28/12/2019

10 livros de aventura que mais gostei de ler e que não podem faltar em sua estante


Dúvidas cruéis: aproveito este final de semana para organizar a minha estante de livros que está uma bagunça danada; prossigo a leitura de “VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue” que estou achando viciante; lavo a minha roupa - estamos sem empregada... Ah! O “estamos” refere-se também a Lulu; preparo a pauta de uma entrevista para segunda-feira ou... me acomodo na frente do meu computador e escrevo uma postagem para o blog?
Cara, acabei optando pela última proposta porque caso contrário, não iria manter cronograma que adotei como regra para a publicação dos posts. Esse cronograma significa um post a cada três ou quatro dias. Bem, chega de explicações e vamos a nossa postagem de hoje.
Galera, creio que os livros de aventura fazem parte da vida de qualquer leitor, pois não há quem resista aquelas peripécias fantásticas aprontadas pelos personagens dos nossos livros preferidos. Adoro livros com essas características. Na minha opinião, não existe gênero melhor para espairecermos, um pouco, e esquecermos da correria do nosso dia a dia.
Na lista de hoje optei por excluir as obras que fazem parte de alguma saga. Foi uma opção minha porque teria de escolher um livro entre cinco, sete, oito, dez ou até mais. Por isso, optei por escolher apenas obras únicas – com exceção de “O Temor do Sábio” que ainda não pode ser considerado como parte de uma saga, já que Patrick Rothfuss vem enrolando há ‘milênios’ o lançamento de “Os Portões de Pedras” que deve fechar as aventuras de Kvothe; e também “As Crônicas de Nárnia” que apesar de muitos entenderem ser uma saga, chegou a ter os seus sete livros lançados num único volume que acabou se tornando mais conhecido do que os livros separados.
Ah! Mais um detalhe. Optei por escolher apenas as obras que já tive a oportunidade de ler e portanto, por conhece-las muito bem, tenho mais segurança para comentá-las e indica-las.
Sem mais lero, lero, vamos a elas:
01 – Primeiro Sangue (David Morrell)
Primeiro Sangue” – que deu origem ao filme Rambo com Sylvester Stallone - é um livro que rompe os paradigmas das histórias de heróis e vilões, bandidos e mocinhos. Morrell optou por um contexto onde não existem heróis, mas apenas vilões. Rambo e o Xerife Teasle são verdadeiros homens das cavernas que não aceitam mudar os seus princípios mesmo quando estão errados. Esta desmistificação dos romances tradicionais torna a leitura ainda mais interessante, pois você não tem aquele personagem certinho e de princípios ou, então um anti-herói para torcer. No livro de Morrel, todo mundo é vilão mesmo! Caçado e caçadores. Um querendo ver o sangue do outro. Isto faz com que as vezes você acabe torcendo para o problemático Rambo e em outras, para o “mala” do xerife.
Diferente de “Rambo – Programado para Matar” que passou nos cinemas em 1982 e abriu a série de filmes que prossegue até nos dias de hoje, o personagem do livro não pensa duas vezes em puxar o gatilho para eliminar quem entrar em seu caminho; para ele a sua única amiga é a liberdade e para alcançá-la é capaz de tudo. O ex-combatente provoca várias mortes, incluindo pessoas inocentes, tudo para conseguir fugir e se ver livre.
O embate entre Rambo e Teasle é eletrizante e ao contrário do filme, o personagem não usa uma faca multifuncional, mas apenas um rifle e isso já é o suficiente para provocar uma chacina durante a sua fuga. 
02 – O Temor do Sábio (Patrick Rothfuss)
Li este livro numa das fases mais difíceis da minha vida: quando perdi o meu pai, o saudoso Kid Tourão que ilustrou tantas postagens desse blog (para aqueles que ainda não leram, basta acessarem aqui, aqui, aqui ,também aqui e novamente aqui). Acredito que se fosse um outro livro teria abandonado a sua leitura, pois estava num processo inicial de luto terrível, com o coração dilacerado, mas no final, “O Temor do Sábio” acabou me ajudando a amenizar essa fase. A história é fantástica. Se “O Nome do Vento” é uma obra mais descritiva, a sua sequência, ao contrário, é pura adrenalina.
“O Temor do Sábio” mostra as aventuras do personagem Kvothe fora do ambiente da Universidade onde aprendeu os seus truques de magia e simpatia. O pequeno arcanista viaja para terras estranhas, perigosas e encantadas em busca de aventura. Vemos um Kvothe muito diferente do primeiro: mais ousado, inclusive com as mulheres. “O Temor do Sábio” marca a transformação de um menino em homem. Rothfuss mostra um personagem herói e ao mesmo tempo assassino.
O ritmo de escrita do autor é alucinante. Todos os capítulos não negam fogo, mas na minha opinião, o trecho sobre os ademrianos é ‘estupidamente fantástico’. Cara, Kvothe tem que provar que é bom, de fato, já que decide aprender a lutar com um grupo de mercenários que defende sua cultura milenar com garras afiadas, não permitindo que nenhum estranho conheça os segredos de sua arte.  O nosso herói, então, tem que provar que é merecedor desse privilégio passando por várias provas arriscadas colocando em jogo a sua própria vida. Incrível!
Costumo dizer que “O Temor do Sábio” transpira ação em suas páginas.
03 – O Enxame (Arthur Herzog)
O livro lançado em 1976 pela Artenova é fantástico e volta e meia o releio ou então dou uma folheada em algumas partes. Pena que o filme baseado na obra e que passou nos cinemas em 1978 foi um verdadeiro fiasco apesar de ter contado com um elenco estelar, na época, incluindo Michael Caine, Richard Chamberlain, Henry Fonda, Richard Widmark e Katharine Ross, entre outros.
Herzog usou um método inovador na época, deixando de lado a introdução, prólogo, prefácio e outros inícios convencionais de obras, para estampar logo de cara em seu livro notícias de ataques de abelhas africanas em várias parte do mundo. As duas páginas, antes do 1º capítulo, contem textos jornalísticos sobre os estragos provocados pelas abelhas, além de relatos que indicam o surgimento de uma nova espécie mortífera do animal.
Confesso que foi um golpe de mestre de Arthur Herzog, pois antes mesmo de começar a história - propriamente dita – ele já consegue fisgar a atenção do leitor apresentando escancaradamente o vilão. E mais; pintando esse vilão com tinta vermelha para alertar sobre a sua letalidade. 
O Enxame” é um romance cheio de tensão e para ler numa só tacada. Como já disse uma verdadeira joia rara que só será encontrada nas prateleiras de algum sebo. Mas tenha em mente que a procura valerá a pena.
04 – A Marca do Zorro (Johnston McCulley)
Há histórias simples que apesar de toda a sua falta de sofisticação e profundidade tem o dom de prender os leitores da primeira à última página. Uma dessas obras chama-se “A Marca do Zorro”, de Johnston McCulley, lançada em 1924. O livro é desprovido de todo aquele glamour existente em “Zorro: Começa a Lenda”, da escritora chilena Isabel Allende, mas tem dois ingredientes que o transformam numa obra deliciosa. Estes ingredientes chamam-se: magia e aventura.
Na obra de McCulley, o que vale, de fato, é a “AVENTURA” e com todas as letras maiúsculas. O enredo é uma verdadeira montanha russa permeado de duelos de espada, traições, paixões desenfreadas, vinganças e personagens um pouquinho caricatos, mas que mesmo assim convencem.
No livro de McCulley, o jovem fidalgo Don Diego Vega assume a identidade secreta de “El Zorro” (“a raposa”) para defender o povo explorado pelos soldados espanhóis que dominam a região de San Juan Capistrano, no México. 
Livraço do gênero aventura!
05 – Os Três Mosqueteiros (Alexandre Dumas)
Alexandre Dumas conseguiu escrever um livro para todas as idades e que apesar do tempo – foi publicado pela primeira vez em 1844 – ainda continua sendo lido prazerosamente pelos jovens e adultos deste novo milênio. Este é um dos motivos que faz com que a obra de Dumas seja considerada um divisor de águas no gênero, com o poder de “enfeitiçar e seduzir” leitores há mais de 170 anos. 
