29/03/2019

Drácula (Bram Stoker)


Li “Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker, há alguns anos, acho que em 2012, mas gostei tanto do livro que mesmo já tendo, em minha estante, a edição da Martin Claret, resolvi, no mês passado, comprar um box com as obras do autor. Na caixa vieram três livros, um deles, lógico, “Drácula”. Hoje tenho dois vampirões na minha estante: o da Martin Claret e o da Nova Fronteira.
Posso garantir que reler Drácula foi gratificante, mesmo porque não me recordava de várias passagens da história, inclusive do seu final.
O livro é todo escrito no formato de epístolas, diários, telegramas e memorandos. Quem escreve essas cartas são os próprios personagens, o que a torna a história mais densa, conferindo-lhe um certo clima de realidade. Cara, e como essas epístolas provocam medo, aliás muito medo. Algumas delas, inclusive, chegam a ser perturbadoras como por exemplo os diários de Jonathan Harker e do capitão de um navio chamado Demeter.
Os diários desses personagens tem cenas que me impressionaram muito, principalmente porque, durante a maior parte do meu tempo, os li de noite e sozinho em minha casa.  Então já viu né.  Por exemplo, ver Harker descrevendo o conde saindo de uma janela do castelo e rastejando pelas paredes externas como um enorme verme não é nada agradável. Menos agradável ainda é ver as ‘namoradas’ vampiras de Drácula se alimentando de crianças recém-nascidas. Meu amigo, acredite, para ler essas passagens, o sujeito tem que ser trucão, no duro.
O diário de bordo do capitão do Demeter não fica atrás. Para chegar até Londres, Drácula viajou nessa embarcação escondido em um caixão. Não preciso dizer que coisas terríveis aconteceram durante a viagem. Todos esses momentos de horror enfrentados pela tripulação são narrados no diário do capitão.
Estas duas epístolas provocaram calafrios na primeira vez que li o livro, em 2012, por isso, resolvi escrever um post só delas (ver aqui).
Quanto as cartas escritas por Mina Harker, mulher de Jonathan, apesar de não serem tão apavorantes, também prendem a atenção dos leitores. A personalidade, coragem e ao mesmo tempo delicadeza de Mina conquista até o mais insensível dos leitores.
Além de Jonathan e Mina Harker, o autor conseguiu criar personagens cativantes como o psiquiatra Dr, Jack Seward, o Lord Arthur Holmwood, o caçador Quincey Morris e claro, o Dr. Van Helsing. Os quatro se unem na caçada ao poderoso vampiro e tentam de todas as maneiras destruí-lo. As cenas de perseguição ao monstro que culminam com um final movimentado e repleto de ação são muito bem descritas por Stoker.
Prestem atenção em Quincey Morris, não há como não gostar desse personagem. Dei muitas risadas com ele, torci por ele e também fiquei triste em determinado momento.
Com relação ao Van Helsing do livro não se compara ao do filme de 1992, apesar da interpretação competente e muito elogiada de Anthony Hopkins. O caçador de vampiros das páginas é muito mais profundo e carismático do que o das telonas.
“Drácula” não nega fogo logo de cara. Em suas primeiras páginas, Stoker já arrebenta criando um clima tenso e sombrio durante a visita de Jonathan Harker ao castelo do vampiro. O objetivo desse encontro é prestar apoio jurídico para uma transação imobiliária supervisionada pelo empregador de Harker. Primeiramente atraído pelos bons modos de Drácula, o advogado logo percebe que é um prisioneiro ali. Outros detalhes tornam o anfitrião uma personagem excêntrica: ele não tem reflexo no espelho, não é visto de dia e nunca mostra ter fome. Certa noite, Harker o vê escalando as altíssimas paredes do castelo e sumindo na floresta ao redor, como se fosse um bicho. Ele ainda não entende que Drácula é um vampiro. A partir daí começa o pesadelo do jovem. A situação se complica ainda mais quando o vampiro encontra um meio de chegar até Londres, onde pretende ficar para espalhar o terror.
O romance foi publicado em 1897e se tornou a pedra fundamental dos enredos literários e cinematográficos sobre vampiros.
Boa leitura galera!

26/03/2019

Os livros que me perdoem, mas hoje eu quero desabafar sobre o meu ombro manipulador e o meu pescoço dependente


Galera, momento desabafo no ar, please. Sei que este espaço é para escrever sobre livros, mas...cara, hoje tô precisando falar de uma outra coisa. Lulu, minha fiel escudeira, meu amor, minha paixão e etc e mais etc, não está, aqui, comigo. Foi viajar, a trabalho. Entonce, estou em casa, sozinho e com uma dor no ombro do caralh... Ooops! Do caramba, assim é melhor (rs). Ainda hoje, antes da viagem, disse para Lulu que o meu ombro é um baita de um vilão manipulador e sem vergonha. Na sua esperteza maléfica, ele conseguiu ‘ganhar’ a confiança do meu pescoço para que ele também aderisse a sua grevezinha ou revolta pessoal. Resultado: uma dor excruciante nestas duas partes do meu corpo. PQP, e que dooor!!
Acho que os dois – o ombro mau caráter e o pescoço sem personalidade – ficaram revoltados – quero dizer, o ombro ficou revoltado e depois com a sua lábia habitual convenceu o pescoço a também ficar revoltado – por causa do excesso de serviço, o qual eles classificaram como trabalho escravo.
Pois é, apesar de estar P. da vida com os dois, não posso negar que eles tem um pouco de razão. Confesso que abusei. Exercer a minha profissão e ainda encontrar tempo para escrever alguns posts está ficando muito difícil, pelo menos neste primeiro trimestre.
Qualquer mesa, pedaço de concreto ou madeira que encontro durante o dia – num restaurante, hotel, consultório médico, etc – já uso como apoio para abrir o meu notebook ou sacar o meu tablet e digitar alguma pauta atrasada ou concluir uma reportagem. O segundo tempo dessa bnatalha recomeça em casa. Chegando lá, tomo um banho e pimba! Parto para desktop do meu quarto para escrever um ou dois posts. Tempo para ler? Bem... como costumo dizer: as madrugadas existem para isso.
Acreditem, estou nesse ritmo alucinante desde o início do ano e há cerca de três dias, o meu ombro enfezou. – Tá pensando que eu sou teu escravo!! – gritou – Você não me conhece ‘rapaizinhu’, se não me der uma folga, prometo que vai receber o troco! – concluiu.

