28/04/2020

Por Trás de Seus Olhos


Já começo esse post ‘falando’ do final do livro. Calma! Calma aí gente, não vou liberar nenhum spoiler, podem ficar tranquilos, vou apenas dar a minha opinião sobre o ‘the end’ de Por Trás de Seus Olhos, da escritora Sara Pinborough. O que eu achei? Surreal demais, fantasioso demais, bizarro demais; enfim, um final completamente fora da casinha. Os elementos fantásticos utilizados pela autora para concluir a sua história foram muito loucos; como já disse acima, surreais demais. Talvez, se ela tivesse optado por estruturar o tão comentado plot twist de seu enredo dentro de um contexto real, deixando a fantasia de lado, acredito que o livro seria fantástico.
Tenho certeza de que muitos leitores discordarão da minha opinião, já que o final de Por Trás de Seus Olhos é considerado um dos cinco melhores plot twist, de todos os tempos, da literatura, com alguns chegando a colocá-lo no top desses plot twists. Tudo bem, só que para mim, não é. Achei as reviravoltas nos enredos de Eles Merecem a Morte, Até Você Ser Minha e A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert bem mais impactantes porque os seus autores trabalharam com elementos reais, palpáveis.
Confesso que é uma pena porque o enredo criado por Pinborough é muito bom e consegue prender o leitor. A sua narrativa cria em nós expectativas dúbias com relação aos personagens. Você não sabe quem está mentindo, quem está falando a verdade, enfim, quem é o gato ou o rato. Então, quando os segredos desses personagens começam a ser desvendados, principalmente os segredos sinistros do estranho casal David e Adele, o leitor fica piradão porque a sua curiosidade cresce de tal maneira, ao ponto de você ir ‘engolindo’ as páginas para descobrir o que fulana ou sicrano estão tramando. Mas aí, no ápice do enredo vem aquele final louco da porr... O que foi aquilo cara?!! Acho que a autora estava ‘mutcho loka’ naquele momento.
Por Trás de Seus Olhos tem três narrativas paralelas, sendo duas em primeira pessoa e a outra em terceira. Louise, é uma das personagens narradoras, a outra se chama Adele. Os capítulos narrados por elas são intercalados com flashbacks do passado de Adele narrados em terceira pessoa.
Louise é mãe solteira, trabalha como secretária e está presa à rotina da vida moderna: ir para o escritório, cuidar da casa, do filho e tentar descansar em tempo livre. Em uma rara saída à noite, ela conhece David num bar e mesmo após ele ter ido embora, depois de trocarem um beijo, Louise fica muito animada por ter conhecido alguém.
Ela só não esperava por duas coisas: o homem que ela conheceu no bar e que despertou algo em seu coração é casado e como não bastasse essa pedrada na cabeça, ele também é o seu novo chefe, um promissor médico psiquiatra. Apesar de David fazer questão de explicar para Louise, agora, sua secretária, que aquele beijo no bar foi um equívoco, em pouco tempo, os dois passam a ter um caso.
Em uma terrível sequência de erros, Louise acaba ficando amiga de Adele, que é a esposa do seu amante. Aos poucos, Louise vai sendo arrastada para a sinistra história do casal e desconfia que algo naquele casamento está muito, mas muito errado. A curiosidade faz com que ela decida descobrir qual mistério envolve David – por quem acabou se apaixonando - e Adele – a qual, apesar das circunstâncias, tornou-se muito amiga.
Imaginava um final diferente para um enredo que vinha me agradando demais, com mudanças e revelações surpreendentes ao longo da trama, mas o final absurdo, bizarro e ilógico não me agradou.
Mas não fique triste por isso; se você gosta de reviravoltas surreais, com certeza irá aprovar.
Até a próxima!

25/04/2020

Finalmente, novas estantes para os meus “bebês”



As novas estantes
Estou muito feliz galera. Minhas estantes ficaram prontas! Iahuuuuuuuuu!! Mais feliz ainda porque os meus livros já estão bem acomodadinhos, de volta aos seus lugares. Como já havia revelado neste post, há alguns dias, os meus bebês estavam impacientes e reclamando por mais espaço já que as suas “caminhas” estavam bem apertadas. Pois é, eles estavam brigando a socos e pontapés por mais espaço. Por isso, fui obrigado a dar um basta neste desentendimento colocando a mão no bolso. Confesso que fiquei muuuito descapitalizado, mas por outro lado, também muuuito feliz.
Contratei um marceneiro, amigo meu, para fazer um prolongamento da estante atual que fica na lateral direita da minha sala de leitura e por sugestão desse profissional, aproveitei o embalo e já autorizei a montagem de uma nova estante na parede central. Fiz isso pensando nos futuros livros que irei comprar ou ganhar.
Quem olhar as modificações irá perceber que ficaram vários espaços vazios, mas prefiro assim, pois fico mais tranquilo, pois não existe nada pior do que você ir atulhando livros em cima de livros, de maneira inteiramente bagunçada, por falta de espaço nas prateleiras.
Estantes iluminadas durante a noite, já com os bebês
A minha nova estante, a exemplo da antiga, foi confeccionada em MDF branco. Quanto ao prolongamento ficou com aproximadamente 2,70 metros de largura e 1,30 de altura divididos em seis prateleiras – reforçadas com apoiadores – cada uma dessas prateleiras medindo 1,38 metros de largura por 33 centímetros de altura.
Já a estante central tem oito prateleiras com as mesmas medidas da estante lateral distribuídas num espaço total  de 2,80 por metros de largura por 1,40 de altura.
No momento de organizar os meus livros optei em distribuí-los por gêneros. Vou revelar que no início fiquei seduzido por organizá-los por “lidos e não lidos” ou então por “cores” ou ainda por “editoras e autores”, mas no final a separação por gêneros acabou vencendo.
Desculpe aí, mas hoje não tem resenhas, listas ou indicações literárias no blog; o que eu queria era dividir a minha alegria com vocês.
Valeu pessoal!