O sucesso de “Os Três Mosqueteiros” foi tanto que deu origem a inúmeras peças de teatro, produções cinematográficas e televisivas.
A história é por deveras conhecida por adultos, crianças, adolescentes e idosos, ou será que você não se recorda daquele jovem gascão, de 18 anos, destemido e aventureiro que um dia resolve deixar o seu velho pai para tentar realizar o sonho de tornar-se membro do corpo de elite dos guardas do rei da França, os famosos mosqueteiros. Chegando a Paris, após algumas aventuras e confusões, esse jovem chamado D’Artagnan conhece três mosqueteiros apelidados de "os inseparáveis”: Athos, Porthos e Aramis. Juntos, os quatro enfrentam grandes aventuras a serviço do rei da França, Luís XIII, e principalmente da rainha Ana d’Áustria.
Os duelos de espada descritos por Dumas conseguem prender a atenção dos leitores de tal maneira que torna-se impossível dar uma simples piscada.
06 – O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)
Perdoem-me, mas vou ter que ser repetitivo, já que terei de incluir nessa lista um outro livro de Alexandre Dumas. À exemplo de “Os Três Mosqueteiros”, a saga do marinheiro Edmond Dantes que após ser traído por um grupo de “amigos” acaba indo parar na terrível prisão do Castelo de If, além de perder a sua amada noiva Mercedes com a qual iria se casar, prende a atenção do mais relapso dos leitores.
O livro tem passagens fortes e emocionantes, entre as quais o encontro do de Dantes, após conseguir escapar da prisão, com a sua ex-noiva, agora casada com um de seus amigos traidores: Fernand Mondego.
Apesar de ter a classificação de literatura infanto-juvenil, “O Conde de Monte Cristo” tem passagens fortes e marcantes. Por isso, posso classificá-lo de extremamente vigoroso. O enredo magnífico nos prende como a teia de aranha tecida por Dantes para se vingar de seus inimigos.
07 – As Crônicas de Narnia (C.S. Lewis)
O livro de C.S. Lewis é bárbaro! “As Crônicas deNárnia” tem o poder de levar o leitor para o interior de suas páginas. Olha, imagine que você leitor, seja Bastian – aquele garoto do filme Never Ending History – e “As Crônicas de Nárnia” o próprio livro História Sem Fim.  Pois é, é como se você entrasse no âmago da história e também passasse a fazer parte dela, vivendo as mesmas aventuras dos seus personagens.
Adultos e crianças viajaram bem fundo com as peripécias de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia que certo dia foram parar no reino de Nárnia. Lá deixaram de ser crianças comuns para se tornarem reis e princesas de uma terra mágica. Quem não se encantou com o enigmático e justo leão Aslan; com o valente príncipe Caspian ou, então, torceu pela queda da maldosa feiticeira?
Todos os sete volumes de “As Crônicas de Nárnia” foram escritos entre 1949 e 1954, tendo sido publicados originalmente no Reino Unido pela editora Harper Collins entre 1950 e 1956.
Li a obra da editora Martins Fontes de 750 páginas – que relançou os sete livros numa única edição - em poucos dias e ainda me lembro que graças a ela perdi madrugadas de sono, já que os sete livros de Lewis são viciantes. Não dá para ficar imune as batalhas épicas entre o bem e o mal, as criaturas fantásticas, traições, feitos heroicos e amizades (ganhas e perdidas).
Se você gosta de aventuras, esta edição especial da Martins Fontes não pode faltar em sua estante.
08 – A Tormenta: A história real de uma luta de homens contra o mar (Sebastian Junger)
A história do naufrágio do barco de pesca Andrea Gail - na costa da Nova Escócia, após enfrentar uma violenta tempestade com ondas de mais de 30 metros - ocupa uma boa parte de “A Tormenta: A história real de umaluta de homens contra o mar”, mas não toda ela. O livro de Sebastian Junger, como o próprio título aponta, é a história de vários homens e mulheres que em outubro de 1991 enfrentaram uma tempestade criada por uma combinação de fatores que os meteorologistas a consideraram a “tempestade perfeita” ou a “tempestade do século”. A tormenta atingiu várias cidades de Massachusetts, mas a pior parte ficou reservada para os pescadores de espadarte do porto de Gloucester, principalmente aqueles que no momento do fenômeno se encontravam com os seus barcos em alto mar. É a história desses heróis e heroínas que Junger oferece – num cardápio de primeira – para os seus leitores.
Neste contexto, o drama dos pescadores acaba se fundindo com a história dos paraquedistas de resgate, conhecidos por PRs, que muitas vezes são obrigados a driblar o terror de enfrentar ondas da altura de um edifício de 10 andares para poderem salvar vidas que estão por um fio no mar bravio.
Posso garantir que a partir do momento que você embarca nessa aventura jornalística não há como parar. Nem mesmo algumas explicações técnicas e um pouco cansativas sobre como se formam as grandes tempestades conseguem quebrar o ritmo da obra.
09 – O Destino do Poseidon (Paul Gallico)
O enredo literário do transatlântico que vira de cabeça para baixo após ser atingido por um vagalhão e mostra a luta de um grupo de sobreviventes para chegar ao casco antes que a embarcação afunde é imperdível.
Considero a edição de bolso, surrada, de “O Destino doPoseidon”, publicada pela Edibolso em 1978, o meu talismã. E posso garantir que valeu a pena todo o sacrifício para adquiri-lo, pois foi um dos livros que mais me tocou, chegando ao ponto de me obrigar dar um tempo na leitura dos contos de “O Incrível Homem que Encolheu”, somente para reler a obra de Gallico. E olha que eu dei um “breque” numa obra de Richard Matheson! Guardo esse talismã em minha estante como uma joia rara.
“O Destino do Poseidon” conta a história de uma catástrofe em alto mar que prende o leitor da primeira à última página. O S.S. Poseidon, um antigo e gigantesco transatlântico convertido em navio de cruzeiro, transportando mais de 500 passageiros numa viagem de réveillon, é atingido por uma gigantesca onda que acaba virando o navio de cabeça para baixo. No meio dessa tragédia temos dois grupos de sobreviventes: um composto por pessoas conformadas que preferem aguardar o salvamento no meio dos destroços e outro grupo formado por aventureiros que decidem encarar uma viagem cheia de perigos até o casco do navio que se encontra na superfície. O livro é sobre esses aventureiros. Suas vitórias, derrotas, tristezas, alegrias, desentendimentos, traições, provas de amizade e coragem, durante essa jornada suicida.
10 – Anjos e Demônios (Dan Brown)
“Anjos e Demônios” lançado em 2004 e que também virou um filmaço, tem um Dan Brown em seus melhores dias. Cada capítulo é uma verdadeira loucura com enigmas, traições, perseguições, enfim, um enredo que vicia o leitor, evitando que fique longe do livro por muito tempo.
Anjos e Demônios’ é considerada a primeira aventura do professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon, onde ele tenta impedir que uma antiga sociedade secreta destrua a Cidade do Vaticano.
Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, o emblemático professor é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisas na Suíça.
Langdon descobre indícios de algo inimaginável: a assinatura macabra no corpo da vítima - um ambigrama que pode ser lido tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo - é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade considerada extinta há quatrocentos anos.
A antiga sociedade ressurgiu disposta a levar a cabo a lendária vingança contra a Igreja Católica, seu inimigo mais odiado. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal.
Correndo contra o tempo, Langdon voa para Roma junto com Vittoria Vetra, uma bela cientista italiana para tentar evitar a catástrofe.
Taí galera! Se vocês apreciam o gênero aventura, mãos à obra; escolham o seu preferido e boa leitura!

