinha de muitos leitores desavisados. Estou me referindo a Rosa Amanda Strausz, 59 anos,  e Heloisa Seixas, 66.
Tratam-se de duas rainhas do grito atípicas, já que elas não escrevem somente sobre terror. Pelo contrário, são bem ecléticas.
Acredito que a situação mais incomum envolve a jornalista carioca Amanda Strausz que já produziu uma dezena de títulos infanto-juvenis, entre eles “Mamãe trouxe um lobo para casa”, “Deus me livre!”, “Alecrim” e “Uólace e João Vitor”. Pois é galera, mas num belo dia (pelo menos, para nós leitores amantes do gênero terror), a escritora resolveu escrever algo que fugisse de suas características, alguma coisa que provocasse medo nos adultos. Entonce, surgiu um livrinho macabro de apenas 109 páginas e com um título mais macabro ainda: “Sete ossos e uma maldição”, lançado em 2006 pela Rocco e relançado em 2013 pela Global Editora.
Cara, os 10 contos do livro, de fato, assustam, mas quatro deles – “Crianças à venda. Tratar aqui”, “Dentes tão brancos”, “O fruto da figueira” e “Morte na estrada” – são verdadeiras obras primas do gênero terror. Eles arranham, machucam, enfim, deixam o leitor incomodado com aquele calafrio que começa na nuca e termina na base da espinha. Se você quiser conhecer mais detalhes sobre a obra confiram esse post que escrevi em 2016.
Com certeza, Rosa Amanda Strausz merece integrar a galeria das “Rainhas do Grito”, apesar de ter escrito apenas um livro de terror.
A segunda autora e jornalista, que para mim, também merece fazer parte dessa galeria é Heloísa Seixas. Pois... pois, vamos aos fatos. Logo de cara, na sua estréia como escritora, Seixas não negou fogo. O seu primeiro livro, “Pente de Venus e Novas Histórias do Amor Assombrado”, lançado em 1995, virou Cult entre os leitores e arrancou elogios da crítica, além de ganhar uma indicação para o prestigiado Prêmio Jabuti”. Os contos do livro tem uma forte influencia gótica, misturando erotismo, sangue e medo com toques de H.P. Lovecraft e Sade. Já deu pra perceber que se trata de uma leitura do tipo ‘trucão pesado’.

Depois do lançamento de “Pente de Venus e Novas Histórias do Amor Assombrado”, a autora realizou a sua primeira organização de contos de diferentes autores de terror – que se tornou uma de suas marcas registradas. “Depois: Sete Histórias de Horror e Terror”, lançado pela Record, recebeu rasgados elogios da crítica especializada.
Entre os autores que figuram nessa antologia estão verdadeiros mestres do gênero: Edith Wharton, H.P. Lovercraft, Saki, O. Henry, Sheridan Le Fanu, Alexander Woolcott e Algernon Blackwood. Antes de cada conto, Seixas faz um breve relato sobre a vida do autor correspondente.
Como enunciado no próprio título, o livro tem sete os contos: Depois; O túmulo; A janela aberta; O quarto mobiliado; Chá verde; Sonata ao luar; e Os salgueiros.
O destaque fica para a obra prima “Os salgueiros” de Algernon Blackwood, o conto mais longo da coletânea. Uma história que assusta mas também encanta. Nele, Dois amigos descem um rio em uma canoa. Após pararem para acampar em uma ilha, adormecem e mais tarde descobrem que não podem voltar por que o nível da água subiu, decidem passar a noite e fatos estranhos e inexplicáveis acontecem.
Outros dois livros assustadores dessa Rainha do Grito são: “Frenesi: História de Duplo Terror” e “A Casa do Passado”. O primeiro reúne seis contos que têm em comum personagens que gostam de ler histórias de terror e acabam atormentados pelo medo na vida real, quando o que está nas páginas de seus livros começa a acontecer de verdade. Quanto ao segundo é uma coletânea de contos de terror de Blackwood, uma das feras do gênero, redescoberto no Brasil por Seixas. A obra reúne histórias como “Os salgueiros”, sua obra-prima, “O quarto ocupado”, ” A Ala Norte”  e “A boneca”, clássicos da literatura de horror. Esta é a terceira coletânea de contos de terror organizada e traduzida pela autora.
Taí galera, espero que tenham aprovado as duas rainhas do grito selecionadas pelo Livros e Opinião.
Abração Rafa e galera! 

