29/02/2020

O reencontro com Marvels, uma minissérie de histórias em quadrinhos antológica


Há algum tempo escrevi uma postagem sobre a minissérie de HQs Marvels (ver aqui) lançada nos anos 90 e que provocou uma reviravolta nas histórias já batidas de super-heróis. Com roteiros de Kurt Busiek, a minissérie lançou o desenhista Alex Ross ao estrelato.
Resumidamente, Marvelsacompanha um fotógrafo-jornalista chamado Phil Sheldon que vai acompanhando e fotografando os principais acontecimentos do Universo Marvel, mostrando como os maiores heróis da Terra influenciaram a vida de milhares de pessoas comuns.
Marvels foi um sucesso, ganhando vários prêmios e responsável também por fazer a carreira de Busiek e Ross deslanchar.
Por que Marvelsé considerada uma minissérie antológica? Simples. Tanto Busiek quanto Rossa resolveram dar um chute no traseiro
daquelas histórias em quadrinhos convencionais, do tipo “super-herói versus vilão e esquece o resto”. Ah! Eles aproveitaram o embalo e também deram um chega prá lá nos problemas existenciais desses super-heróis, fugindo, assim, completamente dos padrões convencionais da época, uma visão que já estava ficando ultrapassada.
Busiek esqueceu a cansativa luta super-heróis versus vilões e passou a questionar como seria o posicionamento desses super-heróis junto a sociedade humana. Resumindo: Busiek criou um roteiro onde os seres humanos normais teriam mais importância do que os super-heróis. Os leitores passaram, então, a ver o Universo Marvel de uma forma diferente, ou seja, não pela ótica de personagens poderosos, mas pelo ponto de vista de um ser humano comum que convive no mesmo ambiente desses seres dotados de poderes descomunais e até mesmo extraordinários. Como seria a convivência dessas duas espécies tão distintas num mesmo espaço físico? Tudo isso retratado pelas lentes de Sheldon.
Pois é galera, eu já tinha lido há muito tempo os quatro gibis – que eram vendidos separadamente – na época em que eu era um devorador de histórias em quadrinhos, mas depois acabei embarcando de cabeça nos livros e dessa maneira, aos poucos, fui deixando as HQs de lado. Com isso cometi um pecado mortal: acabei “encaixotando” os quatro gibis que faziam parte da minissérie Marvels junto com outros gibis e acabei doando para a biblioteca pública da minha cidade. Algum tempo depois, fiquei sabendo por intermédio da bibliotecária que os gibis haviam sido surrupiados por algum espertinho mal-intencionado. O tal espertinho emprestou a antológica minissérie e sumiu com ela. Segundo a bibliotecária, o sujeito mudou de cidade e com isso... acabei dando de graça quatro gibis, hoje, considerados raríssimos.
Ruminei essa decepção durante vários anos; volta e meia lá estava eu divagando sobre o meu pecado. – Putz, se não tivesse sido tão estúpido poderia estar, hoje, com essa minissérie na minha estante – vivia dizendo para mim mesmo.
Comecei a ruminar essa decepção logo após o meu lado de ‘leitor de quadrinhos’ ter aflorado novamente. É importante frisar que hoje, as minhas duas personalidades – ‘leitor de quadrinho’s e ‘leitor de livros’ – vivem harmoniosamente, mas honestamente, com uma queda maior para os livros. Apesar disso, me bateu uma vontade enorme de reler Marvels, mas... já viu né? Não encontrava esses gibis para comprar em sebo nenhum e quando os encontrava, os preços provocavam arrepios de tão caros. 
Até que ao zapear pelas livrarias virtuais para comprar alguns novos livros, descobri por intermédio da Panini que a editora tinha lançado no dia 21 de setembro de 2017 uma edição luxuosa em capa dura contendo os quatro memoráveis gibis. Minha alegria encolheu quando vi o preço: R$ 83.18 (capa dura), a que eu queria; e R$ 50,00 capa comum, a que eu não queria. Resultado: com o valor do frete incluso teria de pagar, em média, R$ 100,00. Arrepiei!!
Mas então, tive a ideia de vasculhar nos sebos – santa Estante Virtual!!! – e descobri uma edição capa dura de Marvels descrita como estando em ótimo estado de conservação e sem nenhum tipo de grifos ou sinais de desgastes nas lombadas por R$ 41,00. Iahuuuuuuuuuu!! Confirmei a compra imediatamente e assim, garanti o meu. Semana que vem, deve estar aterrissando em minhas mãos.
Para quem ainda não teve o privilégio de conhecer Marvels, a minissérie contém quatro capítulos. São eles:
 Capítulo 1 - A Era das Maravilhas
Antes de ir cobrir a 2ª Guerra Mundial na Europa, o jovem fotógrafo Phil Sheldon presencia, em Nova York, um evento para lá de científico: a criação de um andróide flamejante, o Tocha Humana. Sheldon sente que está acontecendo algo diferente e extraordinário na cidade e desiste de atravessar o Atlântico. E sua intuição prova estar certa: nos meses seguintes a cidade vê aparecer vários super-seres, os "Marvels", como o jornalista os chama: Namor, Capitão América, os Invasores e outros.
Capítulo 2 - Monstros entre nós
Décadas após o fim da Segunda Guerra, Phil Sheldon, agora casado e pai de família, presencia em Nova York uma nova geração de "Marvels": Quarteto Fantástico, Thor, Hulk, Homem-Aranha, Homem de Ferro e até mesmo a volta de Capitão América e Namor. Mas uma nova raça de seres poderosos, os mutantes, provoca dúvidas e medo: serão os X-Men amigos ou inimigos? Sheldon se vê num dilema moral quando uma garotinha mutante pede asilo em sua casa.
Capítulo 3 - O Dia do Juízo Final
O mundo parece ter chegado ao fim quando a nave do gigantesco Galactus aterrisa em Nova York. Nem mesmo o poder combinado do Quarteto Fantástico e do Surfista Prateado parece deter o alienígena, que pretende destruir a Terra. Phil Sheldon toma então a decisão de passar seus últimos momentos com sua família.
Capítulo 4 - O Dia Em Que Ela Morreu
Marvel Comics Sheldon conhece a jovem e singela Gwen Stacy, a quem se torna uma espécie de amigo, tutor e guardião. O velho fotógrafo chega à conclusão que os "Marvels" estão entre nós para proteger inocentes como Gwen. Mas nem mesmo os super-heróis podem mudar o destino que aguarda a doce lourinha.
Para que a galera entenda a importância de Marvels no mundo dos quadrinhos, basta citar alguns prêmios conquistados pela  minissérie de gibis. Anotem aí: “Melhor Minisserie”; “Melhor Pintura”, para Alex Ross e “Melhor Design de Publicação”.
Taí pessoal! Muito feliz com essa aquisição.
Inté!