21/04/2020

A Peste Negra


Apenas mediano; e para ser sincero, bem na marra. A Peste Negra é cheio de altos e baixos, tanto é que pensei em abandonar a leitura algumas vezes. O que me impediu foram justamente as partes interessantes da obra que é dividida em dois núcleos: científico e conspiratório. Vou explicar melhor.
Os autores John S. Marr e Gwyneth Cravens abordam a chegada fulminante em Nova York, na década de 1970, de uma terrível epidemia de peste bubônica. A mesma doença que dizimou parte da população nos séculos VI e XIV e que ficou conhecida como “A Peste” ou “A Peste Negra”.
Pois é galera, enquanto os autores estão focando no trabalho da equipe de cientistas, pesquisadores e autoridades sanitárias de Nova York que tentam conter o avanço da epidemia, bem como descobrir algum medicamento eficaz que combata a peste, o enredo torna-se muito atrativo e a leitura flui facilmente. 
Cara, é sufocante ver o avanço da doença que vai ceifando milhares de vidas e levando o caos social para uma das maiores cidades do mundo, modificando a rotina de vida dos seus moradores. O trabalho da equipe de pesquisadores comandada por David Hart que é diretor do Departamento de Prevenção de Doenças Contagiosas de Nova York é contagiante; como se o leitor estivesse ali no meio do grupo tentando encontrar soluções para o avanço da peste negra. Mas então... chega a parte conspiratória e estraga tudo. Para variar, os militares do Pentágono comandados pelo Secretário de Segurança Pública dos Estados Unidos chamado Cosgrove – um personagem chato pra caráculas - além do diretor da CIA, Marks – outro personagem mais chato ainda - acreditam que a chegada da peste foi obra dos cubanos que teriam utilizados espiões para disseminar a doença entre os americanos. Vale lembrar que o livro foi escrito em 1977, uma época em que as relações entre americanos e cubanos ainda continuavam um pouco estremecidas.
O livro é escrito em capítulos intercalados, ora núcleo dos cientistas, ora núcleo dos militares. Juro que toda vez que Cosgrove e Marks cdavam as caras n o enredo, tinha vontade de encerrar a leitura, ir até a minha estante e escolher um outro livro, mas então, me lembrava dos momentos de tensão enfrentados pela equipe de David Hart que além de ‘espernearem’ para conter o avanço da peste bubônica, ainda tinham de localizar todas as pessoas que mantiveram contato com o chamado ‘Paciente Número 1’, aquele que trouxe a doença para Nova York após ter realizado uma viagem para uma região campestre infestada da enfermidade.
Putz, malditos Cosgrove e Marks que estragaram uma história que tinham tudo para ser excelente.
Por isso, como já disse acima, apenas razoável.


18/04/2020

The Eyes of Darkness e Astérix e a Transitálica: duas falsas previsões sobre a chegada do coronavírus


Este negócio de prever o futuro é uma loucura só! Você já parou pra pensar nas vezes em que as pessoas previram o futuro – por brincadeira, gozação ou então para criar um roteiro ficcional para um livro ou filme – e por incrível que pareça, acabaram acertando ou então, chegando perto?
Pois é, hoje eu estava em minha casa, curtindo uma quarentena por causa do tal coronavírus, pensando nesse assunto e cheguei a conclusão que muitos cinéfilos e escritores tornaram-se visionários assim, meio que sem querer. Aliás, cheguei a publicar uma lista sobre alguns livros que previram o futuro e acertaram (ver aqui). Hoje, volto a abordar esse tema, mas direcionando-o para essa terrível pandemia de coronavírus que estamos enfrentando. Optei por fazer uma abordagem mais desmistificadora do que visionária, tentando desnudar algumas coisinhas relacionadas a duas obras literárias que estão causando o maior furor depois dessa pandemia.
Muitas notícias foram disseminadas pelas redes sociais afirmando que os autores de dois livros – na realidade um livro e uma história em quadrinhos – previram, há muitos anos, a chegada do coronavirus em nossos tempos. Estou me referindo ao livro The Eyes of Darkness (Olhos das Trevas) e também a história em quadrinhos Astérix e a Transitálica, escritos respectivamente por Dean Koontz e pela dupla Jean Yves Ferri (texto) e Didier Conrad (ilustrações).
Estas duas publicações continuam sendo os assuntos de destaque nas redes sociais, causando um verdadeiro alvoroço e ganhando milhares de curtidas e comentários, sem contar a corrida dos leitores às livrarias na esperança de encontra-las. Tudo porque, elas ganharam o status de visionárias, ou seja, prenunciaram a chegada do coronavirus nos tempos atuais. Mas a realidade é bem diferente, e tanto os quadrinhos quanto livro não tem, nada de visionários e os seus autores não anteviram absolutamente nada. Vamos aos fatos.
Na HQs Astérix e a Transitálica, a famosa dupla Asterix e Obelix enfrentam o vilão Coronavírus na Itália, país que coincidentemente foi um dos mais afetado pela doença na Europa, com mais de 172.434 mil casos e  22.745 mortes, anunciadas até sábado (18). Na história que "antecipa" o coronavírus, os gauleses Asterix e Obelix estão em Roma quando é descoberto um escândalo de corrupção. Para desviar a atenção da opinião pública, um senador cria uma corrida de bigas da qual um dos competidores se chama Coronavírus.  Asterix e Obelix também participam da competição.
No fim das contas, os gauleses vencem a prova e Coronavírus mostra ser ninguém menos que o imperador Julius César tentando provar seu poder sem revelar a identidade.
Publicado em 2017 na França, o livro voltou à mídia em fevereiro, após o surto mundial do novo coronavírus, o COVID-19. Nas redes sociais, internautas espalharam a falsa informação de que o livro era de 1981 - e que, por isso, teria previsto a pandemia que atingiu o planeta. Afinal, até máscara o personagem usa.
Acontece que o coronavírus não é uma doença nova. Vale lembrar que o Ministério da Saúde já cansou de informar através dos meios de comunicação de massa que o COVID-19 (versão do coronavírus que teve os primeiros casos registrados na China no final de 2019) faz parte de uma família de vírus conhecida desde a década de 1960. Em 2012, uma epidemia de uma versão desse vírus fez com que o nome coronavírus ficasse conhecido novamente. Este fato, provavelmente deve ter inspirado os autores dessa história do Astérix de 2017.
É importante frisar, também, que as imagens de trechos da história só começaram a ser compartilhadas em fevereiro de 2020, quando a Itália passou a divulgar estatísticas depacientes com a doença no país.
Dessa forma chegamos à conclusão de que as imagens mostrando um vilão chamado Coronavírus nessa HQs de Asterix é real, mas só que... a edição foi publicada em 2017.
Quanto a The Eyes of Darkness (Olhos das Trevas), circulam pelas redes sociais imagens da capa do livro de Koontz, e alguns trechos atribuídos à obra. Uma legenda diz que o autor previu a ocorrência do novo coronavírus em Wuhan, na China. Gente, nada a ver.
O enredo criado pelo autor americano descreve uma arma biológica chamada Wuhan-400, desenvolvida em laboratórios localizados perto da cidade chinesa de Wuhan que foi considerada até há pouco tempo o epicentro original da atual pandemia.
OK, vamos explicar essa “teoria da conspiração”; e como meu saudoso e velho pai sempre dizia: “Vamos começar do começo”. O livro foi publicado pela primeira vez em 1981 e nesta edição do romance, o nome original da “arma perfeita” desenvolvida em laboratório era “Gorki-400”, referência a uma cidade russa, hoje chamada Níjni Novgorod. O nome mudou para Wuhan-400 no final dos anos 80, no contexto do fim da Guerra Fria (1947-1991)
Esta mudança de nome teria acontecido após a entrada de Mikhail Gorbachev no governo russo, em 1985, o que fez com que as relações daquele país com os Estados Unidos começassem a melhorar. Por isso, foi criada na obra The Eyes of Darkness um novo vilão. Tudo para não atrapalhar a política da boa vizinhança que começa a surgir entre Estados Unidos e União Soviética.
Tem mais galera. Ainda, de acordo com publicações que rolam em abundância pelas redes sociais, o livro traria a informação de que uma doença grave, que ataca os pulmões e resiste a qualquer tratamento, se espalhará pelo mundo por volta do ano 2020. Para aqueles que acreditam  piamente nesse argumento, sinto dizer que tal afirmação é uma baita mentira. Na realidade, o trecho sobre 2020 não aparece em nenhuma das versões da obra de Koontz.
Outra diferença latente entre a história de Koontz e a realidade é que na obra de ficção o Wuhan-400 é uma arma biológica, enquanto, pelo menos por enquanto, não há qualquer indício de que o novo coronavírus tenha surgido como tal.
Mas apesar dessas diferenças, com certeza, um grande número de pessoas ainda continuará acreditando nas falsas premonições desses destes autores.
Inté!

