30/11/2019

O Homem de Giz


Não gostei. Sei que estou esfriando o tesão de muitas pessoas que não veem a hora de ler a obra da escritora inglesa C.J. Tudor que dominou, por várias semanas, o primeiro lugar das listagens das mais vendidos em todo o País. Antes que acabe de gelar por completo esse tesão, deixe-me tranquiliza-los, pois trata-se apenas da minha opinião, tendo certamente muitas outras contrárias e que estão colocando nas alturas “O Homem de Giz”, classificando-o como um dos melhores thrillers policiais dos últimos tempos; mas no meu caso, prefiro passar e... longe. Não me agradou, mesmo.
A premissa da história até que é interessante, mas os plot twists que se seguem não seguram esse bom início. Achei eles bem chochos. Concordo que um enredo para prender a atenção do leitor não precisa ter grandes reviravoltas a cada capítulo, do tipo arrasa quarteirões, mas acho importante que esses plot twists tenham um pouco de tempero e façam com que pelo menos o leitor solte um cometido “Ohhhhh!!”
Mas, tudo bem, talvez essas fracas reviravoltas nem sejam o problema principal do livro que sente falta também de personagens carismáticos. Acredito que se “O Homem de Giz” contasse com personagens mais cativantes, o enredo pálido da história seria amenizado, mas Eddie, Gav, Mickey, Hoppo e Nicky, mas principalmente Eddie, são de amargar. Achei-os chatos pra caramba, creio que insípidos seria o melhor termo para defini-los. Quando soube que o livro teria um argumento, pelo menos inicial, parecido com “O Corpo”, conto escrito por Stephen King, e que rendeu o maravilhoso filme “Conta Comigo” de 1986, não pensei duas vezes e corri para a livraria, mesmo tendo noção de que o meu cartão de crédito estava perto do estouro.
De fato, Tudor bebeu na fonte de “O Corpo”, até matar a sede, já que as duas histórias são muito parecidas. Em ambas, temos um grupo de crianças que vivem numa pequena cidade e que certo dia encontram o corpo de uma pessoa adolescente que estava desaparecida há alguns dias. A aventura acaba se transformando numa jornada de autodescoberta que os marcará para sempre. Tanto Tudor quanto King utilizam um ‘protagonista-narrador’ de 12 anos – os livros são escritos em primeira pessoa. Ocorre que o Gordie Lachance criado por King cativa os leitores desde o início, já o Eddie Adams de “O Homem de Giz” é um pé no saco, quase sempre apelando para o coitadismo. A “gang de Gordie” também é muito diferente da “gang de Eddie”. Resumindo: os primeiros são muito mais ‘vivos’ ou será que você não se lembra das deliciosas loucuras juvenis de Chris Chambers de “Conta Comigo” que nos cinemas foi vivido pelo ator River Phoenix que viria a morrer tragicamente, sete anos após o sucesso de “Conta Comigo”?
C.J. Tudor
Como vocês já podem ter notado acho que, de fato, o que prejudicou a história de Tudor foram os seus personagens insossos. Aliás, é muito arriscado um autor decidir escrever um livro com algumas particularidades já existentes em uma outra obra. Agora, se a obra, na qual o autor resolver ‘beber’ bem fundo na fonte, foi um grande sucesso no passado, o risco de não agradar se torna maior porque fatalmente irão surgir as comparações. Foi o que aconteceu com “O Homem de Giz”; alguns gostaram, mas outros, nem um pouco. Como já sabem, me enquadro na segunda categoria de leitores.
Em seu primeiro livro, Tudor conta a história de cinco crianças inseparáveis que passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes. Com o passar dos anos, as descobertas que o fato proporciona acaba por modificar, completamente, a vida e a amizade desses cinco garotos.
O livro é narrado em primeira pessoa pelo personagem Eddie; e Tudor optou por intercalar essa narrativa em dois tempos distintos: passado e presente. Dessa forma, ora o leitor acompanha os fatos ocorridos em 1986; ora em 2006, com os protagonistas já adultos e carregando os seus fantasmas.
Durante a história, a autora faz uma abordagem bem realista sobre o mal de Alzheimer, doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes. Ela descreve em detalhes e de maneira bem crua a angustia dos portadores da doença em sua fase inicial – quando descobrem que estão com o mal - e também dos familiares dos doentes. Achei impressionante.
Bem galera, é isso aí. Com certeza, muitos que ainda irão ler “O Homem de Giz” irão gostar do livro e discordar dessa resenha. Afinal, já imaginou se pensássemos coletivamente, como abelhas? Seria chato demais, não acham?
Inté!