25/02/2020

Um presente de Carnaval fantástico: um porta-malas de carro cheio de livros


Existem várias datas que são sinônimos de presentes. Datas que ficam um tanto insípidas sem os tais presentes. Sei que após lerem essas poucas linhas muitos leitores do blog já estarão me taxando de ambicioso, materialista, interesseiro, cobiçoso e por aí afora. Juro que não sou nada disso; tanto é que se tivesse duas opções: ganhar sozinho na mega-sena ou dividir o prêmio com muuuiitas pessoas, certamente escolheria a segunda opção.
Lulu tem o hábito de dizer que o dinheiro é maldito, mas precisamos dele; concordo com ela. Aliás, eu e ela, acreditamos que ter o suficiente para a nossa sobrevivência, sem luxos, já é o céu.
Hahahahaha!!! Acho que acabei bancando o meu próprio advogado, enchendo com um montão de desculpas esse início de postagem somente para dizer que gosto de ganhar um presentinho em datas especiais e confesso vai; esses presentinhos também podem vir fora dessas datas, ou seja, não precisa esperar a chegada do meu aniversário, dia dos namorados, Natal, etc.
Como já disse nas primeiras linhas desse texto, muitas datas são sinônimo de presentes, mas outras não tem nada a ver: o Carnaval, por exemplo. Por acaso, vocês já ouviram alguém dizer: “Preciso comprar um presente de Carnaval para fulano ou ciclano”? Sei lá, a frase em si já soa em nossos ouvidos como um martelo torpedeando uma bigorna, ao contrário de “Preciso comprar um presente de Natal (ou ‘para o Dia dos Namorados) para um alguém”. Concordam?
Mas querem saber de uma coisa? Há poucos dias eu quebrei todas essas regras, ou melhor, quebraram essas regras para mim; e com isso, acabei ganhando um super-presente de Carnaval! Um presentaço que vale um sonoro Ihauuuuuuuuu!
Cara, imagine você ganhando 88 livros, todos eles capa dura, dos quais 63 pertencem a coleção “A Rainha do Crime” lançado há tempos pela editora Record em parceria com a Altaya. Acrescente-se à isso, o detalhe de ser você um grande fã de Agatha Christie. E aí? Deu pra sentir a dimensão do “problema” (rs)? E todo esse cenário acontecendo poucos dias antes do Carnaval. Vai me responde: é ou não é um presente de Carnaval?
Mas na realidade, tudo começou de uma maneira triste, com uma perda para ser mais exato. A mãe de um amigo meu, uma grande leitora e apreciadora das histórias da Rainha do Crime faleceu há poucos anos e deixou uma grande coleção de livros. Certo dia, fui surpreendido por esse meu amigo que me perguntou se eu não estaria interessado em alguns livros que pertenciam a sua mãe. Tenho certeza que vocês já sabem qual foi a minha resposta.
Entonce, os dias foram passando e a conversa ficou por aí. Na semana passada, qual não foi a minha surpresa quando Lulu chegou no meu trabalho dizendo tinha uma encomenda para mim lá no carro. Quando perguntei porque ela não tinha trazido, Lulu me respondeu que isso era impossível. Desci as escadarias do prédio onde trabalho perguntando o que poderia ser essa tal encomenda.
Quando a minha adorável arauta da alegria e da esperança abriu o porta- malas do carro... caráculas... vi um verdadeiro Oásis no meio do deserto. Havia ali uma montanha de livros; todos eles em capa dura e  conservadíssimos. Preciso dizer como ficou o meu coração?
O saldo desse presente de Carnaval foi um total de 88 livros, sendo 63 da coleção “A Rainha do Crime” de Agatha Christie e 25 da coleção SuperSellers.
A primeira medida que tomei após esse gostoso impacto foi providenciar a fabricação de uma nova estante pré-moldada para acomodar os meus novos bebês.
Uma pergunta interessante que um colega de trabalho me fez ontem à tarde é se após ter ganhado todas essas obras, eu vou dar um tempo na compra de livros. “Claro que não!” Quando estiver com vontade de ler “uma” Agatha Christie” vou lá na estante e “belisco” um dos 63 bebês, mas como também sou apreciador de outros gêneros, evidentemente, tenho de continuar acompanhando e comprando – dentro do meu orçamento – os grandes lançamentos literários e também algumas obras raras que pintarem nos sebos.
Gostaria de agradecer, de coração, esse meu amigo e também o seu irmão (outra pessoa muito bacana, que eu e Lulu gostamos muito) por esse presente de Carnaval. Acredito que não há a necessidade de citações de nomes e acredito que nem eles iriam querer isso, também. Basta dizer que são pessoas muito especiais, verdadeiros “Semperes da vida” que distribuem sonhos disfarçados em livros.
Querem saber quem é Sempere? Leiam a saga O Cemitério dos Livros Esquecidos (ver aqui, aqui, aqui e novamente aqui) de Carlos Ruiz Zafon e vocês ficarão sabendo.
Inté!