10/10/2018

O horror de Dunwich

Capa do livro da editora Hedra

O livro “O Horror de Dunwich” é espetacularmente fodástico. Uma das melhores histórias de H.P. Lovecraft que já li. À exemplo de “A cor que caiu do céu”, o autor vai nos conduzindo, aos poucos, para os meandros do mais puro terror. É incrível como os personagens esquisitões que saíram da cabeça de Lovecraft ao longo de sua carreira literária tem o dom de perturbar os leitores. Cara, eles incomodam demais, ao ponto de exclamarmos: “Eu heimmm! Não quero encontrar com um sujeito desses nem que a vaca tussa e crie asas!!”. E olha que estou me referindo a seres humanos – ou algo parecido – e não à monstros. Porque quando o assunto descamba para o lado daquelas criaturas cheias de tentáculos e olhos espalhados por cada milímetro dos seus corpos disformes e escamosos; o medo que sentimos deixa de incomodar e passa a aterrorizar. Aliás, a mitologia criada por Lovecraft é muito perturbadora.
O personagem Wilbur Whateley e a criatura conhecida apenas por ‘blasfêmia invisível’ tem a capacidade de inquietar e aterrorizar o leitor. Eles não negam fogo.
Três partes do livro conseguiram mexer e muito comigo. A primeira delas foi o momento em que Wilbur deixou cair a máscara e mostrou quem realmente era. Isto acontece no momento em que ele invade uma biblioteca, durante a madrugada, à procura do Necronomicon, um livro maldito com fórmulas mágicas para invocar o sobrenatural, além de poder dominar completamente a relação espaço-tempo. Quando o bibliotecário Dr. Henry Armitage e mais dois catedráticos, entram na biblioteca da universidade e se deparam com o ‘verdadeiro’ Wilbur, sem disfarces... Brrrrrrr!!! Esta parte do enredo, além de assustadora também chega a ser nojenta. Putz, fiquei com aquela cena na cabeça durante ‘uns’ dois ou três dias e confesso que tinha de fazer um pouco de sacrifício na hora do almoço ou jantar, mesmo tendo a minha frente pratos saborosos. Acho que deu prá entender, né?
A segunda parte que me apoquentou foi a hora em que Armitage consegue localizar e decifrar o diário de Wilbur, todo escrito em códigos, e quase perde a razão ao descobrir quais são as suas verdadeiras intenções.
E finalmente, a ultima parte que corresponde ao desfecho da história que é de derrubar o queixo. No meu caso, apesar de desconfiar que a conclusão do enredo já estava se encaminhando para algo perto do óbvio, mesmo assim, fiquei surpreso. Pois é galera, para Lovecraft até o óbvio é surpreendente.
Não posso me esquecer também do capítulo em que o professor Armitage e seus dois amigos decidem ir até Dunwich enfrentar a ‘blasfêmia invisível’ que vem espalhando um rastro de sangue e destruição na cidade. O confronto final, certamente, merece ser lembrado.
A história de “O Horror de Dunwich” começa em 1913, no momento em que Lavínia Whateley uma mulher albina de 35 anos e com algumas deformidades  no corpo dá à luz um menino de pele escura e com feições de bode, filho de um pai desconhecido. Wilbur causa espanto devido à rapidez sobrenatural com que cresce e se desenvolve, e os estudos precoces levam-no à descoberta do Necronomicon. Mais tarde, ao descobrir que dispõe apenas de uma tradução inglesa incompleta do livro maldito, Wilbur sai em busca de uma rara impressão latina para dar continuidade ao misterioso ritual em que pretende libertar – através da criação de uma abominável criatura – uma entidade maligna que desencadeará uma fúria destruidora sobre a Terra.
Como já disse, um dos melhores livros de Lovecraft que já li.
Apesar de ter adquirido “Os Melhores Contos de Lovecraft” que tem em seu contexto essa história, optei por ler o livro, também da editora Hedra, lançado em 2012.
Foram 106 páginas da mais pura emoção, quero dizer... do mais puro terror.