26/11/2019

Vinte Mil Léguas Submarinas

Edição da Martin Claret
Há quase duas semanas escrevi um post sobre o livro “A Volta ao Mundo em 80 Dias” de Júlio Verne (ver aqui) e hoje, cá estou eu, novamente, para resenhar outra obra do autor que marcou a minha vida de leitor não só na adolescência, mas também na fase adulta. Estou me referindo a “Vinte Mil Léguas Submarinas”.
Antes de ter lido “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, já tinha devorado a saga do famoso Capitão Nemo, há mais de 40 anos, após ter fuçado no armário secreto de meu irmão mais velho (ver aqui) e ter descoberto uma edição da Melhoramentos que fazia parte da coleção Obras Célebres”, lançada na década de 1960. O livro era recheado de gravuras e mesmo após tanto tempo, ainda me lembro que viajei no enredo fantástico criado por Verne. Era como se estivesse ali, dentro do submarino Nautilus viajando com todos os seus personagens. Infelizmente, com o passar dos anos, acabei perdendo esse livro. Sinceramente não sei onde foi parar; uma pena.
Depois de tanto tempo, bateu aquela vontade de reler a obra de Verne. Não me peça para explicar a origem dessa vontade. Ela simplesmente surgiu, assim, de repente.
Bem, antes que esse desejo acabasse ou perdesse a força, decidi locar o livro na biblioteca municipal da minha cidade, ao invés de compra-lo.
Emprestei uma edição da Martin Claret, lançada em 2011, e que viagem!! À exemplo de “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, a história de “Vinte Mil Léguas Submarinas é fantástica. Não consegui desgrudar-me do livro. Li em apenas dois dias. Putz, matei saudades da minha pré-adolescência!
Cena do filme produzido pela Disney em 1954
Na minha opinião, o escritor francês conseguiu criar o seu enredo mais instigante e misterioso fazendo do leitor um verdadeiro refém. Cara, você mergulha de cabeça na aventura do professor Aronnax que assume a responsabilidade de eliminar um terrível “monstro marinho” que vem espalhando o terror nos mares; então, no momento em que o submarino Nautilus e o icônico Capitão Nemo entram em ação, os mistérios começam a ser desvendados e as surpresas aparecendo. Tudo regado a muita aventura.
Edição da Melhoramentos que li na adolescência
Em “Vinte Mil Léguas Submarinas”, Verne concebe um submarino chamado Náutilus – uma magnifica criação de engenharia e que no século XIX poderia ser encarada como futurista. O submarino, completamente autônomo do meio terrestre, é movido somente a eletricidade. O engenheiro e dono de tal feito, é o estranho e solitário Nemo que, com sua tripulação, cortou qualquer relação com as nações e com a humanidade. Vivem somente do que o mar lhes dá - a comida, a matéria prima que necessitam para a produção de eletricidade, tudo vem do mar.
Em determinado momento, os destinos do professor Aronnax e do Capitão Nemo se cruzam e partir daí, a leitura fica ainda melhor.
A história é contada sob o ponto de vista de Aronnax e através dos seus olhos conhecemos inúmeras maravilhas espalhadas pelos oceanos ao redor do mundo, como por exemplo o continente perdido de Atlântida. Um dos momentos de maior tensão é o ataque de um polvo gigante ao submarino Nautilus. Ufaaa! Esta passagem deixa evidente como Verne era mestre em narrar momentos tentos com grandes pitadas de aventura.
Enfim, galera, um livro incrível e que merece ser relido.
Ah! Antes que me esqueça. “Vinte Mil Léguas Submarinas” teve 13 adaptações para os cinemas, entre longas e curtas metragens, além de animações, mas acredito que a mais famosas de todas foi a de 1954 produzida pelos Estúdios Disney com Kirk Douglas no papel do professor Aronnax e James Mason como o Capitão Nemo.
Taí, leiam o livro e aproveitem, também, para assistir ao filme. Dois programões.
Inté!