22/02/2020

Toca o Barco relembra histórias de bastidores do jornalista Ricardo Boechat


Conheci Ricardo Boechat e comecei a admirá-lo a partir de 2005 quando ele participava do Jornal da Band com alguns boletins e comentários políticos direto de Brasília ou do Rio de Janeiro, não me lembro bem. Naquela época, o apresentador do principal telejornal da Bandeirantes ainda era o jornalista Carlos Nascimento que havia deixado a Globo há pouco tempo. As entradas ao vivo do Boechat eram espetaculares; ele comentava os principais assuntos políticos – quase sempre furadas e cabeças dos nossos ‘ilustres’ parlamentares’ - com aquela cara muito engraçada de “Não é possível”. Então, pouco tempo depois de sua contratação, o Carlos Nascimento decidiu trocar a Band pelo SBT, e o Boechat foi convidado a assumir a ancoragem do Jornal da Band. A partir dali começava a nascer um dos principais ancoras de noticiários de todo o nosso País. Fiquei mais fã ainda.
Por isso, foi com grande alegria que ontem, ao dar as minhas fuçadas nas livrarias virtuais, descobri um livro sobre esse grande jornalista lançado em maio de 2019 e que na época de sua publicação acabou passando despercebido por mim. Toca o Barco: Histórias de Ricardo Boechat Contadas por Quem Conviveu e Trabalhou com ele; este é o nome da obra que traz historias e bastidores contados por 32 colegas que trabalharam, conviveram, sofreram e se divertiram com o saudoso jornalista que morreu em fevereiro de 2019 num acidente de helicóptero que caiu em São Paulo.
A obra reúne textos inéditos de José Simão, Ancelmo Gois, Leilane Neubarth, Fernando Mitre, Datena, Tatiana Vasconcellos, Joaquim Ferreira dos Santos, Milton Neves, Angela de Rego Monteiro, Luiz Megale, Aluizio Maranhão, Rodolfo Schneider, entre outros.
Cara, não vá me dizer que você não ficou curioso em saber detalhes de bastidores envolvendo o Boechat contados, por exemplo, pelo inimitável Macaco Simão? ‘Causos’ narrados pelo sempre polêmico Datena ou pelo Fernando Mitre que é o diretor nacional de jornalismo da Band e que, inclusive, dirigiu Boechat nesse programa? Cada um desses 32 grandes profissionais da imprensa devem ter histórias engraçadas, tristes, de superação, redenção e por aí afora, envolvendo Boechat. O livro deve ser deliciosamente saboroso.
Toca o Barco inclui também charges de Chico Caruso, Aroeira, Cláudio Duarte e André Hippertt, com quem ele trabalhou nas redações. O livro divulga ainda um resumo da trajetória do jornalista, desde o primeiro emprego no Diário de Notícias, em 1969, até a Band.
Sem pauta fechada, amarras ou limites, cada um dos 32 jornalistas compartilhou momentos reveladores do caráter gregário, parceiro e humano do comentarista e apresentador.
Adivinhe só, se Toca o Barco: Histórias de Ricardo Boechat Contadas por Quem Conviveu e Trabalhou com ele não estará entrando em minha lista de compras.
Inté!
Detalhes do produto:
Autores: Vários (Organização: Bruno Thys e Luiz André Alzer)
Capa comum: 176 páginas
Editora: Máquina de Livros
Lançamento: Maio de 2019

18/02/2020

Arquivos Secretos do Batman e do Superman revelam os segredos mais bem guardados dos dois super-heróis


Sempre gostei do lado mais secreto, mais obscuro dos super-heróis. Sabe aquele ladinho que eles guardam só para eles e mais ninguém; o tal ou tais segredos trancados a sete chaves em seus diários? Cara, como seria interessante desvendar essa faceta de um Batman, de um Superman, de um Homem Aranha ou qualquer outro super-herói famoso. E é justamente, esse outro lado que a maioria das histórias em quadrinhos, por melhor que seja, esconde de seus leitores. Assim, eles acabam sendo obrigados a se contentar com as porradas, perseguições, romances ou conflitos existenciais dessa galera mascarada.
Acho que foi por isso que me identifiquei com a minissérie de HQ Marvels. Este lançamento da Marvels Comics em 1994 traziam enredos escritas por Kurt Busiek e ilustradas pelo gênio Alex Ross.
Marvels mostrava a história de diversos super-heróis a partir do ponto de vista de um fotógrafo chamado Phil Sheldon. Este fotógrafo fictício retratava vários segredos dessa galera com superpoderes: como surgiram, o que faziam nas horas em que não estavam se digladiando com vilões ou entre eles mesmos, além de mostrar, sob o ponto de vista de pessoas normais, como é viver ao lado desses super-heróis.
Por isso, foi com grande surpresa e alegria que, durante as minhas zapeadas nas livrarias virtuais, descobri um verdadeiro tesouro na semana passada. Algo quase parecido com a icônica minissérie Marvels. Estou me referindo a dois livros que parecem ser fantásticos – digo parecem, porque ainda não tive a oportunidade de lê-los – e com um layout que a primeira vista não fica devendo nada para as ilustrações de Ross.
Cara, pelo que eu vi e li nas redes sociais, acho que estou apaixonado por Arquivos Secretos do Batman e do Superman, dois livros que foram lançados pela editora LeYa. Não me perguntem como isso foi acontecer somente agora comigo, já que essa série foi lançada em 2016, portanto há mais de três anos. Sei lá pessoal, acho que fatos inexplicáveis acontecem no amor, no trabalho, em casa e porque não em nossa vida literária, também.
Talvez eu até tenha visto os dois lançamentos da LeYa naquela época, mas acabou passando despercebido ou então... não pintou aquele tchan do tipo: “Putz vou comprar esse livro!!”. Tudo isso só foi acontecer agora. Entonce, francamente não tenho uma explicação lógica.
Como estou com o meu cartão de crédito ‘estouradaço’, vou aguardar o fechamento da fatura no final do mês para providenciar a compra desses dois livros.
Bem, mas vamos ao que interessa: falar sobre, dar detalhes dessas duas belezuras.
Como já disse acima, os Arquivos Secretos do Batman e do Superman aterrissaram nas prateleiras das livrarias brasileiras em 2016. As duas edições de luxo, como o próprio nome já diz, reúnem os arquivos secretos do Homem Morcego e do Homem de Aço; todos os seus segredos, do mais simples ao mais secreto. Falando a grosso modo, é como se eles tivessem um diário onde expusessem toda a sua intimidade.
Arquivos Secretos do Homem-Morcego traz tudo o que os fãs do mais obscuro dos super-heróis sempre quiseram saber e não tinham a quem perguntar. A LeYa preparou uma edição de colecionador enriquecida por imagens, ilustrações e demais peças nunca antes reunidas em um só local.
Pelo que eu pude constatar pelas resenhas que li em blogs e nas redes sociais da LeYa, o livro começa com desenhos de infância de Wayne e continua ao longo de uma linha do tempo de eventos significativos na vida do Homem-Morcego. Todos os amigos e inimigos de Batman – de Hera VenenosaMulher-GatoCharada e Pinguim, a CoringaBatgirlMr. Freeze e, claro, Robin – aparecem durante o dossiê para traçar o panorama da carreira do Homem-Morcego.
Descrevendo de forma completa a guerra de Batman contra o crime, o livro inclui arquivos de computador, notícias, fotos das cenas dos crimes, pegadas, esquemas e mapas reais de Gotham City; provas que foram coletadas e, em muitos casos, até mesmo desenhadas, pelo próprio herói. Batman é um super-herói e um ícone cultural. Introduzido pela primeira vez em 1939, o alter ego de Bruce Wayne ficou conhecido por incontáveis quadrinhos da DC, uma série de TV e filmes de sucesso. Segundo informações da editora, cada detalhe de sua vida é cuidadosa e fielmente detalhado.
O interessante, pelo que constatei, é que o autor dos dois livros, Matthew Manning escreve o enredo como se fosse um diário de Bruce Wayne, apresentando jornais, fotos e manuscritos sobre seus aliados e rivais, passando desde a morte de seus pais na infância até a criação da corporação Batman. Acima de tudo, aparenta ser um relato sobre suas dificuldades e dilemas em ser herói, além de seus problemas em lidar com as pessoas mais próximas de sua vida.
O autor transforma desenhos clássicos dos quadrinhos em esboços criados por Bruce Wayne, detalhando cada parte do uniforme, o porquê dele não usar uma armadura (que limitaria sua mobilidade) e como a capa deveria atrair a mira dos inimigos.
Quanto aos Arquivos Secretos do Homem de Aço, Manning revela aspectos desconhecidos do homem chamado Clark Kent e o universo do maior super-herói de todos os tempos. O autor faz um relato abrangente da história do Homem de Aço a partir de recortes do Planeta Diário, entradas de seu diário, artefatos que restaram de Krypton, esquemas para a Fortaleza da Solidão e outras tecnologias, arquivos da Prisão da Ilha de Stryker, além de centenas de "fotografias" dos inimigos e aliados de Superman, selecionados das HQs. Traz ainda uma versão completa e profunda da história de vida do Homem de Aço, desde o seu nascimento em Krypton como Kal-El, passando por seu presente como Clark Kent e Superman, e apresenta até mesmo projeções para o seu futuro. Arquivos Secretos do Homem de Aço é a crônica dos setenta e cinco anos de aventuras do Último Filho de Krypton, organizados de forma fácil de entender.
O livro, de acordo com nota da editora, tem grande apelo aos fãs de Superman de qualquer idade - dos colecionadores que estão apenas começando aos leitores de longa data que seguiram o personagem desde suas primeiras aventuras - há novidades para todos.
Enfim, é isso aí galera. Uma pedida imperdível para os fãs dos dois super-heróis . Espero, dentro de poucos dias, ter os dois livros em minha estante.

