30/01/2020

Não conte a ninguém


Imagine um bolo com várias camadas, em cada camada um recheio diferente; e por isso, em cada uma dessas camadas uma surpresa para o seu paladar. Esta foi a melhor definição que encontrei, mesmo que a grosso modo, para Não Conte a Ninguém de Harlan Coben, considerado, até agora o melhor livro de toda a sua carreira literária.
Não Conte a Ninguém não é aquele livro que você vai lendo, vai lendo, mas pensando apenas na chegada do plot twist final que se encontra no último capítulo. Pelo contrário, a obra de Coben tem várias reviravoltas ao longo da trama que vão preparando o leitor para o grand finale. E quando chega esse grand finale, Coben em menos de meia página, arremata a história de uma maneira que deixa qualquer leitor de queixo caído. Este plot twist “miserável” (no bom sentido) muda grande parte do que você já tinha lido, além de alterar algumas reviravoltas anteriores. Costumo dizer que essa última meia página é o plot twist dos plot twists que você havia lido anteriormente porque modifica quase tudo.
Coben começa desenhar essa tremenda reviravolta final logo no início de seu romance quando o Dr. David Beck e sua esposa, Elizabeth se encontram num lago comemorando o aniversário de seu primeiro beijo. Ainda no começo da história, acho que na terceira página, Beck decide contar um importante segredo para Elizabeth, mas no exato momento em que vai fazer a revelação acontece o rapto de sua esposa. Esta interrupção deixa os leitores sem pai, nem mãe, morrendo de curiosidade. Por outro lado, as reviravoltas que vão ocorrendo ao longo da trama são tantas que fazem com que esse segredinho acabe caindo no torpor, quero dizer... até a chegada da famosa última meia página.
Por ter tantos plot twist no decorrer de seu enredo, comparo Não Contem a Ninguém com um outro livro, também espetacular: Eles Merecem a Morte do americano Peter Swanson. Swanson, inclusive, também arremata sua história em menos de meia página, no final do livro.
Por causa dessas muitas reviravoltas na trama, o leitor acaba ‘engolindo’ a obra até mesmo sem mastigar. Cara, o ritmo de leitura de Não Contem a Ninguém é frenético porque você quer descobrir logo o que aconteceu com determinados personagens ou então porque fulano ou ciclano tomou certa atitude, e por aí afora; sem contar uma fuga eletrizante que acontece pouco depois do meio do livro.
Em Não Conte a Ninguém, Coben escreve sobre um jovem casal apaixonado: Dr. Beck e Elizabeth que no momento em que comemoram o aniversário de seu primeiro beijo, sofrem um terrível ataque. Ele foi golpeado na cabeça e caiu no lago, inconsciente. Ela foi raptada e brutalmente assassinada por um serial killer. Mas faço questão de repetir: Preparem-se para as reviravoltas que irão derrubar o seu queixo.
Não Contem a Ninguém foi o livro mais aclamado de 2001, indicado para diversos prêmios, entre eles Edgard, Anthony, Macavity, Nero e Barry. Em 2006 foi adaptado para o cinema numa produção francesa vencedora de quatro Cesars (o Oscar francês), inclusive de melhor ator e diretor.
Mas não desmerecendo o filme que, de fato, é muito bom, leiam primeiramente o livro que é muito mais completo e com toda certeza irá deixar você inquieto na cama, no sofá, na poltrona ou em qualquer outro lugar que você estiver lendo.
Confiram, vale a pena!


27/01/2020

Conan – O Bárbaro (Livro I)