Como vocês já devem ter notado, não atendi a sua reivindicação e deu no que deu: três madrugadas com dores lancinantes, incluindo a de ontem que, juro, quero esquecer. Na realidade, não tiro a razão do meu ombro esquerdo. Em julho de 2018 fui diagnosticado com uma lesão do tipo Slap. Naquela época não conseguia erguê-lo e tampouco fazer movimentos de rotação. O médico ortopedista me passou um coquetel de anti-inflamatórios, além de sessões intermináveis de fisioterapia. Disse-me ainda que se eu não melhorasse, a solução seria uma artroscopia ou cirurgia.
Cara, me revoltei com os medicamentos que estavam detonando o meu estômago e por isso fiquei só com a ‘fisio’ somadas a aulas de Pilates. Melhorei do problema, até... começar a abusar novamente da boa sorte. Foi então que o moleque malvado e dominador chamado ‘Ombrito” decidiu motinar.
Ontem, como estava com muita dor fui a um médico, amigo meu, que apesar de ser especialista em gastro e dos bons, também atende outras especialidades. Como não fazia o exame de toque retal há algum tempo, decidi ir para a luta. Com a próstata tudo OK, mas – Putz, já pararam prá pensar como esse tal “mas” é o oráculo da desgraça na maioria das frases. Quando ele surge sorrateiramente, quase boa coisa não é (rs) – o médico descobriu juma fístula anal.
- Beleza, tem como cauterizar isso aí? – perguntei ao médico, amigo meu. Ele parou e me olhou bestamente – Cauterizar?!! Cê tá brincando né? Isto é caso cirúrgico. – Como a machadada desferida pelo meu médico não foi suficiente, ele apelou para o golpe de misericórdia – Olha, mas fique tranquilo, internamos você, na boa; a  anestesia é peridural, riscos mínimos; vamos abrir a fístula, curetar o seu canal; você não vai sentir nada, quero dizer na hora da cirurgia. Dor mesmo, só depois, durante um três, quatro ou cinco dias. Ah! A recuperação é um pouquinho demorada porque tenho que deixar o buraco da fístula aberto para que ele feche de dentro prá fora. O tempo de cicatrização demora um pouquinho, mais ou menos um mês. Outra coisa...
Ele não parava mais de me explicar as fases da tortura medieval pela qual eu passaria. Nesta hora, imaginei o meu ombro morrendo de rir – Hahahahahahaha!!! Bem feito papudo! Tá pagando tudo o que fez pra gente!! – E ao seu lado, também imaginei a besta do meu pescoço, sem personalidade, gargalhando por tabela.
Marquei a cirurgia para o mês de julho quando entrarei de férias. Ihauuuuuu!! E que férias: rabo picotado e aberto! Ooops! Novamente, desculpe. Acho que pintou um segundo de revolta com a situação, mas já passou.
Galera, então é isso aí. Sei que o post fugiu totalmente da proposta do blog, mas como disse no início, precisava ‘conversar’ com alguém para dividir as minhas aventuras e desventuras. Poderia, ter saído com alguns amigos, ido a um barzinho ou lanchonete e fazer dessa história um dos assuntos da nossa conversa de botequim. Com certeza daríamos muitas risadas, apesar do mau humor do meu ombro.  Mas, não sei porque, decidi compartilhar essa história com todos vocês que já acompanham o trabalho do “Livros e Opinião” há algum tempo.
Prometo que da próxima vez não irei fugir do assunto. Com certeza, irei ‘falar’ sobre livros.
Inté e... torçam por mim  
Fui!


