26/02/2019

Troca de CEP provoca grave abstinência de livros


Nunca pensei que fosse passar por uma abstinência de livros. Todos sabem que sou dependente desse vício e para ser sincero nunca tive interesse algum em me livrar dele. É o tipo de vício com o qual quero morrer, mas só agora estou sentindo na pele o que é ser um ‘dependente literário’. Cara, nem imagine, é complicado demais, estou sofrendo horrores.
Pois bem, vamos aos fatos. O CEP do município onde moro mudou recentemente e com isso cada rua passou a ter o seu código de endereçamento postal próprio, o que não acontecia antes. Resultado: a minha pequena cidade ficou isolada de todos e de tudo, pelo menos no que diz respeito ao e-commerce. Explicando: ocorre que quase todas as lojas virtuais ainda não atualizaram as suas plataformas de endereçamento postal, impossibilitando que os consumidores de Pirajuí façam as suas compras online.
É algo irritante quando você acessa a página de determinada loja e ao tentar alterar o código postal do seu município, aparece a seguinte mensagem: “CEP Inexistente”. Galera, juro que chega a dar nos nervos.
No desespero, cheguei a perguntar nos Correios se poderia manter o CEP antigo, mas o atendente – coitado, ainda um pouco perdido com a mudança – simplesmente me respondeu, coçando a cabeça: “Olha... não aconselho, não”.  Mesmo assim, tentei fazer uma experiência efetuando uma compra no Mercado Livre utilizando o CEP anterior.
Não deu. Recebi uma mensagem privada do vendedor pedindo que eu alterasse o código. E para variar ainda passei por um autentico paspalho quando o vendedor, na maior educação, mas com uma pitadinha de ironia, me disse: “Amigo, o CEP da sua cidade mudou, viu? Anote aí; agora o CEP novo é esse...”. Você acredita! Como seu eu não soubesse da mudança. Respondi ao meu interlocutor: “Mudar o CEP como, se o Mercado Livre não aceita o novo CEP?!
Bem, resumindo, compra não efetivada e dinheiro devolvido; quanto ao produto – um livro antigo que estava nos meus planos – acabou ficando por lá mesmo. Uma pena.
Fui, então, para o Submarino - por falar nisso, tem uma certa loja parceira por lá que está me dando uma dor de cabeça enorme, bem...mas isso é assunto para um outro post – e tenteio alterar o CEP. Advinha só o que aconteceu? Tchannn!!! CEP inválido, claro. Pois é, vivi a mesma rotina com as outras livrarias virtuais onde tentei proceder a alteração: Saraiva, Cultura, Amazon. Para não dizer que todas elas não foram com a cara do novo CEP da minha cidade, apenas as Lojas Americanas aceitaram a mudança, mas parece que as ofertas de livros, pelo menos, aqueles que eu quero, não estão muito atrativas por lá.
‘Entonce’, por causa dessa luta de titãs: CEP versus E-Commerce, estou impossibilitado de comprar seis livros novos e um box, cujos preços promocionais, de fato, estavam muito baixos. Pelo que eu vi, dois dos seis livros já saíram da promoção; assim, restaram quatro, além do box.
Outra preocupação diz respeito a compra de livro que está em pré-venda na Amazon e que já efetivei. Cara, se até o dia 21 de março, a Amazon não atualizar a sua plataforma de CEPs não sei qual será o destino de “A Metade Sombria” de Stephen King que estou aguardando com tanta expectativa. Só em pensar nisso já sinto um nó no estômago.
Depois desse problema  que já batizei de a “Odisséia dos CEPs”, vou passar a dar mais importância para esses oito números, os quais não vinham recebendo a minha devida atenção.
Também, caraca! Por que, os Correios tinham de realizar essa mudança justamente no dia em que eu compraria aqueles seis livros e o box dos meus sonhos?!
Putz!