25/12/2019

10 livros que vão virar filmes em 2020


Durante a semana recebi alguns e-mails de leitores perguntando se o blog já tinha uma lista de livros que seriam adaptados para o cinema em 2020. Aliás, é praxe nessa época do ano, sites, blogs e outras redes sociais elaborarem relações e mais relações de obras literárias que estarão pintando nas telonas no ano vindouro.
Então, está aí galera; para vocês que enviaram as suas mensagens para o blog pedindo uma lista de adaptações das páginas para a sétima arte, vamos com alguns livros que, certamente, terão os seus enredos ‘deslocados’ para as telonas.
01 – Mulherzinhas (Louisa May Acott)
O livro de Louisa May Alcott, escrito originalmente em 1868, é considerado um clássico da literatura americana, e alguns críticos – tanto literários quanto cinematográficos – são unânimes em dizer que a sua adaptação para o cinema já deveria ter sido feita há muito tempo. Pois é, para a alegria desse pessoal, o filme que se chamará Adoráveis Mulheres deve estrear nas telonas em 09 de janeiro de 2020.
Alcott relata na obra quatro anos na vida das irmãs March — Meg, Jo, Beth e Amy. Enquanto o patriarca luta na Guerra Civil Americana e a mãe tem de trabalhar para sustentar a família, as quatro filhas precisam cooperar entre si para manter a unidade familiar. Mulherzinhas é um romance moderno e atemporal que fez sua autora ser reconhecida como uma escritora que abordou questões feministas de forma leve e aberta.
Adoráveis Mulheres terá um elenco estrelado por: Emma Watson, Saoirse Ronan, Meryl Streep e Timothée Chalamet.
02 – Compaixão – Uma História de Justiça e Redenção (Bryan Stevenson)
O livro Compaixão - Uma História de Justiça e Redenção de Bryan Stevenson que conta a sua história real recebeu rasgados elogios da crítica americana, tanto é que ficou por três anos na lista dos mais vendidos do jornal “The New York Times”.
Stevenson era um jovem advogado quando fundou um escritório de advocacia dedicado à defesa daqueles mais necessitados e em desespero, ou seja, os pobres, os condenados erroneamente, além de mulheres e crianças reféns do sistema de justiça criminal. Um de seus primeiros casos foi o de Walter McMillian, um jovem sentenciado à morte por um notório assassinato que insistentemente alegava não ter cometido. O caso colocou Bryan dentro de uma teia de conspiração, intriga política e manipulação dos limites legais - e transformou para sempre sua compreensão sobre compaixão e justiça.
Stevenson será vivido pelo ator Michael B. Jordan que fez nos cinemas o lutador Adonis, treinado por Rock Balboa (Sylvester Stallone) nos filmes Creed – Nascido para Lutare Creed II. Já, o seu cliente, condenado à cadeira elétrica será vivido por Jamie Foxx.
O filme que receberá o título de Luta por Justiça chega aos cinemas em 27 de fevereiro.
03 – Artemis Fowl (Eoin Colfer)
Artemis Fowl é uma série de livros escrita por Eoin Colfer que foi best-seller no Brasil por várias semanas. Artemis Fowl é um misto de policial, ação e fantasia. A saga, formada por oito livros, foi publicada no período de 2001 a 2012 e conta a vida de Artemis Fowl, um garoto de 12 anos, único herdeiro da família Fowl, que tem o maior Q.I. da Europa e uma frieza perceptível. Ele usa essa inteligência fora do comum para fins muito pouco nobres.
Artemis é o único herdeiro do clã Fowl, uma lendária família de personagens do submundo, célebres na arte da trapaça. O garoto imagina um plano para recuperar a fortuna de sua família, após o desaparecimento misterioso de seu pai. O problema é que o seu plano pode derrubar civilizações e mergulhar o planeta numa guerra entre espécies. 
Num certo dia ele descobre um local mágico chamado mundo das fadas. É quando ele tem a “brilhante” ideia de roubar a fortuna local e sequestrar um elfo, cobrando um resgate para libertá-lo. O que ele não esperava era se deparar com a capitã Holly Short, uma elfo valente e irritada, pertencente a unidade de elite da polícia das fadas. Resultado: em pouco tempo, Artemis se vê em meio a um exército de fadas, gnomos, duendes, elfos e trolls, com armas muito mais avançadas que as dos humanos.
O filme produzido pela Walt Disney e dirigido por Kenneth Branagh estava programado para estrear este ano, mas foi adiado para 2020, provavelmente no mês de maio.
04 – A Volta do Parafuso (Henry James)
A obra de Henry James já foi adaptada para o cinema inúmeras vezes, mas esta versão que deve estrear nos cinemas brasileiros em 05 de março, traz algumas particularidades. A primeira delas e mais importante é que será produzida pelo gênio Steven Spielberg e a segunda, porque é uma versão modernizada da trama que traz dois atores mirins que prometem muito: Finn Wolfhard (o Mike da série Stranger Things) e Brooklynn Prince (que arrasou em Projeto Flórida). A direção é da italiana Floria Sigismondi, que já dirigiu diversos videoclipes e alguns episódios de séries famosas, como O DemolidorAmerican Gods e The Handmaid's Tale.
A Volta do Parafuso conta a história de uma jovem mulher que consegue seu primeiro emprego como babá de duas crianças aparentemente belas e inocentes. A menina Flora e o menino Miles são ingênuos, charmosos e encantadores, cativando a jovem logo de início. No entanto, aos poucos, a babá começa ver um lado peculiar dessas crianças, que moram em uma imensa casa em um local afastado.
Durante sua estadia na misteriosa casa a empregada começa perceber fenômenos estranhos: “figuras” distantes que lançam olhares de cima de torres escuras e janelas empoeiradas – supostamente fantasmas silenciosos que, a cada dia, se aproximam mais dela e das crianças.
Esta nova versão de A Volta do Parafuso dirigida por Spielberg vai se chamar Os Orfãos.
05 – Por Lugares Incríveis (Jennifer Niven)
O livro Por Lugares Incríveis, da autora americana Jennifer Niven, lançado em 2015, continua sendo um dos livros mais vendidos do momento; prova disso é que ainda faz parte dos principais Toplist literários  do País. Tanto sucesso assim, levou a Netflix decidir produzir um filme baseado no livro.