23/03/2019

Os blogs literários jamais irão morrer


Tudo bem, admito que estava adiando, há muito tempo, expor o meu ponto de vista com relação a determinado assunto que vinha me deixando intrigado e aborrecido: o fim da era dos blog literários. Este suposto fim estaria fazendo com que vários blogueiros migrassem as suas plataformas para o Youtube, encerrando definitivamente os seus trabalhos como blogueiros literários para se tornarem booktubers.
Pois é, mesmo querendo tornar pública a minha opinião sobre esse tema,  acabava adiando, adiando e no fim optava por fazer uma resenha ou, então, escrever sobre um lançamento ou ainda preparar um toplist literário. Mas o encontro que tive com o Marcos, na semana passada em Bauru, um antigo amigo de escola e ávido leitor, hoje residente naquela cidade, foi a gota d’água para que eu mudasse de idéia. Depois de conversar um bom tempo com ele, cheguei à conclusão de que tinha que escrever esse texto de qualquer maneira, nem que fosse por desabafo, aliás, acredito que muitos de vocês concordarão que, realmente, se trata de um desabafo.
O Marcos me disse que estava pensando em expor as suas experiências literárias na web. - Jam to pensando em começar a resenhar alguma coisa na internet. Estou com um material enorme guardado.
-  Putz que legal! Vai abrir um blog?! – perguntei entusiasmado.
- Não;  blog já era; vou fazer alguns vídeo para o Youtube.
Katabrummmm!! Juro que a resposta do Marcos foi pior do que um soco no fígado ou na ponta do queixo. Estive perto sofrer um nocaute. Tão perto, que me faltou palavras até mesmo para contra-argumentar.
Depois dessa pancada, resolvi escrever esse texto para expor a minha opinião que difere totalmente da linha de raciocínio do Marcos e também da sua, se você pensa dessa maneira.
Gente, os blogs não estão morrendo, de forma alguma. Aliás, enquanto existirem leitores, os blogs continuarão mais vivos do que nunca. Creio que há espaço para todos na ‘livrosfera’: blogueiros e booktubers. Tudo é uma questão de preferência, de gosto. No meu caso, não sou fã de acompanhar resenhas pelo Youtube, acho elas pouco detalhadas, menos profundas, resumidas ao extremo. Portanto, ainda prefiro os blogs ou o portal do Skoob.
Algumas pessoas afirmam que ler uma resenha num blog é muito cansativo, ao passo de que “assisti-la” no Youtbe torna-se bem mais atrativa. Pera aí, acho que tem alguma coisa  desengrenada nessa afirmação. Gente, o leitor de carteirinha, ou seja, o verdadeiro devorador de livros jamais irá achar cansativa uma obra de 400  ou 500 páginas, desde que o enredo seja muito bem escrito. O mesmo serve para os blogs. Uma resenha ou um playlist caprichado, escrito e preparado com todo esmero pelo blogueiro também vai seduzir os leitores. Galera, quem gosta de ler de verdade, mas de verdade mesmo, não se assusta com o número de páginas ou o tamanho de uma resenha, desde que o que esteja escrito nelas, tenha qualidade.
Portanto, é furada essa teoria de que os blogs estejam perdendo espaço na web por causa do seu formato. Aqueles que afirmam que não tem paciência de ler uma resenha, certamente também estão atacando por tabela um dos espaços mais sagrados  e respeitados por nós leitores: o Skoob. Costumo dizer que o Skoob é um Oasis para qualquer leitor, porque lá ele irá encontrar um festival de resenhas, das mais variadas, a maioria delas publicadas em blogs literários.
Independente do formato da plataforma, visual ou escrita, se o material publicado não tiver qualidade, a rejeição será a mesma. Já vi muitas resenhas onde o blogueiro simplesmente copia e cola o release sobre o livro, deixando de lado as suas impressões pessoais, transformando-se num lobista da editora; como também já vi muitos vídeos onde os booktubers querem aparecer mais do que a obra que estão comentando ou então, matam o vídeo com spoilers.
Então, se é ruim para um, é ruim para todos; se é bom para um, também é bom para todos. É dessa maneira que vejo blogs e vídeos literários.
Se aquelas pessoas que insistem em criticar e ao mesmo tempo proclamar o fim da era dos blogs literários para o Youtube, dissessem que a plataforma de vídeo  é a preferida dos internautas que apreciam os filmes e séries de TV, tendo pouco afinidade com os livros, então sim, eu concordaria em gênero, número e grau. Já quanto àqueles que são fãs tanto dos livros quanto das séries e filmes, com certeza, não farão distinção de nenhuma das duas plataformas, tratando as duas com isonomia.
Um dia desses num fórum de discussões de blogueiros literários, alguém lançou um questionamento, acredito que ‘meio assim... na brincadeira, dizendo que um grupo misterioso de internautas, tipo uma entidade secreta,  plantou na web a semente de que os blogs sobre livros estavam morrendo, marcando o início de uma nova era. Diariamente, os integrantes dessa entidade misteriosa regavam a tal sementinha até que ela se transformou numa das maiores conspirações para aniquilar os blogs sobre livros.
Demos muitas risadas desse conceito, inclusive o próprio autor da teoria conspiratória entrou no clima das brincadeiras, rindo muito da sua idéia, mas hoje paro para pensar; será que ele... (Rsssss) Brincadeirinha para descontrair gente; é claro que não acredito nisso que foi exposto no fórum.
Para finalizar, gostaria de fazer dois apelos: um para os blogueiros antigos e outro, para aqueles que estão na dúvida se criam ou não um blog sobre livros, infelizmente, ainda influenciados por essa onda de informações, que julgo furadas. Peço para que os blogueiros mais experientes que estejam pensando em fechar os seus blogs e migrar para o Youtube, não fazerem isso. Galera, Vocês estarão cometendo um grave erro do qual poderão se arrepender depois. Se quiserem postar suas resenhas na plataforma de vídeos, Ok, também façam isso, mas não encerrem um trabalho que vem sendo mantido há anos. Certamente, muitos de seus seguidores ficarão frustrados.  
Quanto aos iniciantes, que continuam na dúvida se começam ou não os seus blogs literários, só posso dar um conselho: Gosta de escrever? Tem facilidade em criar textos? Sua redação é boa? Então o que está esperando,  comece logo o seu blog; tem muitos leitores esperando.
Inté!