23/02/2019

Oito livros em pré-venda que não podem faltar em sua estante

E aí galera, tudo na paz? Durante esta semana estive zapeando pelas livrarias virtuais e pude ver vários livros ‘da hora’ que estão em pré-vendas. Obras que, com certeza, não poderão faltar em suas estantes. Por isso, resolvi fazer uma postagem sobre o assunto, indicando algumas dessas novidades, consideradas pelas editoras as grandes apostas para 2019. Vamos a elas:
01 – A Metade Sombria (Stephen King)
É evidente que não posso deixar de abrir esta postagem sem o relançamento de Stephen King que vem sendo aguardado com grande expectativa pela sua enorme legião de fãs. Também pudera, não é para menos, já que a obra está esgotada há quase 30 anos, deixando os leitores brasileiros mortos de ansiedade.
“A Metade Sombria” foi lançada originalmente em 1989 com o título de “A Metade Negra” e fez parte da antológica coleção “Mestres do Horror e da Fantasia” da editora Francisco Alves.
O livro que será relançado em 21 de março está em pré-venda nas principais livrarias virtuais por R$ 85,00, em média e fará parte da coleção “Biblioteca Stephen King”. Acompanha a obra um combo contendo quatro marcadores de páginas, cada um deles com detalhes referentes aos quatro livros lançados até agora na “Biblioteca Stephen King” – “Cujo”, “A Hora do Lobisomem”, “O Iluminado” e “A Incendiária”. O relançamento preparado pelo selo Suma pertencente a editora Companhia das letras é um luxo só: capa, ilustrações, acabamento, páginas e, evidente, a arte dos marcadores. Com certeza, quem já tem os quatro volumes da coleção idealizada pela Suma não vai querer, de maneira alguma, perder esse presentaço.
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Páginas: 464
Tipo de capa: Capa dura
Data de Lançamento: 21 de março
Preço (média): R$ 85,00
02 – Rainha do Ar e da Escuridão – Volume 3 (Cassandra Clare)
“Rainha do Ar e da Escuridão: Os Artifícios das Trevas” é a conclusão de uma saga derivada do universo de “Instrumentos Mortais” da escritora norte-americana Judith Rumelt mais conhecida pelo pseudônimo de Cassandra Clare.
Vou me abster de comentar detalhes sobre o enredo da história, já que não estou familiarizado com essa saga literária. O que os meus limitados
conhecimentos permitem dizer é que o enredo de “Rainha do Ar e da Escuridão: Os Artifícios das Trevas” se passa cinco anos após os eventos encerrados em “Cidade do Fogo Celestial”, último livro da saga “Os Instrumentos Mortais”. Outra curiosidade, segundo releases da Galera Record, é que os personagens sobreviventes de “Os Instrumentos Mortais” também fazem aparições neste livro.
Vale lembrar que os cinco livros da saga “Os Instrumentos Mortais” foram muito elogiados pela crítica e público, tanto é que ganhou uma adaptação cinematográfica, além de uma série de TV.
Ah! Antes que me esqueça. À exemplo de “A Metade Sombria”, o lançamento da galera Record, que chega às livrarias no final de fevereiro, também tem um combo de brindes: um marcador e um pôster.
Autor: Cassandra Clare
Editora: Galera
Páginas: 742
Tipo de capa: Brochura
Data de Lançamento: 27 de fevereiro
Preço (média): R$ 60,00
03 – O Silmarillion (J.R.R. Tolkien)
O Silmarillion, escrito por J.R.R. Tolkien, criador das obras primas: “O Hobbit” e a saga “O Senhor dos Anéis”, foi editado e publicado postumamente em 1977 pelo seu filho Christopher Tolkien. Juntamente com outras obras de Tolkien, “O Silmarillion” forma uma extensa, embora incompleta, narrativa que descreve o universo de Eã, onde se encontram as terras de Valinor, Beleriand, Númenor e da Terra Média, onde se passam “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”.
“O Silmarillion”, que já está em pré-venda,  tem o seu lançamento no Brasil previsto para 18 de março pela Harper Collins. A editora assumiu os direitos sobre a obra completa do autor no ano passado, quando publicou “A Queda de Gondolin” e “Beren e Lúthien”.
A obra contém cinco contos que detalham o universo de “O Senhor dos Anéis”, desde a sua criação até eventos que precederam a aventura de Frodo pela Terra Média. A história que abre o livro é Ainulindalë, o mito da criação do mundo por Eru Ilúvatar. Em seguida Valaquenta descreve a natureza e o poder dos Valare dos Maiar. A terceira parte, Quanta Silmarillion conta episódios de antes e durante da Primeira Guerra, inclusive a guerra pela posse das joias Silmarili, que dão nome ao livro. O penúltimo conto, Akallabeth, conta a Queda de Númenor e seu povo, no fim da Segunda Era. Já o quinto, chamado Dos Anéis de Poder e da Terceira Era, relata o cenário que levou aos eventos de O Senhor dos Anéis.
E tem mais brindes galera! A Herper Collins anunciou que juntamente com o livro, os leitores levarão para as suas casas um lindo pôster.
Autor: J.R.R. Tolkien
Editora: Harper Collins
Páginas: 496
Tipo de capa: Capa dura
Data de Lançamento: 18 de março
Preço (média): de R$ 60,00 a R$ 70,00
04 – Furacão Anitta (Leo Dias)
Antes que alguém me condene por dizer que o livro de Anitta é um daqueles que não pode faltar em sua estante, é bom explicar que “quer queiramos ou não” a cantora se tornou um verdadeiro fenômeno artístico no contexto da música brasileira.
Com mais de 36 milhões de visualizações no YouTube, está em todos os horários de praticamente todas as emissoras da TV aberta e para onde mais quer que se olhe. Ela conseguiu trazer de vez o marginalizado gênero do funk para o mainstream do pop nacional. Cara, goste ou não goste dela, não há como não admitir que a funkeira é poderosa.
Em “Furacão Anitta” que será lançado pela Agir em 20 de abril, o jornalista de celebridades Leo Dias revela muitos detalhes e segredos sobre a vida da menina nascida de uma família pobre, no subúrbio do Rio de Janeiro, que desde a infância sabia muito bem o que queria ser na vida. Dias conta sobre as aulas de piano com o avô, as brigas com os empresários; as tretas com outras cantoras, entre as quais Ivete Sangalo, Preta Gil e Pablo Vittar; os amores e desamores, a fé, o futuro longe dos palcos.  Ele mostra que nada na vida da cantora foi fruto da sorte ou do acaso.
Segundo a editora, o resultado dessa pesquisa profunda realizada pelo autor é um livro intenso e explosivo.