23/11/2019

10 livros de ficção científica que li e adorei


Gosto muito de ficção científica, tanto nas telonas quanto nas páginas. E quer saber o que dói? É ter a certeza de que o seu autor preferido do gênero jamais irá escrever um livro novamente porque morreu. Pois é, imagine como eu fiquei quando recebi a notícia da morte de Michael Crichton em 2008. Como eu adorava os enredos do cara! Tanto é que cheguei a escrever um post especial, apenas com as suas obras (ver aqui).
Fiquei muito triste em saber que ele jamais voltaria a escrever um novo livro. Foi um baita baque. Depois de sua morte passei a me interessar por outros gêneros literários como por exemplo: terror e suspense. Foi nesses últimos dez anos que aprendi a admirar também Stephen King que, digamos... substituiu essa lacuna deixada por Crichton.
Acredito que foi através dos livros do idealizador de “Jurassic Park” que aprendi a gostar de ficção científica, gênero que continuo lendo, mas menos do que antes.
Ontem, observando a minha estante comecei a ‘viajar’ com os vários livros de sci-fi que adquiri no decorrer da minha vida de leitor inveterado. Histórias fantásticas que me deixaram tenso, curioso, surpreso e emocionado. ‘Entonce’ pintou aquele insight: “Que tal escrever um post sobre os livros de sci-fi que você leu e mais gostou?”. E assim, cá estou eu mandando ver no meu editor de textos cercado de 10 joias raras que li e que, agora, pretendo indica-las para a tchurma que segue esse espaço.
Vamos a elas!
 01 – Presa (Michael Crichton)
Há mais de oito anos eu publiquei no blog a minha segunda postagem. Tinha acabado de ler “Presa” de Michael Crichton e fiquei tão impressionado que tão logo finalizei a leitura já comecei a escrever a resenha. O enredo de Crichton é fantástico. Uma companhia do governo contrata um grupo de renomados cientistas para trabalhar num projeto de nanotecnologia criando micro-robôs invisíveis à olho nu, com objetivos militares e comerciais. Quando essa nuvem de nanopartículas sai do controle de seus criadores, ela deixa um rastro de morte, além de sitiar o laboratório da empresa que está localizado no meio do deserto. 
A partir daí começa a luta para tentar conter os micro-robôs assassinos, que passam a se reproduzir e agir por conta própria.
Apesar de ser considerado um dos livros menos conhecidos e divulgados de Crichton, a sua história é viciante. Amei!
02 – Guerra do Velho (John Scalzi)
O livro de John Scalzi  me provocou uma das maiores ressacas literárias no gênero ficção científica. Livraço! “Guerra do Velho” trata de temas comuns, mas ao mesmo tempo polêmicos que fazem parte do nosso dia a dia, como militarismo, ética, envelhecimento e amor.
No futuro, finalmente a humanidade chegou à era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando por eles. Para proteger a Terra e também conquistar novos territórios, os humanos precisarão de tecnologias inovadoras, além de um exército disposto a arriscar tudo. Esse exército, conhecido como Forças Coloniais de Defesa (FCD), não apenas mantém a guerra longe dos terráqueos e colonos, como também evita que eles saibam demais sobre a situação do universo. Mas, para se alistar, é necessário ter mais de 75 anos. John Perry acaba aceitando esse desafio, após a morte de sua esposa, mesmo tendo apenas uma vaga idéia do que pode esperar.
Achei esse personagem fodástico. Prestem atenção também em Jane Sagan. Esta dupla me conquistou; tanto é que não pensei duas vezes na hora de comprar “As Brigadas Fantasma”, sequência de “Guerra do Velho”.
03 – Os Frutos Dourados do Sol (Ray Bradbury)
Dos 22 contos do livro, apenas cinco tem o status de ficção científica, quanto aos demais passeiam pelos gêneros policiais, suspense, terror e algumas banalidades. Êpa, pêra aí!? Eu disse banalidades? Sim, banalidades. Mas com um porém, esses tais fatos banais vistos pela ótica de Bradbury se transformam em verdadeiras obras primas.
Comprei “Os Frutos Dourados do Sol” por causa de um único conto: “Um Som do Trovão”. Apesar de saber que poderia encontrar essa história facilmente na internet, queria tê-la à moda antiga, ou seja, impressa para que eu pudesse manuseá-la e depois guardá-la em minha estante. Quando descobri que “Um Som de Trovão” fazia parte da coletânea de “Os Frutos Dourados do Sol” não pestanejei e comprei o livro imediatamente.
A medida que fui lendo os contos, percebi que grande parte deles não tinha nada a ver com ficção científica, mas ao invés de ficar frustrado, acabei engolido por aqueles fatos fictícios transformados em histórias e que poderiam, perfeitamente, acontecr comigo ao invés dos personagens da história.
04 – O Homem Invisível (H.G. Wells)
Nesta obra, H.G. Wells consegue convencer o leitor – até mesmo o mais cético - que é possível descobrir a fórmula da invisibilidade. Um ponto positivo do livro que despertou a minha atenção foi a plausibilidade. O autor apresenta teorias baseadas em princípios científicos que faz com que o leitor acredite ser possível ficar invisível.
Outro ponto positivo é alertar a comunidade científica dos perigos de tratar a ciência sem nenhuma responsabilidade. Um aviso que cabe bem nos dias atuais, onde vemos cientistas e pesquisadores brincando de “bancar” Deus, preocupados apenas em romper os limites imaginários da ciência, sem dar atenção as conseqüências de suas descobertas. O que importa para o personagem principal da obra de Wells é ser o primeiro a romper determinado paradigma científico, mesmo desconhecendo se terá o controle do resultado final de sua criação.
O Homem Invisível” é considerado um verdadeiro clássico da ficção científica.
05 – O Parque dos Dinossauros (Michael Crichton)
O livro é fantástico, e para não fugir da rotina, muito superior ao filme.
Diferente da produção cinematográfica de Steven Spielberg, filmada dois anos após o lançamento da obra escrita, em 1993, a obra literária é muito mais completa. Crichton recheia o seu texto com detalhes técnicos que foram inteiramente banidos do filme. Desde o processo de criação dos dinossauros por meio de manipulação genética até informações sobre as características dos animais pré-históricos.
O autor lembra também do perigo de se tentar adaptar ao ecossistema atual, animais que viveram há milênios num habitat completamente adverso do nosso. Ele faz um alerta para os perigos da manipulação genética desenvolvida de maneira irresponsável, pensando apenas em lucros fáceis.
