29/05/2020

8 livros-reportagem que você não pode deixar de ler


Gosto muito dos livros-reportagem. Tanto é verdade que tenho muitos deles em minha estante. É uma pena que nos últimos anos, esse gênero literário tenha perdido espaço para as obras bibliográficas na maioria das livrarias.
Aprendi muitas coisas interessantes lendo esses livros e ganhei a oportunidade de me aprofundar em temas importantes que conhecia apenas superficialmente, quebrando assim, muitos tabus.
No post de hoje preparei uma lista de oito livros para você conhecer esse gênero literário-jornalístico ou então ampliar os seus conhecimentos com obras maravilhosas e de leitura nada maçante; pelo contrário, elas irão proporcionar viagens literárias inebriantes e com direito a muito conhecimento. Vamos a elas!
01 – Holocausto Brasileiro (Daniela Arbex)
A jornalista mineira Daniela Arbex explora em Holocausto Brasileiro toda a barbárie e desumanidade que ocorreram durante décadas atrás dos muros do maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, localizado na cidade mineira de Barbacena.
Durante décadas, milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental naquela cassa de horrores. Ali foram torturados, violentados e mortos sem que ninguém se importasse com seu destino. Eram apenas epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento. Ninguém ouvia seus gritos.
Jornalistas famosos, nos anos 60 e 70, fizeram reportagens denunciando os maus tratos. Nenhum deles ― como fez, recentemente, Arbex ― conseguiu contar a história completa. O que se praticou no Hospício de Barbacena foi um genocídio, com 60 mil mortes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população.
O livro de Arbex escancara as portas da verdade sobre tudo o que aconteceu atrás dos muros e das portas daquela da Colônia, principalmente no pavilhão Afonso Pena, onde eram registradas cenas que mais se pareciam com um filme de terror.
A autora foi muito corajosa ao remexer em feridas purulentas, trazendo à tona a verdade sobre esse hospício. O leitor fica inteirado de tudo o que aconteceu no hospício mineiro, além de conhecer os poucos, mas importantes “heróis da resistência”, pessoas que se opuseram ao regime de barbárie e fizeram de tudo para mudar a situação, pagando um alto preço por isso, sofrendo as piores retaliações, desde demissões, calúnias e ameaças.
Livro tem alguns trechos densos e bem pesados que mexem com o emocional do leitor.
Holocausto brasileiro, foi eleito Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti (2014). Com mais de 300 mil exemplares vendidos no Brasil e em Portugal, a obra ganhou as telas da TV em 2016, no documentário produzido com exclusividade para a HBO, com exibição em mais de 40 países.
Livraço!
Detalhes Técnicos
Autora: Daniela Arbex
Editora: Geração Editorial
Ano: 2013
Páginas: 256
02 – A Sangue Frio (Truman Capote)
Apesar de parecer um romance policial, em nenhum momento A Sangue Frio desvia o foco do leitor da realidade. Tudo por causa desse equilíbrio: ficção e realidade; o livro para mim é perfeito fazendo jus ao estilo “new journalism”.
Capote narra a história real do assassinato da família Clutter, uma das mais influentes na pequena cidade de Holcomb, no Kansas, onde residiam apenas 270 habitantes.
Poucos crimes na história chocaram tanto a população como o massacre dos quatro membros dessa família. Em 1959, na casa dos Clutter, onde estavam o casal Herbert e Bonnie e os filhos adolescentes Nancy e Kenyon, os ladrões Eugene Hickcock e Perry Smith após invadir a residência decidiram matar os quatro membros da família para não deixar testemunhas. 
Capote passou seis anos levantando informações e investigando passo a passo tudo o que ocorreu em Holcomb. Depois de muito trabalho, ele publicou a sua obra prima A Sangue Frio, livro que criaria um novo estilo literário com uma onda de seguidores.
O autor narra o crime da sua concepção à execução, além de fazer com que os leitores entrem na cabeça dos criminosos e conheçam os motivos que os levaram a cometer tal assassinato. A partir desse momento, você começa a ter contato com os pormenores da vida de Hickcoock e Smith – desde a infância a fase adulta - e, então, conhece os motivos que levou dupla a cometer tal atrocidade.
Publicado em 1967, a obra deu fama internacional a Capote, transformando-o num dos autores mais respeitados em todo o mundo.
Detalhes Técnicos
Autor: Truman Capote
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2003
Páginas: 438
03 – O Espetáculo Mais Triste da Terra (Mauro Ventura)
O incêndio do Gran Circo Norte-Americano que aconteceu em 17 de dezembro de 1961 em Niterói foi muito mais devastador do que o incêndio do edifício Joelma em fevereiro de 1974. Segundo dados oficiais, o Joelma teve 191 vítimas fatais, enquanto o Gran Circo Norte-Americano computou, supostamente 503 mortes. Mas por que ‘supostamente’? Cara, o incêndio foi tão demolidor, tão catastrófico, que após mais de meio século, ninguém conseguiu apontar, exatamente, quantas pessoas perderam a vida carbonizadas. Alguns estudiosos acreditam que esse número chegou a mil.
Há uma explicação para que a tragédia tenha caído no esquecimento através dos anos: a sua gravidade. O incêndio atingiu parâmetros tão dantescos que o Rio de Janeiro – incluindo moradores, autoridades e médicos que atenderam as vítimas naquela época – preferiram apagá-lo de suas memórias, de suas vidas. Tanto é, que poucos cariocas gostam de falar sobre o assunto.
OEspetáculo Mais Triste da Terra foi um dos livros jornalísticos mais  esclarecedores que já li em toda a minha vida: uma obra completa. O jornalista Mauro Ventura explorou todos os ângulos da catástrofe que paralisou o País há 54 anos. Mesmo sem o advento da internet e nem mesmo dispondo da facilidade do DDD (Discagem Direta a Distância) – a Embratel só surgiria em 1965 – o incêndio do Gran Circo Norte-Americano causou comoção em praticamente todo o mundo, mobilizando médicos, artistas e voluntários de vários países, logo após a tragédia.
Devido a franqueza do autor - que não esconde nada, ‘derramando’ na mesa, sem meias palavras, todo o resultado de toda a sua pesquisa - o livro chega a ter trechos chocantes e que impressionam o leitor, como por exemplo o momento em que ele revela que o número de vítimas era tão grande que chegavam a ser transportadas em caminhões: mortos e agonizantes lado a lado, já que não dava para identificar os mortos dos vivos.
Detalhes Técnicos
Autor: Mauro Ventura
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2011
Páginas: 320
04 – A Conquista da Honra (James Bradley)
A batalha da Segunda Guerra Mundial em Iwo Jima no Pacífico produziu uma das mais reproduzidas fotografias da história: seis rapazes fincando a bandeira americana no topo do monte Suribachi na madrugada de 23 de fevereiro de 1945. Quem eram eles? Escrito por James Bradley filho de um dos rapazes A Conquista da Honrarevela os homens por trás das fotos.
No momento em que os seis fuzileiros “cravavam” a bandeira de seu País nas entranhas do último “bastião” da resistência japonês, considerado por muitas pessoas até mesmo por grandes estrategistas militares ocidentais, um ponto inexpugnável, o fotógrafo estadunidense Joe Rosenthal – que acompanhava o exército aliado nesta batalha - gravava através de sua objetiva esse momento emblemático.
Li a obra de Bradley em 2011 e o motivo principal que me levou comprar o livro, naquela época, foi a curiosidade, ou melhor, a imensa curiosidade em saber quem seriam aqueles rapazes com as mãos unidas no mastro da bandeira lutando para enterrá-la no solo do inimigo. Muitas perguntas e questionamentos foram ganhando “corpo” em minha cabeça. Será que eles já eram amigos antes da guerra ou apenas se conheceram no calor da batalha? Estavam naquele conflito sangrento contra a vontade ou felizes em “cumprir o seu dever”? Tinham namoradas? O que os levaram a tomar essa atitude? E principalmente, como foi a vida de cada um deles depois que a guerra terminou... será que todos eles sobreviveram as bombas e disparos dos japoneses em Iwo Jima? Nossa! Eu tinha tantas perguntas! Posso garantir que todas elas foram respondidas quando terminei de ler o livro.