Apesar da sua chegada às livrarias estar programada apenas para abril, a obra já está em pré-venda.
Autor: Leo Dias
Editora: Agir
Páginas: 192
Tipo de capa: Brochura
Data de Lançamento: 20 de abril
Preço (média): R$ 30,00
05 – O Homem Inocente (John Grishan)
À exemplo de Stephen King, o escritor John Grisham é outro dos meus autores favoritos. Sendo assim, jamais pensaria em deixa-lo fora dessa lista.
Com mais de 40 livros publicados e 19 adaptados para o cinema, Grisham é um dos autores mais lidos nos States. No Brasil, também desfruta de grande popularidade e é considerado muito querido pelos leitores tupiniquins, principalmente aqueles que não dispensam uma boa história de tribunais envolvendo disputas emocionantes.
A editora Arqueiro que lançará “O Homem Inocente” em 11 de março publicou a sinopse da obra nas redes sociais. O enredo parece ser muito interessante. Confiram: “Em 1971, aos 18 anos, Ron Williamson tinha uma carreira promissora como atleta. Acabara de assinar contrato com um time grande de beisebol e de se despedir de Ada, sua cidade natal, para ir em busca do sucesso. Seis anos depois, estava de volta com os sonhos destruídos por um braço lesionado e o vício em bebidas e drogas. Foi morar com a mãe e passava vinte horas por dia dormindo no sofá.
Em 1982, uma garçonete de 21 anos chamada Debra Sue Carter foi estuprada e assassinada brutalmente em Ada. Por cinco anos o crime ficou sem solução, até que uma frágil evidência apontou a investigação na direção de Ron.
A partir daí o herói fracassado foi perseguido, acusado, julgado e condenado à morte. O processo, coalhado de testemunhas mentirosas e provas corrompidas, não só acabou de arruinar a vida já despedaçada de um homem, como permitiu que o verdadeiro assassino ficasse impune”.
Autor: John Grisham
Editora: Arqueiro
Páginas: 336
Tipo de capa: Brochura
Data de Lançamento: 11 de março
Preço (média): de R$ 37,00 a R$ 45,00
06 – Até o Fim (Harlan Coben)
Harlan Coben é fera. O sujeito é mestre em prender a atenção do leitor com as suas tramas quase sempre com viradas surpreendentes. Geralmente os seus enredos envolvem casos de eventos não resolvidos no passado, como homicídios e acidentes fatais. Em “Até o Fim” com lançamento previsto para 14 de março não é diferente. Neste romance policial, o escritor americano conta a história do detetive Nap Dumas que nunca mais foi o mesmo após o último ano do colégio, quando seu irmão Leo e a namorada, Diana, foram encontrados mortos nos trilhos da ferrovia. Além disso, Maura, o amor da vida de Nap, terminou com ele e desapareceu sem justificativa.
Por quinze anos, o detetive procurou pela ex-namorada e buscou a verdadeira razão por trás da morte do irmão. Agora, parece que finalmente há uma pista.
As digitais de Maura surgem no carro de um suposto assassino e Nap embarca em uma jornada por explicações, que apenas levam a mais perguntas: sobre a mulher que amava, os amigos de infância que pensava conhecer, a base militar próxima a sua antiga casa.
Em meio às investigações, Nap percebe que as mortes de Leo e Diana são ainda mais sombrias e sinistras do que ele ousava imaginar.
A Arqueiro, editora responsável pelos lançamentos dos livros de Coben no Brasil, já colocou “Até o Fim” em pré-venda.
Autor: Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Tipo de capa: Brochura
Data de Lançamento: 14 de março
Preço (média): de R$ 32,00 a R$ 40,00
07 – Angústia (Graciliano Ramos)
A editora Record decidiu relançar “Angustia”, um dos mais importantes romances brasileiros da década de 1930. Lançado originalmente em 1936 e apresentado, agora, pela Record em novo projeto gráfico, “Angústia” tem como protagonista Luís Silva, funcionário público de Maceió que leva uma vida medíocre e sem grandes emoções até o dia em que se apaixona por Marina. De início, a jovem demonstra certo interesse no relacionamento e no conforto material que o casamento poderia lhe proporcionar, mas logo acaba trocando o noivo por Julião Tavares, mais rico e poderoso. Tomado por ciúmes e rancor, Silva fica perturbado com os acontecimentos que se desenrolam e passa a acompanhar a vida de Marina enquanto sonha em matar Julião. Escrito em primeira pessoa, o romance tem estrutura temporal não linear, seguindo o fluxo de consciência do narrador-personagem e aproximando o leitor dos sentimentos despertados pelos conflitos vividos por Luís Silva.
Em 1936, Graciliano estava preso pelo governo de Getulio Vargas e contou com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego para a publicação da obra.
Autor: Graciliano Ramos
Editora:  Record
Páginas: 368
Tipo de capa: Brochura
Data de Lançamento: 04 de março
Preço (média): de R$ 48,60 a R$ 60,00
08 – A Carta Secreta (Lucinda Riley)
Taí mais um lançamento da Arqueiro que está em pré-venda. Caraca, a editora resolveu desentocar as suas novidades para 2019!  
“A Carta Secreta” é mais um livro da escritora holandesa Lucinda Riley que conquistou os corações de muitos leitores ‘tens’ brasileiros com os seus livros, entre eles, “As Sete Irmãs”. Agora ela ‘ataca’ de “A Carta Secreta”.
De acordo com sinopse da Arqueiro: Quando sir James Harrison, um dos maiores atores de sua geração, morre aos 95 anos, deixa para trás não apenas uma família arrasada, mas também um segredo que seria capaz de abalar o governo britânico.
Joanna Haslam, uma jovem e ambiciosa jornalista, é designada para cobrir o funeral, no qual estão presentes algumas das maiores celebridades do mundo. Mas ela se depara com algo sombrio além de todo aquele glamour: a menção a uma carta que James Harrison deixou, cujo conteúdo algumas pessoas escondem há setenta anos a qualquer custo.
Enquanto procura retirar o véu de mentiras que encobre o segredo e dar o furo jornalístico do século, Joanna percebe que forças poderosas tentam impedi-la de descobrir a verdade. E elas não vão se deixar deter por nada para chegar à carta antes dela.
Neste livro, Lucinda Riley mistura suspense e romance, característica principal de suas obras.
Autor: Lucinda Riley
Editora: Arqueiro
Páginas: 480
Tipo de capa: Brochura
Data de Lançamento: 22 de março
Preço (média): de R$ 55,00
Beleza pessoal? Espero que tenham gostado das sugestões. Agora é só selecionar as suas obras preferidas, separar a ‘bufunfa’ e, finalmente, comprar.