15/04/2020

A Prometida, novo livro de Kiera Cass, será lançado no Brasil em 5 de maio

A escritora norte-americana Kiera Cass que ficou mundialmente conhecida graças a uma saga que saiu do fundo dos seus neurônios num momento de muita inspiração estará de volta e, brevemente. O seu retorno triunfal acontece no dia 5 de maio quando chega ao mercado literário o seu novo livro chamado A Prometida.
Os leitores que nunca ouviram falar de Cass – o que, particularmente acho difícil – fica aqui uma dica: ela é a autora de A Seleção que fez tanto, mas tanto sucesso que acabou dando origem a uma saga de cinco livros. Isto mesmo! Depois do megassucesso A Seleção, publicado originalmente em 2012, ainda viriam depois: A Elite (2013), A Escolha (2014), A Herdeira (2015) e The Crown ou A Coroa (2016). 
Cara, nem eu que não sou fã do gênero escrito por Cass, posso discordar de seu sucesso. A sua saga literária vendeu horrores em vários países, incluindo o Brasil onde ela tem uma legião de fãs com direito a fã clubes e outras ‘cositas mas’.
Agora, após quatro anos do lançamento de A Coroa que fechou a saga, a escritora de 38 anos retorna com A Prometida. A dúvida da galera que se deliciou com o enredo de A Seleção é se o novo lançamento da escritora terá alguma ligação com o seu antigo best-seller. Já adianto que não; nenhuma semelhança, de fato.
Escritora Kiera Cass
A Prometida fará parte de uma duologia. Descrito como um “romance real épico”, o livro de 344 páginas acompanha Hollis Brite, uma garota de família nobre que conquistou o coração do rei. Mas Hollis logo percebe que se apaixonar por um rei e virar rainha talvez não seja o final feliz com o qual ela sonhou. E quando ela encontra um plebeu com a habilidade de enxergar seu coração, Hollis descobre que o futuro que ela deseja é um que ela nunca teria imaginado.
A excelente notícia é que a editora Seguinte fará o lançamento simultâneo da obra, ou seja, ela desembarca nas livrarias brasileiras no mesmo dia em que chega nos States. E aí, gostou?
Portanto, agora é só aguardar a vinda do tão aguardado 5 de maio. Os mais apressadinhos poderão garantir a sua edição que já está em pré-venda na Amazon por R$ 39,90 com direto a um brinde.
Valeu!

12/04/2020

10 thrillers policiais que li, adorei e por isso indico para os leitores que estão em isolamento por causa do coronavírus