Após a morte do pai – que nunca havia tocado no assunto da guerra – Bradley encontrou várias cartas e documentos que pertenceram ao seu velho e que puderam esclarecer muitas de suas dúvidas. Dessa maneira, começaria a nascer a idéia de escrever um livro que registrasse os vários momentos da batalha desenrolada na pequena ilha japonesa de Iwo Jima e que foi fundamental para a vitória aliada. Um livro que resgatasse a história daqueles seis homens que conseguiram conquistar o Monte Suribachi.
Detalhes Técnicos
Autor: James Bradley
Editora: Ediouro
Ano: 2007
Páginas: 400
05 – A Praga – O Holocausto da Hanseníase (Manuela Castro)
O livro da jornalista Manuela Castro é chocante. A Praga – O Holocausto da Hanseníase, como o próprio subtítulo confirma, revela histórias emocionantes de isolamento, morte e vida nos leprosários do Brasil. Os fatos investigados pela jornalista e expostos aos leitores, de fato, chocam; da mesma maneira que chocaram as descobertas de outra jornalista, Daniela Arbex, em sua obra Holocausto Brasileiro que abre essa lista.
Através de uma narrativa fluída, Castro narra em sua obra as histórias de pessoas que foram caçadas no Brasil por causa da hanseníase. Também conhecidos como asilos e sanatórios, os leprosários eram grandes espaços onde ficavam as pessoas com a doença. O objetivo era isolar totalmente os pacientes da sociedade. O preconceito contra a lepra é histórico - até a década de 1940, o tratamento era desconhecido.
O livro revela que após serem ‘jogadas’ nos leprosários, as mães diagnosticadas com hanseníase eram, definitivamente, separadas de seus filhos que, por sua vez, acabavam sendo encaminhados para adoção ou então para abrigos onde, quase sempre, sofriam todos os tipos de abusos – violência sexual, física e psicológica - praticados por funcionários despreparados.
Você toma conhecimento de casos de crianças portadoras de hanseníase que de uma hora para outra, foram levadas de seus lares para as colônias de leprosos e nunca mais voltaram a ver os seus pais.
A autora cita exemplos de internos que conseguiram sobreviver nesse verdadeiro inferno, conquistando o seu espaço na sociedade e tornando-se verdadeiros exemplos na luta contra o preconceito. Castro abre o baú das verdades com revelações estarrecedoras e que mexem com os leitores.
Detalhes Técnicos
Autora: Manuela Castro
Editora: Geração Editorial
Ano: 2017
Páginas: 280
06 – A Tormenta : A história real de uma luta de homens contra o mar (Sebastian Junger)
Um dos melhores livros-reportagem que já li. A história é tão interessante e intensa que já reli várias vezes. Em A Tormenta, Sebastian Junger narra a história de vários homens e mulheres que em outubro de 1991 enfrentaram uma tempestade criada por uma combinação de fatores que os meteorologistas a consideraram de “tempestade perfeita” ou a “tempestade do século”. A tormenta atingiu várias cidades de Massachusetts, mas a pior parte ficou reservada para os pescadores de espadarte do porto de Gloucester, principalmente aqueles que no momento do fenômeno se encontravam com os seus barcos em alto mar. É a história desses heróis e heroínas que Junger oferece – num cardápio de primeira – para os seus leitores.
Nesse contexto, o drama dos pescadores acaba se fundindo com a história dos paraquedistas de resgate, conhecidos por PR’s, que muitas vezes são obrigados a driblar o terror de enfrentar ondas da altura de um edifício de 10 andares para poderem salvar vidas que estão por um fio no mar bravio. Posso garantir que a partir do momento que você embarca nessa aventura jornalística não há como parar. 
Junger inicia A Tormenta: A história real de uma luta de homens contra o mar apresentando a tripulação do barco de pesca Andrea Gail que naufragou na costa da Nova Escócia, após enfrentar a “Tempestade Perfeita” no meio do oceano, com ondas de mais de 30 metros. Mais do que mostrar algumas características desses pescadores, o autor brinda os seus leitores com a rotina do dia a dia desses homens que entraram para a história de Gloucester.
O livro apresenta várias hipóteses que podem ter contribuído para o naufrágio do Andréa Gail, desde falta de equipamentos de segurança até a infelicidade do capitão do barco ter apanhado acidentalmente a crista de uma onda gigante.
Vale lembrar que o filme “Mar em Fúria” que passou nos cinemas em agosto de 2000 com George Clooney e Mark Wahlberg foi baseado no livro de Junger.
Detalhes Técnicos
Autor: Sebastian Junger
Editora: Ediouro
Ano: 1997
Páginas: 254
07 – Rota 66 (Caco Barcellos)
Rota 66foi o livro que lançou o jornalista da Rede Globo, Caco Barcellos no mercado editorial. E posso afirmar, que ele fez bonito em sua estreia. Trata-se de um grande livro: esclarecedor e desmistificador.
O autor realizou um trabalho de investigação que durou mais de um ano, onde conseguiu identificar cerca de 4.200 pessoas mortas pela ROTA (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), maior batalhão da polícia militar e o mais “matador” do país.
Publicado em 1992, o livro traz nomes e detalhes de assassinatos cometidos por oficiais da ROTA contra pessoas inocentes ou apenas suspeitas. No livro, Barcellos desmonta a intricada rede que forma o “esquadrão da morte oficial” montado em São Paulo.
 Rota 66reune diversas matérias sobre tiroteios, rondas policiais e entrevistas feitas em necrotérios ou em áreas onde a polícia mais costumava frequentar.
Nesse livro, Caco destrincha as práticas obscuras da polícia conhecida por premiar e proteger seus matadores. Considerado um grupo de elite da polícia paulista, a Rota foi gestada ainda no período do regime militar, onde fora treinada para combater guerrilhas de esquerda. No entanto, mesmo com o arrefecimento do regime, a Rota continuou a agir, dedicando-se exclusivamente ao combate da violência urbana.
Por causa da repercussão do livro entre os militares, Caco precisou ser enviado pela Rede Globo ao exterior, onde viveu alguns anos até que a poeira abaixasse.
Detalhes Técnicos
Autor: Caco Barcellos
Editora: Record
Ano: 2003
Páginas: 352
08 – Gomorra (Roberto Saviano)
Gomorrapode ser considerado um ‘livro-denúncia’ sobre a Camorra, como é conhecida a máfia napolitana. O tráfico de drogas e a extorsão são as atividades mais comuns desenvolvidas pela Camorra, passando pela prostituição, tráfico de pessoas, jogo ilegal, ameaças e chantagens.
Roberto Saviano abriu as portas da máfia napolitana para o mundo, revelando segredos que vinham sendo guardados a sete chaves; segredos ligados à código de honra, administração das famílias, transações realizadas pelos altos escalões e muito mais.
Para quem não sabe, o autor se infiltrou na Camorra e contou os negócios obscuros, o código de honra e a relação entre os criminosos pela perspectiva de dentro da organização. A abordagem foi tão abrangente e reveladora que deu início a muitas investigações policiais e fez o escritor ser jurado de morte pela Camorra. 
Saviano disse que escreveu Gomorra porque lhe era impossível ficar calado. “Alguém tinha que fazer algo”, disse ele. De fato, ele fez algo, só que a partir daí ficou jurado de morte pela máfia.
Saviano vive sob escolta permanente de cinco policiais, desde 13 de outubro de 2006. Ele muda constantemente de endereço e não frequenta lugares públicos, em virtude de ameaças de morte feitas pelos mafiosos. O escritor deixou de ter residência fixa; não atende telefonemas; não recebe ninguém, a não ser que essa pessoa tenha a sua vida inteiramente vasculhada por serviços de inteligência da polícia; além de se comunicar esporadicamente com os seus familiares, usando apenas SMS do celular.
Quer mais? Ok. Hotéis e restaurantes, assim que ele aparecer, são evacuados e procurado por bombas. Em outubro de 2008, revelou-se que a Camorra tinha um plano para assassinar Saviano no Natal daquele ano.
Um livro que, certamente, prenderá a sua atenção.
Detalhes Técnicos
Autor: Roberto Saviano
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2008
Páginas: 350
Aproveitem a leitura dessas obras. Vale a pena!