Você deve pensar que um livro com tantos detalhes técnicos e científicos acabe se tornando uma leitura enfadonha e sem atrativos. Mero engano. “O Parque dos Dinossauros” tem muita ação e suspense, e em doses cavalares. Aliás, Crichton é mestre nesse tipo de enredo, ou seja, ele é capaz de “lotar” seus textos de informações científicas sem torná-lo cansativo.
06 – Tropas Estelares (Robert A. Heinlein)
Um livro fantástico e bem distinto do filme de Paul Verhoeven, no qual foi baseado e lançado nos cinemas brasileiros em 1998. A produção cinematográfica é uma porcaria e das bravas. Mudaram toda a estrutura do romance e transformaram o filme num verdadeiro escândalo para os fãs do livro.
Em “Tropas Estelares”, Heinlein mostra aos seus leitores o planeta Terra, em um futuro não muito distante, vivendo sob uma federação interplanetária, onde só exerce o direito de voto quem serve as Forças Armadas. A história mostra o treinamento e preparação de jovens soldados até que estoura a guerra contra os temíveis ‘Insetóides’, poderosos alienígenas aracnídeos que podem destruir o sonho terrestre de expansão no universo.
Apesar de ter sido publicado em 1959, o livro não perdeu a sua atualidade por causa dos temas polêmicos abordados em suas páginas. O treinamento militar dos personagens é mostrado com um realismo incrível. Por outro lado, quem opta por não integrar as Forças Armadas é visto – meio que disfarçadamente, mas é – como integrante de uma casta social desprovida de todo o interesse, digamos que limitada.
Alguns consideram a obra facista; outros, militarista, já os mais fanáticos chegaram a taxá-la de racista e por aí vai. 
Deixando as polêmicas de lado, eu gostei muito do livro.
07 – O Planeta dos Macacos (Pierre Boulle)
O Planeta dos Macacos” merece ser lido e relido de ‘cabo a rabo’ e de uma forma muito especial; de preferência num lugar tranqüilo sem que ninguém o incomode. Dessa forma, você irá sugar toda a essência saborosa do enredo, incluindo o seu dilacerante final. Aliás, estou impactado, até agora, com o “The End”.
Boulle conta a saga do professor Antelle, do físico Levain e do jornalista Ulysse Mérou que deixam deixar a Terra numa missão espacial considerada pioneira. Eles embarcam numa espaçonave cósmica, em direção ao sol vermelho Betelgeuse, na constelação de Órion. O destino encontra-se a 300 anos-luz e até atingi-lo passam-se, em nosso planeta, cerca de três séculos e meio, enquanto os viajantes, devido a dilatação do tempo, tem a sensação de passarem apenas dois anos. Finalmente, eles se surpreendem ao aterrissar em um planeta com cidades, casas, florestas, enfim, um planeta igual a Terra, mas habitado por macacos que tratam os humanos como animais de estimação.
Como disse acima, o final do romance é um verdadeiro choque, à exemplo do que foi o filme de Charlton Heston nos anos 70.
08 – Vende-se Este Futuro (Bruno Miquelino)
Beatriz Prata, a personagem criada pelo escritor paulista Bruno Miquelino já entrou para o rol das minhas personagens femininas fodásticas da literatura. Amei Beatriz e amei o livro. Lí em poucos dias; aliás, devorei.
Esta garota fantástica é a personagem principal do romance de ficção científica chamado “Vende-se este Futuro”, livro de estréia do autor, publicado pela editora Novo Século.
Beatriz é uma espécie de agente de viagens temporais. Explicando melhor: ela trabalha para uma agencia que promove viagens no tempo chamada Déja Vu que surgiu 2097 em São Paulo, numa época em que esse tipo de viagem era comum. A principal função da Déja Vu é transportar pessoas do passado para o futuro, para que elas adquiram outra identidade, longe dos holofotes, da polícia, de seus problemas, enfim, do que for. No futuro que elas escolhem, então lhes é concedida uma nova identidade e consequentemente uma nova vida.
No livro a protagonista só precisa levar o grande Charles Chaplin para o futuro, mas inúmeras coisas dão errado e ela se vê presa no início do século XX, sem ter como voltar para os tempos modernos.
09 – O Concorrente (Stephen King)
“O Concorrente” é um livro dinâmico e marcante. Uma estreia com chave de ouro de Stephen King na ficção científica, muito o diferente do gênero ao qual está acostumado: o terror.
Se o livro vale a pena ser lido e relido, o filme “ O Sobrevivente” (1987), com Arnold Schwarzenegger,merece ser esquecido. Diretor e roteirista transformaram a adaptação para as telas de “O Concorrente” num medíocre filme de ação, mais parecido com um Rambo meia boca, deixando a ficção científica num terceiro ou quarto plano. Todo aquele clima bizarro e doentio explorado por King/Bachmnan no livro foi esquecido.
Melhor ficar com as páginas. Utilizando-se de uma narrativa extremamente vigorosa e realista, King transporta o leitor para um mundo futurista, em 2025, dominado pelos meios de comunicação onde a televisão é a grande vedete. Ela invade os lares americanos saciando o desejo de sangue dos telespectadores através de uma rede de TV especialista em promover jogos onde o vencedor ganha como prêmio a vida e o perdedor, a morte. A impressão que temos, ao ler o livro, é que estamos retrocedendo à Roma dos gladiadores, mas à uma Roma do futuro.
Vale a pena lembrar que King escreveu esse livro com o seu famoso pseudônimo Richard Bachman.
10 – Viagem Fantástica (Isaac Asimov)
À princípio, pensei que o livro “Viagem Fantástica" havia servido de referência para a criação do megassucesso cinematográfico homônimo de 1966. Mero engano! Foi ao contrário! O roteiro do diretor Richard Fletcher, onde cinco cientistas são reduzidos a um tamanho microscópico para serem injetados na corrente sanguínea de paciente idoso com o objetivo de eliminar um coagulo em seu cérebro, foi que serviu como base para que Isaac Asimov fizesse a novelização do filme. E mesmo sabendo que livro baseado em filme é uma grande fria, resolvi arriscar a leitura. E posso garantir que gostei. Não sei se pelo fato de fazer muito tempo que já havia assistido ao filme  - e por isso mesmo, não me lembrava de cenas importantes - a obra de Asimov me fez viajar novamente.
Só por curiosidade, depois de ler o livro decidi assistir ao filme para fazer uma comparação. Conclusão: filme e livro são iguais; sem tirar e nem acrescentar nada. Com certeza, se tivesse lido as páginas de Asimov logo depois de ter assistido ao filme de Fletcher, a decepção seria grande porque “um é carbono do outro”, mas como demorei tanto tempo para adquirir o livro, apreciei demais a leitura.
Dessa maneira, recomendo o livro “Viagem Fantástica”, de Asimov, para aquelas pessoas que não assistiram ao filme ou então, que o assistiram há muito tempo e por isso, não se recordam direito da história.
Taí! Espero ter colaborado com os amantes da ficção científica, principalmente os leitores.