15/02/2020

10 sugestões de livros para quem vai passar o carnaval lendo


Restam poucos dias para o carnaval. Se você gosta de trios elétricos e muita muvuca nos salões e também nas ruas, fique a vontade para curtir ao máximo esses quatro dias, mas se estiver a fim de aproveitar esse período viajando, o nosso blog pode colaborar com algumas dicas. E quando digo viagem, estou me referindo a uma viagem diferente, daquelas em que o seu corpo não sai do lugar, mas por outro lado, a sua mente viaja bem alto nas asas da imaginação. Entonce, os livros tem esse poder, tem essa magia.
Por isso, você que é um leitor de carteirinha e não morre de amores pela festa do Rei Momo, tem como opção – aliás, uma excelente opção – passar esses quatro dias no aconchego do seu lar ou então numa estância, fazenda, termas ou qualquer outro lugar tranquilo lendo um bom livro, com o poder de transportá-lo para mundos deliciosamente mágicos e distantes.
Neste post, escolhi 10 livros que li e adorei, fazendo com que eu mergulhasse de cabeça em suas tramas. Acredito que eles serão excelentes companhias neste carnaval.
Vamos a eles:
01 – O Mundo de Lore – Criaturas Estranhas (Aaron Mahnke)
Formato: Capa Dura
Páginas: 256
Editora: Darkside
Ano: 2019
Quem acompanha o “Livros e Opinião” nas redes sociais, sabe que em julho, eu passei por uma intervenção cirúrgica. Na época, estava com uma fístula perianal, cuja cirurgia não podia mais ser adiada (ver aqui). Assim, precisava de um companheiro de quarto e também de convalescença nesse período. O escolhido – além de Lulu, claro – foi  O Mundode Lore – Criaturas Estranhas.
Os ‘causos’ descritos pelo podcaster, escritor, pesquisador e historiador norte-americano Aaron Mahnke - numa linguagem coloquial e fluida - fez com que eu imaginasse estar estar sentado ao redor de uma fogueira, durante uma madrugada de lua cheia, juntamente com outros amigos, ouvindo aquelas histórias de terror e suspense que acabam nos perturbando. E, ali, no centro da fogueira, eu “via”  Mahnke narrando essas historietas. Foi dessa forma que me senti ao ler o livro.
Em O Mundo de Lore – Criaturas Estranhas o leitor terá contato com histórias de zumbis e vampiros que realmente existiram, mas garanto que as causas que transformaram esses seres humanos nessas criaturas estranhas são completamente distintas daquelas que você viu nos filmes ou na TV.
Mahnke tenta desmistificar as tradicionais lendas sobre vampiros e zumbis, procurando relacioná-las com a ciência médica, além de dar explicações lógicas para alguns casos e criaturas estranhas que com o passar dos anos acabaram povoando o imaginário popular, tais como: “O Homem Mariposa”, “Jack dos Saltos de Mola”, bonecos assassinos, gremlins, duendes, casas mal assombradas e por aí afora.
Um livro excelente e que será devorado rapidamente.
02 – A Conquista da Honra (James Bradley e Ron Powers)
Formato:Brochura
Páginas: 392
Editora: Ediouro
Ano: 2006
No final da madrugada de 23 de fevereiro de 1945, um grupo formado por seis jovens fuzileiros navais ergueriam a bandeira norte americana no cume do Monte Suribachi, no Japão. A 2ª Guerra Mundial estava no auge e ainda longe de terminar, mas o ato de coragem daquele grupo de soldados serviu para elevar a moral dos combatentes norte-americanos na ilha de Iwo Jima. Seria o primeiro passo, aliás, um passo muito importante, para que o exército americano vencesse os japoneses numa das batalhas mais sangrentas da história.
No momento em que os seis fuzileiros “cravavam” a bandeira de seu País nas entranhas do último “bastião” da resistência japonês, considerado por muitas pessoas até mesmo por grandes estrategistas militares ocidentais, um ponto inexpugnável, o fotógrafo estadunidense Joe Rosenthal – que acompanhava o exército aliado nesta batalha - gravava através de sua objetiva esse momento mágico.
A foto emblemática viria ser uma das mais reproduzidas em todo o mundo, se tornando a síntese da Segunda Guerra Mundial.
A Conquista da Honra de James Bradley – filho de John Bradley, médico da Marinha e um dos içadores da bandeira - revela todos os mistérios escondidos atrás dessa foto em preto e branco que se tornou o símbolo da vitória do exército aliado na batalha de Iwo Jima.
Dos seis homens que aparecem na antológica fotografia, três morreram durante a batalha (Franklin Sousley, Harlon Block e Michael Strank) e três sobreviveram a ela (John Bradley, Rene Gagnon e Ira Hayes). Os que sobreviveram acabaram virando celebridades depois que foram identificados na foto. A imagem foi usada depois por Felix de Weldn para esculpir o USMC War Memorial, no Cemitério Nacional de Arlington, na Virgina.
Cara, garanto que a história desses homens valentes irá lhe prender até fim.
03 – It: A Coisa (Stephen King)
Formato: Brochura
Páginas: 1.104
Editoras: Francisco Alves (1987), Objetiva (2000) Deagostini (2004) e Suma (2014)
E você ainda acreditava que essa lista não teria nenhum livro do meu autor preferido? Tá bom! Estava em dúvida entre It: A Coisa, O Cemitério,  O Iluminado e Sob a Redoma, na minha opinião os quatro melhores livros escritos por King. No final, acabei optando pelas mais de 1.000 páginas de It: A Coisa. Apesar de ser um verdadeiro calhamaço e bem grosso, não deixa de ser um livraço de terror.
Em resumo, é a história de sete amigos adolescentes que enfrentaram uma criatura centenária que se alimentava do medo das pessoas e se apresentava de diversas formas, sendo a mais comum, um palhaço de nome Pennywise ou Parcimonioso. A criatura que ficou conhecida como “A Coisa” deixou um rastro de sangue e pavor na pacata cidade de Derry, onde matou várias crianças. É então que um grupo de sete adolescentes inseparáveis (Bill, Richie, Eddie, Stanley, Beverly, Mike e Ben) resolvem se unir para combater o ser monstruoso. E na batalha que aconteceu em 1958, eles conseguiram com muito esforço derrotar o maligno Pennywise e saírem vivos. Mas após 27 anos, “A Coisa” volta a atacar e os sete amigos, já adultos e longe um do outro, tem que se reunir novamente para a batalha final. Na primeira vez, quando crianças, eles conseguiram vencer a Coisa e ficarem vivos; mas e agora, na luta final? Quem sobreviverá e quem morrerá?