20/03/2019

Até você ser minha


O problema de ler um livro que todos classificam de final surpreendente, daqueles de derrubar o queixo, é que você começa a imaginar todos os finais improváveis. Isto acontece pelo menos comigo. A medida que vou conhecendo os personagens e me inteirando sobre a trama, a minha cabeça já começa a elaborar as conclusões de enredo mais estapafúrdias possíveis; verdadeiras apostas em um cavalo de corrida... manco.
O quer há de tão complicado nisso? Simples, eu respondo. Numa dessas apostas, às vezes, o seu cavalo manco ganha e entonce... o final, outrora surpreendente, perde toda a graça. Verdade! A ansiedade em conhecer a conclusão da história de um determinado livro que todos consideram como o maior plot twist do século é tão grande que se torna inevitável para o leitor ficar criando, durante a leitura, os seus próprios plot twist. Agora imagine, você chegar nas últimas páginas da obra e descobrir que o tão comentado final do século é aquele que imaginou. Katablummmmm!!! E toma cavalo manco no páreo!!!! Pronto, é como se uma bomba atômica tivesse explodido perto de você. Fala a verdade; quando isso acontece, nã dá vontade de morrer... de ódio? Cara, é muito desanimador.
Por isso, quando vou ler um livro, evito ficar pesquisando se o seu enredo é daqueles com viradas surpreendentes. Sei lá, dessa maneira, paro de me preocupar em passar a leitura inteira, criando finais mirabolantes e penso apenas em curtir ao máximo a trama. Assim, se o livro tiver um grande plot twist, saio ganhando.
Bem, quando li “Até Você Ser Minha”, já sabia que o enredo criado por Samantha Hayes, reservava uma conclusão desse tipo, capaz de deixar, nós, leitores boquiabertos por vários minutos porque rompia com todos os paradigmas que havíamos construído durante a leitura. Juro que fiquei um pouco frustrado, pois sabia que logo nas primeiras páginas, o meu cérebro começaria trabalhar nas várias hipóteses de um final apoteótico; e olha que já acertei muitos finais de liovros, mas tudo bem, encarei a ‘escrita’ de Hayes mesmo assim. E quer saber de um segredo? Foi esse detalhe que fez com que eu não abandonasse a obra.
“Até Você Ser Minha” tem uma trama muito arrastada e cansativa em vários momentos. Achei que a autora enrolou demais com descrições, além de detalhes bobos que não acrescentam nada na interação entre os personagens. Muitos diálogos são jogados fora em conversas bobas durante o café da manhã ou no trabalho dos personagens, e por aí afora. Outra falha que deixa a trama em marcha lenta, é a ênfase dada pela escritora para  personagens secundários. Só continuei a leitura porque queria conhecer o tal plot twist do século. E então, chega a hora do tão comentado final. PQP!!! Cara, o meu queixo caiu no chão e continua por lá até agora! Se eu fosse classificar “Até Você ser Minha”, classificaria da seguinte maneira: “um livro que merece todos os elogios pelo seu final, e só”. Posso dizer que o “The End” da história foi tão, mas tão surpreendente que salvou, pelo menos em parte, o seu enredo cansativo. Jamais imaginei que aconteceria aquilo, e olha que durante a leitura fantasiei ‘milhares’ de possibilidades, incluindo as mais esdrúxulas possíveis. Posso afirmar que até o presente momento, “Até Você Ser Minha” tem o maior plot twist de todos os livros que já lí.
Hayes conta a história de uma assistente social chamada Claudia Morgan-Brown que após vários abortos involuntários está prestes a realizar o sonho de sua vida: dar à luz uma menininha. Apesar da ausência do marido ao longo da gravidez – James é um oficial da Marinha que fica semanas e até meses longe de casa –, ela mal pode esperar para segurar o seu bebê nos braços após várias tentativas e perdas.
Porém, as diversas atividades de Cláudia, além da responsabilidade de cuidar dos gêmeos, filhos do primeiro casamento de James, deixam o casal preocupado, ainda mais com a aproximação de uma nova partida de James. É então que eles decidem contratar uma babá chamada Zoe que deseja muito esse emprego. Com as melhores recomendações, ela conquista a confiança da família e se muda para o lar do casal. Com o passar dos dias, Cláudia teme que a misteriosa mulher tenha outros motivos para se aproximar de sua família.
Só posso contar até aí para não soltar pistas que possam comprometer o grand finale, se bem que mesmo que eu contasse todos os spoilers da trama, acredito que vocês jamais descobririam o final, de tão absurdo; mas um absurdo no bom sentido.
Ah! Outro detalhe. Não leia “Até Você Ser Minha” esperando encontrar várias reviravoltas na trama. Elas não existem. A única grande reviravolta está nas páginas finais.
Inté!

17/03/2019

Autora de “50 Tons de Cinza” lança novo livro. “The Mister” chega traduzido ao Brasil ainda no primeiro semestre de 2019


Apesar de livro e filmes terem bombados em todo o mundo, incluindo o Brasil, não li e tampouco assisti a trilogia “50 Tons de Cinza” idealizada pela esritora britânica Erika Leonard James, mais conhecida por E.L. James. Não sei explicar, galera... simplesmente, não senti vontade, acho que o enredo não me atraiu, mas independente disso, não posso negar que o primeiro livro da trilogia causou um verdadeiro reboliço – no bom sentido – em muitos países. No Brasil, por exemplo, foi uma loucura.
Lembro que na época de seu lançado, acho que em 2011, formaram filas e mais filas nas livrarias – antes de várias delas fecharem as portas - para se adquirir o livro. O filme, então, My God! Uma verdadeira legião de cinéfilos, grande parte deles formado por um público teen, aguardavam ansiosos para ver nas telas as peripécias do icônico casal Anastasia Steele e Christian Grey.
Agora, este grupo de leitores, fãs da escritora que se tornou famosa da noite para o dia, já podem comemorar. James acabou de lançar um novo livro; mas calma, calma... Pera aí porque a obra ainda não chegou traduzida ao Brasil, portanto você só poderá encontra-la nas principais livrarias, em inglês. Outro alerta: não se trata de uma continuação ou prequel da saga “50 Tons de Cinza”. Mas tudo bem, tudo bem, isso não importa, o que interessa é que a “mãe” de Anastasia e Grey está de volta e com uma nova história. 

Escritora E.L.James e a capa de "Mister"
Ah! Antes que você me pergunte, o novo livro deve ter a sua versão traduzida marcando presença nas prateleiras das nossas livrarias físicas e virtuais ainda no primeiro semestre de março. Com isso, estou querendo dizer que o prazo máximo para a sua chegada, estourando, é no mês de junho.
O livro se chama “The Mister” (ainda sem título em português) e será lançado pela Intrínseca. O enredo se parece com uma fábula de cinderela atualizada para o século XXI e, claro, com muitas pitadas eróticas.
A história é centrada no rico aristocrata Maxim Trevelyan e na mulher misteriosa por quem ele se apaixona, Alessia Demachi. Para os curiosos de plantão vale a pena destacar que “The Mister” recebeu críticas favoráveis de vários jornais americanos que o classificaram como “uma montanha-russa de perigo e desejo que vai deixar os leitores sem fôlego até a última página”.
Confiram a sinopse oficial da obra. Vamos lá:
"Londres, 2019.
A vida tem sido fácil para Maxim Trevelyan. Ele é inglês, bonito, rico, nunca precisou trabalhar e quase nunca dorme sozinho. Tudo isso muda quando uma tragédia acontece e Maxim herda um título de nobreza, a riqueza e as propriedades da família, e toda a responsabilidade que vem com isso. É um papel para o qual ele não está preparado, e que agora deve se esforçar para desempenhar.
Mas o maior desafio de Maxim vai ser lutar contra a atração por uma jovem enigmática que conheceu recentemente e que guarda um segredo do passado. Reservada, atraente e com talento para a música, Alessia é misteriosa e sedutora, e logo o desejo de Maxim por ela se transforma em algo que ele nunca experimentou e não ousa nomear. Mas, afinal, quem é Alessia DemachiMaxim poderá protegê-la do mal que a ameaça? E o que ela fará quando souber que ele também esconde segredos?".
Agora fica a pergunta no ar: será que “The Mister” vai alcançar o mesmo sucesso de “50 Tons de Cinza”? Isto só o tempo poderá responder.