25/05/2020

‘A Grande Gripe’ narra a história da maior de todas as pandemias: a gripe espanhola


Nestes tempos de Covid-19, os livros sobre pandemias mortais que assolaram a humanidade, ao longo de décadas, continuam viralizando nas livrarias virtuais causando um verdadeiro furor nos leitores. Dois desses vírus do passado que voltaram com tudo às livrarias foram os da gripe espanhola e da peste bubônica. O primeiro levou pânico para a população mundial no período de 1918 a 1920, já o segundo, conhecido pelas alcunhas de “peste negra”, “grande peste” ou simplesmente “praga”, matou entre 30% a 60% da população da Europa entre 1347 a 1351.
Sobre a peste negra temos vários livros publicados, sendo Um Diário do Ano da Peste (1722) de Daniel Defoe e A Peste(1947) de Albert Camus os mais famosos. Agora com relação a gripe espanhola temos poucas publicações o que deixa a curiosidade dos leitores ainda mais aguçada.
Agora, a editora Intrínseca decidiu resolver esse problema, colocando no mercado editorial um novo livro sobre o tema. Trata-se da obra A Grande Gripe que chegou às livrarias no dia 18 de maio e apesar do pouco tempo nas prateleiras já entrou na lista dos livros mais vendidos da semana.
Em A Grande Gripe o historiador e pesquisador John M. Barry da Universidade Tulane, na Louisiana, descreve os eventos que desencadearam o surto da temível gripe espanhola, mostrando os esforços da comunidade científica para combatê-la. Além disso, faz uma análise extremamente atual sobre como situações desse tipo estão diretamente relacionadas à política, ao poder, à ciência e, em especial, ao acesso à informação.
Barry, inclusive foi entrevistado no programa Fantástico da Rede Globo que levou ao ar no dia 29 de março uma reportagem especial sobre a doença. O seu livro foi citado nessa reportagem como sendo referência sobre o assunto; um motivo a mais para os leitores o adquirirem. Outro motivo é que A Grande Gripe foi premiado pela Academia Nacional de Ciência do Estados Unidos.
Segundo a maioria dos críticos literários americanos, Barry não se circunscreve à narrativa pura e simples do que foi a gripe espanhola. Seu livro é um tratado sobre geopolítica e história militar, sobre as pandemias e as lutas em busca de vacinas e remédios; é, ainda, um voo fascinante pela evolução de vírus e bactérias, e pela saga dos cientistas que os desvendaram — sobretudo nos Estados Unidos. 
Historiador, pesquisador e escritor John M. Barry
O historiador e pesquisador narra como um surto que começou em uma unidade militar dos Estados Unidos foi capaz de parar a Europa durante a Primeira Guerra Mundial. Ele relata como a ciência correu contra o tempo para neutralizar o vírus, mas como a pandemia deixou 100 mil mortos em um ano.
Estima-se que no período de 1918 a 1920 cerca de 50 milhões de pessoas tenham morrido daquela que ficaria conhecida na história como gripe espanhola.
Pois é galera, mesmo tendo iniciado nesta semana a maratona de mais de 1.300 páginas de O Conde Monte Cristo de Alexandre Dumas, já inclui A Grande Gripe em minha lista de compras e leituras futuras.
Inté!

22/05/2020

Sol da Meia-Noite: novo livro da saga Crepúsculo chega ao Brasil em agosto


Nem preciso dizer que a saga Crepúsculo de Stephenie Meyer foi um grande fenômeno editorial há 15 anos. Em 2005, os leitores teens e porque não, os adultos também, devoraram a história de amor de uma jovem adolescente que acaba se apaixonando por um rapaz de uma beleza ímpar, sem saber que ele é um vampiro, mas um vampiro do bem.
Quando a inocente Bella Swan descobre o segredo Edward Cullen, ao invés de cair fora, ela se apaixona ainda mais, ou melhor, os dois se apaixonam perdidamente e com isso, são obrigados a superarem uma série de obstáculos em nome desse ‘nosso estranho amor’, como diria Caetano Veloso.
Depois de Crepúsculoainda viriam mais três livros: Lua Nova, Eclipse e Amanhecer; todos venderam como água no meio do deserto. Cara, foi uma loucura só! Mas o sucesso da saga foi tão grande que extrapolou as páginas, indo parar nas telas. Resultado: o enredo criado por Meyer ainda serviria para catapultar ao estrelado as carreiras dos outrora desconhecidos, na época, Robert Pattinson e Kristen Stewart, hoje grandes astros do cinema americano!!
Para ser sincero, a saga Crepúsculo se transformou numa p... marca enchendo a bolsa de Meyer de dólares; foi quando ainda empolgada com o seu mega sucesso, decidiu escrever uma continuação para a saga que se chamaria Sol da Meia-Noite (Midnight Sun), mas algum hacker ou até mesmo uma pessoa de sua confiança– até hoje não se sabe - conseguiu ter acesso aos trechos da história e advinha só... o sujeito ou sujeita, simplesmente ‘jogou’ nas redes sociais alguns capítulos que vinham sendo guardados a sete chaves. Meyer virou uma onça selvagem pronta para morder e arrancar pedaços do primeiro que cruzasse o seu caminho e diga-se, com toda razão.
Stephenie Meyer
Ela ficou tão P. da Vida que decidiu não lançar mais sequencia nenhuma. Com isso, os demais capítulos que já tinham sido escritos foram engavetados. Alguns tabloides na época, chegaram a publicar que a escritora teria rasgado os originais.  Os fãs da saga ficaram frustrados.
Mas agora, esses mesmos fãs já podem comemorar porque “Sol da Meia-Noite” chega ao Brasil em agosto. Verdade! O lançamento do livro que terá 672 páginas foi confirmado neste mês de maio. Ehehehe!! Acho que o tal tabloide errou feio ao publicar que Meyer teria rasgado os originais da história. Ainda bem.
A tão aguardada obra chegará nas prateleiras físicas e onlines no dia 4 de agosto deste ano. O anúncio foi feito através das redes sociais da editora Intrínseca para a alegria dos fãs, que comemoram o retorno da saga após mais de uma década.
O enredo narra a história de Crepúsculo sob a visão do vampiro Edward (na saga original, é a protagonista Bella quem narra a história). Meyer disse não ter certeza se era uma boa ideia lançar a publicação neste “momento louco”, mas decidiu não fazer mais os fãs esperarem pela continuação.
“Crepúsculo”, o primeiro livro da saga, só pra recordar, foi adaptado para os cinemas em 2008 e ganhou quatro sequências entre 2009 e 2012, todas estreladas por Robert Pattinson e Kristen Stewart.
Portanto, taí ‘crepusculetes’ podem comemorar à vontade.