Existem personagens de romances épicos que no momento em que entram em cena, pela primeira vez no capítulo de um livro, tem o poder de transformar qualquer leitor – inclusive, os mais frios e controlados – num ser ensandecido gritando Hip hipi hurra como se estivesse assistindo uma movimentada matinê de cinema.
Se você já atingiu o êxtase numa matinê ou então no escurinho do cinema, no momento em que o todo poderoso protagonista entra em ação deixando evidente o seu carisma, coragem e poder, com certeza, entende o que estou tentando dizer.
Conan é um personagem desse tipo. Até mesmo aqueles leitores que não tem uma intimidade tão grande com o cimério, acabam indo às nuvens quando leem algo do tipo: “Conan grudou as costas na parede e ergueu o machado. Ficou estático, como um ídolo inconquistável... As pernas afastadas, cabeça voltada para a frente, uma mão apoiada na parede e a outra segurando o cabo do machado. Com poderosos músculos evocando cordilheiras de ferro e as feições congeladas num rosnado furioso e letal... Seus olhos queimavam terrivelmente em meio à névoa de sangue que descera sobre eles. Os homens vacilaram... Eles podiam ser criminosos selvagens e devassos, mas vinham de uma raça que tinha um pano de fundo civilizado. O rei (Conan), por outro lado, era um bárbaro... um assassino nato. Eles recuaram...” ou então esta outra pérola: ‘O cimério pôs a mão sobre o cabo da espada, o gesto foi tão pleno de ameaça quanto o rosnar de um tigre que mostra as garras... Conan disse: ‘Não sou nenhum nemédio civilizado para temer diante de seus cães contratados. Matei homens melhores do que você por menos do que isto...  Qualquer homem que me tocar irá rapidamente conhecer seus ancestrais no inferno’, respondeu o cimério entredentes, os olhos lançando flamas rápidas de fúria perigosas.
Todas essas passagens que citei acima marcam desafios ou então antecedem sangrentas batalhas e situações de perigo enfrentadas pelo famoso guerreiro que apesar de ser um bárbaro acaba, por sua vez, conquistando a simpatia dos leitores.
Por isso quando soube que a editora paulista Pipoca & Nanquim havia colocado no mercado três livros, em edição luxuosa, contendo na íntegra todas as aventuras de Conan, seguindo a ordem que foram publicadas, originalmente, na icônica revista pulp Weird Tales no período de 1932 a 1936, não pensei duas vezes e comprei os três volumes.
Os três livros são todos em capa dura com acabamento de luxo, contendo ainda sobrecapa de acetato, ilustrações de artistas como Mark Schultz e Gary Gianni, acompanhando todas as aberturas e encerramentos de capítulos dos contos; artes de páginas inteiras ilustrando os momentos mais importantes da saga de Conan; abertura de todos os contos com um ‘espelho’ das clássicas capas da revista pulp Weird Tales, onde eles foram publicados originalmente; diversos extras e como já disse, pela primeira vez no Brasil, as capas originais de Frank Frazetta.
Acabei de ler o livro I e, simplesmente, adorei. Os seis primeiros contos da coleção, incluindo o antológico e elogiado “A Fênix na Espada” não negam fogo e conseguem prender a atenção dos leitores ávidos por livros de aventura. As batalhas são descritas de uma maneira tão real que faz com que os leitores acabem presenciando os golpes de espadas e machados envolvendo valentes guerreiros de grandes exércitos. Li o primeiro volume, com pouco mais de 300 páginas, em menos de uma semana e como já disse, amei.
“Conan – O Bárbaro – Livro I” mostra como tudo começou, republicando os contos escritos pelo texano Robert Ervin Howard (criador de Conan e também do gênero que ficou conhecido com ‘Espada e Feitiçaria’) na ordem original em que foram lançados nos Estados Unidos, durante a década de 1930. Também contém uma sessão de extras, com ensaios, poemas e aventuras de Conan publicados postumamente, além de maravilhosas ilustrações.
Confiram uma breve sinopse dos contos desse primeiro volume:
01 – A Fênix na Espada
A história traz Conan já como Rei da Aquilônia, sendo obrigado a enfrentar uma conspiração que tem por objetivo tomar o seu trono. Então, ele se vê obrigado a ‘peitar’ todos aqueles que cobiçam o poder que ele conquistou após muitos sacrifícios, incluindo um temível feiticeiro. O capítulo da batalha final onde Conan enfrenta os reis que queriam usurpá-lo do poder é fodástico. Lembrando, que a contenda acontece dentro do quarto do rei. É mole??!!
02 – A Cidadela Escarlate
Cara, devorei esse conto! Ação, monstros, traições e feitiçaria. Uma verdadeira montanha russa. O leitor que gosta do gênero irá se deliciar. Neste conto, à exemplo do primeiro, vemos um Conan já mais velho e coroado rei da Aquilônia. Mas nem por ser mais velho, o nosso bárbaro deixa de ser... um bárbaro. E o cimério, definitivamente barbariza na história. Após ser traído por outros três reis - submissos à um terrível feiticeiro chamado Tsotha-lanti – que desejam tomar o seu reino, Conan cai numa armadilha e vê o seu exército ser praticamente dizimido. Após ser capturado, o bárbaro é jogado numa masmorra cheia de monstros criados por Tsotha para ser morto. Mas ocorre que os traidores se esqueceram que estavam lidando com ninguém menos que Conan. Então, o bicho pega. Iahuuuuuu!
03 – A Torre do Elefante
O famoso cimério, antes de ter se tornado um respeitado, poderoso e temido rei, foi ladrão, pirata, mercenário e guerreiro. Neste conto, por exemplo, vemos um Conan ainda bem jovem sobrevivendo como ladrão no reino de Zamora, na infame Cidade dos Ladrões, onde proliferam os piores facínoras que a civilização tem o infortúnio de produzir.
O bárbaro comete o erro de tentar roubar o lendário tesouro da igualmente lendária Torre do Elefante. Ele nem imagina que a majestosa edificação oculta horrores capazes de atemorizar até mesmo os deuses! 
A Torre do Elefante é considerado pela crítica como o mais memorável conto de Howard, criador de Conan.
04 – O Colosso Negro
Neste conto, vemos um Conan mercenário a serviço de um reino. A rainha,