15/03/2019

Marketplaces e grandes livrarias online: uma parceria que pode gerar muitas dores de cabeça... para os leitores


Há muitos anos, quando comecei a comprar livros online e quando a Submarino, de fato, era a Submarino, ou seja, não tinha parcerias firmadas com outras livrarias virtuais de pequeno porte, as compras dos meus queridos ‘bebês’ era muito mais segura e tranquila. Hoje, a Submarino, Americanas, Amazon, Saraiva, Extra, enfim, todas as grandes livrarias virtuais e redes de lojas que vendem livros aderiram à moda do Marketplace. E com isso... acabou-se a minha tranquilidade. Os motivos? Ok, eu conto: os atrasos nas entregas; produtos extraviados ou com defeitos; reembolsos que não são feitos, ufaaa!! Paro por aqui.
Vejam bem, não estou generalizando, mas prá ser sincero, a maioria dessas lojas parceiras são um pé no saco. É claro que existem os marketplaces confiáveis, mas sinto dizer que são pouquíssimos.
Tá bem, vocês não estão acreditando? Então, vamos fazer um negócio. Larguem um pouquinho o que estiverem fazendo agora e deem uma ‘entradinha’ no portal “Reclame Aqui”. Entrou? Belê; agora digite na barra de procura do portal o nome de qualquer livraria online que seja parceira da Submarino, Americanas ou outra grande loja. E aí? Conseguiu captar? Encontrou alguma dessas lojas isentas de reclamações? Tenho certeza que não.
Grande parte das reclamações que vocês viram dizem respeito a produtos não entregues ou então com atraso na entrega. Concordam? Pois é galera, juro que fujo dessas lojas como o diabo foge da cruz; só compro se não tiver jeito, tipo a última esperança da face da terra. E quando faço isso, pimba! A agonia toma conta da minha alma. Cara, fico olhando obcecado o status do meu pedido. Consulto aquela barrinha que indica as fases:“pedido aceito – pagamento confirmado – entregue na transportadora – produto a caminho de seu endereço” , várias vezes ao dia e outras várias vezes à noite. Rezo inúmeros pai Nossos e Ave Marias, peço para todos os santos que os meus “bebês” cheguem sãos e salvos.
Esta agonia não acontece ou pelo menos, fica mais amena, quando adquiro os meus livros diretamente das lojas Submarino, Americanas ou Amazon, sem a intervenção das Marketplaces. Até agora não tive nenhuma compra complicada quando optei por negociar diretamente com “os donos dos porcos”, mas não posso dizer o mesmo quando fui obrigado a fazer negócio com as malfadadas livrarias parceiras dessas grandes empresas virtuais. Foram muitas pancadas recebidas, a última aconteceu, recentemente; pra ser exato, no final do mês passado. Comprei dois livros de uma famosa livraria virtual via Marketplace. Pois é, passaram-se 15 dias, 20 dias, 30 dias, enfim, mais de um mês e nada desses livros chegarem. Então, numa das minhas obcecadas consultas ao status do meu pedido, eis que vejo a seguinte mensagem: “Produto entregue”. PQP!! – exclamei. Como entregue, se não recebi absolutamente nada?!
Tento contato com a livraria e nada. Contato por telefone? Esquece. Os números existentes são apenas para televendas de produtos. Quer reclamar? Se vira com os contatos por e-mail e ainda por cima, espere dois dias para a loja lhe responder. Isto, se a resposta vier. Gozado né? Na hora de vender, essas empresas colocam a disposição de seus visitantes dois, três, quatro ou até mesmo cinco telefones; mas na hora de receber reclamações... Ooopss... cadê os telefones? Sumiram?! Infelizmente, sim. Dessa forma, você tem que enviar a sua reclamação por e-mail e esperar a boa vontade dos ‘distintos’ em lhe responder.
Entonce, quando vi em meu status a mensagem de livro entregue, mas sem recebe-lo, escrevi várias mensagens para a loja, mas nada de respostas. Assim, só me restou recorrer ao portal “Reclame Aqui” e fazer a minha reclamação. Devo admitir que fui atendido na hora. A livraria, não a Marketplace, mas a próprias ‘dona dos porcos’ entrou em contato comigo – uma atendente muita atenciosa, por sinal – e resolveu o problema, mas acredito que todo o transtorno que tive poderia ter sido evitado se a grande loja escolhesse melhor os seus parceiros e desse uma maior atenção aos seus consumidores, divulgando número de telefones de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e não só de Televendas.
Mas após dar uma zapeada na maioria das lojas online tradicionais que vendem livros, percebi com grande tristeza que a loja Marketplace que por muito pouco não meu o balão, é parceira de praticamente todas essas livrarias e lojas virtuais tradicionais.
Fazer o que? Só resta rezar, e muito, para que Submarino, Americanas, Amazon, Extra, Ponto Frio e etc e mais etc, comecem dar maior atenção para nós, leitores, \não nos fazendo de.... já sabe né?!
Inté
Ok Ok