O livro ganhou uma adaptação para os cinemas recentemente. O filme It foi dividido em duas partes; a primeira foi exibida em 2017 e a segunda em 2019. A produção distribuída pela Warner Bros foi muito elogiada pela crítica e público, mas o livro é muito mais completo e por isso, muito melhor.
04 – O Livro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis (Thomas Bulfinch)
Formato: Opção de brochura com ou sem ilustrações
Páginas: 360
Editora: Ediouro
Anos: 1965, 2006 e 2015
OLivro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróistem o poder e a magia de transportar o leitor para dentro de suas páginas; como se você estivesse participando diretamente da história ao lado dos deuses do Olimpo e de heróis famosos.
Thomas Bulfinch escreve de uma maneira direta, sem enrolação o que torna a leitura fácil, fluindo naturalmente. São 50 histórias capazes de entusiasmar os amantes da mitologia grega. Você vai mergulhar no mundo mágico da guerra de Tróia; as aventuras de Enéias; a busca pelo velocino de ouro pelos argonautas; o retorno de Ulisses à Ítaca; conhecer a origem dos ‘Mirmidões’ - os famosos soldados comandados pelo não menos famoso Aquiles - além de se informar sobre deuses, heróis e vilões famosos da mitologia grega, entre os quais Apolo, Juíter, Zeus, Midas, Cupido, Psique, Minerva, Hércules, Teseu, Perseu, Medusa, Atlas, entre outros.
Discordo daqueles que julgam a obra pouco profunda ou simplória. Eu, pelo menos, a considerei muito rica, encontrando explicações que não vi em outros livros do gênero que li. E com a vantagem do texto fluído, escrito na forma de contos, tornando a leitura fácil e agradável.
05 – A Casa dos Espíritos (Isabel Allende)
Formato: Opções em Brochura e Capa Dura
Páginas: 450 (em média)
Editora: Círculo do Livro (1982), Difel (1984), Bertrand Brasil (1994, 2010 e 2017), Folha de São Paulo (2017)
A Casa dos Espíritos narra a saga da família Trueba no período de 1905 a 1975 e funciona como uma biografia disfarçada sobre vida de Isabel Allende - principalmente na segunda parte da saga que explora o golpe militar ocorrido no Chile em 11 de setembro de 1973 e que culminou com a deposição do presidente  Salvador Allende.
A escritora é sobrinha do ex-presidente do Chile e relata na última parte do livro, onde mescla personagens reais e fictícios, os momentos tensos que culminaram com a eleição de Salvador Allende e logo depois com a sua deposição e suicídio. Apesar de Isabel Allende não dar nomes próprios aos personagens reais da trama, sabemos muito bem quem são eles. O “Candidato” é o seu tio Salvador Allende e o Poeta é ninguém menos do que Pablo Neruda. Os personagens fictícios que formam o núcleo da família “Del Valle foram baseados nos familiares da autora: pais, avós e tios.
A segunda parte do romance é densa e muito triste, mas também serve para reconstruir um dos personagens principais: Esteban Trueba. Costumo dizer que nos capítulos finais da saga, ele morreu para renascer e, renascer muito melhor.
A Casa dos Espíritos tem romance, drama, intrigas, vinganças, redenções e até mesmo uma dose magia. O enredo elaborado por Allende fará você esquecer completamente os quatro dias de folia.
06 – Beijo, (Roald Dahl)
Formato: Brochura
Páginas: 344
Editora: Barracuda
Ano: 2007
Devorei o livro em apenas três dias, mesmo estando entupido de afazeres profissionais. Portanto, acredito que você conseguirá terminar de lê-lo na metade desse tempo, já que terá pela frente toda a tranquilidade do conforto de seu lar, enquanto os seus amigos estarão no meio de uma muvuca danada no salão.
Beijo,é um livro de contos sensacional, escrito por de Roald Dahl.
São 11 contos que exploram a literatura fantástica, escritos com muito humor. Considero os contos finesse com o absurdo não precisando recorrer a um festival de sangue e mutilações para impressionar o leitor.
Ler os 11 contos de Beijo, é como andar por uma estrada de madrugada, sem luar e na completa escuridão, não sabendo se o caminho que você segue lhe reserva uma curva, um buraco ou pedras. A surpresa sempre está presente, como no conto “Willian e Mary”, sobre uma mulher fumante que sempre é censurada pelo marido ao pegar um cigarro; até o dia em que ele morre e um amigo cientista opta por guardar o seu cérebro vivo em um pote. É a hora da reprimida viúva dar o troco.
Há outros contos deliciosos tendo sempre por base o humor e a surpresa, alguns recheados com muito terror, mas um terror sutil.
Uma coletânea de contos fantásticos da hora.
07 – Eles Merecem a Morte (Peter Swanson)
Formato: Brochura
Páginas: 302
Editora: Globo Livros
Ano: 2016
No ano passado escrevi um post sobre o livro de Peter Swanson dizendo que o seu enredo tem porradas capazes de nocautear qualquer leitor. Pois é galera, Eles Merecem a Morte é assim. As reviravoltas na trama, de fato, são surpreendentes.
De todas essas porradas, três derrubam o queixo do leitor. Swanson, no início de seu enredo, nos conduz para um desfecho dentro da normalidade, ‘entonce’, a partir da página 136, de sopetão, vem a primeira pancada. Esta primeira reviravolta mexe com toda a trama e modifica o chamado ‘modus operandi’ de alguns personagens. Também é nesta parte do romance que você conhece... bem vou ficar na minha, para não liberar spoilers, por mínimos que sejam, para não estragar a história. Basta dizer que fiquei impactado.