Ficar a maior parte do tempo em casa em isolamento social por causa do tal coronavírus é complicado, mas muito necessário. Nestes momentos, nós leitores, temos os livros como companhia e aproveitamos para colocar em dia a nossa listinha de leituras. O problema é quando terminamos a lista e não temos nenhuma sugestão de livros para devorarmos nesse período de quarentena.
Foi pensando nestes leitores que resolvi escrever um post com algumas indicações literárias para serem devoradas durante a quarentena da Covid-19; e como acredito que o gênero Thriller Policial é quase uma unanimidade entre todos nós, tive a ideia de selecionar dez obras literárias do gênero que li e adorei. Vamos a elas!
01 – Os Sete Minutos (Irving Wallace)
Trata-se de um livro arrebatador. Lembro que na época em que li, não conseguia parar um minuto sequer. Levava Os Sete Minutos para todo lugar que ia, até mesmo em filas de banco, de caixas de supermercados, etc. No enredo, quando você descobre o segredo que determinado personagem guarda a sete chaves, a sua cabeça dá um verdadeiro looping. Com certeza, o leitor ficará pasmado com essa revelação.
Irving Wallace fala de um misterioso escritor chamado J.J. Jadway que escreveu “Os Sete Minutos” considerado o romance mais injuriado e polêmico de todos os tempos. 
Por causa da obra polêmica, há três décadas e meia, Jadway acabou sendo expatriado e a partir desse momento ninguém nunca mais souber informar o seu paradeiro: se ele estava vivo ou morto. O lendário escritor que havia revolucionado a linguagem dos romances convencionais, após cair em desgraça por causa de sua obra, simplesmente desapareceu, mas “Os Sete Minutos” continuaria causando furor.
Decorrido todo esse tempo, uma editora resolve relançar o polêmico romance, mas um ambicioso e retrógrado promotor de uma pequena cidade americana, ainda entendia que o livro se tratava de uma obra obscena. Por isso, o magistrado acaba prendendo um pacato livreiro que vendia exemplares de “Os Sete Minutos” em sua loja. De acordo com o código penal da Califórnia, em seu artigo 31, a venda de material obsceno é crime passível de prisão. Para complicar ainda mais a vida do pobre livreiro, a obra teria sido a causa de um estupro brutal seguido de homicídio. Um adolescente afirma que após ler o livro de Jadway, teria perdido o controle, vindo a estuprar e matar uma jovem.
É a partir desse momento que a história escrita por Wallace pega fogo e faz com que o leitor atravesse a madrugada devorando as suas páginas. Não há como ficar imune a emocionante batalha judicial travada por causa da publicação do misterioso Jadway; e quando acontece a revelação bambástica... sai de baixo.
02 – Não Conte a Ninguém (Harlan Coben)
Não Conte a Ninguém não é aquele livro que você vai lendo, vai lendo, mas pensando apenas na chegada do plot twist final que se encontra no último capítulo. Pelo contrário, a obra de Coben tem várias reviravoltas ao longo da trama que vão preparando o leitor para o grand finale. E quando chega esse grand finale, Coben em menos de meia página, arremata a história de uma maneira que deixa qualquer um de queixo caído. Este plot twist “miserável” (no bom sentido) muda grande parte do que você já tinha lido, além de alterar algumas reviravoltas anteriores. Costumo dizer que essa última meia página é o plot twist dos plot twists que você havia lido anteriormente no livro porque modifica quase tudo.
Coben começa desenhar essa tremenda reviravolta final logo no início de seu romance quando o Dr. David Beck e sua esposa, Elizabeth se encontram num lago comemorando o aniversário de seu primeiro beijo. Ainda no começo da história, acho que na terceira página, Beck decide contar um importante segredo para Elizabeth, mas no exato momento em que vai fazer a revelação acontece o rapto de sua mulher. Esta interrupção deixa os leitores sem pai, nem mãe, morrendo de curiosidade. Por outro lado, as reviravoltas que ocorrem ao longo da trama são tantas que fazem com que esse segredinho acabe caindo no torpor, quero dizer... até a chegada da famosa última meia página.
Garanto que Não Conte a Ninguém será um grande companheiro neste período de isolamento.
03 – Eles Merecem a Morte (Peter Swanson)
ElesMerecem a Morte é o tipo do livro considerado ideal para ler neste período de isolamento porque é recheado de plot twist explosivos. Resultado: você nem vai perceber as horas passarem. A obra tem porradas para nocautear qualquer leitor. Quando digo ‘porradas’ estou me referindo as reviravoltas na trama. E essas três porradas de “Eles Merecem a Morte”, irão deixar o leitor completamente pasmado. Peter Swanson, no início de seu enredo, nos conduz para um desfecho dentro da normalidade, ‘entonce’, a partir da página 136, de sopetão, vem a primeira pancada. Esta primeira reviravolta mexe com toda a trama e modifica o chamado ‘modus operandi’ de alguns personagens. Também é nesta parte do romance que você leva outra chumbada.
As duas outras porradas no decorrer da história não tiram o chão do leitor, como a primeira, mas também são ‘trucões pesados’ e desnorteiam. O autor faz você pensar que vai acontecer algo, mas esse algo não acontece. Então, você para e diz: “ué, cadê?!” Quando se recupera dessa surpresa e prossegue com a leitura, chega o ‘golpaço’ inesperado.
No livro, em um voo atrasado de Londres para Boston, Ted Severson conhece a bela e misteriosa Lily Kintner. Depois de vários martinis, os dois estranhos decidem fazer um jogo: cada um deve contar os seus segredos mais íntimos a respeito de si mesmo. Ted revela, então, que está sendo traído por sua esposa, Miranda. Porém, o que começa apenas como uma brincadeira inocente entre dois desconhecidos acaba tomando proporções perigosas quando Ted sugere que sente vontade de matar a sua mulher, e Lily surpreendentemente decide ajuda-lo. Se contar mais do que isso, corro o risco de revelar spoilers. Portanto, apenas leiam. Vocês não irão se arrepender.