06/10/2018

Livros de bolso: uma viagem inesquecível ao passado


Ontem, enquanto fuçava algumas prateleiras no porão de casa, me deparei com algumas edições daqueles livrinhos de bolso publicados em páginas de papel jornal – acho que localizei ‘uns’ três de faroeste que estavam perdidos numa caixa bem velha. Pois é, bastaram esses três livrinhos para que eu realizasse uma gostosa viagem no tempo: desliguei-me completamente daquele porão cheio de caixas velhas e embarquei de mala e cuia para o passado.  Quando digo passado estou me referindo à sala da casa dos meus pais na década de 70. Naquela sala, havia uma cômoda super xique onde o meu irmão mais velho guardava os seus livros (ver aqui). Cara, como eu gostava de bisbilhotar naquele armário!
Quando percebia que estava sozinho em casa, o meu passatempo predileto era invadir domínios proibidos; e aquela cômoda era um desses territórios. Tinha medo de pedir para que o meu irmão me deixasse folhear aqueles livrinhos de bolso da Brigitte Montfort, Coyote, FBI, Chumbo Quente e outros; então preferia agir em segredo. Como a chave ficava sempre nas portinhas das cômodas, a minha missão não era nada complicada.
Meu!! Como viajei com as histórias desses livrinhos em minha infância e pré-adolescência. A pulp fiction preferida do ‘menino-invasor’, aqui, sempre foi a da Brigitte Montfort, espiã da CIA que utilizava o codinome Baby. Gostava tanto daquela morena estonteante de cabelos negros compridos e olhos azuis que até decidi homenageá-la em vários posts (veja aqui, aqui e novamente aqui).
A famosa personagem foi criada pelo escritor espanhol Antonio Vera Ramirez que escrevia sob o pseudônimo de Lou Carrigan. Já as capas das histórias eram produzidas por um dos maiores ilustradores brasileiros de todos os tempos: José Luiz Benício. Foi ele quem deu vida à Brigitte Montfort, cujas histórias foram publicadas até 1992.
A espiã da Cia foi considerada o carro-chefe de vendas da editora carioca Monterrey, de propriedade de dois espanhóis: Luis de Benito e Juan Fernandes Salmeron que residiam no Brasil. E por falar na Monterrey, foi ela que popularizou a moda dos livros de bolsos por aqui, transformando-a numa verdadeira febre. Era o período das saudosas pulp fictions quando grupos de leitores procuravam constantemente as bancas para adquirir os propalados livrinhos publicados em papel de baixíssima qualidade, mas com enredos viciantes.
Fundada em 1956, a editora começou publicando a série de faroeste “O Coyote” do escritor espanhol José Mallorquí. Posso dizer, com certeza,  que Mallorquí com o seu “Coyote” foi o precursor dos chamados livros de bolso que tanto sucesso fizeram por aqui e também em vários outros países. Antes da criação do justiceiro mascarado, havia em Barcelona, na Espanha, uma editora chamada Cliper que já vinha publicando as aventuras do Zorro que estourava em vendas por lá. Imediatamente os donos da Monterrey entraram em contato com Mallorquí – na época, um jovem e promissor escritor – para que criasse um personagem mascarado nos mesmos moldes do Zorro. Mallorquí não dormiu no ponto e assim nascia o destemido e emblemático “El Coyote” (se quiserem saber mais sobre o personagem acessem aqui).
Logo depois, em 1961, surgia a série FBI, trazendo histórias de espionagem. Embora “O Coyote”  também tivesse histórias em quadrinhos, não foram publicadas no país.