19/05/2020

Um Diário do Ano da Peste


Se há uma coisa que detesto são livros com capítulos enormes, daqueles que parecem que nunca vão terminar. Cara, que pipoco! Me dá desespero! Vou lendo, vou lendo e a leitura não flui, por melhor que seja a história. Na minha opinião, obras de qualidade com capítulos curtos – por maior que seja o número de páginas – deixam a leitura mais dinâmica e com isso você acaba devorando as páginas.
Por que estou dizendo escrevendo isso? Simples. Sofri muito para ler Um Diário do Ano da Peste de Daniel Defoe. No total, a publicação de 284 páginas da Artes e Ofícios Editora tem apenas quatro capítulos, mas quando o autor começa, de fato, a narrar o seu diário, ele faz isso num único capítulo. Cara, são mais de 250 páginas corridas, no pau, sem respiro para o leitor!
Esta sucessão ininterrupta de frases, parágrafos, pontos finais e o escambau a quatro foi me dando um desespero, um suador que por pouco não entrei em pânico. Como se eu estivesse perdido no meio do oceano e não enxergasse nenhuma ilha à frente – entenda-se ilha por capítulo. Por esse motivo, a história é ruim? Aí é que está; ela não é. É claro que tem os seus altos e baixos – os altos do início para meio do enredo e os baixos do meio para o final, principalmente no final – mas num todo podemos classifica-la de razoável para boa, só que... já sabe né? A falta de capítulos acaba deixando a leitura muito arrastada.
Agora, se você não liga para esse detalhe, com certeza irá gostar do livro de Defoe, principalmente até a metade da história quando o autor narra os efeitos diretos da peste na vida dos moradores da Londres do século XVII.
Acredito que o verdadeiro precursor do new jornalism – que é o método de transformar uma reportagem numa criação literária – se chama Daniel Defoe. Quase 300 anos antes de Truman Capote e Tom Wolfe ficarem conhecidos como os precursores desse gênero literário com os bestsellers A Sangue Frio e Os Eleitos, respectivamente, Defoe com o seu Um Diário do Ano da Peste já tinha descoberto o new journalism.
Por isso mesmo, Um Diário do Ano da Peste se diferencia de todas as demais abordagens da epidemia de peste bubônica que assolou Londres no verão de 1665, dizimando a maior parte de seus moradores. Esta diferenciação com relação as demais obras que tratam desse assunto ocorre porque Defoe transformou uma farta informação jornalística de credibilidade inquestionável sobre a peste negra – como ficou conhecida no século XVII - num romance; numa obra ficcional. Com isso, o autor trama a narrativa fundindo fato e ficção, através de minuciosa coleção de detalhes.
Publicado em 1722, como relato de uma  testemunha ocular só identificada no final do texto pelas iniciais H.E., Um Diário do Ano da Peste é uma narrativa em primeira pessoa feita por um narrador anônimo e imaginário, sobre os horrores enfrentados pela cidade de Londres durante o surto de peste bubônica em 1665. Vale lembrar que Defoe tinha quatro anos de idade no período da peste; o livro só veio a ser escritor 55 anos depois.
No enredo, esse narrador que por alguns motivos não quis sair da cidade durante a peste, conta detalhes sobre a chegada e progressão da epidemia em Londres registrando observações e comentários à margem dos acontecimentos. O desenrolar da ação é determinado e conduzido pelo conflito entre as duas personagens centrais: de um lado, a peste se alastrando pela cidade; de outro, a população de Londres enfrentando, fugindo ou resistindo ao assalto repentino enfermidade.
Um Diário do Ano da Peste tem alguns trechos que podem impressionar os leitores mais sensíveis. Eu, mesmo, fiquei chocado com algumas passagens descritas pelo narrador fictício.
Nos deparamos com pessoas que sãs trancadas em suas casas juntamente com familiares doentes, uivos de mulheres desesperadas nas janelas das residências marcadas com a peste; valas abertas onde os cadáveres eram simplesmente jogados, sem terem sequer um enterro cristão, pois ninguém se arriscaria a ser contaminado; médicos que no afã de aliviarem o sofrimento dos pacientes chegavam ao ponto de jogar ácido ou outras substâncias corrosivas nas ínguas que surgiam nas virilhas, axilas e pescoço dos doentes na tentativa de supurá-las; mulheres grávidas que estavam doentes e que na hora no parto não encontravam ninguém para assisti-las já que médicos e parteiras não queriam se contaminar, com isso eram obrigadas a parir sozinhas. Cara, alguns trechos do livro, de fato, são trash.
Separei algumas passagens que achei bem impressionantes. Confiram:
 - “Às vezes, um homem ou uma mulher caía morto no próprio mercado, já que muitas pessoas tinham a peste e não sabiam até que a gangrena interior atingia os órgãos vitais, quando morriam em poucos minutos”
 - “Os inchaços que geralmente surgiam no pescoço ou na virilha, quando endureciam e não arrebentavam mais, tornavam-se tão doloridos que eram iguais a mais sofisticada tortura. Alguns incapazes de suportar o tormento atiravam-se pelas janelas, davam tiros ou se eliminavam de qualquer maneira”
- Por não terem nenhuma parteira ou médico para assisti-las, algumas mulheres grávidas feriram-se dando à luz... Devo dizer que crianças sem conta foram assassinadas... muitas vezes, mãe e filho se perdiam da mesma maneira”.
Estes são apenas alguns trechos, existem muitos outros considerados mais tensos e que exigirão estômago dos leitores.
Como disse no início do post, antes do final do livro, a história vai ficando um pouco redundante e somado ao texto corrido e falta de capítulos, o enredo acaba ficando cansativo.
Quero frisar que li a edição da Artes e Ofício Editora, quanto a publicação da L&PM não conheço, por isso não posso dizer se essa editora optou pela inclusão de capítulos ou pela manutenção do texto original.
Inté!

16/05/2020

Aparadores de livros personalizados: um tchan a mais em sua estante, independentemente de você ser leitor ou leitora


É claro que as peças mais importantes em uma estante de livros são os livros. Tá na cara, né? Mas também existem outras peças especiais que servem para dar aquele tchan, deixando a estante da sua sala de leitura com um visual mais chique – vejam bem, eu disse chique e não geek (rs) – e aconchegante. Estou me referindo aos aparadores de livros, não os aparadores comuns, mas aqueles personalizados.
Infelizmente ainda existem pessoas preconceituosas que acham que as estantes de leitores masculinos devem ter apenas e tão somente livros sem direito a nenhum tipo de decoração. Se por acaso, a 'tchurma' do preconceito visitar uma sua casa e enxergar algum porta marcador, bonequinhos customizados e os tais aparadores personalizados, que o dono se prepare  para as críticas e os ‘olhares tortos’. Na cabecinha dessa tchurma, estantes de livros com essas características cai bem apenas para leitoras e não para leitores.