em sonho, recebe uma mensagem do deus Mitra que ordena que entregue o comando do seu exército e o destino do seu povo nas mãos do primeiro guerreiro que encontrar ao vagar pela cidade. Advinhem só quem é esse tal guerreiro? (rs). Pois só assim, ou seja, seguindo essa profecia, é que a jovem rainha conseguirá salvar o seu reino do ataque de um poderoso e maléfico feiticeiro que quer conquistar as suas terras. O conto ganhou esse nome porque o feiticeiro tem o poder de invocar um demônio parecido com um camelo que arrasta uma carruagem soltando fogo negro.
05 – Xuthal do Crepúsculo
Após participar, como mercenário, de uma sangrenta batalha, Conan e uma garota fogem de seu captores e vão parar no árido deserto. Lá, eles encontram uma cidade que aparentemente será sua salvação, porém o cimério, juntamente com a garota, não esperavam os perigos irracionais que a misteriosa cidade reserva. A cidadela guarda um segredo horripilante e que será desvendado por Conan. Logo depois, o guerreiro bárbaro e sua espada entram em ação, comendo o couro.
06 – O Poço Macabro
Neste conto, Conan é um pirata e está perdido no mar, quando avista um navio e decidi nadar até ele. O cimério é recebido pelo capitão da embarcação, um homem muito violento, e também por sua bela escrava.
Após alguns conflitos entre comandante e tripulação, o barco vai parar num misteriosa ilha onde existe um poço maldito de propriedade de seus estranhos moradores que guardam um segredo muito tenebroso. Tenham certeza de que, novamente, a espada de Conan irá assobiar bonito!
No capitulo reservado aos extras, o livro ainda brinda os seus leitores com o conto “O Deus na Urna” que foi uma das primeiras aventuras de Conan que Howard escreveu.
A curiosidade é que essa história foi, junto de “A Filha do Gigante de Gelo” e “A Fênix na Espada”, submetida à avaliação do editor da revista pulp Weird Tales, Farnsworth Wright, em 1932. Querem saber o que aconteceu? Ok, eu conto. Wright, simplesmente, rejeitou duas delas, aceitando publicar apenas “A Fênix na Espada”.
“O Deus na Urna” e “A Filha do Gigante do Gelo” só foram publicadas muitos anos após a morte do autor.
Apenas lembrando que ainda no capítulo dos extras, você encontrará o poema Ciméria e uma explicação completa sobre o surgimento e desenvolvimento da fictícia Era Hiboriana onde nasceram e viveram os ancestrais de Conan.
O primeiro volume de “Conan – O Bárbaro” da Pipoca & Nanquin é divinamente incrível.
Uma leituraça que vale à pena.

23/01/2020

Vem aí mais um livro de contos de Stephen King. “If it bleed” deve chegar em maio de 2020


O que você acham da personagem Holly Gibney? Já estou vendo daqui, a cara dos leitores que amaram “Mr. Mercedes” e “Outsider”. Pois é galera, a garota que apareceu nesses dois grandes sucessos literários de Stephen King estará de volta em 2020, mas agora como protagonista. Vale lembrar que Holly foi interpretada pela atriz Justine Lupe, na adaptação de Mr. Mercedes para a TV.
O mestre do terror e suspense que continua sendo uma verdadeira máquina de escrever, lançando um livro atrás do outro – ainda bem né, pelo menos para nós, seus fãs – já divulgou o nome e o ano de lançamento de seu próximo livro. A obra vai se chamar “If it bleeds” (Se Você Sangrar, na tradução livre). Como já disse, o seu lançamento nas Terras do Tio Sam deve acontecer em 2020. Para ser mais exato, em 5 de maio de 2020. Quanto a sua chegada no Brasil, já é outra história, pois a Suma, editora responsável pela publicação dos livros do autor no Brasil, disse apenas que a obra deve chegar por aqui em 2020, mas não especificou se seá no meio ou no final do ano. Bem, só resta aguardar.
Para os leitores que estão curiosos para saber alguma novidade sobre o conteúdo da obra, lá vai: como o próprio King revelou numa entrevista, recente, “If it bleeds” será um livro composto por quatro contos nos mesmos moldes dos clássicos “Quatro Estações” e “Escuridão Total Sem Estrelas”.
A capa do livro, já divulgada e que lembra muito “O Cemitério”, traz um gato preto com o nariz em formato de rato. 
Holly Gibney na série de TV
A EW divulgou a sinopse de um dos contos que leva o nome do título do livro. Nele vemos o detetive Ralph Anderson, um dos personagens principais de Outsider, de férias nas Bahamas. Os vizinhos do detetive recebem um envelope contendo um pendrive, intitulado If It Bleeds. O pequeno dispositivo contém fotografias e arquivos de áudio. Em outra pasta: arquivos e relatórios de Holly Gibney. Nos áudios Holly parece estar em perigo.
Veja só a sinopse divulgada pelo site EW.
“Em janeiro de 2021, um pequeno envelope acolchoado endereçado ao detetive Ralph Anderson é entregue aos Conrads, vizinhos dos Andersons. A família Anderson está de férias prolongadas nas Bahamas, graças a uma interminável greve de professores no condado de origem dos Anderson. (Ralph insistiu que seu filho Derek trouxesse seus livros, que Derek chamou de “uma chatice grotesca”.) Os Conrad concordaram em encaminhar seus e-mails e correspondências até os Andersons retornarem a Flint City, em um envelope, está escrito em letras grandes, SEM REMETENTE.
Quando Ralph abre o pacote, ele encontra um pen drive intitulado If It Bleeds, presumivelmente referindo-se ao antigo setor de notícias que proclama “Se ele sangra, ele lidera”. O drive contém dois itens. Uma pasta que contém fotografias e espectrogramas de áudio. O outro arquivo é um tipo de relatório, ou diário de palavras faladas, de Holly Gibney, com quem o detetive compartilhou um caso que começou em Oklahoma e terminou em uma caverna no Texas. Foi um caso que mudou a percepção de realidade de Ralph Anderson para sempre. As últimas palavras do relatório de áudio de Holly são do dia 19 de dezembro de 2020. Ela parece sem fôlego.
“Fiz o melhor que posso, Ralph, mas pode não ser suficiente. Apesar de todo o meu planejamento, há uma chance de eu não sair dessa viva. Se for esse o caso, preciso que você saiba o quanto sua amizade significou para mim. Se eu morrer, e você optar por continuar o que comecei, tenha cuidado. Você tem esposa e filho.
Taí galera, fãs de Stepehen King; podem começar a juntar um dinheirinho extra para a compra desse novo livro de contos da fera.