Em 1963, A Monterrey, na época sob a direção do jornalista José Alberto Gueiros, republicou o romance “Giselle, a espiã nua que abalou Paris” na coleção ZZ7, ambientado na França da Segunda Guerra Mundial. Vale lembrar que essa história já havia sido escrita por David Nasser como um folhetim para o periódico Diário da Noite, jornal dos Diários Associados de Assis Chateaubriand. Gueiros, apenas rescreveu o romance ao lado do tio, o poeta Augusto Frederico Schmidt. Com o sucesso de ‘Giselle’, a editora encomendou uma nova série protagonizada por uma espiã estonteante. Pronto! Nascia assim, ela: Brigitte Montfort, a filha de Giselle, para isso, a Monterrey encomendou os textos para Carrigan. Com relação a Carrigan, é importante acrescentar que antes de Birgitte, ele já era conhecido pelos livros da coleção FBI.
Outra série famosa da Monterrey foi K. O. Durban do escritor brasileiro Hélio do Soveral, paródia aos espiões da cultura pop como James Bond de Ian Fleming. Esta série também teve as capas produzidas por Benício.
Uma curiosidade interessante e que alguns leitores de livros de bolso no Brasil desconhecem é que  a série Spectre também foi escrita por Soveral, mas com o pseudônimo de Ell Sov.
Além da Monterrey, tivemos ainda outra editora de bolsilivros no Brasil que contribuiu para a difusão do gênero em terras tupiniquins: a Bruguera. Esta empresa espanhola, fundada em 1910,  teve uma filial no Brasil, inicialmente chamada Bruguera, mas que logo depois mudou o seu nome para Cedibra.  A empresa foi extinta em 1986. A série mais famosa da Bruguera publicada em nosso País foi ‘Estefania’ com histórias de faroeste.
Viram só o que aqueles três livrinhos de bolso perdidos no porão de casa aprontaram comigo? Devo à eles esta volta fantástica para a minha infância de leitor.
Espero que tenham gostado.

02/10/2018

10 grandes detetives dos romances policiais


Eles são intrépidos, bonachões, dissimulados e até mesmo paranóicos. Tudo vai depender do seu tipo preferido. Afinal de contas, a literatura policial presenteou os seus leitores ao longo dos anos com as mais variadas castas de detetives.
No post de hoje, resolvi homenagear essa galera que nasceu para solucionar crimes perfeitos; seja com truculência ou então com toda a sutileza.
Escolhi dez detetives dos livros que, pelo menos para mim, são  considerados os melhores do gênero.
Ah! Antes que me esqueça, fiquem à vontade para acrescentar os seus favoritos na relação. E sem mais delongas, vamos ao toplist.