Niven conta a história de uma garota chamada Violet Markey que tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, Violet se afasta de todos e tenta descobrir como seguir em frente.
Do outro lado temos, Theodore Finch, um garoto considerado o esquisito da escola e por isso, perseguido pelos valentões e obrigado a lidar com longos períodos de depressão. Como não bastasse esse problema, ele ainda tem que aturar um pai violento e a apatia do resto da família.
Enquanto Violet conta os dias para o fim das aulas, quando poderá ir embora da cidadezinha onde mora, Finch pesquisa diferentes métodos de suicídio e imagina se conseguiria levar algum deles adiante. Em uma dessas tentativas, ele vai parar no alto da torre da escola e, para sua surpresa, encontra Violet, também prestes a pular. Um ajuda o outro a sair dali, e essa dupla improvável se une para fazer um trabalho de geografia: visitar os lugares incríveis do estado onde moram. Nessas andanças, Finch descobre em Violet alguém com quem finalmente pode ser ele mesmo, e a garota para de contar os dias e passa a vivê-los.
A boa notícia para os fãs dessa obra literária é que a Netflix já definiu a data da adaptação cinematográfica que deve ‘bombar’ no canal de streaming no dia 28 de fevereiro.
06 – O Jardim Secreto (Frances Hodgson Burnett)
Putz, como me emocionei lendo esse livro. O Jardim Secreto, escrito por Frances Hodgson Burnett em 1911é tido um dos livros infanto-juvenis mais importantes do século 20.
A história da pequena Mary, uma órfã de 10 anos, que vai viver com o tio em um casarão na Inglaterra, onde também encontra Dickon, um menino que conversa com as plantas e os animais, e Colin, um pequeno lorde, doente e isolado em um dos quartos, é emocionante. O filme nos ensina a importância da verdadeira amizade e como ela pode transformar a vida das pessoas.
O livro de Frances Burnett já havia sido adaptado para os cinemas 1993 e agora, após 26 anos, ganhará uma versão mais modernizada. O remake deve estrear no Reino Unido em 17 de abril de 2020. No Brasil, ainda não há previsão de lançamento, mas com certeza não irá demorar.
07 – O Homem Invisível (H.G. Wells)
O Homem Invisível, de H.G. Wells, publicado pela primeira vez em 1897, ganhou diversas adaptações para os cinemas desde o seu lançamento. A mais recente foi O Homem Sem Sombra (2000) dirigido por Paul Verhoeven e estrelado por Kevin Bacon, Elisabeth Shue e Josh Brolin. Agora a Universal Pictures promete para fevereiro de 2020 O Homem Invisível, remake recente da história escrita por Wells.
Esta nova adaptação atualiza o clássico e mostrará Adrian Griffin (Cohen), um brilhante cientista que vive um relacionamento abusivo com Cecilia Kass (Moss). Após conseguir se livrar do marido, Kass recebe a informação de que ele está morto, mas algum tempo depois passa a ser perseguida pelo cara, que conseguiu desenvolver uma forma de ficar invisível. 
A nova versão de O Homem Invisível é dirigida por Leigh Whannell.
08 – Para Todos os Garotos Que Já Amei (Jenny Han)
E tem mais produções da Netflix na parada. Além de Por Lugares Incríveis, o famoso canal de streaming também preparara para 2020 a adaptação para os cinemas da continuação do livro Para Todos os Garotos Que Já Amei da autora americana Jenny Han. No livro, Lara Jean está tentando se adaptar com a ideia de ter um relacionamento sério pela primeira vez. Quando está se acostumando com o fato, um menino por quem era apaixonada anos atrás ressurge, despertando novamente seus sentimentos.
A curiosidade dessa produção é que por ser descendente de orientais, a autora do livro fez questão de que as personagens de sua obra fossem retratadas por atrizes de origem asiática no filme. A personagem de Lara Jean tem a mãe coreana, e a atriz principal (Lana Condor) é vietnamita.
09 – After – Depois da Verdade (Anna Todd)
A continuação de Afterda autora Anna Todd também vai ganhar uma adaptação. O livro conta a história de Tessa, que tenta esquecer Hardin, o jovem caótico e revoltado que partiu seu coração em vários pedaços. Mas ela está prestes a descobrir que alguns amores não podem ser superados.
Para quem não sabe, After é o título de uma série de cinco romances escritos por Todd e publicados a partir de 2015, que se tornaram emblemáticos do gênero de ficção na categoria conhecida por "New Adult", contando com protagonistas na faixa etária entre os 18 e 30 anos.
Antes de se tornar um fenômeno editorial, a série After já havia batido a marca de um bilhão de acessos na plataforma de leitura Wattpad.
O filme que se chamará After – Depois da Verdade estreia em 2020 e será baseado no segundo livro da série. A direção será de Roger Kumble, conhecido pelo clássico Segundas Intenções.
10 – Morte no Nilo (Agatha Christie)
Uhauuuu!! É claro que não poderia faltar em 2020 uma adaptação para as telonas de um clássico da “Rainha do Crime”. E o livro escolhido para essa missão foi Morte no Nilopublicado originalmente em 1937 e considerado um dos casos mais famosos do icônico detetive belga Hercule Poirot, criado por Agatha Christie.
A obra é apregoada pela própria autora como um de seus melhores livros sobre viagens internacionais e inspirado em uma de suas estadias no Egito.
Morte no Nilo conta a história de Linnet Ridgeway, uma jovem que parece ter tudo: beleza, dinheiro, Inteligência e talento para os negócios. Porém, ao partir com o seu noivo para um cruzeiro no rio Nilo, ela descobre que também tem inimigos.
Quando um crime é cometido a bordo, as pistas apontam para uma moça que tem um álibi incontestável. Mas o detetive Hercule Poirot, de férias no mesmo navio, tem um palpite de como solucionar o mistério.
As filmagens de Morte no Nilo começaram em outubro desse ano e a sua estreia está prevista para o mês de outubro de 2020. O filme pode ser encarado como a sequência de Assassinato no Oriente Express. A direção será de Kenneth Branagh. A novidade é que Gal Gadot, a eterna ‘Mulher Maravilha’, fará parte do elenco.
Taí galera, espero que tenham apreciado a lista.
Inté!