11/03/2019

Um Capricho dos Deuses

A minha estante está repleta de livros de Sidney Sheldon. Todos ele já lidos, mas às vezes ‘bate’ aquela vontade meio que “desenfreada de reler alguns deles. E assim, lá estou eu, geralmente durante a noite, pegando um dos meus bebês novamente. Garanto prá toda a galera que cada releitura que faço é uma sensação incrível, daquelas que só os devoradores de livros que são fãs de Sheldon conseguem entender.
Há alguns dias, escolhi “Um Capricho dos Deuses”. Já tinha lido a obra há muito tempo e não me lembrava de vários detalhes, inclusive do final.
Peguei o livro as 19 horas e só larguei a uma hora da madrugada, incluindo um rápido espaço para um lanchinho e claro, dormir. No dia seguinte, como era sábado, terminei de lê-lo pela manhã. Resumindo: demorei menos de dois dias para terminar.
O enredo de Sheldon é viciante e as pistas daqueles que estão tramando contra a vida da personagem principal são cheias de nuances, o que faz com que o leitor mude a sua opinião com frequência com relação aos vilões. Estas mudanças deixam o enredo ainda mais atrativo, com o suspense crescendo a cada página. Por isso, sempre faço questão de destacar a idiossincrasia dos enredos do autor.
“Um Capricho dos Deuses’ foi o oitavo livro de Sheldon, publicado em 1987, e a exemplo dos anteriores tornou-se um grande sucesso de público. Nele o autor apresenta como personagem principal mais uma mulher corajosa e de personalidade forte. Mary Ashley leciona na Universidade de Kansas e é especialista em assuntos da Europa Ocidental. Como o novo presidente dos Estados Unidos tem a intenção de estreitar as relações diplomáticas com a Romênia, que andam meio abaladas, ele acaba convidando Ashley para assumir a Embaixada dos estados Unidos naquele país.
Inicialmente, ela rejeita o convite por ser casada e ter dois filhos menores, mas após a morte de seu marido num acidente de carro, Ashley acaba aceitando a oferta. A partir desse momento, surge a primeira dúvida: será que o acidente foi algo normal ou fez parte de uma conspiração para que a professora universitária aceitasse ser embaixadora dos estados Unidos na Romênia? Garanto que outros questionamentos acabam surgindo no decorrer da trama, fazendo o leitor coçar as orelhas.
Sem saber, ao concordar com o convite do presidente americano, Ashley passa a viver uma situação de extremo perigo, colocando a sua vida em risco, já que uma sinistra organização formada por políticos e empresários desejam sabotar o plano do presidente americano em se aproximar da Romênia, nem que para isso tenham que matar a nova embaixadora. Os interesses dessa organização não são nada salutares já que eles pretendem provocar uma grande catástrofe mundial visando apenas interesses próprios.
No meio de tanto perigo e duvidas, Ashley acaba se envolvendo com dois homens enigmáticos, E novamente, surgem mais dúvidas para os leitores coçarem as orelhas, os bigodes, as pestanas, seja lá o que quiserem coçar: será que os dois são amigos ou inimigos da mulher? Será que apenas um deles está do seu lado? Em qual deles, ela deve confiar?
Sheldon é um verdadeiro mestre em escrever tramas conspiratórias e “Um Capricho dos Deuses” é a prova disso. Quando li, a ansiedade foi tanta que a minha vontade era pular as páginas para saber qual personagem estava conspirando e qual estava sendo sincero.
No final dessa postagem não poderia deixar de mencionar o vilão do enredo: “Angel”, o codinome do assassino profissional – que nunca falha em suas missões - contratado para eliminar Ashley. O sujeito é tão estranho que chega a ser icônico.
Tudo bem que ele apareça pouco, mas as vezes em que dá as caras na trama, consegue prender a atenção do leitor. Além de muito ardiloso e enigmático, ‘Angel’ esconde um segredo que só é descoberto no final. Quando ele revela a sua identidade, caraca! O queixo do leitor, literalmente, cai.
O final de “Um Capricho dos Deuses” é de tirar o fôlego: muita ação, além de revelações surpreendentes. Uma leitura que vale muito a pena.
Inté!