01 – C. Auguste Dupin (Edgar Allan Poe)
Livro principal: “Assassinatos na Rua Morgue”
Seria uma baita injustiça abrir esse post omitindo o nome de C.Auguste Dupin, considerado o pai de todos os detetives. Muitos se enganam ao afirmar que foi Sherlock Holmes o primeiro detetive a aparecer nas páginas de um livro. Não. Este mérito deve-se a Auguste Dupin no romance “Assassinatos na Rua Morgue” escrito por Edgar Allan Poe em 1841. Por isso, o escritor americano é considerado o criador do primeiro detetive dos romances policiais. O curioso é que algum tempo depois, Poe ficou conhecido como um dos mestres do terror, ou seja, nada a ver com a literatura policial.
Além de “Asasassinatos na Rua Morgue”, Dupin só apareceu em outros dois contos: “A Carta Roubada” e “O Mistério de Marie Roget”, ambos publicados em 1845.
Nos três livros de Poe em que aparece, Dupin é retratado como uma pessoa excêntrica.
Nas histórias, Dupin não é um detetive profissional e suas motivações mudam ao longo das histórias. Ele investiga “Os Assassinatos da Rua Morgue” por diversão e para provar a inocência de um homem acusado injustamente, não aceitando recompensas. Já em “A Carta Roubada”, Dupin sai propositalmente em busca de recompensa. Na realidade,  o personagem é um poeta amador e solitário, mas com um grande poder dedutivo.
02 – Hercule Poirot (Agatha Christie)
Livros Principais: “Assassinato no Expresso Oriente”, “Morte no Nilo” e “O assassinato de Roger Ackroyd”.
Hercule Poirot surgiu em 1920 no romance “O Misterioso Caso Styles”. O detetive belga é o principal personagem criado pela “Rainha do Mistério” Agatha Christie. Ele esteve presente em dezenas de livros da autora, mas as suas principais aparições foram em “Assassinato no Expresso Oriente”, “Morte no Nilo” e “O Assassinato de Roger Ackroyd”.
Poirot é um personagem muito peculiar e nada modesto quanto a sua inteligência. Aliás, ele vive se gabando da forma como consegue utilizar as suas células cinzentas do cérebro. Sua marca característica é um grande e belo bigode, além de uma aparência elegante.
Trata-se de um investigador meticuloso e organizado, não deixando escapar nenhum detalhe da cena do crime. Dono de uma memória fantástica pode ser considerado um dos detetives mais inteligentes de todos os tempos.
03 – Miss Marple (Agatha Christie)
Livros Principais: “Convite para um homicídio” e “Testemunha ocular do crime”.
Esta velhinha que vive no vilarejo de St. Mart Mead, na Inglaterra, é fodástica! Não bastasse a inteligência de Hércule Poirot, a escritora Agatha Christie também nos presenteou com a lógica e a sagacidade de Jane Marple ou simplesmente Miss Marple.
Aparentemente é uma idosa comum, que se veste com roupas de lã e é vista, frequentemente, tricotando e tirando as ervas daninhas de seu jardim. Às vezes, é considerada confusa ou caduca, mas quando passa a resolver mistérios, mostra ter uma mente lógica e afiada, e um conhecimento incomparável da natureza humana com todas as suas fraquezas, forças, truques e excentricidades.
Ela protagonizou 12 romances e 20 contos escritos pela ‘Rainha do Crime’. Tanto crítica especializada quanto leitores são unânimes em afirmar que “Convite para um homicídio” é o seu melhor livro.
04 – Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle)
Livros Principais: “O Cão dos Baskerville”, “O Signo dos Quatro”, “O Problema Final” e “A Casa Vazia”.
O cara é fera. E como! Não existe crime perfeito para este investigador, do final do século XIX e início do século XX, idealizado por Arthur Conan Doyle. Famoso por utilizar, na resolução dos seus mistérios, o método científico e a lógica dedutiva baseada na observação dos fatos, Holmes é tido como o detetive perfeito.
Carismático e astuto, o personagem desvendou ao longo de seus quatros romances e 56 contos, crimes, à primeira vista, insolúveis.
Além da sua lógica dedutiva infalível, Holmes também é um mestre dos disfarces, tendo usado muitos deles em suas histórias, dos quais podemos citar: um marinheiro (em O Signo dos Quatro), um noivo embriagado (em "Um Escândalo na Boêmia"), um fumante de ópio (em "O Homem do Lábio Torcido"), um venerável padre italiano (em "O Problema Final") e uma mulher idosa (em "A Aventura da Pedra Mazarin").