22/12/2019

Jantar Secreto


Pelas obras desses dois autores que eu já tive oportunidade de ler, posso dizer que o Brasil já possui as suas referências em dois gêneros literários. No terror, cito César Bravo que começou publicando suas histórias na internet e hoje está numa das maiores editoras do País, a Darkside, após ter o seu talento merecidamente reconhecido. No gênero Suspense/Policial, Raphael Montes domina com toda a tranquilidade, tanto é que apesar de ainda jovem (29 anos), seu nome é citado com frequência por grandes escritores consagrados no exterior.
Resolvi ler Jantar Secreto, após ter tomado conhecimento de um grande número de críticas favoráveis à obra nas redes sociais. Adorei. Livraço. Montes mescla com maestria cenas tensas e algumas vezes violentas com humor, mas não um humor chinfrim ou comum; o humor de Jantar Secreto é ácido, mas muito engraçado. E é esse tipo de humor que contrabalança os trechos ‘trucões’ do romance; e bota ‘trucões’ nisso.
Para ‘digerir’ algumas passagens – como por exemplo a do matadouro, da motosserra, da preparação dos jantares macabros, além de outras, mas principalmente as cenas envolvendo o matadouro – é preciso ter estômago forte, e por isso, se não houvesse um certo equilíbrio, a história se tornaria por demais violenta e de difícil digestão.
Personagens como Cora Coralina, Leitão e mais para o final do livro, Soninha Klein, Albertina, Kiki e o político corrupto Ataíde – no impagável trecho envolvendo o último jantar de ‘carne de gaivota’ – funcionam como temperos atenuantes para os momentos mais violentos e tensos do enredo.
Por exemplo, o último jantar secreto do livro, já nos capítulos finais, é uma digna cena do cineasta Quentin Tarantino em seus melhores dias. Achei fantástico. Neste capítulo, o leitor é surpreendido com cenas pesadas – como já disse para aqueles que tem estômago forte – mas na sequência, temos trechos deliciosamente hilários, transformando a receita violência + tensão + humor, num delicioso bolo de humor negro.
Me encolhi com os momentos em que uma terrível motosserra entrava em ação fazendo coisas... Brrrrrr..... Mas logo depois, vinham os impropérios desferidos por uma Soninha Klein, loucaça e completamente fora de si, durante um strip-tease forçado; a crise diarreica da socialite Albertina que no ápice de seus quase 80 anos, apesar da situação tensa e perigosa pela qual passava, ainda conseguia mandar todo mundo tomar no... enquanto soltava o barro por toda a sala; Ataíde, o político, corrupto que... bem, deixe-me parar por aqui, se não vou ficar empolgado e acabar soltando spoilers. Na minha opinião, esse capítulo de Jantar Secreto pode ser classificado como antológico. Percebi até mesmo algumas referências para o clássico “A Noite dos Mortos Vivos” de George A. Romero.
Raphael Montes
Mas é evidente que a obra de Montes não se resume apenas nesse capítulo; o livro inteiro é excelente. Personagens carismáticos, em nada caricaturais, e enredo instigador são outros ingredientes que prendem a atenção do leitor. E claro, não poderia faltar a grande reviravolta final. Quando você pensa que o desfecho caminha para algo natural, já que não havia como fugir daquele parâmetro, eis que no final: Pimba!!! Chega rasgando um plot twist. Juro que não esperava por aquilo, meu palpite era outro, ou seja, aquele o qual o autor queria que acreditássemos ser o óbvio, mas entonce...
Em Jantar Secreto, o autor conta a história de quatro jovens que deixam uma pequena cidade do interior do Paraná, para estudar no Rio de Janeiro. Eles dividem um apartamento em Copacabana e fazem o possível para alcançar os seus sonhos na cidade grande.
Dante, o narrador, trabalha como vendedor numa livraria e cursa administração. Leitão, um hacker de humor escrachado, frequenta aulas de computação, mas prefere mesmo jogar vídeo game e comer pizza. Miguel, o certinho do grupo, estuda medicina. E Hugo é um aspirante a chef e dono de uma vaidade sem limites.
Em meio às dificuldades de pagar o aluguel e conseguir um bom emprego em um País em crise, os quatro amigos tem uma ideia para finalmente ganhar dinheiro: realizar jantares secretos para clientes ávidos por uma aventura gastronômica exótica: carne humana.
Mas o que começa como uma brincadeira, de repente, assume proporções inimagináveis que irão transformar profundamente a vida e o destino desses quatro amigos.
Ah! Antes que me esqueça: já está confirmada a adaptação para os cinemas de Jantar Secreto. O filme será dirigido por Fellipe Barbosa. Agora é só aguardar e torcer para que a estreia ocorra ainda em 2020.