04 – O Colecionador de Ossos (Jeffery Deaver)
Tenho um carinho muito especial com este livro porque foi um dos primeiros que ‘invadiu’ a minha estante quando resolvi montar uma humilde sala de leitura.
Ainda me lembro que devorei avidamente as suas páginas até altas horas da madrugada. O thriller policial envolvendo a novata policial Amelia Sachs e o brilhante criminologista Lincoln Rhyme - que correm contra o tempo para prender um perigoso serial killer que trucida as suas vítimas de uma maneira cruel, deixando, propositadamente, pistas espalhadas pelo caminho – é de prender o fôlego do mais frio dos leitores.
Em O Colecionador de Ossos, Jeffery Deaver conta a história de Rhyme, um criminologista brilhante, considerado um dos melhores da área. O cérebro do sujeito é uma verdadeira máquina, capaz de fazer deduções fantásticas, esclarecendo crimes considerados impossíveis. Quando o negócio aperta no Departamento de Polícia, o pessoal já grita socorro para Rhyme.
Ele é uma verdadeira sumidade no meio policial americano, mas a sua carreira acaba interrompida por um acidente que o deixa tetraplégico, preso a uma cama, justamente quando surge um assassino tão inteligente quanto Rhyme e que começa a agir de maneira meticulosa e cruel, retalhando as suas vítimas. 
Denzel Washington e Angelina Jolie como Lincoln Rhyme e Amelia Sachs
O assassino dá um nó na cabeça dos investigadores mais experientes do departamento de polícia. É neste exato momento que o chefe do famoso ex-criminologista entra em seu quarto e ‘suplica’ para que ele aceite trabalhar no caso, traçando o perfil psicológico do assassino.
Rhyme passa, então, a cooperar com Amélia, uma policial inexperiente que será os braços, pernas, enfim o corpo do criminologista na caça ao assassino.
O livro foi adaptado para os cinemas no ano 2000 e teve nos papéis principais Denzel Washington (Lincoln Rhyme) e Angelina Jolie (Amélia Sachs).
05 – O Perfume – A História de Um Assassino (Patrick Suskind)
A história que tem como cenário a Paris do século XVIII  gira em torno de Jean-Baptiste Grenouille, um garoto francês que viveu num orfanato com regras rígidas. Sua infância foi catastrófica e logo ao nascer foi abandonado pela mãe que não o queria de maneira alguma. Ele veio ao mundo no meio do fedor de um mercado de peixe, onde sua mãe trabalhava como vendedora.  Ao dar a luz, ela pegou o bebê e o jogou no meio das vísceras que os limpadores extraiam dos peixes e amontoavam num canto do mercado: um verdadeiro lixão com uma fedentina insuportável. O nosso futuro serial killer foi entregue aos cuidados de uma madame que tinha o péssimo hábito de explorar crianças órfãs. Concordam que o sujeito teve toda a colaboração para se tornar um assassino? Pois é.
Jean-Baptiste cresceu e logo descobriu que possuía um dom incomum: a capacidade de diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Um detalhe: ele mesmo não tem odor nenhum: nem ruim, nem bom, simplesmente nasceu sem cheiro. Ele também não possui sentimentos. Amor, ódio, paixão, tristeza ou alegria. 
Cena do filme "O Perfume - A História de um Assassino"
Depois de algum tempo, já adulto, o rapaz demonstra vontade de conhecer todos os odores existentes, então ele passa a tentar capturar o odor dos próprios seres humanos, nem que seja por meio de assassinatos em série. Sua intenção é criar - através dos odores de suas vítimas - um perfume que faça dele uma pessoa atraente, capaz de ser notada e amada por toda a sociedade.
O Perfume - História de um Assassino de Patrick Suskind também foi parar nas telonas em 2006 e agradou público e críticos.
06 – Instinto Assassino (William Randolph Stevens)
Instinto Assassino conta uma história real. Trata-se de uma obra densa, pesada e que exige do leitor muito sangue frio. O enredo do livro nos dá uma noção exata da complexidade da mente e do modus operandi de um psicopata.
Juro que fiquei impressionado demais após a leitura da obra de Stevens. Impressionado, porque você chega à conclusão que pode estar convivendo, normalmente, ao lado de um psicopata já que a maioria deles camuflam muito bem os seus desvios psicológicos. Às vezes o psicopata pode ser aquele juiz sério e acima de qualquer suspeita em sua cidade, ou aquele filantropo sempre disposto a ajudar as pessoas necessitadas, ou então, como no caso do livro Instinto Assassino, o médico amado e querido de uma pequena cidade; um verdadeiro anjo em terra.
Na obra de William Randolph Stevens que também foi o promotor do caso e depois resolveu escrever um livro sobre o assunto, Cristina Henry narra os momentos de terror que passou ao lado de seu marido, o proeminente médico americano, Dr. Patrick Henry com quem chegou ter um filho. 
O livro de Stevens foi adaptado em minissérie para a TV nos anos 90
Ela conviveu durante quase sete anos ao lado de um perigoso psicopata sem perceber nada de anormal, já que o médico insano escondia com perfeição a sua personalidade doentia. Durante todo esse período, Cristina enfrentou várias situações de risco extremo, com a sua vida ficando presa por um fio.
O passatempo predileto de seu esposo era preparar armadilhas para matá-la ou então fazê-la sofrer, sem que ela nada percebesse.
Aqui vai uma curiosidade: Instinto Assassino foi transformado numa minissérie de muito sucesso na Rede Globo no início dos anos 90. 
07 – A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert (Joel Dicker)
A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert tem muitas reviravoltas, mas não é só isso, a obra num todo também é excelente. O jovem escritor suíço, Joel Dicker, caprichou em seu primeiro livro. Ele conseguiu criar uma história policial com inúmeros plot twists, tendo como pano de fundo uma linda história de amor.