Em 1983, Sir Arthur Doyle ficou cansado de se dedicar tanto às histórias de Holmes e resolveu matar o personagem no romance “O Problema Final” onde ele enfrenta pela última vez o seu arquiinimigo professor Moriarty que tem um intelecto á altura de Holmes.
O autor, depois da publicação de “O Problema Final”, passou a ser rejeitado pelos seus leitores e até sofreu agressões na rua e foi  obrigado a “ressuscitar” Holmes em “A Casa Vazia”.
05 – Philip Marlowe  (Raymond Chandler)
Livros principais: “O Sono Eterno”, “Janela para a morte”, “Para Sempre ou Nunca mais (Playback)”
Beberrão e sedutor, mas muito competente em suas investigações. Taí um rápido perfil do personagem criado por Raymond Chandler. A sua estréia aconteceu em 1939 no livro “O Sono Eterno”.
Como dito acima, Philip Marlowe é um beberrão incorrigível, além de ter uma atitude contemplativa e filosófica. Ele gosta  de xadrez e poesia. O detetive não teme riscos físicos nem de usar violência quando necessário. Moralmente correto, ele encontra em suas aventuras várias "mulheres fatais". Marlowe tem 38 anos e nasceu na California. Estudou em uma faculdade e tinha alguma experiência de investigador trabalhando para uma companhia de seguros e para a Promotoria de Los Angeles; foi despedido desse emprego por desacato. Ele é descrito como tendo 1,85 m de altura e 86 quilos. Seu escritório fica no número 615 do sexto andar do Edifício Cahuenga Building, situado na Hollywood Boulevard. Ele fuma e prefere cigarros Camels. Em casa, faz uso de um cachimbo.
O detetive particular bebe uísque ou conhaque e costuma embriagar as pessoas durante os trabalhos de investigação quando precisa que elas falem.
Marlowe aparece em oito livros escritos por Chandler.
06 – Alex Cross (James Patterson)
Livros principais: “Na Teia da Aranha”, “O beijo da Morte” e “Eu, Alex Cross”
James Patterson criou um personagem que ganhou a simpatia dos leitores amantes do gênero policial contemporâneo. Ao longo de uma década, os livros do investigador Alex Cross estouraram em vendagens em todo o mundo, atingindo os primeiros lugares na lista dos bestsellers  policiais.
O personagem criado há 25 anos no livro “Na Teia da Aranha” - que acabou sendo adaptado para o cinema em 2001 com o fantástico Morgan Freeman no papel de Cross – é um dos mais inteligentes e dedutivos investigadores da era moderna.
Cross era uma estrela em ascensão na Polícia de Washington DC quando um desconhecido assassinou sua mulher, Maria, à sua frente. Anos mais tarde, Alex deixa as forças de segurança e regressa à carreira de psicólogo, revelando-se um bem-sucedido escritor de livros policiais. A vida com a sua avó, Nana Mama, e os filhos Damon, Jannie e o pequeno Alex parece correr na perfeição, e o detetive admite mesmo viver um novo amor.
É nesta fase que John Sampson, o seu antigo parceiro na Polícia, lhe pede ajuda para capturar um perigoso criminoso. Cross, então,  regressa à ação, sem saber que se prepara para enfrentar o assassino da sua própria mulher.
Por ser psicólogo, ele tem condições de traçar com perfeição o perfil psicológico dos criminosos através de seu modus operandi, estando sempre um passo á frente dos assassinos ou serial killers que enfrenta.
07 – Sam Spade (Dashiell Hammett)
Livros Principais: “O Falcão Maltês”
Sam Spade é apontado como o primeiro investigador durão da literatura policial. Ele ficou imortalizado nas páginas do clássico “O Falcão Maltês”. O personagem é do tipo que fala a linguagem das ruas e não leva desaforo para a casa. Os bandidos que cruzarem o seu caminho estão arriscados a levar alguns sopapos ou até mesmo chumbo quente.
Spade rompeu o paradigma do detetive bom moço, sobrevivendo em círculos regados a violência e corrupção, e valendo-se de pitadas de astúcia, sarcasmo e jogo de cintura para driblar as ciladas da vida. Ele mora
e trabalha em San Francisco, Califórnia, onde mantém um modesto negócio de investigação. Sendo um fumante inveterado, os seus cigarros da marca Bull Durham, são cuidadosamente feitos à mão.
O seu criador, Dashiell Hammett, descreve Spade em “O Falcão Maltês” como um homem de 38 anos com compleição física bem delineada. Cabelos castanho-claro, 1,90 metros de altura, olhos amarelo-pardos, nariz adunco, maxilar longo e ossudo, além de espessas sobrancelhas.