19/11/2019

A verdade sobre o caso Harry Quebert


Será que o livro tem tantas reviravoltas assim? Esta foi a pergunta que fiz, a mim mesmo, antes de comprar “A verdade sobre o caso Harry Quebert”. De cada dez opiniões que lia nas redes sociais, nove diziam a mesma coisa, ou seja, Joël Dicker ‘lotou’ a sua história com plot twists, alguns capazes de dar um verdadeiro nó nas cabeças dos leitores. Animado com essas opiniões, lá vou eu comprar o tão comentado livro.  E, assim, pude responder, novamente a mim mesmo, que sim; o livro tem muitas reviravoltas, mas não é só isso, a obra também é excelente. O jovem escritor suíço, de fato, caprichou em seu primeiro livro.
Comparo o enredo de “A verdade sobre o caso Harry Quebert” com uma das séries de televisão mais inteligentes e intrigantes que já assisti: “Twin Peaks”. Para aqueles que não se lembram, a série seguia a investigação de um agente do FBI sobre o assassinato de uma estudante muito conhecida em sua cidade, chamada Laura Palmer.  Apesar de já terem decorridos quase 30 anos, a misteriosa morte da colegial que colocava como suspeitos cada habitante de Twin Peaks continua intrigando muitos telespectadores, transformando a série num dos maiores fenômenos da cultura pop das últimas três décadas.
Tenho quase certeza de que Dicker bebeu muito da fonte Twin Peaks para escrever o seu enredo, e... se deu bem. Ele conseguiu criar uma história policial com inúmeras reviravoltas, tendo como pano de fundo uma linda história de amor. Quer melhores ingredientes do que esses para segurar o leitor? Ah! Some-se a isso, os personagens carismáticos e misteriosos engendrados pelo autor. Um deles – já adianto que não foi Marcus Goldman, Harry Quebert ou Nola Kellergan – me emocionou muito na cena perto do final do livro. Trata-se de um personagem secundário, cuja atitude tomada num momento difícil, tenso e arriscado, quando chegou a doar a sua própria vida para salvar uma outra vida, me fez segurar algumas lágrimas. Putz! Aquele trecho mexeu muito comigo. Aliás, a história desse personagem é muito emocionante.
Não quero ficar escrevendo desnecessariamente sobre o livro porque poderia, sem querer, liberar algum spoiler, o que seria um crime, já que as reviravoltas presentes na obra são boas demais, algumas fantásticas, e por isso, merecem ser descobertas e degustadas com todo o prazer como se estivéssemos saboreando um bom vinho.
A propósito, ler “A verdade sobre o caso Harry Quebert” é como participar de uma luta de boxe, enfrentando um campeão mundial que estivesse nos cobrindo de porradas. A primeira dessas porradas – aquela na qual irá se basear todos os mistérios do enredo – acontece logo de cara no segundo capítulo. Depois, aos poucos, vão chegando os outros plot twist que se tornam cada vez mais surpreendentes com o virar das páginas. O leitor, meio cambaleando, ainda consegue aguentar essas reviravoltas na trama, perplexo, mas consegue; só que os três golpes finais são verdadeiros ‘uppercut’ desferido de baixo para cima no queixo. Cara, você não resiste, vai acabar indo à lona.
Algumas pessoas acharam que Dicker foi um pouco repetitivo em alguns capítulos e que o livro de 565 páginas poderia ter ficado mais enxuto. Concordo, mas isso, em nenhum momento tira os méritos do livro que como já disse é excelente.
“A verdade sobre o caso Harry Quebert” conta a história do desaparecimento misterioso de Nola Kellergan, uma adolescente de quinze anos, que é vista pela última vez sendo perseguida na floresta que margeia a pequena cidade de Aurora, em New Hampshire. Ela nunca mais é encontrada. O fato mexe com todos os moradores do pacato lugar.
Trinta e três anos depois, Marcus Goldman, um jovem escritor de sucesso, deixa Nova York para ir a Aurora encontrar seu amigo e professor, o respeitado romancista Harry Quebert, na esperança de conseguir se livrar de um bloqueio criativo. Neste período em que fica em Aurora, um fato inusitado, faz com que Marcus se veja obrigado a começar uma investigação, por conta própria, sobre o estranho desaparecimento de Nola. A partir daí, uma teia de segredos vai emergindo, surpreendendo Goldman e também os leitores.
Gostei; bastante.

16/11/2019

A volta ao mundo em 80 dias

Júlio Verne e Monteiro Lobato fizeram parte da minha infância. Quando ainda era criança, passava horas e mais horas na biblioteca municipal da minha cidade escolhendo livros desses dois autores. Agradeço aos meus pais e também as minhas professoras do ensino primário por terem criado em mim o hábito pela leitura: meus pais comprando coleções de livros infantis - alguns anos depois, as famosas enciclopédias - e as minhas professoras, em especial dona Conceição e dona Cecília, que chegaram até me presentear com algumas histórias adequadas a minha idade.
Os enredos criados por Júlio Verne marcaram tanto a minha vida que apesar de décadas passadas, ainda hoje me recordo de detalhes importantes de alguns livros. Talvez, a história que mais tenha marcado foi “A Volta ao Mundo em 80 Dias” que li na minha infância. Gostei tanto que anos depois acabei relendo e relendo novamente. Há aproximadamente cinco meses, antes da cirurgia pela qual passei (ver aqui, aqui e aqui), me bateu uma vontade enorme de novamente reler a saga de Mr. Phileas Fogg e seu criado francês que após uma aposta feita com um grupo de amigos na década de 1800, decidem dar a volta ao mundo em 80 dias.
O livro é leve, divertido e educativo. Além dos leitores se deliciarem com as aventuras de Fogg e seu criado, ainda ganham a oportunidade de conhecer a história, a religião e a cultura dos lugares por onde os dois aventureiros passam em sua viagem incrível que se desenrola na Europa, Índia, Ásia e América.
Na minha opinião, os enredos escritos por Verne tem o dom de agradar todas as faixas etárias: de crianças a adultos. É, evidente, que cada uma dessas faixas etárias veem as histórias de formas diferentes, mas de uma maneira ou de outra, elas impactam positivamente todas elas.
Reli, recentemente, “A Volta ao Mundo em 80 Dias” em pouco tempo, acho que em apenas dois dias. Adorei. Me diverti muito e estava precisando disso, já que a preocupação com a minha cirurgia que aconteceu no mês de julho passado vinha me estressando muito (veja aqui). O livro de Verne ajudou demais a diminuir esse estresse. Mergulhei naquela aventura louca e me esquecida de tudo.
“A Volta ao Mundo em 80 Dias” conta a história de Phileas Fogg, um senhor inglês, um tanto quanto solitário e sereno, que mora em Londres e tem uma rotina inalterável: acorda sempre no mesmo horário, faz a barba, toma café da manhã e parte para o Reform Club, onde passa o restante do dia. À noite, reúne-se com os colegas para o tradicional jogo de cartas e para comentar os assuntos do dia. À meia-noite, pontualmente, volta para casa.
Num desses encontros, acaba surgindo o assunto de um roubo acontecido no Banco da Inglaterra, dias atrás. O ladrão havia levado 55 mil libras da casa bancária e fugira sem deixar traços. Sentados à mesa, os jogadores especulam a respeito do paradeiro do ladrão. Fogg, até então quieto, comenta que o referido ladrão poderia estar em qualquer lugar, afinal, por causa dos avanços tecnológicos da época, qualquer um seria capaz de dar uma volta ao mundo em apenas 80 dias. Seus colegas dizem que tal façanha seria impossível e que ele não estava levando em conta os imprevistos que a empreitada traria consigo. Fogg permanece firme e, impassível, diz que ele mesmo o faria. Travam então uma aposta de 20.000,00 libras e Fogg decide partir imediatamente. Para vencer a aposta, ele teria que estar de volta em 21 de dezembro de 1872. Então, ele e seu criado francês, Jean Passepartout, partem nesta aventura, tresloucada para aquela época.
Em vários lugares onde param, os destemidos  viajantes são obrigados a enfrentarem várias dificuldades, algumas delas bem arriscadas, colocando em perigo as suas vidas. O trecho em que um bando de índios ataca o trem onde Fogg e Passepartout se encontram é impagável. Pura adrenalina, parece até que você está assistindo a cena de um filme.
“A Volta ao Mundo em 80 Dias” fez tanto sucesso que acabou inspirando vários filmes ao longo dos anos, sendo o de 1956, o mais famoso de todos eles. Esta produção cinematográfica que contou com Davide Niven e Cantinflas nos papéis principais ganhou cinco prêmios Oscar: melhor filme, roteiro adaptado, montagem, fotografia e trilha sonora.
Uma leitura incrível, e não é para menos, já que “A Volta ao Mundo em 80 Dias” é considerada uma das maiores obras da literatura mundial.