As duas outras porradas no decorrer do romance não tiram o chão do leitor, como a primeira, mas também são ‘trucões pesados’ e desnorteiam. O autor faz você pensar que vai acontecer algo, mas esse algo não acontece. Então, você para e diz: “ué, cadê?!” Quando se recupera dessa surpresa e prossegue com a leitura, chega o ‘golpaço’ inesperado.
Além dessas três grandes reviravoltas, há outras menores, mas também com capacidade de surpreender.
Na trama, em um voo atrasado de Londres para Boston, Ted Severson conhece a bela e misteriosa Lily Kintner. Depois de vários martinis, os dois estranhos decidem fazer um jogo: cada um deve contar os seus segredos mais íntimos a respeito de si mesmo. A partir daí, a coisa pega.
Se você quiser ler um livro cheio de reviravoltas nesse carnaval, Eles Merecem a Morte é a pedida certa.
08 – A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert (Joel Dicker)
Formato: Brochura
Páginas: 576
Editora: Intrínseca
Ano: 2014
Como sou vidrado em enredos com grandes plot twists, optei por incluir nessa lista mais uma obra do gênero que devorei em pouco tempo.
Ler A verdade sobre o caso Harry Quebert é como participar de uma luta de boxe, enfrentando um campeão mundial que estivesse nos cobrindo de pancadas. A primeira dessas pancadas – aquela na qual irá se basear todos os mistérios do enredo – acontece logo de cara no segundo capítulo. Depois, aos poucos, vão chegando os outros plot twists que se tornam cada vez mais surpreendentes com o virar das páginas. O leitor, meio cambaleando, ainda consegue aguentar essas reviravoltas na trama, perplexo, mas consegue; só que os três golpes finais são verdadeiros ‘uppercut’ desferido de baixo para cima no queixo. Cara, você não resiste, vai acabar indo à lona.
A verdade sobre o caso Harry Quebert conta a história do desaparecimento misterioso de Nola Kellergan, uma adolescente de quinze anos, que é vista pela última vez sendo perseguida na floresta que margeia a pequena cidade de Aurora, em New Hampshire. Ela nunca mais é encontrada. O fato mexe com todos os moradores do pacato lugar.
Trinta e três anos depois, Marcus Goldman, um jovem escritor de sucesso, deixa Nova York para ir a Aurora encontrar seu amigo e professor, o respeitado romancista Harry Quebert, na esperança de conseguir se livrar de um bloqueio criativo. Neste período em que fica em Aurora, um fato inusitado, faz com que Marcus se veja obrigado a começar uma investigação, por conta própria, sobre o estranho desaparecimento de Nola. A partir daí uma teia de segredos vai emergindo, surpreendendo Goldman e também os leitores.
Uma leitura para tirar o seu fôlego, mesmo não pulando carnaval.
09 – Diário de Uma Paixão (Nicholas Sparks)
Formato: Brochura
Páginas: 256
Editora: Novo Século (2010) e Arqueiro (2017)
Para quebrar um pouco as tramas de suspense, terror e aventura, nada melhor do que uma história de amor; e que história. Diário de Uma Paixão de Nicholas Saparks é emocionante; daquelas histórias para ler com um lencinho nas mãos.
Não há como não ficar com os olhos úmidos e com aquele nozinho na garganta após ler as cartas trocadas entre os personagens Noah e Allie. Os poemas que os dois compartilharam e o diário que Noah lê para a sua mulher todos os dias, quando ela já está bem doente. Putz, meu, não há coração de pedra que resista à isso.
Não quero dar detalhes sobre a obra de Sparks, por menores que sejam, pois acredito que estaria cometendo uma baita sacanagem com os leitores que ainda não tiveram oportunidade de ler o livro. Basta dizer que é uma história de amor - daquelas de arrebentar - entre duas almas gêmeas e que nem mesmo as piores dificuldades enfrentadas na juventude e também na velhice foram capazes de separá-los. Pelo contrário, esses obstáculos serviram para uni-los ainda mais. Pronto! Isso basta para resumir a história de Noah e Allie.
O final do livro é completamente diferente do The End do filme baseado na obra e que passou nos cinemas em 2004.
Lembro que a obra foi escrita em 1996 mas só chegou ao Brasil em 2010.
10 – O Reverso da Medalha (Sidney Sheldon)
Formato: Brochura
Páginas: 590 (em média)
Editoras: Record (1982, 1997 e 2011), Abril Cultural (1985), Editora Best Seller (1987), Círculo do Livro (1988),  
À exemplo de A Casa dos Espíritos, o livro de Sidney Sheldon aborda a saga de várias gerações de uma poderosa família, dessa vez saem os Trueba e entram em cena os Blackwell.
Tudo começa em 1883, quando o patriarca dos Blackwell, Jamie McGrecor, ainda adolescente, decide deixar a sua família na Escócia e seguir para um distante povoado na África do Sul em busca de diamantes. O seu sonho é ficar rico, aproveitando o período da ‘febre dos diamantes’ que invade as terras africanas. Jamie come o pão que o diabo amassou e paga um preço altíssimo para conseguir o seu objetivo: ficar multimilionário. A partir daí, o leitor vai conhecendo todas as gerações futuras dos Blackwell num cenário onde vale tudo na briga pelo poder. Prestem atenção em Kate Blackwell que se tornou uma das minhas personagens femininas preferidas.
O Reverso da Medalha é um livrão para ser devorado em poucas horas. Um enredo que prende o leitor da primeira a última página, bem diferente do desastroso A Senhora do Jogo, de Tilly Bagshawe, considerado a sequência oficial da obra prima e épica de Sheldon.
Ah! Antes que me esqueça; atente para o prólogo de O Reverso da Medalha, talvez, um dos melhores se não o melhor prólogo de todos os livros de Sheldon.
O Reverso da Medalha pode ser considerado o melhor livro de toda a brilhante carreira de Sheldon. Considero uma ‘obra épica’, já que aborda os dramas, alegrias, conquistas e derrotas de quatro gerações da poderosa família Blackwell.
Taí galera, escolham o seu livro e bom carnaval. Epa... quero dizer, boa leitura!