19/02/2019

Cinco romances de banca, em seu formato original, que ainda podem ser encontrados nas livrarias virtuais


A Harlequin, considerada atualmente, referencia na publicação dos famosos romances de banca anunciou no ano passado que irá parar de vender esse estilo de livro por causa do numero, cada vez maior, de bancas que estão fechando no País. Segundo dados da federação Nacional dos Vendedores de Jornais e Revistas, em 2016 apenas 17 mil bancas de jornais em todo o País conseguiram manter as suas atividades.
O fechamento desses tradicionais estabelecimentos comerciais deve-se ao advento da internet que possibilitou aos leitores o livre acesso as bancas e livrarias virtuais. Hoje, graças a esse avanço tecnológico é possível comprar livros ou fazer assinaturas de jornais digitais através de um Smartphone ou Iphone.
Antes dessa modernização, a geração feminina dos anos 80 encontrava nas bancas o seu único meio de comprar aqueles livrinhos publicados em papel, com capas sensuais e que cabiam nas bolsas. Com o avanço das livrarias virtuais, a editora Nova Cultural, responsável pelas publicações de “Sabrina”, “Julia” e “Bianca” – considerada a trindade dos romances de banca – encerrou em 2011,  a sua distribuição nas bancas e passou a vendê-los apenas pelo site da editora.
Com o fechamento da Nova Cultural, chegava ao fim o ciclo da famosa “trindade” (ver postagem especial sobre os romances de banca aqui) e os livrinhos da série Sabrina, Julia e Bianca só passaram a ser encontrados nos sebos.
Após o fim do ciclo da Nova Cultural, a Harlequin uma empresa sediada em Toronto – com filial no Brasil – especializada na publicação de romances de séries e ficção feminina, acabou assumindo trono e reiniciou a distribuição de livros nas bancas, mas à exemplo de sua antecessora, não conseguiu resistir a chegada das livrarias virtuais.
Agora, a Harlequin anuncia, oficialmente, o fim da publicação de seus romances adocicados no formato mais simples - papel, capa e encadernação de baixo custo, além do formato de bolso. Estas mesmas histórias já começaram a ser publicadas no formato trade, ou seja, em brochura, tamanho normal e impressão em qualidade superior.
A idéia de selecionar cinco romances de banca com os seus formatos originais (edições de bolso) e que ainda podem ser encontrados nas livrarias virtuais partiu de uma colega que é ‘louca’ por esse tipo de literatura e comprou, recentemente, oito dessas obras, numa tacada só, pela Amazon.
– José Antônio, por que você não escreve um post indicando alguns livrinhos de banca para as leitoras do seu blog?  - disse ela. Acabei achando a sua sugestão legal, mas como estava trabalhando em outra postagem, pedi que ela escolhesse cinco dos oito livros que havia comprado para eu pudesse incluí-los na postagem. E foi o que essa colega fez. Depois acessei o site da Harlequin e também da Amazon e procurei pela sinopse das obras propostas pela minha colega. Pois é, simples assim. Pronto: foi dessa maneira que surgiu o post que você está lendo agora.  Como não tenho o hábito de ler enredos com essas características, pedi que a Amanda me ajudasse na seleção de cinco romances de banca da Harlequin que as leitoras desse post ainda poderão encontrar nas livrarias virtuais, principalmente na Amazon. Vamos à seleção:
01 – O Destino de um Sheik
Seu destino é um só: subir ao trono de Azmahar. Para isso, Rashid Aal Munsoori precisa de Laylah Aal Shalaan. Convencê-la a se casar acabaria com a chance de seus inimigos alcançarem o trono; e tudo ficaria mais perfeito se ela engravidasse. Laylah sempre foi apaixonada por Rashid. O sheik sexy pode ser difícil, mas isso só faz com que ela o ame mais... até que Laylah descobre os motivos reais para a sua aproximação. Ela pode nunca mais confiar nele, mas como impedir que o pai do filho que carrega esteja presente?
02 – A Princesa Rebelde
Este é o livro que encerra as publicações do selo “Romances & Reinados da Harlequin, mas ainda pode ser encontrado no “formato banca’. Muitas mulheres matariam para se casar com o rei Kostas Laskos. Stella Constantinides não é uma delas. Mas, pela paz do reino, concordou em se unir ao homem que foi capaz de se aproveitar de seu momento de vulnerabilidade e partir seu coração. Mesmo com a decisão tomada, Stella se recusa a ser seduzida pelo charme do marido. Porém, a primeira noite como casados prova que Stella não é imune a Kostas. Em pouco tempo, ela começa a ver a verdade por trás dos erros do passado... e faz o que jurou nunca voltar a fazer: se apaixonar por Kostas!
03 – (Segredos Sedutores) Tempestade De Paixão / Desejo Compartilhado
O livro apresenta duas histórias: “Tempestade de Paixão” e “ Desejo Compartilhado”
“Tempestade de Paixão”
Tudo o que o ex-fuzileiro Jake Hunter quer é paz e sossego. Para isso, precisa que sua mãe não o incomode mais. Jake não quer comandar o império da família, e vai assinar qualquer documento que sua mãe deseje para isso. Mas quando Cassidy Moore, assistente pessoal da mãe de jake, chega ao rancho, surge uma atração mútua, que sai de controle durante uma nevasca. Catorze meses depois, Cassie ainda não contou a Jake que eles tiveram um filho. Porém, quando a mãe dele ameaça tomar-lhe o bebê, Cassie corre de volta para Jake em busca de ajuda, capaz de fazer qualquer coisa para ficar com o filho.
Desejo Compartilhado
Ele queria o seu filho... a qualquer custo
Claire Douglas, recentemente viúva, descobriu que seu falecido marido não é o pai de sua filha. Devido a uma troca de amostras em uma clínica de fertilidade, Luca Moretti se tornou o pai de filha de Claire, mas eles nunca se conheceram. E como chefe de uma família italiana, de jeito nenhum ele vai abandonar sua filha. Luca quer a guarda compartilhada, mas Claire não está disposta a dividir a filha com um completo estranho. Agora, Luca tem trinta dias para convencê-la de que eles podem ser uma verdadeira família.
04 – A Família Montoro
Esta minha colega que ajudou na escolha das obras para o post não soube explicar porque esse livro se chama “Familia Montoro”, se na realidade ele traz duas histórias com nomes diferentes. Mas, tudo bem, segundo ela, os enredos são bons, bem ao estilo romance de banca, cheio de segredos, intrigas e muuuito romance, principalmente a história de abertura. Vamos a elas:
Segunda Chance para a Paixão
agora que ele se casará com a empregada?
depois de escapar de um casamento de conveniência, will rowling vai atrás do que quer: cat iberra – a empregada do pai, e a mulher que perdeu quando era mais novo. Ele acredita que um beijo será o suficiente para reviver a paixão. Mas cat tem suas dúvidas sobre esse reencontro. Will a enganou uma vez, e se enganá-la de novo... Bem, talvez ela esteja querendo ser enganada. Poderá um segredo de família acabar com sua segunda chance com o único homem que nunca esqueceu?
Tentação e Dever
Ele terá que escolher entre seu país e seu coração...
Juan Carlos Salazar nunca pensou que se tornaria o rei de alma. Mas quando um segredo explosivo o torna o próximo na linha de sucessão, ele está pronto para sacrificar toda a sua vida para assumir o seu legado. Até que ele vê a princesa Portia Lindstrom na coroação e é amor à primeira vista! Mas os segredos de Portia vão testar a devoção de Juan Carlos, que será tentado a esquecer completamente o seu dever.
05 – Sedução Implacável
Seduzida por Angelos Zouvelekis, a garçonete Chantal aceita fingir ser sua noiva. Em troca, ela receberá presentes e outros mimos... mas Angelos também terá sua recompensa! Mesmo acreditando que Chantal é uma golpista, ele não consegue deixar de desejá-la. Porém, sua arrogância se desfaz quando descobre que Chantal é virgem. Agora, consciente de sua inocência, Angelos vai ficar com ela – não importa as consequências!
Taí galera, se gostaram das sinopses, fiquem à vontade para adquirir o seu.
Inté!