Inté!

20/01/2020

Lendas Urbanas


Cara, a lenda urbana do “Homem Gancho” sempre me provocou arrepios. Ela mexeu tanto comigo que até nos dias de hoje nunca paro o carro em lugares ermos durante a noite. Este medo começou hás muito tempo, durante a minha juventude, quando tinha o hábito de paquerar as meninas dentro de um fusquinha – o meu primeiro carro – num lugar apelidado de Luzes da Ribalta, mas só no nome, porque luz, de fato, só existia a do luar. O local era bem tranquilo e isoladaço, cercado de árvores. Era o lugar preferido dos jovens da minha geração para namorar, paquerar e dar alguns ‘amassos’.
Pois é, foi nessa época que tomei conhecimento da lenda urbana do “Homem Gancho”, acho que através de um acampamento de estudantes da minha escola. Estávamos todos sentados, à noite, em torno de uma fogueira quando um infeliz decidiu contar essa história.
Resumidamente ela é mais ou menos assim: Certa noite de verão, um adolescente estava indo encontrar sua nova namorada. Ele a pegou em sua casa e foram direto para um local bem afastado da cidade; um lugar isolado conhecido por encontros proibidos entre amantes.
O homem gancho
Chegando lá, o menino colocou o braço em volta da menina e ligou o rádio do carro e começaram a namorar, se abraçar e se beijar. De repente, a música no rádio do carro para e uma voz de locutor de notícias anuncia com urgência que no início daquela noite, um assassino enlouquecido, com parte do rosto desfigurado, fugiu do manicômio estadual. O locutor diz que a polícia está alertando os cidadãos para tomarem muito cuidado, pois o paciente é perigoso e já destripou várias mulheres antes de ter sido encaminhado ao manicômio. Ele perdeu a mão direita em um acidente e por isso usa um gancho de aço no lugar. O locutor completa dizendo que os policiais pedem para que todos na região fiquem atentos em alguém que se encaixe nessa descrição.
Após ouvir a notícia, a menina ficou com medo e pediu para ser levada para casa. Ela temia que o manicômio não estava longe da pista dos amantes , Ela também estava preocupado que a área remota onde eles estavam estacionados era o local perfeito para um louco demente espreitar.
O menino estava se sentindo corajoso e garantiu sua namorada que eles estavam perfeitamente seguros, trancou todas as portas do carro, em seguida, tentou beijá-la novamente. A menina ficou frenética e empurrou-o, insistindo que saísse do local imediatamente.
O homem do saco
O rapaz decide atender a moça e a leva para casa, quando eles pararam em frente à residência, ele sai do carro e dá a volta para abrir a porta para sua namorada.
Por um longo tempo ela apenas ficou lá, aguardando o namorado. No início, a menina não conseguia descobrir o que estava errado; então ela percebeu que a porta ainda estava trancada. Ela sorriu e abriu-a.
A menina ficou perplexa ao descer do carro. Naquele instante, ela viu que o menino estava estático olhando para a maçaneta da porta. Lentamente, ela também olhou e começou a gritar alucinadamente.
Lá, pendurado na maçaneta da porta, estava um gancho de aço inoxidável.
Me pergunte se depois de ter ouvido isso, eu procurei lugares isolados para namorar dentro do carro? Cê tá louco! Mas nunca mais mesmo!
O roubo do rim
A partir dessa história, comecei pesquisar outras lendas urbanas e passei a me interessar pelo assunto. Foi dessa maneira que o livro do jornalista Jorge Tadeu lançado pela editora Planeta em 2010 chamou a minha atenção. Assim, decidi compra-lo por um preço módico num sebo.
O autor que durante muito tempo foi o produtor do quadro Lendas Urbanas do programa Domingo Legal do SBT, selecionou dez histórias macabras que após rolarem de boca em boca acabaram ganhando o status de lendas urbanas que nada mais são do que histórias que alguns acreditam serem verdadeiras, enquanto outros afirmam que não passam de criações do imaginário popular.
O livro tem uma linguagem simples, onde o autor faz uma dramatização das lendas do roubo do rim, a loira do banheiro, a mulher do táxi, a flor do cemitério, a brincadeira do compasso, o homem do saco, a gangue do palhaço, o tabuleiro Ouija, o gato preto e a bruxa do espelho.
A brincadeira do compasso
Ler o livro é como assistir aqueles episódios que passavam no programa de TV Domingo Legal. Tadeu pegou como base uma lenda urbana e recheou essa lenda com várias informações extras, em outras palavras: encheu linguiça. Antes de qualquer crítica ao autor por isso, vale frisar que ele não tinha como escapar dessa encheção de linguiça porque a maioria das histórias com características de lendas urbanas tem um fio narrativo muito curto, por isso, ao propor transformar essas lendas em contos, Tadeu não teve outro jeito senão dramatiza-las, ‘encorpando’ as suas poucas linhas com diversas informações, caso contrário, teríamos histórias com menos de meia página.
A gang do palhaço
Este trabalho de encher linguiça funcionou em algumas histórias, mas falhou em outras. “A Mulher do Táxi”, por exemplo, por ser uma lenda urbana muito popular e conhecida pela maioria das pessoas de cabo a rabo, entupi-las de mais informações só serviram para deixar a sua leitura cansativa ao extremo. “A loira do banheiro” e “O roubo do rim, idem.
Mas por outro lado, esse artifício utilizado pelo jornalista, cumpriu o seu papel em outros ‘contos’ como fica claro em “O homem do saco” – achei o máximo as mudanças feitas nessa história popular; terror e humor nas doses certas e com um final surpreendente; ri muito – “A flor do cemitério”, “O gato preto” e a “Gangue do palhaço” também ficaram muito bons
Não gostei do formato do livro, tamanho cartilha. Achei muito incômodo manuseá-lo na hora da leitura; mas em compensação, as ilustrações em preto e branco são muito bem feitas.
Inté!