Discordo dessa galera, tanto é que após reformar a minha mini biblioteca, quando implantei novas estantes nas paredes, decidi convidar alguns visitantes para fazer companhia aos meus bebês. E não é verdade que eles – bebês e aparadores personalizados – acabaram se entendendo às mil maravilhas?! Pois é, como divido os meus livros por gêneros (policial, ficção científica, terror, etc) passei a depender muito de aparadores ou separadores.
Depois de usar peças de madeira bem simples, por vários anos, decidi trocá-las por algo menos comum que contribuísse para modificar o visual do meu cantinho. Foi então, que optei pelos aparadores personalizados com diversas figuras. Por enquanto comprei apenas dois para sentir como ficaria o clima nas prateleiras de livros. Se aprovasse, compraria outros. E quer saber? Cara, adorei a mudança! Eles deixaram as estantes com um ar mais leve, descontraídas e ao mesmo tempo organizadas. Gostei tanto que pretendo comprar novas peças para fazer parte das outras prateleiras, e são muitas prateleiras: 22! Também estou pensando em fazer alguns desses apoiadores de livros aproveitando alguns materiais. Tipo bem artesanal, sabe? Vi num blog (confira aqui) ideias incríveis! Vocês não imaginam quantos materiais podemos aproveitar para transformá-los em aparadores.
Mesmo um telefone que você não use, pode ser transformado num aparador
Vários objetos podem servir para essa função, mas para deixá-los divertidos só é necessário um pouco mais de criatividade. Agora se vocês optarem pelo material pronto, lembro que há vários sites conhecidos que vendem aparadores fantásticos; com certeza vocês irão adorar. Entes eles posso citar: Mercado Livre, Americanas, Submarino, ELO7, Magazine Luiza, além de muitos outros. Os preços são os mais variados e para todos os gostos: de R$ 29,90 a R$ 80,00. Há outros ultrassofisticados que custam em média R$ 150,00, mas acho bobeira adquiri-los já que os mais simples acabam sendo o mais discretos e por isso mesmo, os mais marcantes.
E aí? Que tal você aderir a moda?

12/05/2020

Dúvida cruel: O Conde de Monte Cristo da Zahar ou da Martin Claret


Desde criança sou apaixonado pelos enredos criados por Alexandre Dumas. Já li, praticamente, todos eles ou pelo menos os mais conhecidos. A minha iniciação ficou por conta de Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan, depois vieram Edmond Dantès, o Visconde de Bragelonne, o Homem da Máscara de Ferro e por aí afora.  Mas confesso que de todas as histórias escritas pelo autor francês, a que mais prendeu a minha atenção foi O Conde de Monte Cristo. Que livro!
Lembro que li essa obra, pela última vez, há oito anos. Li a versão infanto-juvenil do enredo, mas com uma tradução excelente. Só viria descobrir, recentemente, que o texto original de Dumas tem, na realidade, mais de 1.300 páginas contando com vários detalhes que foram editados ou cortados nas publicações nfanto-juvenis.
Box da Zahar
Por isso, a minha próxima meta é adquirir o livro com o texto original para que novamente possa viajar com as aventuras de Dantès, o nosso Conde de Monte Cristo. Pretendia adquirir a obra já neste mês, mas como já havia comprado dois livros e alguns apoiadores de estantes, o meu orçamento acabou pipocando. Desta forma terei de esperar o fechamento da fatura que acontece no fim de maio para comprar o meu sonho de consumo, o qual aguardo ansiosamente.
Ao saber do texto original comecei a pesquisar nas redes sociais peculiaridades sobre o mesmo e onde podia encontra-lo. Fiquei sabendo, inicialmente da edição de luxo da editora Martin Claret, lançada em novembro de 2017 e confesso que balancei. Cara, a publicação é um show!
Edição da Martin Claret: Capa vermelha original e as duas jaquetas azul e branco
O livro é praticamente uma edição para colecionadores e apaixonados por clássicos, tamanha sua qualidade editorial. Em formato 16×23, o livro tem jaqueta dupla, ou seja, você pode escolher qual capa quer exibir em sua estante. Lembrando que a cor original da capa dura é vermelha. A tradução foi feita diretamente do francês por Herculano Villas-Boas, tradutor formado em Filosofia pela USP e mestre em Letras e Teoria Literária pela UNICAMP.
O que quase fez com que comprasse o lançamento da Martin Claret foi a tradução de Villas-Boas que recebeu muitos elogios dos leitores. E cá entre nós: tradução de uma obra é um ‘negócio’ muito importante, aliás, um ‘negócio’ fundamental. Cada vez mais o trabalho dos bons tradutores é indispensável. Esse cuidado por parte das editoras vai separar o que tem qualidade daquilo que fica próximo de uma tradução como se fosse via Google Translator. Por isso, a editora que não tomar os devidos cuidados corre o risco de ver sua marca perder credibilidade.
Volume 1 do box da Zahar
Mas acontece que o número de páginas do livro me assustou: 1.304!! Outro detalhe que acabou abalando a minha vontade de comprar a obra foi a capa original na cor vermelha que não gostei, achei simplória demais para uma edição de colecionador, além das jaquetas que não ajudaram. Na minha opinião, elas ficaram um pouco esquisitas: a ilustração traz uma peça de xadrez que reproduz uma sombra com detalhes em vermelho (representando sangue) e azul tendo no cone um crucifixo. Quanto a fonte das letras da jaqueta, também não ajudaram. Mesmo assim, estava disposto a esquecer esse detalhes e comprar o livro, mas então, poucos dias depois, tomei conhecimento da edição, também luxuosa, da Zahar lançada um ano antes (2016) e... quase tive um piripaque., mas um piripaque de emoção, de alegria.
A Zahar arrasou. Sente só: box ultra luxuoso contendo dois volumes em capa dura; caixa resistente com uma textura areosa contendo a ilustração de uma cela em formato de calabouço representando fielmente o que está escrito no enredo de Dumas, ou seja, a prisão desumana do Castelo de If onde Edmond Dantès ficou encarcerado durante 14 anos.
Volume 2 do box da Zahar
Quanto aos dois livros que fazem parte do box, só me resta dizer que são shows de bola. A ilustração da capa do primeiro volume com detalhes em azul, roxo e preto representa o momento em que Dantès, cercado por alguns guardas, é levado num barco para a prisão do Castelo de If. Já a capa do segundo volume, a cor vermelha, em vários matizes, predomina representando uma espécie de pôr do sol. Ao fundo, em preto, vemos o Conde de Monte Cristo já com todo o poder que o tesouro descoberto lhe proporcionou, além da imagem, em segundo plano, do Castelo de If.
A lombada dos dois livros é da cor escura, mas em tecido deixando os livros ainda mais charmosos e principalmente resistentes, sem o risco de ficarem soltando páginas. Ah! Antes que mês esqueça, trata-se de uma edição ilustrada e comentada com notas de rodapé. É mole?!
Fiquei muito feliz porque nesta publicação da Zahar as mais de 1.300 páginas foram divididas em dois volumes o que nos dá a ilusão de um calhamaço de páginas bem menor.
Pois é galera, só restava um detalhe fundamental para decidir se optava pela Zahar ou Martin Claret. Este detalhe se chamava tradução.
E lá vou eu investigar. Cara, a tradução da Zahar feita por Rodrigo Lacerda e André Telles, fãs de longa data de Dumas, ganhou o prêmio Jabuti de tradução! Vale lembrar que a partir de 1978 o prêmio Jabuti passou a ter a categoria tradução. 
Será que preciso dizer mais alguma coisa? Pronto! A minha decisão já estava tomada: coloquei no carrinho de compras o box com os dois livros da Zahar. E quer saber mais? Não esperei fechamento da fatura do meu cartão de crédito; ao concluir essa postagem, já inclui os R$ 141,00 do box mais o valor do frete no orçamento desse mês.
O importante é que fiquei muito feliz com a compra.
Inté!