16/02/2019

Revista do Livro: a história de uma revistinha famosa que marcou gerações de leitores


Uma das postagens do Livros e Opinião que mais despertou o interesse dos leitores foi aquela que eu dediquei ao saudoso Círculo do Livro. Com o título de “Círculo do Livro: um período que deixou saudades” procurei contar um pouco da história do mais famoso clube de leitores que Brasil já conheceu. Um clube que chegou nos seus áureos tempos a atingir a marca de 800 mil sócios
Quando publiquei a postagem, juro que não esperava que se tornasse tão popular com o seu link ganhando espaço em diversos blogs literários e até mesmo servindo de fonte para teses de conclusão de cursos universitários.
É uma grata surpresa receber após mais de seis anos da publicação da postagem, comentários de leitores do blog querendo obter mais detalhes sobre o assunto ou então colaborando na complementação do post.
Um desses leitores que me escreveu, recentemente, se identificou apenas como Atas e forneceu em seu comentário, detalhes muito importantes sobre o Círculo do Livro, mais especificamente sobre a ”Revista do Livro”, distribuída gratuitamente aos sócios, e que servia para divulgar o catálogo de obras da editora. Atas foi além e presenteou-me com essas famosas revistinhas, as quais me enviou digitalizadas. Foi assim que surgiu a proposta de escrever um post específico sobre a “Revista do Livro” abordando a sua importância na vida de várias gerações de leitores, já que muitos devoradores de livros criaram o hábito salutar da leitura através da tal revistinha.
Para aqueles que ainda não leram a postagem que escrevi sobre as origens da nostálgica editora brasileira (ver aqui), vale lembrar que o Círculo do Livro foi muito atuante no mercado editorial brasileiro, vendendo livros por um "sistema de clube". A editora chegou a contar com mais de 800 mil sócios, atendidos através de uma cadeia de revendedores e principalmente dos correios. Lançou-se no mercado em 1973 e o sonho que se transformou num verdadeiro Jardim do Éden dos leitores chegou ao fim em 2000, ou seja, 27 anos depois, quando o parque gráfico do Círculo do Livro foi vendido à  Donnelley Cochrane Gráfica Editora do Brasil, subsidiária da Editorial Lord Cochrane S.A., sediada no Chile e controlada pela RR Donnelley, uma das maiores gráficas editoriais dos Estados Unidos. Assim, terminava as atividades da antológica editora tupiniquim.
O Círculo do Livro possuía um amplo catálogo de obras literárias em capa dura, porém, com preços competitivos. Para se ter uma ideia, em 1988, enquanto a versão brochura da obra "Fogueira de Vaidades", de Tom Wolff (então publicada pela editora Rocco) custava cerca de Cz$ 12 mil, livros de arte, com capa dura, eram lançados pelo Círculo do livro por apenas Cz$ 2.900,00. É mole?!
Bem, mas estamos aqui para ‘falar’ especificamente sobre a Revista do Livro, portanto, vamos ao que interessa.
Para receber a famosa revistinha bimestral via correio, o leitor tinha que ser indicado por algum sócio, à partir daí o recebimento passava a ser bimestral.. O novo sócio tinha a obrigação de comprar ao menos um livro no período, isto é, um livro por bimestre.
Segundo Atas, que viveu grande parte desse período, o Círculo do Livro tinha o direito de enviar o ‘Livro do Bimestre” – cuja capa e sinopse constavam no final de cada revista – às pessoas que deixassem de fazer os seus pedidos. Para fazer parte do grupo de sócios do Círculo, era obrigatório que os leitores aceitassem esse acordo.
A Revista do Livro também tinha algumas páginas dedicadas a CDs, fitas cassetes, VHS de sucessos do cinema, pôsteres, etc. Havia os prêmios para os leitores e ainda pela apresentação de um novo sócio. Cada compra de livro, por exemplo, dava direito a um selo; quanto as indicações de sócios, valiam a oportunidade de concorrer a um carro Gol. 
Outras premiações e brindes de livros em promoções pontuais também faziam parte do pacote promocional da revista. Enfim, uma verdadeira festa para os devoradores de livros.
Segundo Atas, a tiragem da revista em maio/junho de 1988 era de 1.100.000 exemplares. “Naquela época elas eram o meu contato com o mundo literário. Quem viveu o período anterior à internet sabe do que estou falando”, diz Atas, se referindo a Revista do Livro.
Entre os inúmeros títulos disponíveis na revista encontravam-se, inclusive, alguns cedidos por meio de acordos com outras grandes editoras, como por as obras de Luís Fernando Veríssimo e a coleção “Primeiros Passos”, versão capa dura, publicada originalmente pela Editora Brasiliense.
Nos anos 70 e 80, os livros escolhidos pelos leitores, bem como o novo exemplar da revista chegavam de duas maneiras: vendedores da própria editora ou então através dos correios. Já de 1990 em diante, os vendedores foram ficando cada vez mais escassos e com isso, as entregas passaram a ser feitas, em sua maioria, pelos correios.
Taí, um pouquinho da história da Revista do Livro e também do Círculo. Espero que tenham apreciado tanto o texto quanto as imagens, gentilmente cedidas pelo nosso amigo Atas.
Inté!