17/01/2020

Contos originais de Conan são lançados em três livros luxuosos pela editora Pipoca & Nanquim! E eu aqui, morgando, pode?!

Tenho um colega, o Nilton, vidrado no personagem Conan criado por Robert E. Howard. Vidrado não; acho que que expert seria o termo mais correto, o que não elimina o vidrado, porque o cara jamais admite que arranhem a imagem do famoso Cimério com meias verdades. Se, por acaso, isso acontecer, o Niltão deixa de ter um metro e meia de altura e cresce em cima do difamador.
Pois é, e eu fui um desses difamadores que inadvertidamente arrisquei uma opinião e quase fui ‘esmagado’ pelo valoroso “guerreiro” de Conan. Certo dia, o menino, aqui, juntamente com Lulu, estava na casa desse meu amigo quando vi em sua estante, a qual apelidei de “Estante Coniana” – já que a maioria dos seus ‘produtos’ tem a marca Conan – uma edição em capa dura de “A Espada Selvagem de Conan”, chic no urtimo e no urtimo grau, da editora Panini. O assunto começou rolar e de repente, o Nilton me perguntou se eu gostava de Conan.
– Gosto mais dos filmes; não sou muito fã dos quadrinhos – respondi, já vendo a fisionomia do Niltão ir se alterando. – Mas se Conan não fosse um personagem típico dos quadrinhos, com certeza, iria gostar demais de suas aventuras. – Com essas palavras, a expressão do Niltão sofreu uma transformação ainda mais violenta.
- Sabe, gostei muito de histórias em quadrinhos, na realidade amei, mas hoje, prefiro os livros. – disse, tentando contemporizar, sem mentir, já que fui uma ardoroso leitor de quadrinhos na minha infância e pré-adolescencia.
Entonce, paguei pela minha ignorância no ‘assunto Conan’. Naquele momento vi o Niltão se transformar no próprio Cimério envergando a sua espada na mão e pronto para me decapitar por causa da minha insolência. – Paaaaara com isso meeeeeuuuu!!!!! – berrou o “Cimério magrelo” de um metro e meio. – Conan não é um personagem de quadrinhos! Ele nasceu das pulps; os quadrinhos só vieram depois!
Então foi assim, que descobri – correndo um baita risco de vida – que Conan “O Bárbaro” ou “O Cimério”, tanto faz, não foi um personagem originário dos quadrinhos e por isso, certamente, deveriam existir livros ou textos sobre o personagem.
Gostaria de explicar que acabei ficando fã de Conan após assistir aos seus filmes durante as saudosas sessões de VHS na sala de casa. Achava as suas histórias tão incríveis que antes de começar os filmes fica de olho nos letreiros, ansioso para descobrir se as histórias de 1982 e 1984, vividas por Arnold Schwarzenegger no auge dos seus músculos, eram baseadas em algum livro. Quando descobri, erroneamente, que os filmes eram originários dos HQs, suspendi as minhas buscas, quero dizer... até o mês passado na casa do Niltão.
Desde então, as minhas buscas recomeçaram, foi assim que vi no Instagram, através do Ig literário Prometheus Pós Moderno (@prometheus_pos_moderno), informações importantes sobre uma coleção luxuosa de três livros do personagem lançada pela editora Pipoca & Nanquim. Entrei em contato com o responsável pelo Ig que me forneceu outros dados complementares. Então exclamei: “Achei o meu ouro!!”
Cara, que luxo!! Os editores da Pipoca e Nanquim capricharam no limite. São três livros, lançados em 2017, 2018 e 2019.
– PQP! A coleção nasceu em 2017 e eu, aqui, morgando!
A coleção contém na íntegra todas as aventuras de Conan, seguindo a ordem que foram publicadas, originalmente, na icônica revista pulp Weird Tales no período de 1932 a 1936.
Os três livros são todos em capa dura com acabamento de luxo, contendo ainda sobrecapa de acetato, ilustrações de artistas como Mark Schultz e Gary Gianni, acompanhando todas as aberturas e encerramentos de capítulos dos contos; artes de páginas inteiras ilustrando os momentos mais importantes da saga de Conan; abertura de todos os contos com um ‘espelho’ das clássicas capas da revista pulp Weird Tales, onde eles foram publicados originalmente; diversos extras e como já disse, pela primeira vez no Brasil, as capas originais de Frank Frazetta.
As obras incluem ainda, marcador de páginas no formato de espada e folha de guarda com o mapa original da Era Hiboriana onde Conan viveu.
Cara, depois dessa descoberta, adivinhe o que fiz?
Estabeleci a meta de comprar um volume por mês, juntamente com outros livros que fazem parte das minhas aquisições futuras. Se Deus quiser, até o fim de março estarei com os três luxuosos livros de Conan da editora Pipoca e Nanquim bombando na minha estante.
Inté!