18/12/2019

“VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue”, novo livro de Cesar Bravo, recebe muitos elogios dos leitores nas redes sociais


Não tenho o hábito e também não gosto de opinar sobre livros que ainda não li, baseando-me apenas nas opiniões de outros leitores. Sou assim, meio que São Tomé, ou seja, ver para crer. Mas acontece, que os comentários nas redes sociais sobre VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue são tantos que hoje, apenas hoje, resolvi quebrar essa regra e escrever alguma ‘cosita’ sobre o novo livro de César Bravo. Mas não foi apenas a enxurrada de comentários positivos que me levou fazer essa postagem, antes mesmo de ler a obra. Conheço Bravo desde 2013 quando, naquela época ainda nos primórdios do “Livros e Opinião”, ele me enviou o pdf de Calafrios da Noite para que eu lesse e depois publicasse uma resenha. Comecei a ter consideração pelo cara a partir do momento que ele me pediu para ser sincero em meus comentários. Se, por acaso, eu não gostasse da história deveria dizer isso com todas as letras e sem rodeios. “Faça isso, estou pedindo”, disse ele. Ainda me lembro que lhe respondi que nem precisava me pedir isso, pois se eu, realmente, não achasse o livro razoável, escreveria a verdade n o blog. Aproveitei também para explicar que não gostava dos chamados “livros virtuais”; para mim, sentir a textura e o cheiro de uma história era muito importante. É importante destacar que naquela época, o autor só lançava ebooks através da Amazon; mas tudo bem, lá fui eu, meio a contragosto, ligar o meu notebook para ler “Calafrios da Noite”.
Fui lendo, lendo, lendo e PQP!! Que história!!! De repente me vi envolvido com o enredo criado por Bravo. Resultado: adorei o texto, chegando ao ponto de esquecer que estava fazendo algo que eu odiava, naquela época: ler ebooks. Pois é, depois vieram outros PDF que também devorei, e depois disso, passei a torcer para que o cara conseguisse publicar um livro físico nem que fosse através de uma editora mediana; tudo bem, poderia ser até uma pequena editora, mas pelo seu talento, eu acreditava que ele merecia isso: um livro de “carne e osso”.
Cesar Bravo
Foram vários anos de luta, enquanto os seus ebooks arrebentavam em vendas na Amazon; até que de repente, Pimba!!!! Nem média, nem pequena, mas uma grande editora, aliás, uma das maiores do Brasil acabaria aterrissando na vida de Bravo. Estou me referindo a Darkside que acabou reconhecendo o seu talento. Quando soube da novidade, comemorei muito, pois o sujeito merecia muito aquilo, afinal, ele já vinha correndo atrás desse sonho há muito tempo.
Por toda a sua luta para ser reconhecido como um dos nomes do gênero terror mais respeitados no Brasil – como, de fato, é hoje – resolvi fazer um post de VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, sem lê-lo antes.
Os comentários nas redes sociais e blogs literários são os mais favoráveis possíveis. Difícil ver uma crítica negativa, prova de que a galera que leu Ultra Carnem(2016) também curtiu muito VHS. Na opinião da galera, os contos, dessa vez, são mais sombrios do que o seu livro de estreia, provocando uma dose maior de calafrios, principalmente Chuva Forte e Branco como Algodão que, segundo aqueles que leram, arranham os nervos.
Em seu novo livro, segundo sinopse da editora, o autor paulista guia os leitores até os cantos mais sombrios de suas mentes. O palco, onde tudo acontece, é a cidadezinha de Três Rios, localizada no noroeste paulista — um ponto de encontro de todas as coisas estranhas que rolam nas redondezas. O inferno corre por essas águas e lança suas sementes naquela cidade.
A prova de que Bravo se tornou um dos escritores de terror mais respeitados no Brasil é que a Darkside não economizou no visual de seu segundo livro físico. Pelo o que eu pude ver na Net, VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue chegou na livrarias com um  projeto gráfico ousado, incluindo ilustrações incríveis.
Taí, agora só resta ler a obra. Estou tentando controlar a expectativa até o momento de comprar o livro.
Inté!