08/03/2019

Lady Killers – Assassinas em Série


Falar do layout dos livros da Darkside é chover no molhado. Todos nós já sabemos do esmero com que a editora trata dos seus “bebês”. Prova disso é “Lady Killers – Assassinas em Série”, seu mais recente lançamento. Capa dura com detalhes em rosa, branco e preto; páginas com lombadas laterais e centrais em preto; trechos importantes do texto grifados em rosa, como se a autora Tori Telfer estivesse com uma caneta de ponta porosa nas mãos destacando as partes do enredo que ela julgasse fundamentais; ilustrações com detalhes artesanais e mais isso e aquilo que dão a obra um ar todo vintage. Um autêntico e imperdível lançamento de colecionador. Definitivamente, amei!
Mas chega. Não vou perder tempo escrevendo sobre algo que o leitor já tem certeza que irá encontrar nos lançamentos da caveirinha. Quero abordar o conteúdo de “Lady Killers – Assassinas em Série”. E o conteúdo, também segue as mesmas diretrizes do visual do livro, ou seja, perfeito.
Telfer caprichou. Acredito que ela gastou muito tempo em suas pesquisas para montar o seu enredo. Escrever sobre assassinas em série, de um modo geral, já é difícil devido a falta de material  sobre o assunto, o que não acontece quando tema diz respeito à assassinos. Por algum motivo, o material sobre homens que matam em série é muito mais amplo do que aqueles que se referem sobre o mesmo tema, mas tendo o sexo oposto sob os holofotes.
Pois é, a autora foi mais além, indo ‘buscar’ referencias de assassinas em série do passado, algumas de um passado bem distante, do tipo séculos XVII e até mesmo XVI ou XV. ‘Cê’ pensa que é fácil?! Ok, então, vamos lá. Tente encontrar alguma coisa sobre mulheres que se enquadrem no perfil de serial killers dessas épocas? Cara, é muito difícil. Telfer conseguiu traçar o perfil psicológico de 14 serial killers de diversas épocas distantes, quando o Brasil nem sequer ainda era Brasil. Numa escrita fluida e dinâmica – sem nenhuma enrolação – o leitor fica sabendo tudo sobre a infância, juventude e velhice dessas mulheres, além dos traumas responsáveis pela modificação dos seus caracteres. 
Apesar da maioria dos casos tratar de serial killers que utilizavam veneno em seus crimes, a leitura não cai na ‘mesmice’, pois cada criminosa tinha o seu modus operandi de agir.
Telfer narra os casos de uma maneira leve e até mesmo brincalhona, mas sempre centrada na realidade, de mulheres psicopatas que faziam coisas inacreditáveis em suas épocas. Uma frustração na cama com o amante ou então um fora do namorado já era motivo para a ‘vítima’ planejar a morte do infeliz. Um detalhe curioso abordado pela autora é como a aparência física dessas mulheres interferiram, algumas vezes, em seus julgamentos.
Os casos mais violentos e que chamaram a minha atenção foram aqueles envolvendo Elizabeth Bathory, a condessa sangrenta, que tinha o hábito de banhar-se, numa banheira, com o sangue de suas vítimas; Lizzie Halliday, considerada a pior mulher do mundo, leiam e vocês saberão o porquê desse apelido, arghhhhh; Mary Ann Cotton, que ganhou o apelido, diga-se merecido, de ‘mulher maldita’, que fez um festival de ‘maridos e amantes cadáveres’, matando-os de uma maneira torpe, cruel e sem piedade; e por fim, Darya Nikolayevna Saltykova, a ‘atormentadora’,vichiii, arrepiei-me com as maldades dessa russa; Deus me livre. Além dessas ‘beldades’ que prenderam a minha atenção, as outras ‘meninas’ descritas por Telfer, de fato, provocam calafrios; calafrios do tipo: jamais quero ficar um segundo, sequer, ao lado dessa ‘diaba’.
O livro traz ainda, resumidamente, uma galeria de outras 14 assassinas em série contemporâneas, entre as quais: Aileen Wuornos que foi glamourizada no filme “Monster” (2003) com Charlize Theron e Christina Ricci. E por falar em filmes, “Lady Killers – Assassinas em Série” também tem um capítulo específico sobre filmes e series de TV famosos sobre a vida de várias serial killers abordadas na obra.
Enfim, um livraço que não pode faltar em sua biblioteca.


05/03/2019

Ansioso demais para adquirir “A Herança”, sequência de “Tempo de Matar”


Antes de escrever sobre o assunto proposto, posso dar uma divagada? É... viajar um pouquinho; introduzir no post algo que não tenha nada a ver com aquilo que, necessariamente, vou abordar. Às vezes, gosto de fazer isso. É como se estivesse dividindo com vocês alguns segredos ou determinadas situações que estou vivendo. Prometo que serei breve.
Enquanto escrevo esse post estou ouvindo o trio elétrico local que anima o carnaval de rua em minha cidade. Que trio animado! Eles só tocam e cantam marchinhas antigas; e muito bem! Com um pequeno detalhe: o vocalista do grupo é gago. Calma, calma aí galera. Quando ele está cantando é perfeito, tanto é, que o público não percebe nenhum sinal de gagueira, por menor que seja. E o cara dá um verdadeiro show no palco.
Bem... o problema é quando ele tem que interagir com a multidão de foliões, como por exemplo, falar alguma coisa, brincar com o povo, chamar algum convidado ou autoridades municipais no palco. Nestas horas, o ‘galo canta’, quero dizer, o ‘galo mia’. Então, a estratégia dos organizadores é deixar sempre alguém por perto do vocalista para fazer essa interação.
Neste exato momento, ele está cantando “Saca Rolha”. E olha que ele não enrosca nem mesmo naquela parte do refrão onde o intérprete tem que dar uma enroscadinha proposital no estribilho. Naquela parte:
“As águas vão rolar
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca saca sacarolha”
Pode parecer que não, mas garanto que no momento que a marchinha vai se aproximando o tal do “saca-saca-saca”, uma agonia toma conta de mim. Fico torcendo para que o ‘seo’ Hélio não empaque e fique enroscado gaguejando no “saca, saca, saca”. Mas o cara é bom, porque ele passa como um trator no refrão, pelo menos até agora.
John Grisham
Sei lá, não me perguntem porque fugi totalmente do livro de John Grisham, apenas me deu vontade de dividir com vocês, esse momento que estou vivendo agora. Caso tivesse um blog de assuntos variados, esse post já estaria concluído e até com título: “O cantor gago que não gagueja”. Mas como tenho um blog literário, não posso fazer isso. Mas, deixando as divagações de lado, vamos ao que interessa.
Galera, apesar de ter lido e adorado “Tempo de Matar” de John Grisham, juro que não sabia que a história tinha uma continuação. Verdade! Jamais passou pela minha cabeça que Grisham havia escrito uma sequência para a saga que envolve os icônicos personagens: Jack Brigance e Carl Lee Hailey.
Tomei conhecimento dessa novidade, há pouco mais de um mês, quando havia concluído a leitura de “Tempo de Matar”. Não é necessário dizer que amei a descoberta. Cara, o enredo de “Tempo de Matar” é fantástico. A história engole o leitor; ele nunca mais quer sair dela, largar o livro. Escrevi um post sobre a obra onde revelo mais detalhes. Os leitores interessados podem acessar aqui.
“Tempo de Matar” foi lançado originalmente em 1989 e teve vendas modestas, mas depois que “A Firma” e “O Dossiê Pelicano”, outras obras de Grisham, fizeram sucesso no cinema, foi republicado e tornou-se um verdadeiro hit nas livrarias.
Em 1996, a história foi adaptada para o cinema, num longa com Matthew McConaughey, Sandra Bullock e Samuel Lee Jackson. A bilheteria do filme ultrapassou US$ 108 milhões. Resumindo: um grande sucesso de bilheteria.
“A Herança” foi escrito 24 anos depois de  seu antecessor e pelo que eu vi em matérias de jornais da época e também nos blogs literários que visitei, o livro repetiu o êxito da história de 1989. Foram muitos os elogios para “A Herança”.
O enredo deste novo livro se passa logo após os fatos ocorridos em “Tempo de Matar”. Um homem se suicida, e deixa um testamento escrito a mão com instruções sobre o seu sepultamento e a divisão dos seus bens. Todos ficam surpresos com o conteúdo de seu testamento que não deixa absolutamente nada de sua herança para os seus familiares. Em contrapartida, uma quantia considerável é destinada para sua empregada negra.
O que o levou a agir dessa maneira num período em que o racismo ainda predominava nos Estados Unidos? Com certeza, mais uma história polêmica de Grisham.
Confesso que estou ansioso para ler a obra, mesmo porque Jack Brigance já entrou para a galeria dos meus personagens literários preferidos. Cara, estou tão ansioso que pretendo adquirir “A Herança”, apesar de toda essa confusão envolvendo a alteração de cep’s da minha cidade (ver aqui). Acho que vou encarar, mesmo assim.
Desejem-me sorte.
Abraços!