A propósito, ler A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert é como participar de uma luta de boxe, enfrentando um campeão mundial que estivesse nos cobrindo de porradas. A primeira dessas porradas – aquela na qual irá se basear todos os mistérios do enredo – acontece logo de cara no segundo capítulo. Depois, aos poucos, vão chegando os outros plot twist que tornam-se cada vez mais surpreendentes com o virar das páginas, incluindo o final que derruba o leitor de cara no chão.
Dicker conta a história do desaparecimento misterioso de Nola Kellergan, uma adolescente de quinze anos, que é vista pela última vez sendo perseguida na floresta que margeia a pequena cidade de Aurora, em New Hampshire. Ela nunca mais é encontrada. O fato mexe com todos os moradores do pacato lugar.
Trinta e três anos depois, Marcus Goldman, um jovem escritor de sucesso, deixa Nova York para ir a Aurora encontrar seu amigo e professor, o respeitado romancista Harry Quebert, na esperança de conseguir se livrar de um bloqueio criativo. Neste período em que fica em Aurora, um fato inusitado, faz com que Marcus se veja obrigado a começar uma investigação, por conta própria, sobre o estranho desaparecimento de Nola. A partir desse instante, uma teia de segredos vai emergindo, surpreendendo Goldman e também a nós, leitores.
08 – A Firma (John Grisham)
O livro é fantástico! Coloca o filme de Sidney Pollack, de 1993, no bolso. E olha que a produção cinematográfica com o Tom Cruise, ainda garotão, é excelente. O final romântico, onde tudo se ajeita, bem ao estilo do ‘cinemão hollywoodiano’ não se aplica ao livro, onde Grisham optou por um ‘The End’ mais realista e compatível com o enredo desenvolvido por ele.
A Firma narra a história de um jovem e ambicioso advogado chamado Mitch que acha ter ganho a sorte grande ao ser convidado para trabalhar numa gigantesca empresa de advocacia que lhe dá diversas regalias e um salário altíssimo. ‘Entonce’, ele percebe que a referida firma esconde segredos sinistros.
Não há como o leitor ficar imune a saga de Mitch que vai ficando cada vez mais paranóico e desesperado ao ir desvendando os segredos diabólicos da empresa onde trabalha, como por exemplo: negócios ilícitos, lavagem de dinheiro e até mesmo envolvimento com a máfia. 
Tom Cruise contracenando com Gene Hackman no filme a Firma em 1993
A situação do advogado ambicioso se complica quando ele passa a sofrer pressão de um agente do FBI para ajudá-lo a desmascarar a empresa. Ocorre que a Firma sabe tudo sobre os seus funcionários, já que os diretores da misteriosa empresa tudo vêem, tudo descobrem, até o mais arraigado segredo daqueles que lhes são subordinados.
A pergunta que fica no ar para todos os leitores é a seguinte: "Como Mitich vai conseguir safar-se dessa sinuca de bico?
Livraço e ponto.
09 – O Poderoso Chefão (Mário Puzo)
Esta obra é uma indicação obrigatória em qualquer lista de livros policiais. Uma verdadeira joia rara. Esqueça o filme fantástico de Francis Ford Coppola, "O Poderoso Chefão", e se delicie aprofundando-se nos personagens de Puzo. Quanto mais o autor os descreve, mais você quer saber sobre eles. O romance é uma aula de narração e prende o leitor ater mesmo nos momentos mais descritivos da história.
Outros detalhes que atraem em O Poderoso Chefão ou simplesmente O Chefão são as tramas secundárias que acontecem paralelamente ao enredo principal da família Corleone. É impossível ficar indiferente a história do famoso cantor Johnny Fontane, um dos protegidos do patriarca mafioso, Don Vito Corleone. Ao contrário do filme, onde o personagem faz apenas uma pequena ponta, logo no início, durante o casamento de Connie, no livro, o autor ‘escancara’ detalhes importantes sobre a vida do cantor. 
Marlon Brando na inimitável interpretação como Don Vito Corleone
Outro personagem secundário muito importante e que infelizmente foi cortado do filme de Coppola é Nino Valenti, que no enredo tem tudo para se tornar um talentoso cantor, mas acaba sendo engolido pela bebida e o clima inebriante de Hollywood, quase perdendo tudo o que ganhou.
O Poderoso Chefão foi publicado originalmente em 1969 e narra a saga de uma família de mafiosos: os Corleone. Por acaso, já ouviram falar?
10 – Rios Vermelhos (Jean-Christophe Grangé)
Fecho a nossa lista com Rios Vermelhos do escritor francês Jean-Christophe Grange que tem todos os elementos necessários que um thriller policial necessita para se transformar num grande sucesso, num verdadeiro bestseller. Além de um serial killer inteligente, violento e ao mesmo tempo enigmático, o enredo da história é cheio de reviravoltas que provocam inúmeras surpresas no leitor.
Como tempero extra no enredo cheio de mistérios e reviravoltas, temos uma dupla de detetives impagável: um francês e outro árabe. Pierre Niémans e  Karim Abdouf são tão carismáticos, tão peculiares que até ganharam um post exclusivo no blog (ver aqui).
Na trama, um serial killer mata um homem e deixa o seu corpo nu e todo mutilado encravado na pedra de uma montanha numa cidadezinha universitária francesa. Os indícios são os de que o assassino mutila as suas vítimas ainda vivas, extraindo os seus olhos e cortando os seus membros para só depois matá-las. Apenas crimes com requintes de crueldade ou obra de uma seita satânica?
Cena da adaptação cinematográfica do ano 2000
Durante a investigação Niemans e Abdouf acabam descobrindo que os assassinatos estão relacionados diretamente à um plano sórdido envolvendo alguns moradores da pequena cidade.
O enredo criado por Christophe Grange também foi parar nos cinemas em 2000, ou seja, três anos depois do lançamento do livro. O filme, a exemplo da obra literária foi muito elogiado.
Taí galera, espero que estas sugestões sirvam para matar o tempo neste período de isolamento por causa do coronavírus.
Até mais!