12/02/2019

“A Metade Sombria”, livro raro de Stephen King, já está em pré-venda. Obra deve chegar nas livrarias em março


Posso fazer uma pergunta, ‘na lata’, prá você? Daquelas que você acredita que tem a resposta também ‘na lata’, mas depois de ter respondido, raciocina melhor, se arrepende e quer, desesperadamente, mudar a sua resposta? Ok, então lá vai: “Você concordaria em pagar R$ 85,00 por um livro em pré-venda e que só será lançado daqui há mais de um mês? E olha que esse livro não tem 800 ou 900 páginas que justifique esse preço. Verdade! Apesar de ter capa dura, não passa de 460 páginas.
E aí? Pensou direitinho? Pois é, se eu tivesse escrito essa matéria sem o título, com certeza você iria responder: “Tá louco!! Jamais vou comprar nestas condições!!.
Mas se eu lhe dissesse que se trata de um livro que está esgotado há quase três décadas e que vem sendo vendido nos sebos por preços astronômicos do tipo R$ 350,00 à R$ 400,00, certamente você ficaria na dúvida. Entonce se o blogueiro, aqui, acrescentasse que a tal obra foi escrita por Stephen King, rendeu um filme antológico e você ainda ganharia de brinde marcadores de páginas caracterizados... ahhhhhh!!!! Jogo todas as minhas fichas e aposto que você, meu amigo, iria se arrepender amargamente de sua resposta.
Livro lançado em 1989 pela  Francisco Alves
Então é isso aí; podem preparar os bolsos, mas com toda a alegria do mundo, porque os R$ 8500 que serão gastos lhe trarão muita alegria. Agora, neste início de madrugada, zapeando por algumas livrarias virtuais descobri que “A Metade Sombria” que fará parte da coleção “Biblioteca Stephen King já está em pré-venda na Amazon e também na Saraiva por R$ 84,90. Esta joia rara do autor deverá aterrissar nas prateleiras físicas e virtuais das livrarias brasileiras em 21 de março próximo.
Como já disse no início desse post, “A Metade Sombria” está sendo vendida juntamente com um combo contendo quatro marcadores de páginas, cada um deles com detalhes referentes aos quatro livros lançados até agora na “Biblioteca Stephen King” – “Cujo”, “A Hora do Lobisomem”, “O Iluminado”, “A Incendiária” e, claro, “A Metade Sombria” que em março chega por aqui.
Cara, tudo é um luxo só: capa, ilustrações, acabamento, páginas e, evidente, a arte dos marcadores. Com certeza, quem já tem os quatro volumes da coleção idealizada pela Suma não vai querer, de maneira alguma, perder esse lançamento.
 “A Metade Sombria” foi lançada originalmente em 1989 com o título de “A Metade Negra” de fez parte da antológica coleção “Mestre do Horror e da Fantasia” da editora Francisco Alves.
King conta a saga do escritor Thad Beaumont, autor de uma série de sucesso assinada sob o pseudônimo de George Stark.  Decidido a abandonar a conhecida série de livros, Thad enterra seu pseudônimo, com direito a um velório e um túmulo no cemitério local. Mas quando pesadelos terríveis passam a atormentá-lo, além da ocorrência de assassinatos brutais que parecem querer vingar a morte do fictício  George Stark, Thad precisa descobrir por que é tão difícil manter enterrada a parte mais sombria de si mesmo.
Taí galera, que tal garantir e reservar já o seu na pré-venda?
Inté!



09/02/2019

Holocausto


Na minha estante de livros existem obras antigas pelas quais eu tenho um carinho enorme. Este carinho é plenamente justificado pelo prazer que aqueles enredos me proporcionaram há muitos anos atrás. Eles fizeram que eu chorasse, risse ou torcesse para determinados personagens. Enfim, esses livros fizeram parte de uma das melhores fases da minha vida de leitor: a pós-adolescência. Época em que eu era um rato de biblioteca onde ficava fuçando todas as estantes, maravilhado com tantas jóias raras ali expostas. Uma dessas jóias se chama “Holocausto” do escritor e jornalista americano, Gerald Green.
Lembro-me como se fosse hoje que nos meus 17 ou 18 anos – isto, antes dos anos 80 – ganhei da bibliotecária que trabalhava na Biblioteca Municipal de minha cidade, o livro de Green. Cara, não me pergunte como ganhei, só sei que ‘faturei’ o tal livro. Não me recordo se o livro era da dona Amélia, a bibliotecária, e ela me presenteou ou se a biblioteca tinha exemplares repetidos, sei lá, apenas ganhei.
Li o livro há quase 40 anos e a história me marcou tanto que acabei relendo outras vezes e, mesmo assim, há poucos dias, ‘bateu’ uma vontade enorme de relê-lo. Apesar de não ter o hábito de ler dois ou mais livros ao mesmo tempo, desta vez quebrei a rotina e juntei “Holocausto” à leitura de “Tempo de Matar” de John Grisham e “Mentirosos” de E. Lockhart. E graças à Deus, fui bem nessa maratona literária; sem nenhum nó na cabeça.
“Holocausto         “ mistura ficção e realidade de uma maneira perfeita. Green narra as atrocidades de um dos períodos mais tristes da história mundial através da saga de dois personagens fictícios: Rudi Weiss e Erik Dorf. O primeiro é o patriarca de uma família de judeus alemães e o segundo um
jovem advogado alemão que seduzido pelo poder, acaba ingressando na SS nazista, tornando-se um impiedoso criminoso de guerra.
Através de Weiss e Dorf, o autor reconstitui a escalada do nazismo – entre 1935 e 1945 – além do delírio expansionista de Hitler, a quase aniquilação da Europa sob os exércitos do Reich e o massacre de seis milhões de judeus
nos campos de extermínio.
Posso dizer que a ficção da obra se restringe apenas aos dois personagens e seus familiares, já que os fatos descritos pelo autor ganham o status de um documentário.
As descrições dos campos de concentração são tão realistas que muitas vezes temos que dar um tempo na leitura para ‘respirarmos’. O autor cita em detalhes as torturas horríveis a que eram submetidos os prisioneiros desses campos, considerados verdadeiras fábricas de matar pessoas. Os prisioneiros eram submetidos a espancamentos, estupros, experiências médicas terríveis e finalmente, mortes, muitas mortes.
Cara, os fatos narrados no livro ultrapassam os limites do que você pode imaginar da crueldade humana.
A releitura de Holocausto mexeu muito mais comigo agora, do que as primeiras vezes em que li o livro. Realmente, foram fatos que só uma mente insana, doentia e cruel como a de Hitler e seus subordinados poderia conceber.
A transformação do personagem Erik Dorf de bom moço em uma pessoa desumana, cruel e tirânica também mexe com os sentimentos do leitor e deixa evidente como a propaganda nazista tinha um enorme poder em mudar a opinião de muitos jovens alemães.
Uma curiosidade sobre o livro é que na realidade, “Holocausto” foi uma série de TV escrita por Green em 1977 e que somente um ano depois, ele decidiu adaptar o seu roteiro para um livro. A série de quatro episódios ganhou o Prêmio Emmy de “Séries Limitadas mais Marcantes”. 
“Holocausto” é um livro que recomendo para todos aqueles que quiserem conhecer um pouco mais sobre as atrocidades cometidas nos campos de concentração, além da escalada do nazismo.
Leitura hiper-válida.