14/01/2020

Dois finais emocionantes de livros que me fizeram chorar


Existem finais tão impactantes de livros que após lermos as últimas páginas torna-se quase impossível segurar as lágrimas. Lágrimas que insistem em rolar após fecharmos o livro e colocá-lo novamente em nossa estante. Pois é, mas não termina por aí, porque essas lágrimas ainda insiste em rolar, algumas vezes, quando estamos lendo um outro romance do tipo ‘a la Sparks’ e, então, lembramos do tal final impactante daquele outro livro que nos fez chorar. Resultado: acabamos chorando pelo final de um livro que já lemos há muito tempo e não pelo “The End” de Sparks que estamos lendo agora.
Não sei se consegui explicar o poder de fogo desses finais capazes de amolecer o mais duro dos corações literários, daqueles acostumados apenas com enredos de ação e que não admitem segurar em suas mãos, em nenhuma hipótese, uma história de amor e... muito menos chorar por ela, o que para eles seria um crime.
Hoje quero falar sobre dois finais – sem spoilers, claro – que me arrebentaram (no bom sentido). Eles me marcaram tanto que mesmo após muito tempo, ainda me recordando deles. Hoje, por exemplo, enquanto lia o clássico Éramos Seis da escritora paulista Maria José Dupré, ao chegar numa cena forte que marcava uma despedida – daquelas que não há retorno – me emocionei muito, e imediatamente recordei-me de uma outra cena, quase parecida, de Mentirososde E. Lockhart, lançado em 2014 pelo selo Seguinte pertencente à Editora Companhia das Letras. Entonce, acabei me emocionando mais com a passagem de um livro que havia lido no início de 2019 do que com um trecho de uma obra que estava lendo no presente.
No post de hoje quero falar escrever sobre os finais de Mentirosos e Marina. Caraca, o que foi aquilo?! Quanta carga emocional!
Na trama desenvolvida por Lockhart, os Sinclair são uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e se agarra a todo custo às tradições. Assim, todo ano eles passam as férias de verão numa ilha particular. Cadence — neta primogênita e principal herdeira —, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos, e juntos formam um grupo chamado Mentirosos. Cadence admira Gat por suas convicções políticas e, conforme os anos passam, a amizade com aquele garoto intenso evolui para algo mais. Mas tudo desmorona durante o verão de seus quinze anos, quando Cadence sofre um estranho acidente do qual não se recorda. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido… até que Cadence finalmente volta à ilha para juntar as lembranças do que realmente aconteceu. E quando descobre... então que vem a surpresa impactante. Mas as lágrimas, chegam, mesmo, após essa surpresa desconcertante, já no final: quando pela última vez numa praia... Deixe-me parar por aqui. Putz, que final.
Outro livro com o mesmo poder de partir o seu coração, é Marina, de Carlos Ruiz Záfon que li há sete anos, e mesmo após esse período, a obra ainda continua fustigando os meus sentimento.
Cara, os três últimos capítulos do livro  do autor espanhol arrebenta o mais duro dos corações. É nessa hora que o pequeno Oscar Drai desvenda todo o mistério envolvendo a sua querida e amada Marina.
Sei que é estranho alguém derramar lágrimas ao ler um enredo criado por um autor especialista em tramas de suspense, mistério e com algumas pontinhas de sobrenatural como aconteceu nos Best-Sellers A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo. Ocorre que Marinaé uma obra que foge, um pouco, das características de Zafon. Tudo bem que ele mantenha o seu estilo narrativo direcionado para o suspense, mistério, sobrenatural e aventura, mas também acrescenta um outro elemento, pelo menos desconexo de suas obras anteriores e posteriores: o amor incondicional.
Quem já leu A Sombra do Vento pode discordar ao afirmar que Zafon explorou muito bem esse sentimento na relação do casal de protagonistas Daniel Sempere e Bea Aguilar, mas cá entre nós, o amor que Oscar Drai nutre por Marina e vice-versa, não se compara ao do casal de “A Sombra do Vento”. Como já disse, tanto Oscar quanto Marina alimentam um pelo outro, o chamado amor incondicional. Um sentimento capaz de transformar o pior defeito da pessoa amada na mais bela das virtudes. Portanto, acredito que o meu choro ao ler os três últimos capítulos do livro está justificado (rs).
Zafon cria um enredo de suspense envolvente na antiga Barcelona dos velhos casarões. Oscar Drai, um garoto de 15 anos que estuda num internato, passa o seu tempo livre andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões que desperta a atenção do garoto que logo resolve se aventurar no interior da construção. O motivo que levou o pequeno Oscar a entrar na casa foi a voz linda e suave de uma mulher reproduzida num vitrolão. Ao mesmo tempo, ele fica completamente vidrado num relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas, ele se assusta com uma presença na sala e acaba fugindo com o relógio. Depois de alguns dias, Oscar retorna ao casarão para devolver o objeto roubado, e então... conhece Marina. Nesse instante começa a rolar muito suspense, sobrenatural e romance com um final que dilacera os corações.
Taí galera se quiserem derramar algumas lágrimas, fugindo dos enredos de Nicholas Sparks, recomendo Mentirosos e Marina.
Boa leitura!

12/01/2020

As Minas do Rei Salomão

Acredito que os livros de aventura são considerados quase unanimidade entre a maioria dos leitores, independente do seu gosto literário. Vejam só nos cinemas: por mais que a critica especializada detone os chamados blockbusters, aqueles filmes arrasa-quarteirões com explosões, fugas mirabolantes e muita ação; as salas de exibição continuam sempre cheias, inclusive por alguns desses críticos que vibram escondidos dando socos no ar. Pois é, da mesma forma acontece na literatura. Cara, não há quem não resista a um bom enredo de ação; nesse caso, a viagem literária é garantida. E o livro As Minas do Rei Salomão não se trata apenas de um bom, mas sim um ótimo enredo de ação.
Se você amou “A terra que o tempo esqueceu”, de Edgar Rice Burroughs; “O Mundo Perdido”, de Arthur Conan Doyle; King Kong, de Edgar Wallace; e O homem que queria ser rei, de Rudyard Kipling, com certeza, também irá amar o livro escrito por Henry Rider Haggard e lançado originalmente em 1885.
O livro narra uma jornada ao coração da África feita por um grupo de aventureiros liderados por um caçador de elefantes e também exímio conhecedor do território africano chamado Allan Quatermain em busca das lendárias Minas do rei Salomão. Tudo começa quando Sir Henry Curtis e seu amigo Capitão John contratam Quatermain para que encontre George, o irmão mais novo Sir Henry, que saiu em uma expedição que buscava encontrar as famosas minas, mas depois, nunca mais foi visto.
Dessa maneira, Quatermain concorda em liderar uma nova expedição pelo centro da África em busca do irmão de Sir Henry, mas com uma condição: quer parte do tesouro, ou uma pensão para o seu filho, caso morra. Nesta expedição, Quatermain conta ainda com a companhia de Sir Henry; John Good, um ex-oficial da marinha britânica e do estranho Umbopa, um  homem africano que parece ter conhecimento sobre o misterioso território que eles precisam explorar. Pronto galera, a partir daí tem início uma aventura com tramas sórdidas, traições, duelos mortais, animais selvagens, conflitos tribais, tesouros escondidos, civilização perdida e personagens enfrentando situações perto da morte.
Nem mesmo a linguagem um pouco rebuscada – não podemos esquecer que o livro foi escrito na década de 1800 – deixam a obra menos atrativa.
Classifico As Minas do rei Salomão como uma aventura ‘a la Indiana Jones’, mas sem as mirabolantes peripécias do personagem que foi vivido nos cinemas por Harrison Ford. O livro nos oferece uma aventura simples mas contagiante.
Infelizmente, muitas pessoas querem comparar As Minas do Rei Salomão com os livros de aventura contemporâneos e por isso, acabam classificando-o de maneira injusta como simplório. Cara, os hábitos, costumes, ideologias, relacionamentos sociais e amorosos eram completamente diferentes na década de 1800. Olha, me desculpem, mas criticar a obra por ela não ter alguns elementos literários um pouco mais modernos é pura ignorância. Há algum tempo, um colega achou a obra morna por não ter nenhuma personagem feminina atraente que inspirasse um romance como pano de fundo; outro colega disse que o estilo narrativo é lento e faltam explosões, pancadaria e o escambau a quatro.
Nem mesmo respondi a tais indagações. Para algumas perguntas, muitas vezes o silêncio é a melhor resposta. Concordam?
Vale lembrar que As Minas do Rei Salomão é considerado o primeiro romance de aventura a se passar na África e é tido como o precursor do gênero literário “mundo perdido”, em que se descobre um novo mundo, daí sua importância.
Tornou-se um imediato best-seller. No final do século XIX, exploradores estavam descobrindo civilizações perdidas em volta do mundo, como o Vale dos Reis no Egito, a cidade de Troia e o Império Assírio. A África ainda era largamente inexplorada e As minas do rei Salomão foi o segundo romance de aventura africano publicado em inglês, capturando a imaginação do público. O primeiro foi “Cinco Semanas em Um Balão”, publicado em 1863, pelo escritor francês Júlio Verne.
Para quem não sabe, o Salomão do título do livro é o rei bíblico de Israel, presente no Antigo Testamento, filho do rei Davi, renomado tanto por sua sabedoria quanto por sua riqueza. Um número de locais foi identificado como sendo o lugar onde estariam localizadas as minas de Salomão, incluindo o Parque Timna em Israel, próximo a cidade de Éilat, e muitos outros lugares "fictícios". Viram só a importância desse livro para a sua época?
Taí galera! Tenham certeza de que a viagem literária será garantida.
Ah! Sem contar que a tradução é do grande Eça de Queiroz.
Até mais!