12/11/2019

“A Corrente” e “O Homem de Giz”: duas novas indicações de Stephen King. Comprar, né? Fazer o quê.


‘Sei não’, desse jeito Stephen King vai acabar me levando à falência. Como não bastasse ter que conseguir dinheiro para comprar os seus livros, agora o mestre do terror deu pra ficar indicando livros de outros escritores. PQP! Assim não dá né King. O que você acha que nós, leitores, que admiramos os seus enredos iremos fazer ao ver o seu nome associado a uma outra obra? Comprá-la, é claro!
Foi assim com “O Homem de Giz” de C.J. Tudor e, agora, mais recentemente com “A Corrente” de Adrian McKinty; sem contar outras obras lançadas anteriormente e que também tiveram o aval de King.
Pois é galera, como sempre faço, ontem, estava dando algumas zapeadas pelas livrarias e sebos virtuais para me inteirar das novidades quando deparei-me com o livro de McKinty. E que surpresa ao ver, logo na capa, estampado o seguinte comentário: “Esta história é incrivelmente original. Você não vai parar de pensar nela por muito tempo”.
E adivinhem de quem eram essas palavras? Acho que nem preciso dizer, né?
Já havia comprado “O Homem de Giz” influenciado pelo ‘cara’, apesar de algumas opiniões negativas sobre a obra, e agora, mesmo com uma lista enorme de livros para serem lidos, me vejo inclinado a enfiar a mão no bolso, novamente, para adquirir “A Corrente” e mais uma vez, influenciado pelo mesmo cara.
Ainda não li a história de Tudor – não falei que a minha listinha estava enorme? – por isso não posso opinar se o enredo mereceu os elogios de King ou se o autor... sei lá, digamos, viajou na maionese.
De acordo com a imprensa internacional, “O Homem de Giz” lembra muito o conto “O Corpo” do mestre que inclusive, chegou a ser adaptado para os cinemas com o título de “Conta Comigo”. O filme se transformaria num grande sucesso de público e crítica.
Neste conto, King narra a história de quatro rapazes que se aventuram nos bosques em busca de um jovem desaparecido e como essa aventura acaba se transformando num ritual de passagem da infância à idade adulta, e consequentemente, o início de perda da inocência.  Confesso que essa similaridade entre os dois livros é um dos motivos que vem despertando o meu interesse pela leitura de “O Homem de Giz”. Ele já está guardadinho em minha estante e será o próximo da lista a ser devorado, tão logo termine “A Verdade Sobre o caso Harry Quebert” que, por sinal, estou amando.
Agora, no que diz respeito a nova indicação, estarei adquirindo nos próximos dias tão logo feche a fatura do mês do meu cartão de crédito. Achei o enredo criado por McKinty interessante e original, como disse o próprio King – por isso decidi gastar entre R$ 25,00 e R$ 30,00.
Na história, uma mulher chamada Raquel acaba de ver seu mundo desmoronar após receber uma ligação de um número desconhecido. A mulher que está do outro lado da linha é mãe como ela e está desesperada porque o seu filho foi sequestrado e para tê-lo de volta precisou sequestrar a filha de 13 anos de Rachel e para que ela possa ter sua filha de volta terá que dar sequência a corrente.
As regras dessa terrível corrente são: pagar o valor exigido, escolher outra vítima e se preparar pra cometer um ato que jamais julgaria ser capaz.
Gostei do plot, torço para que o enredo não me decepcione. E torço, também, para que King para de ficar indicando novos livros. Afff!