15/12/2019

Contos Macabros – 13 Histórias Sinistras da Literatura Brasileira


O meu interesse por Contos Macabros – 13 Histórias Sinistras da Literatura Brasileira, obra organizada por Lainister de Oliveira Esteves e lançada pela editora Escrita Fina em 2010, surgiu após ter lido um conto de terror escrito por Monteiro Lobato presente na coletânea ObrasPrimas do Conto Fantástico (1961) da Martins Fontes. Isto aconteceu há ‘uns’ três anos e ainda me lembro que na época levei um baque danado porque não assimilava, de maneira alguma, que o criador do Sitio do Pica-Pau Amarelo, que encantou tantas crianças ao longo dos anos, também fosse capaz de escrever um conto de terror psicológico tão pesado e mórbido quanto “Bugio Moqueado”.
Adorei a história, me impressionou demais, mas admito que fiquei meio que em choque ao saber que o seu autor foi o escritor de histórias infantis mais famoso do Brasil. Depois disso passei a pesquisar outros romancistas brasileiros que também optaram por seguir o exemplo de Lobato, fugindo de suas características literárias, pelo menos, em algumas poucas obras. Com isto, viria descobrir o livro organizado por Esteves - que trazia em seu conteúdo, contos de terror escritos por grandes romancistas brasileiros do século XIX e das primeiras décadas do século XX.
Quando soube que escritores célebres como Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Bernardo Guimarães, entre outras feras da literatura tupiniquim, decidiram se embrenhar por um terreno pouco explorado em seus romances tradicionais: a terra do medo, não pestanejei e comprei logo o livro.
Fiquei imaginando Bernardo Guimarães, autor de Escrava Isaura escrevendo um conto macabro durante os intervalos da redação do seu famoso melodrama que conquistou o Brasil; ou então, Machado de Assis esquecendo, um pouco, de Dom Casmurro e ‘atacando’ de Edgard Allan Poe do qual era um leitor ávido, tanto é que foi o tradutor do poema O Corvo.
Tinha muita curiosidade para ver o lado mais sombrio desses autores brasileiros famosos. E assim, comprei o livro após descobri-lo num sebo por um preço bem módico.
Como toda coletânea de contos, alguns são bons e outros nem tanto. A obra traz 13 histórias sinistras escritas por nove escritores célebres do passado, quatro deles com direito a dois contos – Machado de Assis, Aluísio Azevedo, João do Rio e Humberto de Campos.
Confesso que alguns contos me perturbaram muito, como Seus Olhos e A Causa Secreta que mostraram um Machado de Assis bem sádico. O Bebê de Tarlatana Rosa e Dentro da Noite (João do Rio), Confirmação (Gonzaga Duque), A Dança dos Ossos (Bernardo Guimarães), Retirantes (Humberto de Campos) e Demônios (Aluísio Azevedo) também me agradaram.
Por outro lado, achei bem fracas as histórias de Álvares de Azevedo (Bertram) e Lima Barreto (O Cemitério). Quanto ao O Impenitente (Aluísio Azevedo), O Defunto (Thomas Lopes) e O Juramento (Humberto de Campos) são passáveis, ou seja, dão para o gasto, só isso. No balanço final, trata-se de um uma boa coletânea de contos de terror, mas desde que os leitores leiam o livro por uma ótica diferente. Deixe-me explicar melhor: os contos foram escritos no final do século 19 e início do século 20, portanto não podemos fazer comparações com o que é produzido atualmente. O relato que hoje pode parecer inocente, há um século atrás causava pânico, apesar disso, os dois contos do Machadão me deixaram com todos os pelos do corpo arrepiado: de medo e asco.
Vamos com um breve resumo das 13 histórias.
01 – Bertram (Álvares de Azevedo)
Bertram faz parte do livro de contos chamado Noite na Taverna, publicado em 1855. A obra traz a história de cinco personagens que, enquanto bebem numa taverna funesta, contam suas aventuras repletas de sangue e desejo. Bertram, um desses cinco, é o segundo a pedir a palavra para narrar uma aventura terrível envolvendo amor e morte.
Além da linguagem rebuscada, achei a narrativa muito lenta e cansativa. Nem mesmo o clímax final serviu para dar uma animada.
02 – A Dança dos Ossos (Bernardo Guimarães)
Uma autentica história de assombração. Num cenário rural e isolado, Bernardo Guimarães coloca, ao redor de uma fogueira, homens rústicos que contam histórias uns para os outros. E uma dessas histórias é sobre o assassinato de um homem que volta para assombrar as pessoas que insistem em passar por uma floresta. Conto bem mais divertido do que assustador, mesmo assim, merece a leitura. Gostei.
03 – Sem Olhos (Machado de Assis)
Uh! Uh! Este é fodástico. E coloca fodástico nisso! Nem mesmo o tempo, mais de um século, o conto foi escrito entre dezembro de 1876 e fevereiro de 1877, conseguiu amenizar a aura tenebrosa dessa narrativa que incomoda e muito. Machadão narra a sombria história de amor de um homem em seu leito de morte. O moribundo relembra o passado de um homem muito ciumento que não admitia, de maneira alguma, que a sua mulher olhasse, literalmente, para nenhum homem. Certo dia ela olha, mais do que isso, flerta, então... vem o castigo. Brrrrrrrr!!!
04 – A Causa Secreta (Machado de Assis)
Outro conto do grande Machado que judia dos nervos dos leitores. “A Causa Secreta”, publicada, originalmente na Gazeta de Notícias (jornal carioca de grande circulação) em 1885 mostra o lado literário bem sádico do ilustre romancista. Neste conto considerado por muitos um verdadeiro clássico da literatura brasileira, temos o drama de um homem que sente prazer em observar a dor e o sofrimento alheio. Cara, a cena do rato é de embrulhar o estômago. Fiquei pasmo.
05 – Demônios (Aluísio Azevedo)
Demônios é dividido em 13 capítulos e o autor optou por terminar cada um deles no climax da história, deixando o leitor impaciente para saber o que irá acontecer no capítulo seguinte. Aluísio Azevedo traz a tenebrosa saga de uma noite que não parece ter fim. O conto foi publicado em 1891.
A história começa com o despertar de um escritor em um dia incomum. As horas se passam e ele percebe que o dia não nasce. Há apenas a noite interminável. Sendo assim, ele parte para uma jornada que se torna mais e mais assustadora. Às cegas, sem qualquer luz, vai buscar sua amada Laura.
A procura resulta em um reencontro inesperado, que transformará a vida dos dois medonhamente. Um conto fantástico!
06 – O Impenitente (Aluísio Azevedo)
Apenas razoável, não mais do que isto. Foi publicado pela primeira vez em 1898. Nele, um frade tem uma horrível surpresa depois de perseguir a mulher que tanto desejava. Mais uma história de assombração, mas não tão boa. Como já disse no início desse post, apenas passável.
07 – O Defunto (Thomaz Lopes)
O Defunto narra a angústia de um homem enterrado vivo. O conto de Thomas Lopes lançado em 1907 aparece ainda na seleção Contos Brasileiros, publicado em 1922. Apesar do tema macabro, achei a narrativa arrastada com muita encheção de linguiça. Leitura cansativa, mas deu para passar; espremido, mas deu.
08 – Dentro da Noite (João do Rio)
Dentro da Noite, à exemplo de O Bebê de Tarlatana Rosa fazem parte de um livro de contos lançado em 1910 e que fez um sucesso fenomenal em todo o País, principalmente, no Rio de Janeiro, naquela época. João do Rio (pseudônimo de Paulo Barreto) explorou, como poucos, em sua obra as bizarras obsessões e manias presentes no povo carioca. Encontramos neste livro personagens viciadas no jogo ou na sedução, sádicos, masoquistas e orgíacos.
No conto “Dentro da Noite” (que dá nome ao livro), o autor narra a decadência de um homem vítima de seus desejos sádicos. Ele só sente prazer com a sua noiva, uma moça bonita mas ingênua, praticando tais atrocidades, até que um dia... Bem, não posso revelar mais nada, senão libero spoilers. Gostei do conto, mesmo sendo ele bem sinistro.
09 – O Bebê de Tarlatana Rosa (João do Rio)
Taí outro conto que faz parte da coletânea “Dentro da Noite”. Aliás, O “Bebê de Tarlatana Rosa” é uma das histórias mais famosas de João do Rio. Ela se passa no Carnaval carioca. Heitor, um mulherengo incorrigível, conta para um grupo de amigos uma experiência bizarra e ao mesmo tempo horripilante que viveu no carnaval.
Ao sair com alguns companheiros e, depois de percorrer alguns salões, ele decidiu ir ao baile público do Recreio, onde conheceu uma foliona vestida de bebê de tarlatana (um tipo de tecido leve de algodão) rosa. 
Heitor se interessa pela moça e eles decidem marcar um encontro num lugar isolado, só os dois; mal sabe ele que a moça esconde um segredo nada agradável atrás da inocente fantasia.
Considero O Bebê de Tarlatana Rosa um dos melhores contos brasileiros de terror que já li.
10 – Confirmação (Gonzaga Duque)
Este conto do escritor, crítico e jornalista carioca Luiz Gonzaga Duque Estrada, autor do romance “Mocidade Morta” (1899), narra uma experiência científica com desdobramentos assustadores. Um médico acostumado a mexer com o ocultismo decide fazer uma experiência mediúnica da qual participam outros dois colegas que acabam presenciando algo assustador.
11 – O Juramento (Humberto de Campos)
“O Juramento” e “Retirantes” foram extraídas do volume “O Monstro e Outros Contos” lançado em 1932 por Humberto de Campos. “O Juramento” é um conto curto, de apenas quatro páginas, onde o autor narra uma história de amor com final trágico transcorrida na terra de índios antropófagos. Achei apenas mediana, mas o final até que surpreendeu.
12 – Retirantes (Humberto de Campos)
Um conto triste, trágico e com um final ‘hiper-surpreendente’ capaz de retirar um “Ohhhhh!!!” da boca dos leitores. Retirantes é o triste e sinistro drama de uma senhora que precisa abandonar sua cidade em função da seca e da miséria. A pobre coitada não tem sequer roupa para vestir; então para cobrir a sua nudez ela decide... bem melhor, você lerem o conto para não estragar a surpresa. Contaço!
13 – O Cemitério (Lima Barreto)
Não gostei do conto do autor do clássico “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Achei sem graça, sem medo, sem emoção. O pequeno texto (apenas duas páginas) trata da perplexidade de um homem que se vê desejando a foto de uma mulher morta toda vez que passa em frente a sua sepultura. Não há grandes desdobramentos fantásticos, somente o medo do personagem em relação aos próprios sentimentos.
Taí galera, uma breve resenha dos 13 contos, espero que seja de utilidade para que vocês tenham uma noção do conteúdo dos contos que compõem a obra.
Antes de concluir, é importante lembrar que Contos Macabros – 13 Histórias Sinistras da Literatura Brasileira traz uma breve biografia dos nove autores que compõem a obra. Dessa forma, os leitores poderão conhecer um pouco mais sobre a vida desses ícones da literatura brasileira.
Inté!