09/01/2020

VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue


VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue é um livro sombrio, acho que até mais do que Ultra Carnem, livro anterior de César Bravo, também lançado pela Darkside. E olha que o enredo de Ultra Carnem é trucão, mas em VHS, o autor criou um clima estranho como se aquelas histórias macabras fossem reais. A grande sacada de Bravo foi ele ter criado uma cidade fictícia, mas com características reais. O município de Três Rios – palco das histórias sinistras – tem mapa demográfico, limites territoriais, municípios limítrofes e como não bastasse tudo isso, a edição da Darkside traz ainda recortes de jornais com notícias e fotos reais de supostos moradores da cidade. Cara, a foto da Família Dulce, pioneiros na fundação da cidade, datada de 1953 tirada pelo Studio Fotográfico Flamboyant, de Três Rios, é perfeita; assim como são perfeitas as fotos do frigorífico Matadouro 7 com funcionários supostamente trabalhando na desossa de animais; uma moção de pesar de autoria dos vereadores do município lamentando um acidente ocorrido numa cidade vizinha, além de outras imagens fictícias mas com ‘cara’ de reais.
Este conjunto de fotos, documentos, mapas e informações que estão presentes logo nas primeiras páginas de VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue já dão para essa cidade de mentirinha ares de realidade. Entonce, para completar o ‘bolo’ chega Bravo com os seus contos macabros e os injeta nesse contexto. Pronto, tá feito o estrago (no bom sentido).
A impressão que temos é de que algumas dessas histórias, de fato, ocorreram na vida daqueles moradores. O estilo narrativo de Bravo – que inclui muitos diálogos entre os personagens – contribui para fisgar o leitor. Resultado de toda essa plotagem incrível:  você se sente dentro de Três Rios vivendo situações macabras e sinistras juntamente com os seus personagens.
Cesar Bravo
No universo criado pelo autor, Três Rios está localizada no noroeste paulista e, como já disse acima, é o palco principal dos contos lúgubres, um ponto de encontro de todas as coisas estranhas vividas pelos seus moradores.
VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue se passa em um período especial e repleto de esquisitices, entre 1985 e 1995, e tem início em uma videolocadora peculiar capaz de alugar os sonhos e as vidas de seus clientes. 
O livro é escrito no formato de contos – são 18 histórias curtas –com base em registros orais, casos sinistros e uma porção de detalhes que rodeiam a vida dos moradores de Três Rios. As histórias giram em torno de  mandingas macabras, crimes brutais, animais soturnos, notícias de jornais e anúncios que compõem o imaginário de um local esquecido pelo tempo. 
Alguns contos.... brrrrrrr..... mexem com o leitor provocando as mais diferentes reações, desde calafrios até enjoos, como é o caso de “Zona de Abate: Matadouro 7” que tem algumas passagens ‘trucões’; bem... basta dizer que fiquei sem comer carne alguns dias.
“Chuva Forte”, “Jezebel” e “HSBF6-X” também seguem essa linha bem gore. “Jezebel”, no caso, fará você pensar muito bem antes de dormir ou cochilar ao lado de uma galinha. Algo que me surpreendeu em VHS foi a facilidade do autor em sair de sua especialidade que é o terror gore e também navegar com precisão no chamado terror psicológico ou ainda transformar em terror situações rotineiras na vida de qualquer cidadão comum. “Bicho Papão” (o meu preferido), “Peso do Enforcado”, “Talheres de Ossos do Rei Invertebrado”, e “Whey Protein” seguem essa linha.
Por isso, acredito que hoje, Bravo pode ser considerado um dos melhores contistas de terror do País, pois tornou-se especialista em escrever histórias curtas do gênero explorando todas as suas nuances, do gore ao psicológico.
Vamos conferir um pequeno resumo dos 18 contos que fazem parte de VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue.
01 – Firestar Videolocadora
Ao mesmo tempo que os donos de uma videolocadora percebem que a era dos VHS está chegando ao fim, eles também descobrem uma soluçaõ para o problema. Um cliente que costuma alugar muitos filmes, às vezes, entrega por engano fitas com gravações particulares, incluindo festas de aniversário, comemorações, etc. Então, os proprietários da videolocadora tem a ideia de comprar de seus clientes fitas VHS com essas características e aluga-las para outras pessoas que gostam de assistir detalhes sobre a vida alheia. O negócio, recém bolado, vira um grande sucesso, mas então, eles presenciam algo macabro numa fita e a ‘maionese’ desanda.
02 – Chuva Forte
Um grupo de moradores influentes de Três Rios acaba tornando-se cúmplice do assassinato de várias crianças. Eles mataram os menores que estavam com uma estranha doença para evitar que o mal se espalhasse na cidade. Anos depois da chacina, um estranho fenômeno acontece em Três Rios levando pânico para toda a população. Já adianto que o grupo de assassinos pagará caro pela chacina. Conto gore ao extremo, bem ao estilo Bravo.
03 – Quando as Mariposas Voam
Um matador de aluguel, já bem velho, relembra num asilo os seus dias de verdugo. Certa noite ele decide contar para a sua cuidadora, o caso de três irmãos e uma garotinha que foram mortos por ele a mando de seu patrão, um homem poderoso e temido em Três Rios. O castigo para o matador aposentado chega inesperadamente e da forma mais estranha possível.
04 – Branco como Algodão
Uma das variações da famosa lenda urbana da “Loira do Banheiro” que surge no momento em que uma pessoa bate a porta do banheiro, chuta o vaso sanitário, dá uma descarga ou fala um 'palavrão'. A quantidade de vezes varia de acordo com o local e como a lenda foi passada. Bravo mudou muita coisa, deixando a história bem mais sinistra, incluindo a origem sofrida da personagem.
05 – Bicho Papão
Apesar do conto não ter nenhum elemento sobrenatural, é um verdadeiro soco no estômago. Bravo transforma a vida de um pedófilo que estuprou uma criança, filha de um sujeito que aparenta ser um policial, num verdadeiro inferno. Cara o que é aquilo?! O soco no estômago, bem dado, para desmontar o leitor chega no final do conto.
06 – Três Que Capturaram o Diabo
Um avô conta para o seu neto uma aventura vivida em sua mocidade quando ele e mais dois amigos ajudaram um grupo de policiais na captura de um fugitivo da Justiça. Quando eles conseguem localizar e prender o criminoso que afirma ser o próprio diabo, algumas coisas estranhas começam a acontecer na casa abandonada onde eles se encontram aguardando a chegada dos policiais.
07 – Intersecções
O sobrenatural volta arrebentando neste conto. Durante certa noite, um motorista de táxi chamado Resende faz uma viagem para uma moça muito estranha que pede que a leve para o cemitério. Mesmo desconfiando desse estranho pedido, o taxista decide correr o risco e transportar a mulher. Antes de chegar ao seu destino, Resende e a sua estranha passageira enfrentam uma situação aterradora.
08 – Jezebel
Vixe! Este provoca mal-estar. Um garotinho que mora com o seu avô numa fazenda tem com ‘animal’ de estimação uma galinha chamada Jezebel. Ele gosta tanto da ave que faz questão de leva-la para todo lugar, além de dormir com ela em seu quarto. Uma noite ocorre algo bem sinistro. O final do conto é trash e mexe com o leitor. Xô galinhas!
09 – Torniquete
Outro conto para quem tem nervos de aço, mesmo sem ter conteúdo sobrenatural. Um morador da lúgubre Três Rios começa sentir uma estranha coceira na perna, que vai crescendo até atingir um grau insuportável. Desesperado, o homem decide tomar uma decisão drástica e ao mesmo tempo macabra.
10 - Último Centavo da Senhora Shin
Uma velha imigrante japonesa de nome Shin tem o hábito de visitar diariamente um templo budista em Três Rios onde deposita uma moeda aos pés de uma estranha estátua de pedra. Dois marginais, conhecidos na cidade, acreditando que a Senhora Shin tem muito dinheiro guardado, resolvem roubar a sua casa.  Então vem a surpresa e bem assustadora.
11 – Lugar Algum
Mais um conto de terror pesadão. Durante uma noite de forte tempestade com raios cortando o céu, um grupo de amigos encontra-se reunido num bar, bebendo, como já fazem habitualmente. Pouco antes da meia noite, um homem estranho entra todo apavorado na taberna dizendo estar fugindo de uma ‘coisa’ pavorosa. Ele resolve contar o seu drama apara os homens, mas ele tem que fazer isso antes que os ponteiros do relógio marquem meia noite.
12 – Feitiço em Você
Uma mulher que se separou, recentemente, de um perigoso traficante de Três Rios vê o seu corpo ir se deteriorando aos poucos. Após cruzar com uma cigana pela rua, a mulher olha bem no fundo dos olhos da moça e diz que ela foi enfeitiçada. A cigana afirma que só ela tem o poder para reverter o feitiço e pede para a pobre vítima ir procura-la. O final da história reserva uma surpresa para os leitores.
13 – Museu das Sombras
Um casal em viagem, juntamente com os seus dois filhos menores, se perde na estrada e acabam indo parar num estranho museu. Eles são convidados pelos porteiros do prédio a fazer uma turnê pelo local onde passam a conhecer, através dos quadros expostos com pinturas macabras, toda a história sinistra dos moradores de Três Rios.
14 – O Peso do Enforcado
Um conto limpo, quero dizer... sem sangue ou medo, mas apesar disso, muito interessante. Você fica na dúvida se o autor vai optar por uma solução sobrenatural para fechar a história ou se o personagem terá um desfecho tipo pé no chão. Já adianto que a segunda opção venceu. Mesmo, sem ter nada de sobrenatural, a história de um homem que é condenado injustamente à forca por um crime que não cometeu prende a atenção do leitor. O final reserva uma baita surpresa. Prestem atenção no padre que vai ouvir as últimas palavras do condenado.
15 – Talheres de Ossos do Rei Invertebrado
Um traficante cruel e sanguinário conhecido como “Rei Invertebrado” quer iniciar o seu filho nos caminhos do crime para que, futuramente, ele possa assumir os negócios da “família”. Para isso, ele decide levar o garoto até um local secreto para que ele passe numa prova de fogo. O conto é narrado em primeira pessoa pelo filho do traficante.
16 – Whey Protein
Um detetive ouve o depoimento de um homem chamado Cassiano, acusado de matar a sua esposa e sumir com o corpo. O casal vivia brigando constantemente e, de repente, sem mais nem menos, a mulher desaparece e as suspeitas recaem todas nas costas do seu marido. Na esperança de provar a sua inocência, Cassiano conta para o detetive todos os detalhes de sua vida íntima ao lado da mulher. As revelações acabam surpreendendo o policial e, com certeza, irão surpreender ainda mais os leitores.
17 – Zona de Abate: Matadouro 7
Eca! Li com o estômago querendo sair pela boca. Aliás, recomendo somente para quem tem estômago bem forte. O detetive Pestana e seu estagiário, Derriê, vão investigar um crime, supostamente, ocorrido no matadouro de Três Rios. Chegando lá – de noite, prá variar – os dois são recebidos por um ajudante que faz questão de explicar, em detalhes, como funciona o sistema de abate de animais no matadouro. Caraca!
Durante a sua investigação, Pestana acaba descobrindo um segredo horrivel que vinha sendo guardado a sete chaves pelos donos do local.
18 –HSBF6 – X
César Bravo resolveu fechar o seu livro com um conto gore, daqueles que leva a sua marca. “HSBF6 – X” tem cadáveres, torturas, corpos decompostos e muito sangue. O conto gira em torno de um veneno mortal – vendido como adubo – fabricado clandestinamente por um poderoso morador de Três Rios. Um grupo de cientistas contrário a essa ideia, acabam pagando caro por se rebelarem.
Ah! Antes que me esqueça. Bravo escolheu também trechos de flashbacks internacionais para combinar com as suas histórias. Dessa maneira, cada conto tem associado ao seu enredo o trecho de uma determina música que casa perfeitamente com a história.
Ehehehehe...  a música Fernando do Abba tem um trechinho bem sinistro.
Taí galera, boa leitura!