09/04/2020

Dois Papas, O Escravo de Capela e Batman: Os Arquivos Secretos do Homem Morcego. Os novos bebês que chegaram


Iahuuuuu!! Novos bebês chegando! Na compra do mês, a cegonha Amazon trouxe voando: Dois Papas, O Escravo de Capela e Batman: Os Arquivos Secretos do Homem Morcego.
Após ter assistido Dois Papas me interessei pelo livro de Anthony McCarten que também foi o roteirista do filme de Fernando Meirelles. Pelas críticas que li, muitas informações que constam no livro acabaram amenizadas ou então ficaram de foram da produção cinematográfica da Netflix.
Bento 16 é acusado na maioria de suas biografias de ter negligenciado as denúncias contra um padre que molestou crianças por quase 30 anos na Alemanha - na época em que os primeiros casos foram encaminhados à Igreja, Joseph Ratzinger era arcebispo de Munique.
Já Francisco tem suas possíveis conexões com a ditadura militar argentina analisadas a fundo no livro, enquanto que na produção de Meirelles, esses detalhes são poucos explorados.

Se o filme perdoa Jorge Bergoglio por seu envolvimento na captura de dois padres jesuítas pela ditadura argentina nos anos 1970, a pesquisa literária de McCarten explora as incongruências deste e de outros episódios, como a declaração de uma família de que o ex-cardeal sabia da prática de entregar os bebês paridos nos centros de tortura a pessoas ligadas ao regime.
McCarten diz que a decisão de lidar com esses e outros eventos mais superficialmente nas telas tem a ver com os limites do audiovisual. Segundo ele, um livro de não ficção permite construir um retrato mais fiel, já um filme só pode ter determinado número de eventos.
Após ter lido um artigo no jornal Folha de S.Paulo fiquei sabendo que o livro de MaCarten se baseia em pesquisas históricas robustas que inclui não só a leitura de biografias sobre Ratzinger, Bergoglio e o antecessor deles, João Paulo 2º, como de documentos eclesiásticos e notícias.
Além da profundidade da obra, outra particularidade que me estimulou a adquirir “Dois Papas” foi o brilhante trabalho de seu ator que assinou três roteiros incrivelmente fantásticos baseados em eventos reais nos últimos tempos: "A Teoria de Tudo", "O Destino de uma Nação" e "Bohemian Rhapsody”. Aliás, ele é famoso em Hollywood por zelar pela fidelidade dos fatos quando escreve um roteiro baseado num fato verídico. Taí os roteiros sobre Stephen Hawking, Winston Churchill e Freddie Mercury que não me deixam mentir.
Depois de Dois Papas, o livro do autor catarinense Marcos DeBrito também bateu fundo. Aliás já lí e já publiquei a resenha (ver aqui). Para ser sincero não conhecia esse escritor até ter lido o comentário de um leitor no blog, o Atas, abreviação de Atalíbio.
Atas escreveu em seu comentário que leu dois livros de DeBrito e que os achou fantásticos. Como o terror é um dos meus gêneros literários preferidos fui pesquisar nas redes sociais quem era Marcos DeBrito e gostei do que vi. Por isso arrisquei a compra de O Escravo de Capela, um de seus livros mais elogiados – ele já lançou cinco.
Vale lembrar que DeBrito também é roteirista e cineasta. Seu filme “Condado Macabro” venceu as categorias de melhor filme em 2015 nas premiações MAC Horror Festival e FANTASPOA.
Aprovado! Gostei muito, mesmo! Pretendo adquirir novos livros desse autor.
E finalmente, Batman: Os Arquivos Secretos do Homem-Morcego. O que me levou a pagar quase R$ 60,00 por essa publicação da Leya? Simples; tudo se resume em quatro palavras: “Sou fã do Batman”.
Cara, quando vi esse livro fiquei eufórico. Imagine um fã do homem-morcego ter em mãos o diário secreto de Bruce Wayne?! E é exatamente isso que o livro de Matthew K. Manning e Carlos Henrique Rutz promete: um diário secreto, com todos os segredos de um multimilionário que a noite tem o hobby de vestir uma capa e uma máscara preta e sair por aí, caçando criminosos.
Os autores escreveram um livro que dá a sensação ser um diário de Wayne, guardado a sete chaves, contendo toda a intricada informação necessária para cumprir seu propósito, ou seja, caso o Batman, algum dia, precisar de um sucessor.
De acordo com a editora Leya, o livro começa com desenhos da infância de Wayne e continua ao longo de uma linha do tempo de eventos significativos de sua vida. Todos os amigos e inimigos do Batman – de Hera Venenosa, Mulher-Gato, Charada e Pinguim, a Coringa, Batgirl, Sr. Frio e, claro, Robin – aparecem ao longo do dossiê para ajudar a traçar a trajetória do Homem-Morcego.
Relatando a guerra do Batman contra o crime, o livro inclui arquivos de computador, notícias, fotografias criminais, projetos, mapas de Gotham e provas que foram coletadas (ou até mesmo desenhadas) pelo próprio herói – um material jamais reunido num só volume.
Incrível, não acham?
Taí galera, uma breve justificativa para a compra dessas três belezuras. Torçam para que eu goste.
Inté