05/02/2019

Morte e Vida de Charlie St. Cloud


Pense numa história de amor que tenha todos os ingredientes que uma verdadeira história de amor deve ter e, um pouco mais. Pronto! Você está pensando em “Morte e Vida de Charlie St. Cloud” de Ben Sherwood. Bem... excetuando o final. Por que? Achei o “The End” muito comum e previsível, e por isso mesmo: fraco. Galera, resumindo: o desfecho da história não esteve à altura de todo o enredo maravilhosamente engendrado por Sherwood. Cara, e que enredo!
O escritor americano foi além ao desenvolver dois plots diferentes, mas que acabam se cruzando no decorrer da história. O primeiro é a relação entre dois irmãos, cujo amor e respeito ganha a simpatia dos leitores logo nas primeiras páginas. O segundo está relaciondo a ligação de um casal ‘tão da hora’, mas tão da hora que você torce loucamente para que eles terminem a história juntos. Como definir esse ‘tão da hora’? Fácil: Charlie e Tess são muito diferentes entre si, mas ambos respeitam essas diferenças e aceitam os limites um do outro. Eles vão mais além e transformam esses limites em grandes virtudes.
Imagine quando esses dois plots se cruzam e tornam-se um só. Neste ponto, o enredo fica ainda mais emocionante porque Sherwood acrescenta muita aventura, suspense e uma baita virada no meio do romance que certamente impactará o leitor. Admito que a tal virada derrubou o meu queixo; e é a partir dessa reviravolta que o leitor passa a torcer desesperadamente para que algo aconteça na vida do casal. Com isso, cada virar de página acaba se transformando numa agonia e ao mesmo tempo numa torcida para que uma situação se concretize.
Não há como negar que o autor foi muito feliz na criação do enredo de “Morte e Vida de Charlie St, Cloud”, mas ‘entonce’ vem o final, e juro que após tanta torcida, tanta agonia, tanta aventura e até mesmo, algumas lágrimas, esperava bem mais do “The End”. Achei a conclusão da história muito simples, sem tempero, sei lá. Apenas, esperava mais. A impressão que ficou é que o final foi escrito meio que as pressas, mas isso não tira os méritos da história. Aliás, eu seria um hipócrita se dissesse que “Morte e Vida de Charlie St, Cloud” foi um fiasco, unicamente por culpa do seu “The End”. Afinal, quantos livros ótimos – verdadeiras obras primas – que Stephen King escreveu, mas cujas conclusões foram decepcionantes? Pois é, isso acontece com qualquer um, até mesmo com os melhores escritores.
Cena do filme baseado no livro
Achei apenas que Sherwood poderia caprichar um pouco mais nas ultimas páginas de sua trama para coroar aquela reviravolta inesperada e fantástica que acontece no meio do livro. Mas, quem sabe, talvez, o “The End” de “Morte e Vida de Charlie St. Cloud” acabe agradando os leitores que apreciem finais comuns.
O livro conta a história de Charlie St. Cloud, um jovem que não consegue superar a morte de seu irmão mais novo, após um acidente de carro do qual ele julga ser o principal culpado. Tanto é que ele aceita um emprego como zelador do cemitério onde seu irmão está enterrado, simplesmente para ficar perto dele. Charlie acaba adquirindo um dom, o qual faz com que todas as noites ele se encontre com o espírito do irmão e juntos os dois possam se divertir e matar as saudades. Mas Charlie conhece uma menina chamada Tess e se apaixona por ela. Agora ele precisa escolher entre continuar com seu irmão ou ir atrás da garota que ele ama.
Sua bela e incomum ligação o leva a uma corrida contra o tempo e a uma escolha entre a vida e a morte, entre o passado e o futuro, entre apegar-se ou deixar o passado para trás – e a descoberta que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos corações.
O livro escrito em 2004 foi adaptado para os cinemas seis anos depois em uma produção que contou com Zac Efron no papel de Charlie St. Cloud.
Ainda não tive oportunidade de assistir ao filme, mas gostei muito do livro, apesar do final.
Inté!