06/01/2020

Cinco livros de terror assustadores que viraram filmes ainda mais assustadores


Existem livros de terror perturbadores e que por sua vez deram origem a filmes mais perturbadores ainda. “O Exorcista” de William Perter Blatty foi um deles, talvez o mais assustador de todos. Quando o filme - baseado no livro - foi lançado nos cinemas, eu tinha 13 anos de idade e, mesmo assim, até hoje, me lembro do verdadeiro frenesi que a produção de William Friedkin causou na cidade onde morava.
Na época fiquei sabendo de pessoas que passaram mal na sala de exibição e outras que não aguentaram o ‘tranco’ e abandonaram o filme no meio da projeção. Apesar de já ter passado mais de 45 anos, ainda me lembro do caso de um cara metido a valentão que ficava tirando o sarro das pessoas que ‘tremeram na base’ após ter visto o filme. Isto é... até o dia em que o ‘destemido rapazola’ resolveu assistir a produção de terror para provar que tudo não passava de uma grande piada.  Sabe o que aconteceu? O fdp tirador de sarro acabou vomitando na cadeira do cinema numa das cenas do filme. A partir daí, ele ficou na dele e nunca mais tirou o sarro em ninguém.
Por causa dessas lembranças, só fui conferir “O Exorcista” algum tempo depois, acho que após uns três anos de seu lançamento, quando eu já estava no auge da minha adolescência. Putz, que saudades dos meus 15 ou 16 anos! Bem, quanto ao livro, só fui lê-lo, recentemente, porque, podem acreditar meus amigos, eu tinha um baita medo de pegar aquele calhamaço de páginas para lê-lo.
No post de hoje, vou falar escrever sobre isso, ou seja, livros assustadores que renderam adaptações cinematográficas perturbadoras. Fiz uma lista de cinco obras e filmes de terror que li e assisti e me impressionaram muito. Vamos a elas:
01 – O Exorcista (William Peter Baltty)
Não poderia deixar de abrir essa lista sem mencionar o livro que citei na introdução desse post. “O Exorcista” de William Peter Blatty pode ser considerado a pedra filosofal do gênero. O livro e o filme de terror mais assustadores de todos os tempos.
Como já disse acima, demorei para comprar o livro e também demorei para decidir a lê-lo. Ainda me lembro que nos meus dias de estudante secundarista, quando era um verdadeiro rato de bibliotecas, cheguei a sacar o livro (uma edição de bolso em folha de papel jornal) da estante, mas ao encarar as primeiras páginas acabei desistindo. Não que o livro fosse ruim. Longe disso, a criação de Blatty é uma verdadeira obra prima; o problema era comigo mesmo.
Eu considerava “O Exorcista”, o monte Everest dos livros de terror e para lê-lo tinha que estar com os meus nervos preparados. Não queria passar um ‘cagaço’ como passei em minha pré-adolescência ao ter visto o filme. Fiquei sem dormir várias noites pensando na personagem da Linda Blair, possuída pelo demo, virando o pescoço para trás num ângulo de 360 graus ou então descendo a escada de seu quarto, imitando uma aranha. Brrrrrrr!!!!
Livro e filme são chocantes.
02 – A Casa Infernal (Richard Matheson)
Apesar do livro “A Casa Infernal” ser muito mais denso do que o filme “A Casa da Noite Eterna”; a produção das telonas dirigida por John Hough, em 1973, não nega fogo e foi lançada nos cinemas um ano após “O Exorcista”, aproveitando aquela onda de histeria popular que ainda continuava ativa por causa do filme de William Friedkin.
O personagem do livro chamado Emeric Belasco é assustador. Só mesmo lendo para compreender. “A Casa Infernal”, foi escrito em 1971 e é lição obrigatória para os fãs do gênero. O clima criado pelo autor é angustiante e quando comecei a ler não conseguia parar. Simplesmente, devorei o enredo, apesar do medo. Quanto ao filme, mesmo não se equiparando a obra escrita, também tem os seus méritos e mete medo, além de provocar muitos sustos nos cinéfilos
Matheson conta a história de um excêntrico milionário que contrata uma equipe de parapsicólogos e médiuns para investigar a “Mansão Belasco”, considerada o ‘Monte Everest’ das casas assombradas. O grupo é formado pelo Dr. Barett; sua esposa, Ann; a jovem médium Florence Tanner e o paranormal Ben Fischer, único sobrevivente de uma tentativa frustrada de investigação da casa ocorrida 20 anos antes e que resultou em uma tragédia sem limites.
03 – Horror em Amityville (Jay Anson)
Livro e filme são impactantes. A obra de Jay Anson teve várias refilmagens e sequencias, o que acabou virando uma franquia. E diga-se, os últimos filmes são muito ruins, verdadeiras bagaceiras, ao contrário do original que passou nos cinemas em 1979 - que no Brasil ganhou o título de “A Cidade do Horror” – e a refilmagem “Horror em Amityville” de 2005. Estes dois  filmes são tão assustadores quanto o livro.
Anson conta a história, segundo ele, real da Família Lutz que em 1975 muda-se para a casa de seus sonhos - um ano após ela ter sido cenário de uma terrível chacina, onde um rapaz chamado Butch, na ocasião com apenas 23 anos, empunhando um rifle esportivo, executou seu pai, sua mãe e seus quatro irmãos, dois meninos e duas meninas a tiros enquanto dormiam. 
Ao se mudarem para o imóvel, a família Lutz descobre que dividem a casa com uma entidade misteriosa e perigosa que se alimenta do medo das pessoas. É como se a casa tivesse ganhado vida própria e se transformado num ser maligno.
Tremi na base lendo Horror em Amityville e também assistindo ao filme de 1979.
04 – A Maldição (Stephen King)
A Maldição” de Stephen King me incomodou demais. Achei o livro muito perturbador. O filme, idem. Aquele final não sai da minha cabeça. Quando você pensa que terminou o drama daquele homem que vem emagrecendo a cada dia após ter sido vítima de uma maldição cigana.. Pimba! Chega o final fodasticamente fodástico e Brrrrrrrrrr!!!
Um dos livros de terror psicológico mais tensos que já li. O filme, também.
O livro foi lançado pela primeira vez no Brasil em 1989, pela editora Francisco Alves, com o título de “A Maldição do Cigano”. Vinte e três anos depois, a Suma relançaria obra apenas como “A Maldição”. Já o filme, também chamado “A Maldição” passou nos cinemas tupiniquins em 1996, mas eu acabei assistindo somente em VHS.
 A Maldição” conta a história de Bill Halleck, um bem sucedido advogado que vive feliz ao lado da esposa Heidi e da filha adolescente, desfrutando os prazeres de uma vida sem grandes preocupações. Até o dia em que uma velha cigana atravessa o seu caminho. Ele não consegue pisar no freio de seu carro a tempo e com isso, as rodas acabam esmagando a senhora. A partir daí, a sua vida começa a ser destruída.
Não foi a implacável justiça americana que pôs fim a seus dias felizes. Na verdade, o júri foi muito compreensivo com o bom amigo, e ele não precisou pagar com sua liberdade pela vida da cigana morta. Mas, na saída do tribunal, Halleck dá de cara com um velho cigano com a parte do rosto carcomido e os olhos profundos. O advogado ouve dos lábios do cigano uma única frase: “Mais magro”. Pronto! Tá lançada a terrível maldição!
A partir desse dia, Halleck mergulha num pesadelo. Seus 111 quilos começam a diminuir vertiginosamente até as suas costelas começarem a aparecer. Assustador e agonizante, também.
05 – O Bebê de Rosemary (Ira Levin)
O terror psicológico criado por Ira Levin em seu livro O Bebê de Rosemary é de arrepiar os cabelos. Mais um livro que causa aflição no leitor deixando-o angustiado. A obra vendeu horrores na época de seu lançamento em 1967. Muito elogiado, não haveria outro caminho a seguir, senão a sua adaptação cinematográfica.
No enredo de Levin, os recém-casados Rosematy e Guy Woodhouse alugam um apartamento em um antigo prédio de Nova Iorque e organizam suas vidas com a pequena ajuda dos vizinhos Minnie e Roman Castevet. Guy é ator e luta por um papel de destaque, enquanto Rosemary decora com ar mais alegre o apartamento onde anteriormente foi cometido um crime. Guy consegue um papel graças a um acidente com o ator titular e, logo depois, Rosemary tem um pesadelo no qual é possuída pelo demônio. Passado algum tempo, Rosemary descobre que está grávida e é tratada por Minnie e o médico dela, Dr. Sapirstein com vitaminas especiais. Fatos estranhos levam Rosemary a desconfiar que todas estas pessoas estão envolvidas com magia negra, começando a suspeitar que o marido, um ator que, literalmente, venderia a alma ao diabo para conquistar o sucesso, mantém ligações perigosas com vizinhos praticantes de bruxaria, que desejam possuir o filho dela que vai nascer.
O final do livro e do filme, afffff!! Me arrepiei todo para não dizer que me borrei por completo.
Taí galera! Espero que tenham apreciado a nossa lista.
Inté!

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