12/02/2020

10 livros sobre sobrevivência com pessoas que passaram por um perrengue danado


Olá galera, acabei de chegar do trabalho. O negócio hoje foi trash pra caráculas; estressante, de fato. Confesso que mesmo após uma ducha refrescante, o cansaço ainda insiste em ficar cochichando nos meus ouvidos. Bem, vamos ver se consigo engambelar a estafa e concluir essa postagem, caso contrário, acabo estourando o prazo de duas ou três postagens semanais. Mas vamos ao que interessa.
Todos nós já passamos por certos perrengues em nossas vidas, mas acredito que nenhum desses simples “perrengues mortais” chegaram perto dos “perrengues trucões” do pessoal dessa top list. Cara, eles comeram o pão que o diabo amassou em determinados momentos de suas vidas, sendo que a maioria deles chegaram a flertar com a ‘Dona Morte’, mas mesmo assim conseguiram escapar.
Selecionei dez livros que narram as sagas vividas por esses heróis de carne e osso que conseguiram sobreviver – com sequelas ou não – após encararem situações que chegaram perto dos seus limites. Em outras palavras: verdadeiros sobreviventes.
01 – Tocando o Vazio (Joe Simpson)
Local do perrengue: Andes peruanos
Sobrevivente: Joe Simpson
Estre fato aconteceu em 1985 quando dois amigos britânicos, Joe Simpson e Simon Yates, acostumados a encarar aventuras radicais, resolveram viajar para os isolados andes peruanos e escalar uma face da montanha Siula Grande de 6.344 de altitude.
Quando desciam do cume, encordados um ao outro, Joe despencou de uma parede gelada e quebrou a perna. Simon ainda tentou rapelar o amigo montanha abaixo, até que em certo momento Joe fica totalmente descolado da parede, pendurado no vazio sobre uma enorme greta. Depois de algum tempo, a corda se rompe e ele acaba caindo nessa greta.
Apesar de estar com a perna quebrada e sem água e comida, Joe consegue sobreviver, rastejando por vários dias até o acampamento, contrariando todas as probabilidades
02 – Milagre nos Andes (Nando Parrado e Vince Rause)
Local do perrengue: Cordilheira dos Andes (entre Argentina e Chile)
Sobrevivente: Nando Parrado e outros
Em outubro de 1972, um acidente aéreo chocaria o mundo. Um avião fretado de Montevidéu que levava 45 jovens passageiros integrantes de um time colegial de rúgbi com destino a Santiago, no Chile, acabou caindo nas cordilheiras dos Andes.
Após ser pego de surpresa por uma tempestade, durante a travessia dos Andes, o piloto se perdeu e com isso, a aeronave acabou chocando-se contra o pico de uma montanha, perdendo as asas e a cauda, deslizando por uma encosta coberta de neve até um vale isolado na cordilheira.
Doze pessoas morreram na queda. Outras dezessete não resistiram aos dias que se seguiram – incluindo a mãe e a irmã mais nova de Parrado, que estavam no voo a convite dele.
Um grupo de jovens conseguiu aguentar temperaturas de até 30 graus negativos sem roupas adequadas, além da escassez de comida e água. A falta de alimentos obrigou o grupo a praticar o canibalismo, comendo a carne dos amigos que morreram.
Sessenta dias mais tarde, dois dos sobreviventes, entre os quais Nando Parrado, saíram em busca de resgate em uma jornada heroica de dez dias pelas montanhas.
Milagre nos Andes foi um baita sucesso em vários países, incluindo o Brasil.
03 – Duas Viagens ao Brasil (Hans Staden)
Local do perrengue: Litoral de Bertioga
Sobrevivente: Hans Staden
O mercenário alemão Hans Staden veio ao Brasil no século XVI e participou de combates nas Capitanias de Pernambuco e São Vicente contra corsários franceses e indígenas.
Em uma de suas aventuras, ele foi aprisionado pelos índios Tupinambás no litoral de Bertioga e passou um aperto danado. Staden pôde ver, de perto, todos os rituais “canibalísticos” desses índios e registrar em seu livro Duas Viagens ao Brasil. O mercenário alemão quase foi devorado pelos Tupinambás.
Agora, como ele conseguiu escapar dos índios que o queriam transformar num prato suculento, só mesmo lendo o livro.
Vale lembrar que Duas Viagens ao Brasil foi traduzido para o português somente em 1925, por Monteiro Lobato com o título de Meu Cativeiro Entre os Selvagens do Brasil. Dois anos depois, o escritor lançou uma versão infantil da história intitulada As Aventuras de Hans Staden.
04 – Horas Decisivas – A história real do mais ousado resgate marítimo (Casey Sherman)
Local do perrengue: Cap Cod, Massachussets
Sobrevivente: Bernie C. Webber e outros
O subtítulo do livro já resume o perrengue vivido pelo guarda costeiro Bernard C. Webber, ou Bernie, como era conhecido pelos amigos.
‘O pega pra capar’ aconteceu em 18 de fevereiro de 1952, quando o petroleiro SS Pendleton, com 32 tripulantes, que fazia o trajeto Orleans-Boston, se rompeu ao meio durante uma forte tempestade em Cap Cod, Massachussets.
Bernie e outros três jovens marinheiros foram convocados para ajudar no resgate dos tripulantes. Enviados em uma pequena lancha salva-vidas, eles superaram barreiras aparentemente intransponíveis numa missão suicida para tentar salvar a vida de dezenas de marinheiros. E conseguiram.
O resgate dos sobreviventes do naufrágio do SS Pendleton é considerado um dos mais ousados ​​resgates da Guarda Costeira dos Estados Unidos. Todos os quatro tripulantes do barco de Bernie foram agraciados com a medalha Gold Lifesaving da Guarda Costeira. 
Mais de 60 anos depois daquela noite fadítica, a história real do resgate do petroleiro SS Pendleton acabou inspirando uma produção cinematográfica dos estúdios Disney com Chris Pine no papel de Bernie. Mas antes do filme, teve o livro de Casey Sherman. Aliás, um livraço!
05 – Loucos Pela Tempestade – A Memória de Um Sobrevivente (Norman Ollestad)
Local do perrengue: Montanhas no sul da California
Sobrevivente: Norman Ollestad
A infância de Norman Ollestad foi pra lá de agitada, já que ele cresceu sob os ensinamentos de um pai aventureiro e amante de esportes de ação. Quando tinha 11 anos, ele, o pai e a madrasta sofreram um acidente de avião nas montanhas de San Gabriel, no sul da Califórnia. Norman conseguiu sobreviver ao choque que destruiu a aeronave, mas o pai e a madrasta não tiveram a mesma sorte e acabaram morrendo.