O livro “O Falcão Maltês” lançado em 1930 fez tanto sucesso que acabou adaptado para o cinema em 1941com Humphrey Bogart no papel de Sam Spade.
Vale lembrar que Hammett escreveu apenas um romance (“O Falcão Maltês) e três contos com Sam Spade
08 – Cormoran Strike (Robert Galbraith)
Livros principais: “O Chamado do Cuco”, “O Bicho da Seda” e “Vocação para o Mal”
Para quem não sabe, Robert Galbraith é o pseudônimo usado por J.K. Rowling para escrever a série de livros policiais com o detetive Cormoran Strike. E esse detetive é da hora. Tão da hora que resolvi incluí-lo nesta  galeria. Até agora foram publicados três livros com o personagem – “O Chamado do Cuco”, “O Bicho da Seda” e “Vocação para o Mal” – sendo que o quarto – “Lethal White” - já está a caminho.
O carisma de Strike é tão grande que as suas aventuras acabaram se tornando uma série de televisão. Isto mesmo! A BBC One produziu e a HBO distribuiu.
O personagem desenvolvido por Rowling é um detetive particular, que serviu no Afeganistão com o exército, mas foi obrigado a pedir licença médica após perder a perna num acidente. Por isso é ele usa uma prótese que não o impede nada de mergulhar nos mais intrincados e perigosos casos.
Ele conta com a ajuda de uma secretária chamada Robin que tem uma intuição incrível para o ramo e um certo fascínio pela profissão.
No livro que abre a série (“O Chamado do Cuco”), Strike é contratado para investigar o caso da morte de uma supermodelo chamada Lula Landry, que todos pensam ter cometido suicídio, mas na realidade foi assassinato.
09 – Delegado Espinosa (Luiz Alfredo Garcia-Roza)
Livros principais: “O Silencio da Chuva”, “Uma janela em Copacabana” e “Céu de Origamis”
Pois é galera, eu não poderia deixar de incluir nesta toplist um detetive da nossa literatura brasileira e, diga-se, muito bem representada pelo incrível delegado Espinosa.
Trata-se de um personagem marcante da literatura policial brasileira criado em 1996 pelo escritor Luiz Alfredo-Roza, professor universitário que se tornou romancista e acabou escrevendo uma série de livros com o personagem. A estréia do delegado Espinosa foi na obra “O Silencio da Chuva”,  muito elogiado pela crítica.
No enredo, Espinosa é um delegado e investigador de polícia em Copacabana, onde está localizada a sua delegacia. Suas histórias, embora ambientadas no Rio de Janeiro, fogem do estereótipo ao apresentar casos muito mais relacionados a dramas pessoais mal-resolvidos do que aos temas recorrentes do narcotráfico e da venda de armas. 
Espinosa é um investigador culto, metódico e principalmente ético. Para ser mais exato: incorruptível. O personagem criado por Garcia-Roza virou protagonista de uma série de TV chamada “Romance Policial – Espinosa” exibida em 2015 no canal GNT. O metódico detetive foi interpretado pelo saudoso ator Domingos Montagner.
10 – Lisbeth Salander (Stieg Larsson)
Livros Principais: Saga Millennium (“Os Homens que não amavam as mulheres”, “A menina que brincava com fogo” e “A rainha do castelo de ar)
Esta garota é incrível. Olha lá, heim... não vá me dizer que você detesta Lisbeth Salander da série literária Millennium escrita pelo sueco Stieg Larsson. Não faça isto. Cara, a personagem é muito peculiar e não tinha como deixá-la fora dessa lista.
Lisbeth está longe de ser considerada uma investigadora comum. Vejam só: ela é uma jovem hacker, magra e pálida cheia de piercings e tatuagens - da qual se destaca um enorme dragão em suas costas. Tem uma personalidade hostil, violenta, obsessiva, vingativa, paranoica, altamente introvertida e antropófoba, ou seja, tem pavor ao contato humano. “Pera aí? E você ainda me diz que essa personagem é fantástica?!!” - Olha, não preciso explicar nada, basta você ler a série de  livros escrita por Larsson e entenderá o meu gosto. Capisce?
A hacker apanha os criminosos utilizando meios tecnológicos, É inteligente, tem memória fotográfica e raciocínio rápido. Lisbeth presta serviços para uma empresa de espionagem corporativa.
Taí galera, qual o seu detetive preferido?
Até mais!

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