09/05/2020

Adeus, Mr. Chips


Ganhei Adeus, Mr. Chips de uma professora ainda nos meus tempos de colegial. Ganhei mas não li imediatamente. Acho que não me interessei pela história naquele momento. Só fui ter vontade de ler o livro de James Hilton anos depois, logo após ter assistido ao filme baseado na obra e que passou nos cinemas em 1969. Assisti bem depois de seu lançamento nas telonas, ainda na época do VHS. Lembro, como se fosse hoje, daquele professor sisudo e conservador, mas humano, que aos poucos vai se transformando num homem bem humorado e assim, conquistando a simpatia de seus alunos. Este professor, o Mr. Chips do título, foi interpretado pelo excelente ator Peter O’Toole, falecido em 2013. Cara, adorei o filme; gostei tanto que logo em seguida fui ler o livro. Depois, que eu me lembre, reli a obra outras várias vezes, uma delas, recentemente.
Através de um enredo simples e fluído, o autor mostra em menos de 100 páginas, o modo de vida, de pensamento e a ideologia do início do século XX na Inglaterra e de uma forma geral, no mundo.
Através de diálogos ou então por meio de menções nos capítulos, o leitor passa a conhecer ainda a cultura pop daquela época. Há momentos, de fato, emocionantes em Adeus, Mr. Chips. Independentemente do número de vezes que você lê a história, esses momentos nunca vão perder a sua carga emotiva.
Hilton conta a saga de um professor de línguas latinas, chamado Mr. Chipping, mais conhecido por Mr. Chips. A história se desenrola entre o período de 1870 e aproximadamente 1932, na ainda tradicional Inglaterra. Mas na verdade a história inicia-se já no presente do personagem em seus últimos tempos de vida, só nos capítulos seguintes é retoma toda a trajetória do personagem ao longo do tempo desde o seu ingresso como professor na escola Brookfield, fundada ainda no século XVIII.
Costumo dizer que o livro mostra o crescimento como ser humano do personagem principal. Aos poucos, Chips vai superando todas as barreiras dentro da escola e ao mesmo tempo mudando parte da sua personalidade até se transformar em um ícone dentro da instituição.
Muitos de vocês que estão lendo essa resenha, podem achar que o enredo de Hilton é parecido com os diversos filmes sobre professores que ‘pegam’ aquelas classes de alunos rebeldes e que aos poucos vão colocando essa galera nos eixos. Adeus, Mr. Chips é muito mais profundo, pois faz os leitores refletiram sobre diversas situações, como por exemplo, a I Guerra Mundial. O livro aborda como o conflito afeta a escola, além da vida dos alunos e professor.
A passagem do bombardeio que acontece perto do estabelecimento de ensino onde Chips encontra-se lecionando naquela ocasião é épica. O professor faz questão de não interromper a sua aula de latim apesar das bombas que explodem nas imediações. Confiram esse trecho: ‘Ouviram-se quase instantaneamente os primeiros tiros de canhões e, fora, começaram a cair aqui e ali muitas granadas. Chips teve a impressão de que eles podiam ficar exatamente onde se encontravam, no rés do chão do internato. Edifício de construção sólida, era dos melhores abrigos que Brookfield podia oferecer; e, quanto ao caso de uma granada acertar-lhes em cheio, em tal conjuntura não podiam esperar salvação, estivessem onde estivessem.
Desse modo, continuou Chips com o seu latim, erguendo mais a voz no meio das detonações retumbantes dos canhões e do uivo agudo das granadas anti-aéreas.’
Apesar das explosões de bombas, granadas e tiros de canhão perto da escola, aos poucos, o professor com a sua retórica, segurança e bom humor vai conquistando a confiança de seus alunos apavorados conseguindo até mesmo, arrancar algumas risadas. No final todos se esquecem do bombardeio e começam a prestar atenção na aula.
Achei esse capítulo incrível.
O livro tem muitas outras passagens fantásticas, as quais não quero estragar com spoilers. Quanto menos falar escrever melhor, afinal o livro só tem 92 páginas.
Detalhes técnicos
Título: Adeus, Mr. Chips
Autor: James Hilton
Ano: 1974
Páginas: 92
Editora: Record