10/12/2019

O Vilarejo


Acabei de ler O Vilarejohá poucos minutos. Livraço, cara; muito bom mesmo. Ainda não conheço outras obras do escritor carioca Raphael Montes, mas se elas tiverem a mesma pegada de O Vilarejo, com certeza também arrebentarão; aliás, acho que já arrebentaram se levarmos em conta a maioria dos comentários dos leitores que já leram Jantar Secretoe Suicidas. Estes dois livros receberam uma batelada de elogios, tanto da crítica especializada quanto dos leitores.
Li as 92 páginas de O Vilarejo em apenas duas madrugadas e como já disse acima, adorei. Uma das melhores coletâneas de terror que devorei nos últimos anos.
O autor de apenas 29 anos foi muito inteligente ao passar um clima de realismo ao livro; tanto é, que o leitor fica, pelo menos um pouquinho, na dúvida se os contos escritos são, de fato ficcionais ou... aconteceram na realidade. Logo no prefácio da obra, Montes diz que ganhou de um amigo, dono de um sebo, um livro escrito numa língua morta – no caso, cimério -, e que pertenceu a uma misteriosa mulher chamada Elfrida Pimminstoffer. O livro foi doado ao sebo pela bisneta de Elfrida que queria se desfazer de qualquer maneira da obra. Outro detalhe estranho é que ninguém queria traduzir a história, nem mesmo linguistas famosos por considerarem-na maldita. Por isso, o próprio Montes se encarregou, as duras penas, da tradução após uma breve orientação de um conceituado professor italiano. Após conseguir traduzir as misteriosas histórias de Elfrida, ele decidiu procurar uma editora para publicá-las.
Pronto; nasciam assim os contos de O Vilarejo.
Cara, Montes conta isso com uma naturalidade tão grande que os leitores mais ‘incautos’ acabam acreditando nessa história mirabolante. Confesso que esse prólogo acirrou ainda mais a minha vontade de ler o livro.
Cada um dos sete contos de O Vilarejo representa um pecado capital, todos eles cometidos pelos moradores de um vilarejo localizado num lugar distante e que acaba ficando isolado após a chegada da guerra e do inverno.
As narrativas exploram as profundezas mais sombrias da alma dos habitantes desse vilarejo numa velha disputa entre o bem e o mal, a vida e a morte, a tentação e a salvação.
Apesar de serem sete narrativas diferentes, a medida em que o leitor vai lendo todos os contos, eles vão se transformando numa única história e com um final que “amarra” tudo, não deixando nenhuma ponta solta. Por isso, aconselho que – apesar de serem histórias independentes - os sete contos sejam lidos na sequência.
Conforme fui lendo o livro percebia, por exemplo, que a sétima história mudava o final da primeira; a quarta fazia com que eu odiasse o personagem que tinha amado na segunda, e assim, sucessivamente. Tipo um quebra cabeças, cujas peças vão se juntando, conforme você avança na leitura. Cara, achei isso incrível, super original.
Particularmente, ainda não vi nada semelhante em outras obras do gênero. Portanto, essa peculiaridade faz com que O Vilarejo possa ser encarado como um romance.
Também não posso esquecer, em hipótese alguma, das ilustrações da obra feitas por Marcelo Damm. Cada um dos sete contos tem duas ilustrações, sendo uma no início e outra no final com detalhes atinentes à narrativa. Uhauuu!! Fantásticas! Parabéns Marcelo.
Enfim, galera; recomendo e muito a leitura de O Vilarejo. Ah! Antes que me esqueça: os contos incomodam muito, principalmente aqueles que envolvem canibalismo.
Com certeza, estarei lendo novos livros do autor.
Inté!


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