02/03/2019

A Viúva Silenciosa


Sabe aquela história do cachorro que foi picado por uma cobra e depois começou a ter medo de linguiça? Pois é, fiquei com esse mesmo trauma depois que li “A Senhora do Jogo” de Tilly Bagshawe, autora escolhida pelos familiares de Sidney Sheldon para dar prosseguimento ao legado de romances do famoso escritor.
Ao pegar nas mãos “A Viúva Silenciosa”, novo livro de Bagshawe, juro que estava tremendo de medo; medo de ter jogado no lixo quase R$ 55,00 paus, na época. E somente quem é um autêntico devorador de livros sabe o quanto dói na alma parar uma leitura no início ou no meio por causa de um enredo sofrível somado a personagens insossos.
E “A Senhora do Jogo” – sequência do clássico “OReverso da Medalha” – foi um duro golpe para mim; tão duro que jurei nunca mais ler um livro da autora, mas ‘entonce’ acabei sendo vencido pela curiosidade quando vi nas livrarias virtuais a sinopse de “A Viúva Silenciosa”. Além do mais, os comentários de alguns amigos e amigas blogueiras eram favoráveis à obra. É claro que haviam as opiniões desanimadoras, achando o livro uma perda de tempo e outras até mesmo taxando-o como um plágio descarado de “A Outra Face”, primeiro livro escrito por Sheldon em 1970. Ok, optei por dar crédito as críticas positivas. E assim, acabei fechando a compra do exemplar. Surpreendentemente gostei.
Digo surpreendentemente porque, apesar dos comentários favoráveis que havia lido sobre o livro, o trauma de “A Senhora do Jogo” ainda estava arraigado no fundo da minha memória e por isso, esperava ‘dar de cara” com um enredo sofrível. Acabei me enganando.
Fazendo apologia a um velho ditado popular, posso dizer que “A Viúva Silenciosa não
Tilly Bagshawe
é nenhuma Brastemp”, mas consegue agradar. Ela segue aquela velha formula adotada por Sheldon, de escolher como protagonista de suas tramas, mulheres fortes que sofrem e apanham horrores durante toda a história para conseguira sua redenção no final. Bagshawe foi um pouco mais além, ao dar para a personalidade de Nikki Roberts algumas características que a incluíssem no rol das candidatas ao título de vilão da história. Tanto é que ao chegar em determinado ponto do enredo, tive  quase certeza que ela seria a brutal assassina misteriosa.
Aproveito o gancho para fazer um alerta aqueles leitores que estão esperando encontrar uma protagonista do tipo “correta moralmente e socialmente”. Nikki não é nada disso. Ela é ácida, dura e convencida, mas apesar tudo, ela consegue conquistar o leitor, tanto é que torci alucinadamente para que a psicóloga não estivesse envolvida nos assassinatos que ocorrem na trama.
Outro ponto positivo do livro é a amplitude do leque de supostos vilões. Bagshawe ampliou muito esse contexto. Conforme a trama vai se aprofundando, o rol de suspeitos também cresce, o que aumenta a curiosidade do leitor em saber quem, afinal, é o autor dos homicídios.
“A Viúva Silenciosa” gira em torno da renomada psicóloga Nikki Roberts, que após perder o marido em um grave acidente de automóvel, há aproximadamente um ano, se transforma numa pessoa dura, fechada e fria. Mesmo ainda sofrendo com a perda do marido, ela decide continuar trabalhando, mas opta por reduzir a sua carteira de pacientes.
Sidney Sheldon e Tilly Bagshawe
Certo dia, por estar chovendo muito, Nikki resolve emprestar a sua capa de chuva para uma de suas pacientes preferidas chamada Lisa Flannagan que ao sair de seu consultório da psicóloga acaba sendo assassinada em seu lugar. Como não bastasse, uma outra pessoa muito ligada a Nikki também morre, vítima do assassino.
Conforme as investigações avançam, as suspeitas dos crimes começam recair nas costas de Nikki que agora tem que lutar para provar a sua inocência.
O enredo fica ainda mais instigante no momento em que a polícia encontra células mortas nos corpos assassinados, apontando que o assassino já estaria morto. É a partir desse ponto da intriga que o bicho pega, já que as investigações acabam indo parar no submundo onde prevalece o narcotráfico, as mentiras e as ilusões. São capítulos recheados de muitas surpresas.
Quando disse no início do post para que o leitor, antes de adquirir a obra, não se iluda em estar comprando uma Brastemp, significa que o estilo de Sheldon é único e jamais alguém conseguirá igualá-lo. Por isso quando você for comprar “A Viúva Silenciosa” não espere levar para a casa uma história escrita por Sheldon, mas apenas um enredo escrito por uma autora que conseguir se redmir do fiasco de “A Senhora do Jogo”.
Boa leitura!

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