05/05/2020

10 livros infantojuvenis que os adultos irão adorar


Sabe aquela máxima que todo leitor de carteirinha respeita? “Ler o que quiser e onde quiser”? Infelizmente nem todos agem assim e dependendo do livro, preferem lê-lo escondido, longe dos lugares públicos e consequentemente dos olhares curiosos. Acredito que o gênero infantojuvenil é um dos mais discriminados por alguns leitores adultos que apesar de amarem a história, ainda preferem lê-la escondido para que os outros não pensem coisas do tipo: “Nossa! Com essa idade, ainda lendo livro infantil!”.
Fico triste com essa atitude e mais triste ainda com aqueles que criticam o fato de um adulto ler uma obra do gênero. Senti isso na pele há alguns anos quando no intervalo de um congresso, saquei da minha pasta O Meu Pé de Laranja Lima. A minha atitude causou o maior furor entre alguns profissionais que participavam do seminário. Me diverti com as expressões ‘horrorizadas’ de alguns participantes que só faltavam me apontar os dedos, entortarem as bocas e gritarem: “Indigno!!” Pensei comigo mesmo: - ‘Cara, imagine se eu tivesse escolhido A Princesinha de Frances Hodgson Burnett! Acho muitos, ali, sofreriam um enfarte.’
Acredito que as pessoas que pensam como os meus ‘acusadores’, foram condicionadas apenas a leituras técnicas desde que nasceram, não tendo o privilégio de ter nas mãos um Júlio Verne, Monteiro Lobato, Mark Twain ou C.S. Lewis.
É evidente que os livros técnicos atinentes as nossas profissões são importantes, mas não devemos respirar e nos alimentar apenas deles. Os romances policiais, de terror, de ação, de ficção científica e claro os infanto-juvenis também são essenciais em nossas vidas. Galera, temos que ter um tempo para viajarmos nas asas da imaginação que somente um bom enredo pode nos oferecer. Pena que alguns leitores abitolados ou quem sabe, enrustidos, não pensem dessa maneira.
Gente, o gênero infantojuvenil tem enredos fantásticos capazes de agradar não somente as crianças, mas também os adultos. Histórias que fazem muitos crescidinhos embarcarem numa viajem maravilhosa. Por isso, nada de ficar acanhados de ler em público qualquer uma dessas dez indicações do gênero que são considerados verdadeiros clássicos da literatura. Vamos a elas:
01 – O Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vaconcelos)
Vou começar pelo livro que causou espanto nos meus colegas de congresso. Talvez se eles soubessem que a obra de José Mauro de Vasconcelos foi traduzida em 52 línguas, ganhou duas adaptações cinematográficas, além de três novelas, não tivessem ficado tão decepcionados comigo. Ah! Será que eles sabiam que o livro também é autobiográfico, ou seja, narra a infância ingênua e sofrida do autor da obra enquanto tenta ser criança num mundo cheio de problemas de adultos? Com certeza não sabiam.
Fiquei fã de carteirinha do personagem Zezé, uma criança pobre, de seis anos, inteligente e sensível. Carente de um afeto que não encontra na família, Zezé aprende tudo sozinho e inventa para si um mundo de fantasia em que seu grande confidente é Xururuca, o pé de laranja lima. As suas conversas com a árvore são emblemáticas e ao mesmo tempo emocionantes.
Um dos motivos que leva os adultos a gostar de O Meu Pé de Laranja Lima, são as emoções que ele desperta, algumas bem fortes. No meu caso, ainda me recordo, que parte dos sentimentos de Zezé era semelhante aos meus. E vou mais além, o desabafo que o personagem fazia toda vez que ‘conversava’ com o seu pé de laranja representava o desabafo que muitas crianças daquela época gostariam de fazer com alguém, mas não podiam - por não terem esse alguém ou, simplesmente, não confiarem em nenhuma pessoa.
O pé de laranja lima que está plantado na casa de Zezé é o seu melhor amigo: ouve, fala, brinca, dá conselhos. Xururuca é incrível! O amigo que todos nós, crianças daquele tempo, gostaríamos de ter.
02 – Os Três Mosqueteiros (Alexandre Dumas)
Alexandre Dumas conseguiu escrever um livro para todas as idades e que apesar do tempo – foi escrito em 1844 – ainda continua sendo lido prazerosamente por jovens e adultos. Este é um dos motivos que faz com que a obra de Dumas seja considerada um divisor de águas no gênero, com o poder de “enfeitiçar e seduzir” leitores há mais de 160 anos. Realmente, não dá para comparar Os Três Mosqueteiroscom os Best-Sellers contemporâneos lançados há pouco tempo e que já caíram no esquecimento total. Livros que brilharam somente por alguns meses ou poucos anos.
Além do mais, Alexandre Dumas conseguiu uma verdadeira proeza na época: popularizar um romance histórico, transformando-o em capa e espada, mesclando personagens reais e imaginários.
O sucesso de Os Três Mosqueteiros foi tanto que deu origem a inúmeras peças de teatro, produções cinematográficas e televisivas.
No decorrer de mais de um século já transformaram a história de Dumas em comédia, drama, pastiche e por aí afora. Costumo dizer aos meus amigos que, por tudo isso, Os Três Mosqueteiros se transformou numa obra globalizada, conhecida nos quatro cantos do mundo.
Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan tornaram-se personagens queridos não só dos jovens, mas também dos adultos.
03 – Vinte Mil Léguas Submarinas (Júlio Verne)
VinteMil léguas Submarinas é uma leitura adequada para os leitores infantojuvenis e adultos, sem distinção. A obra do francês Júlio Verne pode ser considerada antológica e faz parte dos grandes clássicos da literatura mundial, superando classificação por gêneros, podendo ser lida pelo público adulto, infantil ou infanto-juvenil. A história irá agradar a todos. Verne ajudou a estabelecer um tipo de romance que, sem abrir mão por um segundo da mais eletrizante carga de entretenimento, apresentava e discutia as principais questões que norteavam o conhecimento científico de seu tempo.
Vinte Mil Léguas Submarinas teve 13 adaptações para os cinemas, entre longas e curtas metragens, além de animações, mas acredito que a mais famosa de todas foi a de 1954 produzida pelos Estúdios Disney com Kirk Douglas no papel do professor Aronnax e James Mason como o lendário Capitão Nemo.
04 – O Jardim Secreto (Frances Hodgson Burnett)
OJardim Secreto da escritora inglesa Frances Hodgson Burnett merece ganhar, tranquilamente, o status de obra atemporal. Podem passar décadas e mais décadas que a história emocionante dos pequenos Mary, Collin e Dickon jamais cairá no esquecimento.
Este clássico da literatura infanto-juvenil que teve uma adaptação cinematográfica em 1993 marcou a infância de muitos adultos, rendendo lágrimas e boas risadas. O filme dos anos 90 fez tanto sucesso que ganhou um remake que deve estrear em agosto nos cinemas.
A história de Frances Burnett me seduziu de tal maneira que acabei lendo o livro em dois dias; do tipo: numa tacada só. Já havia lido e gostado de A Princesinha, da mesma autora, e por isso, decidi comprar O Jardim Secreto com a certeza de que iria devorar o enredo. Acertei em cheio.
O livro narra a história de Mary, uma menina nascida na Índia, de pais ingleses, que após se tornar órfã retorna à Inglaterra para viver com o tio em sua grande propriedade campestre. Tímida e cheia de complexos, pois se acha muito feia, comparada à beleza da mãe, Mary é desagradável de trato, malcriada e cheia de vontades; enfim uma criaturinha difícil. Ela começa a mudar quando conhece dois amigos: Collin e Dickon. A partir desse encontro, Mary começa a descobrir o valor da verdadeira amizade.
Uma leitura fantástica para todas as idades.
05 – Caninos Brancos (Jack London)
O escritor, jornalista e ativista social norte-americano Jack London tinha uma facilidade incrível para conquistar tanto os jovens quanto os adultos com as suas obras. Caninos Brancos, um de seus mais belos romances, lançado em 1906 é a prova latente disso.
London que faleceu em 1916 possuía uma prosa de qualidade, densa e, ao mesmo tempo, simples, podendo, dessa maneira, ser lida, com igual prazer, por crianças, adolescentes e adultos.
Caninos Brancos é um lobo nascido no território de Yukon, no norte congelado do Canadá, durante a corrida do ouro que atraiu milhares de garimpeiros para a região. Capturado antes de completar um ano de idade, é usado como puxador de trenó e obrigado a lutar pela sobrevivência em uma matilha hostil. Mais tarde repassado a um dono inescrupuloso, é transformado em cão de rinha. Resgatado por um homem “não-selvagem”, o animal readquire, por assim dizer, sua “dignidade” e, aos poucos, volta à natureza. 