A criança sozinha teve de colocar em prática tudo o que aprendeu sobre vida ao ar livre para conseguir escapar. Foram necessárias nove horas para que o garoto chegasse ao pé da montanha para ser resgatado. Acredite: ele conseguiu passar por esse perrengue com apenas 11 anos de idade. Neste livro, ele conta em detalhes a sua aventura.
06 – Muito Longe de Casa – Memórias de Um Menino Soldado (Ishmael Beah)
Local do perrengue: Serra Leoa
Sobrevivente: Ishmael Beah
O livro começa em Janeiro de 1993, em Serra Leoa, quando Ishmael Beah tinha 12 anos. Ele, seu irmão mais velho e seus amigos deixam o vilarejo onde nasceram, para participar de um show de talentos num outro vilarejo vizinho que ficava a alguns dias de caminhada; Quando chegam lá, o grupo descobre que o seu vilarejo-natal foi atacado pela Frente Revolucionária Unida (RUF). Ishmael acaba sendo capturado pelas forças rebeldes enquanto tentava encontrar a sua família. A partir daí começa o seu drama.
Após ser levado para a mata pelos rebeldes milicianos, eles o obrigam a se drogar para matar seus inimigos, em uma espécie de transe macabro.
Após alguns anos, Ishmael se transforma numa criança-soldado. Ele diz em seu livro que perdeu as contas de quantas pessoas assassinou, até que consegue escapar e acaba indo parar um internato para jovens como ele. Um dia é convidado a contar sua história na ONU, em Nova York, e acaba sendo adotado por uma norte-americana.
07 – Endurance – A Lendária Expedição de Shackleton à Antartida (Caroline Alexander)
Local do perrengue: Continente Antártico
Sobreviventes: Ernest Shackleton e todos os marinheiros do Endurance
Em 1914, Sir Ernest Shackleton parte a bordo do Endurance - um navio de madeira especialmente projetado para navegar em águas congeladas - em direção ao Atlântico Sul, com o objetivo de cruzar o continente Antártico, passando pelo Polo Sul. Mas o Endurance ficou preso no gelo e acabou sendo destruído. 
Os 28 homens que estavam a bordo do Endurance foram obrigados a  abandonar a embarcação e enfrentar o frio inimaginável daquela região durante 500 dias. Isto mesmo: 500 dias!!
Inacreditavelmente, essa façanha termina com um final feliz, já que todos os envolvidos na tresloucada aventura conseguiram se salvar.
08 – 127 Horas (Aron Ralston)
Local do perrengue: Cânion Blue John (Utah)
Sobrevivente: Aron Ralston
A história do alpinista Aron Ralston é um exemplo de superação dentro do universo dos esportes. Considero um dos enredos mais dramáticos quando o tema é sobrevivência.
Aron tinha 27 anos quando passou se dedicar ao alpinismo. Experiente, foi para o Parque Nacional de Canyonlands, em Utah, em uma quente tarde de sábado. Sozinho, estava passeando pelo cânion Blue John para descansar das escaladas.
Às 14h41, ele estava a treze quilômetros de onde havia estacionado, em uma fenda profunda e estreita do cânion, quando desalojou uma rocha de quase meia tonelada que caiu sobre a sua mão direita e o pulso. A partir de então foram seis dias até que conseguisse sair.
Em meio ao desespero de se ver preso, com água e comida acabando, Aron lembrou que não havia avisado a ninguém para onde iria. Com a câmera de vídeo que carregava, passou o tempo gravando mensagens de despedida para a família e os amigos.
Na manhã de quinta-feira a solução lhe apareceu. A única coisa que o mantinha preso era o braço, bastava então cortá-lo para que saísse e pedisse ajuda.
Caraca! Isto mesmo! Ele resolveu amputar o próprio braço que estava preso na pedra para salvar sua vida. O coitado ainda teve de dar um jeito de sair, sozinho e todo ensanguentando, do tal cânion e, depois, andar quilômetros até achar alguém que o socorresse. PQP!!
A história de Ralston se transformou num livro e filme de grandes sucessos de público e crítica.
09 – Deixado Para Morrer (Beck Weathers)
Local do perrengue: Monte Everest
Sobrevivente: Beck Weathers
Em 1996, Beck Weathers e seu grupo de alpinistas empenhavam-se na dura jornada de vencer o Everest quando uma tempestade inesperada atingiu a montanha, desmantelando o grupo e os deixando à deriva em meio à nevasca e ao vento congelantes, que cegavam e impediam qualquer movimento em direção à salvação.
Quando foi possível uma primeira tentativa de resgate, Beck estava à beira da morte e foi abandonado na neve enquanto os outros alpinistas, com mais chance de sobreviver, foram salvos. Doze horas mais tarde, aconteceu o inexplicável: Beck surgiu descendo a montanha na direção do acampamento, cego, sem luvas, o gelo invadindo até mesmo o interior do macacão térmico.
Assim como Beck, dezenas de pessoas foram surpreendidas naquele 10 de maio, até então o dia mais mortal em 75 anos desde a primeira investida humana no Everest. Oito morreram.
Quem já leu o relato de Weathers achou o enredo impactante. Ele revisita a decisão de escalar uma das montanhas mais perigosas do mundo — à época ele era um alpinista amador de 49 anos — e narra toda a sua incrível jornada desde a tempestade que deveria tê-lo matado até sua surpreendente volta à vida. Tudo isso com a intensidade única de quem ganhou uma inesperada e extraordinária segunda chance.
10 – À Deriva, 76 Dias Perdidos No Mar (Steve Callahan)
Local do perrengue: Oceano Atlântico
Sobrevivente: Steven Callahan
Após naufrágio do seu pequeno barco caseiro, o norte americano Steven Callahan – um apaixonado por navegação - fica sozinho à deriva no Atlântico em numa balsa inflável de um pouco mais de 1 metro, com 1kg e meio de comida e 1 litro e meio de água. Assim ele permaneceu por 76 dias, suportando as mais terríveis tempestades, sol escaldante e ataques de tubarões, até que encontra a terra. Matou a fome comendo apenas peixes e aves, quanto a sede, bem... leiam o livro.
Taí galera! Consegui driblar o sono e o cansaço. O post saiu (rs). Agora, se vocês quiserem conhecer mais a fundo os perrengues vividos por esses verdadeiros heróis, fiquem à vontade para escolher o livro que mais despertem o seu interesse.
Inté!

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