05/04/2020

Marvels


Um dos meus maiores traumas literários foi ter me desfeito dos gibis da série Marvelsidealizados por Kurt Busiek e Alex Ross nos anos 90. Ainda me lembro da capa de um deles que trazia o Tocha Humana correndo no meio de uma rua com as pessoas em pânico tentando se proteger das chamas vivas que emanavam de seu corpo. Li os quatro gibis há mais de duas décadas e depois... eles sumiram do meu arsenal. Tenho quase certeza que isso aconteceu na época em que começava a me amarrar mais nos livros do que nos quadrinhos. Acho que foi isso.
Mas ocorre que de repente me bateu uma vontade enorme de reler os quatro gibis antológicos que revolucionaram para sempre o mundo das HQs. Sabem quando bate aquele insight poderoso? Daqueles que você diz: “Caráculas! Tenho que fazer isso agora!” Pois é, foi um insight desse tipo que eu tive. E assim, lá vou eu atrás das minhas relíquias perdidas.
Cara, confesso que a jornada foi difícil pra caramba. Não conseguia encontrar os tais gibis e quando os localizava, os preços assustavam. Esta procura ficou ainda mais árida porque, na realidade, desejava mesmo adquirir a edição especial de 10º aniversário da saga, em capa dura, com a minissérie completa. Fiquei louco por essa edição que a Panini lançou em 2010. Este Marvels em capa dura fez tanto sucesso que a editora acabou obrigada a lançar, acho que três ou outras quatro edições.
O preço normal custava em média R$ 100,00, mas após passar madrugadas e mais madrugadas zapeando nas livrarias e sebos virtuais, acabei descobrindo uma verdadeira pérola: um sebo do portal Estante Virtual oferecia o meu ‘sonho de consumo’ por R$ 51,00, já incluso o frete. Não pensei duas vezes e agarrei o meu exemplar com unhas e dentes.
Galera, fiquei inebriado com a releitura da obra prima de Busiek e Ross.
Para quem não sabe, Marvels revitalizou as histórias em quadrinhos, pois deixou de lado aqueles heróis imponentes e cheios de si se digladiando com vilões também imponentes e arrogantes. Os quadrinhos escritos por Busiek e desenhados por Ross optaram por seguir uma premissa totalmente diferente e inovadora na época. Em, Marvels os protagonistas não são os heróis e os vilões, mas as pessoas comuns, ou seja, os cidadãos de Nova York que vivem no meio desses super-heróis. Estas pessoas comuns são representadas pelo fotógrafo-jornalístico Phil Sheldon que trabalha como free lance para um jornal vendendo fotos das proezas dessas ‘maravilhas”, como ele ‘batizou’ esses seres superpoderosos.
Sheldon passa a história inteira tentando descobrir qual é o papel de uma pessoa normal em um mundo submetido a forças que estão além de seu controle.
Imagine nós, seres humanos normais, tendo a nossa rotina de vida modificada profundamente com a chegada em nossa cidade de outras pessoas com superpoderes: capazes de voar, escalar paredes e ainda invulneráveis. Já imaginou você caminhando pela rua justamente no momento em que dois desses seres superpoderosos resolvem se enfrentar? Qual seria a sua reação? Você veria esses seres como deuses? Quais seriam as consequências desse embate para você, um ser humano normal?
Marvelstrabalha com essa premissa, a presença dos heróis: quem são? Que autoridades eles tem sob nós (humanos)? Estamos seguros e confortáveis com essas criaturas superpoderosas voando sob nossas cabeças? A partir do aparecimento dos primeiros heróis, a mídia tem um papel fundamental na construção da leitura feita pelos cidadãos: vilões ou justiceiros? Qual seria o comportamento da imprensa? Ela veria esses super-humanos como heróis, justiceiros ou vilões, todos eles? Busiek e Ross exploram tudo isso em sua saga de quadrinhos ambientada do ano de 1939 a 1974.
Outro detalhe muito importante é quer a minissérie viaja por todo o rico universo da Marvel, mostrando a história de diversos super-heróis desde a aparição do Tocha Humana original, em 1939, até a temível chegada do devorador de mundos, Galactus, culminando com a chocante morte de Gwen Stacy, o primeiro amor do Homem-Aranha. Tudo isso, a partir do ponto de vista de Sheldon.
Como já disse, a minissérie contem quatro capítulos divididos em quatro gibis, lançados em 1994. 
No capítulo Capítulo 1 denominado “A Era das Maravilhas, o personagem Phil Sheldon presencia em Nova York um evento fantástico e ao mesmo tempo surpreendente: a chegada de dois super-seres com poderes inimagináveis: Tocha Humana e Namor, o Príncipe Submarino. O Tocha, na realidade é um androide flamejante criado por um famoso cientista. Desta maneira, Sheldon sente que está acontecendo algo diferente e extraordinário na cidade e desiste de atravessar o Atlântico onde iria cobrir a 2ª Guerra Mundial. E sua intuição prova estar certa: nos meses seguintes a cidade vê aparecer vários super-seres, os "Marvels", como o jornalista os chama, além de Namor e Tocha Humana, surge também o Capitão América.
No capítulo 2, décadas após o fim da Segunda Guerra, Sheldon, agora casado e pai de família, presencia em Nova York uma nova geração de "Marvels": Quarteto Fantástico, Thor, Hulk, Homem Aranha e Homem de Ferro, além da volta do Capitão América e Namor. Mas uma nova raça de seres poderosos, os mutantes, provoca dúvidas e medo: serão os X-Men amigos ou inimigos? Sheldon se vê num dilema moral quando uma garotinha mutante pede asilo em sua casa. Imagine você, agora, em sua cidade, convivendo com Ciclope, Fera, Homem de Gelo, Jean Grey e Professor Xavier, mas claro, sem conhece-los. Para você, eles são apenas mutantes. Qual seria a sua reação? Achei o capítulo mais interessante da minissérie.
Na penúltima parte chamada “O Dia do Juízo” o negócio ferve, pois marca a chegada da Galactus, o “Devorador de Mundos” ao planeta Terra, especificamente em Nova York. Quando a sua nave gigantesca aterrissa na grande metrópole e o vilão inicia o seu ataque, os moradores acreditam que o Dia do Juízo Final chegou.
Nem mesmo o poder combinado do Quarteto Fantástico e do Surfista Prateado parece deter o alienígena, que pretende destruir a Terra. Phil Sheldon toma então a decisão de passar seus últimos momentos com sua família.
E finalmente o capítulo 4 – “O Dia Em Que Ela Morreu” – onde Sheldon conhece a jovem e singela Gwen Stacy, a quem se torna uma espécie de amigo, tutor e guardião. O velho fotógrafo chega à conclusão que os "Marvels" estão entre nós para proteger inocentes como Gwen. Mas nem mesmo os super-heróis podem mudar o destino que aguarda a adorável doce lourinha. Um capitulo bem dramático.
A edição especial de 10º de Marvels também brinda os seus leitores com várias páginas de extras, explicando todo o processo artístico utilizado por Ross em seus desenhos, além de várias curiosidades de bastidores, entre as quais o esquema de modelos vivos que o desenhista usou para compor as imagens de seus personagens. Mas o melhor vem agora: prepararem para ler o prefácio escrito por ninguém mais do que o gênio das HQs Stan Lee.
Se você se interessou por essa edição de aniversário e estiver disposto a pagar R$ 95,00 em média, o produto encontra-se disponível na Amazon.
Inté!

02/04/2020

Novo livro da saga Jogos Vorazes ganha título e capa nacional


Os leitores que são fãs de carteirinha da saga Jogos Vorazes de Suzane Collins devem estar gritando um enorme e prolongado Iahuuuuuuuuuu!! Fico imaginando a surpresa e ao mesmo tempo a alegria do sessentão Oswaldinho, um colega meu, que é fissurado nos livros e filmes da saga. Ele deve ter ‘secado’ todas as caixas de fogos da vendinha da Lourdes; apenas secado, já que ele tem um medo danado de soltar fogos de artifício por mais traquinhos que sejam. O Oswaldinho é completamente desvairado pela saga criada por Collins.
Pois é, agora, ele pode comemorar e muito! A Editora Rocco deu um presentaço para os fãs de Jogos vorazes anunciando a confirmação do título e da capa do novo livro da saga. De acordo com a editora, tudo foi aprovado pela autora.
A cantiga dos pássaros e das serpentes será um prelúdio da saga e se passará 64 anos antes dos primeiros livros, contando uma trama dos "Dias Sombrios", um período de 10 anos depois da guerra, mas antes que Panem atingisse seu auge.
A obra será focada no vilão Coriolanus Snow, que não será um senhor impiedoso no novo romance. Ele será retratado na adolescência, como um jovem nascido em berço de ouro que busca criar seu próprio legado. Sei lá... parece que tem um ‘quezinho’ daquele vilão do novo Star Wars; o filho do Hans Solo, não acham? Ihhh... divaguei, melhor esquecer. Vamos ao que interessa. Entonce, o lançamento nos Estados Unidos será em 19 de maio de 2020, mas a data no Brasil ainda não foi confirmada.
Em uma declaração a Associated Press, a escritora disse: “Com esse livro, quero explorar o estado da natureza, quem somos, e como o que percebemos é essencial para nossa sobrevivência”.
A Lionsgate já expressou interesse em adaptar o livro para os cinemas. “Estivemos nos comunicando com ela (Collins) durante o processo de escrita e estamos ansiosos para continuar trabalhando com ela no filme”, afirmou Joe Drake, chefe do Lionsgate Motion Picture Group.
E aí galera? Gostaram? Vibraram?
Que bom.

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