02/02/2019

Tempo de Matar


Arrependo-me de não ter lido, muito antes, “Tempo de Matar” de John Grisham. Tinha o livro, já há muitos anos, em minha estante e nunca me interessava em lê-lo. Nem mesmo após um de meus irmãos que é advogado ter recomendado a obra. Havia emprestado o livro à ele que depois de pouco tempo me entregou com recomendações positivas. Pensei com os meus botões que a indicação do mano era óbvia, já que por ser advogado criminalista, ele não tinha como não gostar da história, por pior que fosse. E assim, o livro voltou para a estante sem previsão para entrar em minha lista de leitura... Bem, isto ocorreu há três semanas quando, finalmente, decidi encarar as mais de 570 páginas do enredo idealizado por Grisham.
Cara, o livro é muuuito bom. Arrisco dizer que “Tempo de Matar” (1989) é o melhor de todos os livros escritos pelo autor. E o curioso é que esta obra representa a sua estréia na literatura; só dois anos depois viria “A Firma” (1991), considerado por muitos a sua obra prima. Mas na minha opinião “Tempo de Matar” é muito melhor. E olha que “A Firma” é um livraço.
Os personagens desenvolvidos por Grisham são muito carismáticos e o enredo é daqueles que provocam uma verdadeira miscelânea de emoções no leitor. No meu caso, senti raiva, indignação e até mesmo ódio em determinados momentos. O enredo tem uma carga emocional muito grande e você se insere na trama de uma tal maneira que passa a sentir na pele tudo o que o personagem principal Jake Brigance está sentindo. Ele é o típico “advogado de rua”. Aquele que representa indivíduos, e não instituições financeiras, companhias de seguro ou grandes firmas.
E por que o leitor se identifica tanto com esse personagem? Grisham criou um Brigance semelhante a nós, com muitos defeitos, mas também muitas virtudes, fugindo daqueles personagens caricaturais, do tipo ‘mau-mau’ ou ‘mocinho ao extremo’. Sem essa. O jovem advogado pensa em dinheiro sim; além de não aceitar reduzir o valor de seus honorários, enfim, ‘contratou-me, então tem que pagar o meu preço’. Agora eu pergunto: Nós não somos assim? Você, por acaso, trabalha de graça? Deixa que os outros coloquem preço no seu serviço? Nunca pensou, um dia, ganhar muito dinheiro? Taí porque nos identificamos, logo de cara, com Brigance. Ele é cada um de nós. Por outro lado, o jovem advogado é honesto e incorruptível e praticamente adota o seu cliente.
Por isso, não há como não torcer pelo sujeito. Cada pancada ou rasteira que o advogado leva de seus algozes é como se os golpes refletissem em nós. Então, no momento em que ele consegue dar a volta por cima, não há como o leitor ficar indiferente.  É nesta hora que damos aquele grito de guerra ou então, começamos a esmurrar o ar de alegria.
Acredito que Brigance foi um dos personagens mais carismáticos criados por Grisham. Para quem não sabe, ele pode ser considerado o alter-ego do autor, já que o próprio Grisham revelou que “Tempo de Matar” é um livro bastante autobiográfico. Antes de se tornar o escritor famoso que é hoje, ele  praticou a advocacia durante 10 anos, muito ao modo de Jake Brigance. Grisham disse que representava indivíduos e não instituições, fazendo o papel de um autêntico advogado das ruas. E muita coisa do que Jake faz e diz no livro é o que o autor fazia e dizia quando era um advogado.
“Tempo de Matar” tem outros personagens carismáticos como Harry Rex, o advogado bonachão e especialista em divórcios, amigo inseparável de Brigance e que só pensa em comida, sexo e mulheres; além de Lucien Willbanks, o ex-advogado que só vive bêbado, mas que no passado teve os seus tempos de glória. Os dois servem para equilibrar os momentos de tensão e raiva que o leitor passa ao presenciar as ações de personagens ardilosos como o promotor Dr. Rufus Buckley ou então dos integrantes da Ku-Klux-Klan com as suas tramoias cruéis e conspiradoras.
Quando o leitor está no ponto de ebulição, prestes a sofrer um ataque cardíaco por causa das maquinações de Rufus ou da crueldade da Klan, eis que Rex e Lucien entram em cena com o seu humor para acalmar o ‘caldeirão em ebulição’.
Outra personagem importante é a jovem estagiária de direito Ellen Roark que só aparece perto do meio da trama, mas tem um papel fundamental no enredo.
“Tempo de Matar” não é apenas um livro de embates no tribunal, envolvendo defesa e promotoria. É muito mais do que isso. É uma história sobre amizade, superação, coragem, quedas e vitórias. Enganam-se aqueles que pensam que metade da história se passa num tribunal com advogado de defesa e promotor se degladiando. Este embate acontece apenas no final do livro, mas é eletrizante. A inquirição das testemunhas pela defesa e acusação, as rasteiras mútuas aplicadas entre Brigance e Rufus, as intervenções do juiz Dr. Omar Noose e a expectativa final para saber se o réu será inocentado ou sentenciado a morte na Câmara de gás são descritas em poucas páginas, mas não deixam de ser emocionantes.
Ah! E prepara-se para uma surpresa nas páginas finais do livro, quando você ficará sabendo o motivo que levou o júri a inocentar ou acusar o réu. Tudo começou com um jurado que no momento da reunião para o veredito tomou uma decisão inusitada e que só é revelada no final da história. Meu! Que surpresa!
Em “Tempo de Matar”, Grisham conta a história de dois homens brancos que espancam e violentam impiedosamente uma menina negra de dez anos, numa pequena cidade ao sul dos Estados Unidos. A população da cidade - Clanton, no Mississipi -, apesar da significativa maioria branca, reage com choque e horror ao crime desumano. Mas o drama da menina Tonya e de sua família não para por aí. Ele ganha dimensão nacional a partir do momento em que o pai da menina consegue um fuzil emprestado, relembra seus tempos no Vietnã e mata os estupradores. A opinião pública se divide e o jovem advogado, Jack Brigance, que assume a defesa, terá que enfrentar toda sorte de perseguições, principalmente por parte da violenta Ku Klux Klan.
O livro foi adaptado para os cinemas em 1996 com Matthew Mc Conaughey (Jack Brigance), Sandra Bullock (Ellen Roark), Kevin Spacey (Dr. Rufus Buckley) e Samuel L. Jackson (pai da garota estuprada). A direção foi de Joel Schumacher. O filme foi um grande sucesso de público e muito elogiado pela crítica.
Se pudesse recomendar o livro mil vezes, eu recomendaria.
Uma leitura imperdível.

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