09/11/2019

Oito livros de terror e suspense que se passam no Natal

Como já escrevi dois posts (aqui e aqui) indicando vários livros com temas natalinos para lermos neste período do ano - tão especial para nós cristãos - hoje resolvi dar uma ‘mudada’ no recheio do bolo, mas só um pouquinho. Nesta nova postagem recomendo oito livros de terror e suspense que tem o Natal como tema. Uma boa pedida para a galera que curte esse gênero literário. E aí? Preparados para roer as unhas nestes dias que faltam para a chegada da festa máxima do ano. Garanto que a nossa lista tem enredo com fôlego para deixar a galera com todos os cabelinhos do corpo arrepiados.
Vamos à eles:
01 – Noite natalina (Lorhan Rocha)
Este livro de 182 páginas lançado pela editora Skull é uma antologia de terror, cujas histórias se passam durante o período de Natal. A obra organizada pelo carioca Lorhan Rocha conta com 17 contos escritos por diversos autores tupiniquins. Pelo que eu vi nas redes sociais, o livro lançado em 2017 foi muito elogiado.
Como surgiu a ideia de escrever “Noite Natalina”? O próprio autor responde: “Se pararmos para observar, todo Natal, famílias se reúnem para confabularem e compartilharem seus alimentos um com os outros; foi quando me perguntei: Porque as pessoas nesse Natal não poderiam ser o próprio alimento de um ser sobrenatural? Foi quando assisti ao filme ‘Krampus: O terror do Natal’ que tive a intenção de mostrar o outro lado dessa comemoração”.
 A antologia organizada por Rocha traz para o leitor: lendas antigas e histórias de terror esquecidas pelo tempo... O lado do Natal que todos preferiram esquecer. 
Detalhes técnicos
Editora: Skull
Ano: 2017
Formato: Brochura
Páginas: 182
02 – A aventura do pudim de Natal (Agatha Christie)
Para comemorar o Natal de 1960, Agatha Christie lançou, no formato de livro, uma seleção de seis novelas policiais que já tinham sido anteriormente publicadas com sucesso em jornais ou revistas. Todas os seus enredos misteriosos e interligados acontecendo em pleno período natalino.
Em “A Aventura do Pudim de Natal”, a autora convoca novamente, o seu mais famoso personagem: Hercule Poirot. Para investigar um caso complicado, o famoso detetive belga precisa participar – a contragosto – de uma tradicional celebração natalina inglesa em uma mansão do interior. Mas um bilhete anônimo acaba mudando tudo...
Uma história cheia de mistérios. Primeiro, o aviso sinistro para que Poirot não coma pudim de passas... Depois, a descoberta de um cadáver dentro de um baú... Em seguida, uma briga, ouvida por acaso, que levou a um assassinato... Também o estranho caso do homem que alterou seus hábitos alimentares e morreu... E o mistério da vítima que sonhou com o próprio suicídio. Qual a ligação entre esses seis casos espantosos?
Publicado originalmente em 1960, este livro contém seis histórias escolhidas pela própria autora, que faz aqui uma homenagem às festas de Natal de sua infância.
Detalhes técnicos
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2002
Formato: Brochura
Páginas: 251
03 – O carbúnculo azul: Um caso de Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle)
Ah... Tá bom! E você ainda achou que Sherlock Holmes não faria parte dessa lista?! Onde tem Poirot também tem que ter Holmes, os dois maiores detetives da literatura mundial.
Neste conto hiper-curtíssimo, Arthur Conan Doyle narra uma visita de Watson a Holmes na segunda manhã depois do Natal. Na oportunidade, ele encontra o amigo ocupado com um caso: o comissário Peterson havia aparecido na casa de Sherlock Holmes com um chapéu e um ganso abatido. Holmes fica com o chapéu e, a partir dele, faz uma brilhante sequência dedutiva a respeito do seu dono. Logo em seguida, começa a investigar simultaneamente o roubo de uma valiosa joia real encontrada pela mulher do comissário Peterson no papo do ganso quando tentava assá-lo.
Quem leu “O Carbúnculo Azul”, simplesmente adorou. Além das fantásticas deduções que Holmes faz a partir do mísero chapéu de Henry Baker, esse conto reafirma a amizade claramente afetuosa que une Holmes e Watson, quando o médico deixa seu lar e a mulher para ir visitar o amigo solteirão e ”desejar-lhe boas festas”.
Detalhes técnicos
Editora: Zahar
Ano: 2011
Formato: Brochura
Páginas: 26
04 – O Natal Negro (Thomas Altman)
No pequeno município de Murdock, Nova York, crianças anunciam a chegada do Natal entoando cânticos pelas ruas estreitas, em meio às casas emolduradas pela neve. Mas acontecimentos terríveis transformam aquele momento mágico num verdadeiro espetáculo de terror: no intervalo de algumas horas duas jovens são assassinadas, deixando confuso o xerife Bud Dansmore. Ambas mortas por treze golpes certeiros. O xerife tenta, então, descobrir qual o recado macabro que o assassino estaria dando. Porque  todas as vítimas do serial killer são mortas com 13 facadas?
Publicado nos anos 90 pela editora Francisco Alves, Natal Negro é integrante da antológica coleção Mestres do Horror e da Fantasia e está há muitos anos esgotado no mercado editorial.
Detalhes técnicos
Editora: Francisco Alves
Ano: 1990
Formato: Brochura
Páginas: 255
05 – Nosferatu (Joe Hill)
“Nosferatu” foi escrito por Joe Hill, um dos filhos do mestre do terror Stephen King. A obra foi bem recebida pela grande legião de fãs do autor, além de ter agradado a crítica literária especializada.
Hill conta a história de uma garotinha de 8 anos chamada Victoria McQueen que tem um dom especial: por meio de uma ponte no bosque perto de sua casa, ela consegue chegar de bicicleta a qualquer lugar no mundo e encontrar coisas perdidas. Vic mantém segredo sobre essa sua estranha capacidade, pois sabe que ninguém acreditaria. Ela própria não entende muito bem, por isso, ela sempre desejou encontrar alguém que a explicasse o que estava acontecendo e o porquê dela conseguir fazer algo tão extraordinário.
Em sua busca, Vic acaba encontrando uma bibliotecária que tinha um dom semelhante ao dela. Só que a maneira que Margareth Leigh utilizava seus dons não era através de uma bicicleta, mas sim do seu de jogo Palavras Cruzadas. E foi por meio desse jogo que Maggie avisou Vic sobre o temido Espectro: O Rolls-Royce de Charlie Talent Manx. Charlie também tem um dom especial. Seu Rolls-Royce lhe permite levar crianças para passear por vias ocultas que conduzem a um tenebroso parque de diversões: a Terra do Natal. A viagem pela autoestrada da perversa imaginação de Charlie transforma seus preciosos passageiros, deixando-os tão aterrorizantes quanto seu aparente benfeitor.
Pois é, entonce chega o dia em que Vic acaba se encontrando com Charlie. Para saber o resultado desse encontro só lendo o livro.
Detalhes técnicos
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Formato: Brochura
Páginas: 624
06 – A vovó chamou o diabo para a ceia (Juliana Daglio)
O livro da jovem escritora Juliana Daglio, lançado apenas na versão Kindle foi um dos mais vendidos do gênero terror e suspense pela Amazon. A galera que curte sustos e arrepios adorou. Pelo menos é que comprovam posts, textos e comentários nas redes sociais.
Lançado no ano passado, “A vovó chamou o diabo para a ceia” narra o quiproquó macabro do que deveria ser uma reunião de família numa data festiva.
A Ceia de Natal está posta à mesa. A velha casa da família Vieira está arrumada e enfeitada com luzes coloridas e guirlandas. Os quatro filhos da falecida matriarca já chegaram, três dos onze netos também vieram. Os sete membros da família estão sentados na sala, esperando para cumprirem o último desejo da matriarca Olegna: assistirem juntos o vídeo com suas últimas palavras.
Quando o rosto da mulher aparece na tela, já abatida pela doença que ceifou sua vida, sua família mal pode acreditar no que ouve. Ao fim das palavras breves da matriarca falecida, o destino dos presentes estava selado: Todos estariam mortos antes que soasse a meia noite, já que dentre eles se escondia o culpado.
Macabro, não?
Detalhes técnicos
Editora: Amazon
Ano: 2018
Formato: Kindle
Páginas: 60
07 – O último Natal de um homem rico (Douglas Lobo)
O escritor cearense Douglas Lobo, ao contrário de boa parte de autores independentes, que preferem publicar suas obras exclusivamente em formato digital, optou por divulgar seus dois trabalhos em ambos os formatos. Para o escritor de 40 anos, o livro físico também abrange uma parte importante do público leitor, bem como facilita a divulgação entre os influenciadores do meio que ainda preferem o livro físico ao digital.
Em “O último Natal de um homem rico”, após um traumático incidente, Enzo Rocha prometeu a si mesmo que jamais voltaria a trabalhar como investigador particular. Porém, desempregado, sem dinheiro para pagar o tratamento de câncer da mãe e as despesas com o filho recém-nascido, ele aceita investigar o homicídio de um poderoso empresário carioca, morto na madrugada do Natal.
O caso o leva de volta ao ambiente da elite na qual cresceu, mas hoje despreza, e ao trabalho que é sua vocação, mas que lhe traz as piores recordações
A obra foi lançada em outubro de 2017. Antes dela, Lobo já tinha publicado um outro romance chamado “Terra Amaldiçoada”.
Detalhes técnicos
Editora: Douglas Hamilton Santos Lobo
Ano: 2017
Formato: Brochura e Kindle
Páginas: 146
08 – O Natal de Poirot (Agatha Christie)
E que tal fecharmos a nossa lista com mais um livro de Agatha Christie e o seu inseparável Hercule Poirot? “O Natal de Poirot” traz em seu enredo mistério, enigmas e mortes, bem ao estilo da nossa querida ‘Rainha do Crime”.
Nele, o multimilionário Simeon Lee convida os membros de sua família para passar o Natal em sua propriedade. Este convite é visto com desconfiança por vários parentes, porque Simeon nunca deu provas de que se importasse com eles. Foram convidados, inclusive, Harry, uma espécie de ovelha negra, e Pilar, uma neta que ninguém conhecia. Na verdade, o objetivo de Simeon é desenvolver um jogo sádico com seus familiares que termina com um assassinato. Quando Hercule Poirot oferece ajuda para solucionar o caso, encontra uma atmosfera de suspeitas mútuas. Fica a pergunta no ar: “entre os convidados, quem foi o assassino?”
Taí galera, um ótimo Natal e com muito terror e suspense (rs)
Façam as suas escolhas e aproveitem a leitura.