Percorrendo o caminho inverso ao do traçado em seu outro livro: O Chamado Selvagem(1903), em que um cão domesticado é obrigado a se adaptar à vida na natureza, em Caninos Brancos, o autor narra a história de um animal que precisa suprimir seus instintos para sobreviver na civilização. Grande sucesso de público desde o lançamento, já foi traduzido para mais de oitenta idiomas e adaptado diversas vezes para o cinema, os quadrinhos e a TV.
Um livro que, certamente, irá agradar os baixinhos e os adultos.
06 – Saga Harry Potter (J.K. Rowling)
Os sete livros da saga Harry Potter (Harry Potter e a Pedra Filosofal, HarryPotter e a Câmara Secreta, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, HarryPotter e o Cálice de Fogo, Harry Potter e a Ordem da Fênix, Harry Potter e oEnigma do Príncipe e Harry Potter e as Relíquias da Morte) não só aumentou o interesse de crianças e jovens pela leitura com também abriu caminho para o gênero Young Adult (YA), ou jovem adulto, caracterizado por obras infantojuvenis com temática mais séria, por vezes ligada a bullying, doença, e suicídio – gênero que, na prática, atrai leitores de todas as idades.
Harry Potter foi um dos grandes responsáveis por expandir o mercado editorial. Seu enredo e linguagem conquistaram leitores em todo o mundo, mas, mais importante que isso, Harry Potter foi a porta de iniciação para muitos não-leitores. Muitos jovens começaram e ainda começam a ler a partir dessa saga. 
Desde o lançamento do primeiro romance, Harry Potter e a Pedra Filosofal, em 26 de junho de 1997, os livros ganharam uma imensa popularidade, aclamação da crítica e foram um sucesso comercial em todo o mundo. A série também recebeu algumas críticas, incluindo a preocupação com o tom cada vez mais sombrio conforme a história progredia. A saga de J.K. Rowling foi traduzida para 73 idiomas deixando evidenciada a sua grande popularidade entre crianças, jovens e adultos. Os últimos quatro livros, consecutivamente, foram considerados os mais vendidos da história, sendo que As Relíquias da Morte que fecha a saga, vendeu cerca de 11 milhões de cópias nos Estados Unidos nas primeiras 24 horas após o seu lançamento.
Vale muito a leitura. Viagem garantida para crianças, jovens e adultos.
07 – O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)
Alexandre Dumas (1802-1870) não escreveu O Conde de Monte Cristo direcionado para os jovens. Tanto é verdade que trata-se de um enredo pesado, sórdido, onde os temperos principais são a inveja, traição e mortes. Mas a história do marinheiro Edmund Dantès fez tanto sucesso ao longo das décadas que o texto original de Dumas acabou ganhando várias versões para o cinema, televisão, quadrinhos, além de adaptações para o público infanto-juvenil. Resultado: O Conde de Monte Cristo acabou se tornando unanimidade entre leitores de várias faixas etárias.
No enredo desenvolvido por Dumas, Dantès é um jovem leal e íntegro, prestes a ser promovido e a se casar, o que desperta a inveja do amigo Danglars. Este, com a ajuda de comparsas, o envolve numa intriga política. Dantès é condenado e segue para a pior prisão do Estado, o castelo de If. Os anos passam, e Dantès perde a esperança de que a justiça seja feita. Até conhecer outro prisioneiro, o abade Faria.
A partir daí a ação se precipita: Dantès escapa da prisão, alia-se a piratas, toma posse do tesouro escondido na ilha de Monte Cristo e volta a Paris, disfarçado, para se vingar. O texto original ocupa mais de mil páginas, já as versões infanto-juvenis são infinitamente mais reduzidas.
08 – As Crônicas de Nárnia (C.S. Lewis)
AsCrônicas de Nárnia é uma daquelas histórias fantásticas que transcendem os limites da fantasia e encantam gerações, entre os quais crianças, jovens e adultos. Aliás, a obra de C.S. Lewis foi escrita para crianças, mas devido a sua complexidade e criatividade, continua a envolver adultos e nos leva a todos ao mágico mundo de Aslam.
As Crônicas de Nárnia tem o poder de transportar o leitor para o interior de suas páginas. É como entrar no âmago da história e fazer parte dela, vivendo as mesmas aventuras dos seus personagens. O autor irlandês consegue criar esse clima com a magia de seu texto.
Com certeza, adultos e crianças viajaram com as peripécias de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia que certo dia foram parar no reino de Nárnia. Lá deixaram de ser crianças comuns para se tornarem reis e princesas de uma terra mágica. Quem não se encantou com o enigmático e justo leão Aslan; com o valente príncipe Caspian ou então torceu pela queda da maldosa feiticeira?
Todos os sete volumes de As Crônicas de Nárnia foram escritos entre 1949 e 1954, tendo sido publicados originalmente no Reino Unido pela editora Harper Collins entre 1950 e 1956.
Em 2009, a editora Martins Fontes lançou uma edição especial de 750 páginas, reunindo os sete volumes de “As Crônicas de Nárnia”.
09 – As Aventuras de Tom Sawyer (Mark Twain)
Escrito em 1876 pelo norte-americano Mark Twain, esse clássico acompanha as peripécias do personagem título e seus amigos, todos moradores de uma pequena cidade nas margens do Rio Mississippi, em pleno século 19. É um livro infanto-juvenil mas que conquistou também os adultos que ao lerem passaram a ter uma noção de como era ser criança antigamente.
Tom Sawyer é um jovem órfão que vive com seu irmãozinho Sid na casa de sua tia Polly. Preguiçoso de marca maior, ele se recusa a fazer qualquer esforço, salvo quando se trata de seduzir a bela Becky. Com seu companheiro Huck, Tom se entrega a todo tipo de bagunça; os dois vivem pregando peças e pintando o sete, até o dia em que testemunham um assassinato.
O personagem exerceu grande influência na cultura dos E.U.A. no século XX. Desta forma, são encontradas diversas citações a seu nome em campos que vão da música às histórias em quadrinhos
O personagem criado por Mark Twain também é citado no livro de Umberto Eco A Misteriosa Chama da Rainha Loanna. Já nos quadrinhos, Tom Sawyer  é citado pelo corvo Matthew no 10º volume da série Sandman – Despertar.
As Aventuras de Tom Sawyer é uma leitura viciante que fará a alegria não só das crianças e adolescentes, mas também dos adultos.
10 – Contos dos Irmãos Grimm (Irmãos Grimm)
Para quem não sabe, os clássicos Chapeuzinho VermelhoCinderelaBranca de Neve e João e Maria foram escritos pelos Irmãos Grimm.
Para aqueles que duvidam que outros contos escritos pelos autores são leituras apenas para as crianças, é bom lembrar que algumas dessas histórias são releituras de lendas populares da Idade Média, mas que no decorrer dos anos, foram adaptadas para o público infantil.
Prova de que os contos dos irmãos Grimm, no início, não eram tão adequados para as crianças é que os primeiros volumes foram muito criticados porque, embora fossem chamados "Contos Infantis", não foram considerados adequados para crianças, tanto pela informação científica contida quanto pelo tema.
Muitas mudanças entre as edições - tal como a troca da mãe malvada da primeira edição em Branca de Neve e João e Maria por uma madrasta - foram provavelmente feitas visando tal adequação, além da remoção de referências sexuais, como Rapunzel inocentemente perguntando por que o seu vestido estava ficando apertado em sua cintura, revelando ingenuamente sua gravidez e a visita do príncipe à sua madrasta. Porém, em muitos aspectos, a violência, particularmente ao punir vilões, foi aumentada.
Um adulto, ao ler estes contos na versão original, iria se deparar com referências a temas bastante sérios, como a pobreza, a negligência familiar, a violência sexual, entre outros.
Mesmo com versões amenizadas, as histórias conseguem encantar a maioria dos adultos que viajam ao lerem “João e Maria”, “Rapunzel”, “O Lobo e as Sete Crianças”, “O Príncipe e a Princesa”, além de outros.
Valeu galera, espero que essa lista tenha auxiliado os leitores adultos e jovens que interessados em ler um bom livro infanto-juvenil.
Inté!

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