05/11/2019

“Um caminho para a liberdade”, novo livro de Jojo Moyes, será lançado no Brasil no final de novembro


Você que se emocionou com a Jojo de “Como eu era antesde você” e com a Moyes de “Depois de você”, prepare-se porque vem por aí mais Jojo Moyes. Deixando as brincadeiras e os trocadilhos de lado, vamos ‘falar’ sério, né galera? Então, vamos lá. A jornalista e escritora britânica que conquistou uma legião de leitores com a carismática Louisa Clark, ou simplesmente Lou, está com um novo livro no prelo.
“Um caminho para a liberdade” chega em solo brasileiro no dia 24 de novembro; se bem que algumas livrarias estão prometendo a obra para bem antes dessa data - coisa do tipo: 12 ou 13 de novembro - mas prefiro ficar com a previsão feita pela Amazon; acho mais confiável.
A boa notícia para os leitores mais apressadinhos e que gostam de garantir o seu “bebê” antres que ele pise nas prateleiras é que a obra já está em pré venda nas principais livrarias virtuais.
O lançamento de Moyes não tem nenhuma ligação com a sua famosa saga “Como eu era antes de você” ou “Saga Lou” como alguns preferem chamar. Na realidade, o lançamento que aterrissa em terras tupiniquins no próximo dia 24, é uma obra independente, sem nenhuma ligação com “Como eu era antes de você”, “Depois de você” e “Ainda sou eu”.
O enredo fala de mulheres que se incumbiram de levar livros até os mais remotos habitantes da região onde moram e para cumprir essa missão enfrentaram todos os tipos de preconceitos. “Um caminho para a liberdade” tem como cenário o Kentucky rural do período pós-Depressão e é uma homenagem aos livros e as mulheres.
Escritora britânica Jojo Moyes
No enredo da autora, no fim da década de 1930, em uma cidadezinha no sul dos Estados Unidos, Margery, Alice, Beth, Sophia e Izzy começam a trabalhar em uma biblioteca itinerante, com o compromisso de levar livros para os moradores menos favorecidos da região.
À medida que enfrentam inúmeras dificuldades, como aprender a cavalgar, percorrer rotas de difícil acesso e suportar o preconceito dos mais conservadores, uma amizade improvável surge entre elas. Porém, mesmo com o objetivo nobre, a cidade ainda vê o projeto como um desafio ao status quo e se volta contra o grupo, colocando em risco a sobrevivência da biblioteca. E as mulheres vão se perguntar se o poder das palavras será suficiente para salvá-las.
A ideia de Moyes nasceu de um projeto real. Com o objetivo de levar livros para regiões desassistidas nos tempos economicamente difíceis depois da Grande Depressão, o presidente Roosevelt criou o Pack Horse Library Project, uma iniciativa que identificava o conhecimento como fator essencial para o fortalecimento das populações rurais.
Segundo o release de divulgação da editora Intrínseca, “Um caminho para a liberdade” fala de lealdade, independência e justiça.
Taí galera que adoraram a personagem Lou, agora chegou a vez de mudarem, um pouco, de ares e se apaixonarem por essas cinco mulheres fantásticas - Margery, Alice, Beth, Sophia e Izzy  - e que prometem despertar grandes emoções nos leitores e leitoras.

Instagram