28/07/2020

Graphic novel sobre o maior serial killer da França chega ao Brasil em agosto. “Henri Désiré Landru” já está em pré-venda


A editora Pipoca e Nanquim não está para brincadeiras, depois de verdadeiras obras primas como a trilogia com as aventuras de Conan, O Bárbaro e os quadrinhos de Beowulf, agora ataca com outra super novidade e que certamente irá agradar os leitores, fãs de graphic novels, que apreciam histórias sobre serial killers.
Chega no dia 21 de agosto nas livrarias brasileiras a edição luxuosa em quadrinhos de Henri Désiré Landru. E bota luxuosa nisso: formato grande, capa dura com verniz localizado, lombada redonda e 148 páginas em preto e branco, impressas em papel offset de alta gramatura.
A obra de Christophe Chabouté, reverenciado quadrinista francês de Solitário, Um Pedaço de Madeira e Aço e da adaptação Moby Dick, destrincha todos os detalhes relacionados à vida e aos crimes do assassino em série que chocou os franceses no início do século XX. 
Num momento conturbado, em que a França estava mergulhada na Primeira Guerra Mundial e o povo se encontrava fragilizado pela criminalidade e pela falta de recursos, Henri Désiré Landru, um vigarista profissional acostumado a aplicar golpes e pequenos estelionatos, se viu no cenário ideal para cometer seus piores crimes e enriquecer ilicitamente. Após seduzir e ganhar a confiança de viúvas de soldados mortos na guerra, ele as assassinava para ficar com todo o seu dinheiro e pertences.
Fotos de Henri Désiré Landru no dia de sua prisão
Landru atuou por anos sem ser pego pela polícia e tornou-se o assunto mais comentado pela imprensa da época, ávida por notícias macabras e sensacionalistas que desviassem a atenção do povo de questões políticas relevantes. De 1914 a 1918, Landru eliminou onze vítimas: dez mulheres e um filho adolescente de uma delas. Após matar as suas vítimas, ele cortava seus corpos e queimava as partes. 
Os métodos variavam, assim como os lugares que o serial killer desovava os restos mortais, fazendo com que a polícia achasse que as vítimas estavam desaparecidas, não mortas.
Landru usava uma grande variedade de lugares para atrair as mulheres, como se percebe nas correspondências com elas. Dessa forma passava-se também a impressão de que os crimes não possuíam ligação um com o outro e que eram cometidos por pessoas diferenças.
O julgamento de Henri foi considerado um espetáculo. O caso foi tão acompanhado pelos jornais da época, que tinha mais destaque que as negociações do acordo de Versalhes (com o objetivo punir a Alemanha pela guerra).
O serial killer foi sentenciado à guilhotina e, em 25 de fevereiro de 1922, dia de seu aniversário de 52 anos.
Caraca!! Agora, imagine tudo isso contado no formato de graphic novel! Demais, não acham?!
A boa notícia para os leitores que quiserem garantir o seu exemplar, antecipadamente, é que Henri Désiré Landru já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais, entre as quais, a Amazon.
Boa leitura!


25/07/2020

O Conde de Monte Cristo (texto integral)


Algumas pessoas que leram o texto integral de O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas acharam a história maçante e com isso acabaram abandonando a leitura. Vejam que eu disse apenas “algumas pessoas” porque a grande maioria amou o enredo. Fui um desses que devorou o livro. Amo histórias com muitos diálogos. Prefiro esse tipo enredo ao invés daqueles com excesso de descrições. Sei lá, acho esse tipo de texto muito cansativo, por isso quando leio alguma obra com uma torrente de diálogos entre os seus personagens, caráculas! Como me deleito! Taí o motivo de ter me dado tão bem com o Conde.
Posso dizer que no livro de Dumas, os personagens conversam à vontade, sem nenhuma vergonha. E isso deixa evidente o quanto o autor era bom; um verdadeiro gênio, porque escrever um enredo com mais de 1.300 páginas recheadas de diálogos não é para qualquer um. Tenho o hábito de dizer que você conhece um escritor diferenciado quando ele consegue colocar na boca de seus personagens frases interessantes. Na minha opinião, um autor que tem dificuldades para escrever diálogos é um profissional limitado, com raríssimas exceções, sendo uma dessas exceções – aliás, a única que eu conheço – um dos mestres do terror chamado H.P. Lovecraft que sofria uma atrapalhação danada quando ia compor alguns diálogos para os personagens de suas histórias; e quando conseguia, eles eram, simplesmente, sofríveis. Por isso, os seus livros são tão descritivos, aliás, descritivos a exaustão. Mesmo assim, Lovecraft conquistou – merecidamente – o seu espaço na galeria dos escritores diferenciados.
Além dele, juro que não conheço mais ninguém que tenha esse tipo de dificuldade e possa ser considerado um escritor talentoso.
Mas vamos voltar ao assunto principal desse post. Estava me referindo aos diálogos de O Conde de Monte Cristo. Pois é, eles são cativantes. Galera, é como se o leitor estivesse ali, dentro do contexto da narrativa, ouvindo ou participando da conversa entre os personagens.
Dumas constrói diálogos marcantes. Emocionei-me com as conversas entre Valentine e seu amor secreto, Maximilien Morrell, além do seu avó Nortier; queria voar nas gargantas de Mondego, Danglars e Caderousse no momento em que conversaram, ardilosamente, preparando a armadilha que levaria Edmond Dantès à prisão no Castelo de If; me diverti demais com as peripécias de Luigi Vampa, Peppino e o todo o seu núcleo de bandidos; me apaixonei por Haydée, putz que personagem... e, finalmente, fiquei comovido com a amizade entre Dantès e o abade Faria. Ah! Quanto a Mercedes, a noiva de Dantès, vivi uma tempestade de sentimentos: raiva, carinho, decepção, pena, tudo misturado.
Acredito que todo esse rol de emoções só foi possível graças aos diálogos perfeitos entre os personagens envolvidos na ação. Dumas não economizou nas ‘conversações’. Talvez, por isso, os poucos leitores que não gostaram da obra sejam aqueles que não são tão adeptos dos enredos com essa característica, preferindo aqueles mais descritivos.
O Conde de Monte Cristo foi publicado, inicialmente, como Folhetim de 1844 a 1846, o livro conta a história de um marinheiro que foi preso injustamente, após ter sido vítima de uma trama ardilosa armada por três pessoas que ele julgava ser seus amigos. Nas masmorras do Castelo de If, conhece o abade Faria de quem fica amigo. Quando o abade morre, ele escapa da prisão e toma posse de uma misteriosa fortuna. O marinheiro, agora em condições financeiras, pode vingar-se daqueles que o levaram à vida de prisioneiro.
É considerado, juntamente com Os Três Mosqueteiros, uma das mais populares obras de Dumas, e é frequentemente incluída nas listas de livros mais vendidos de todos os tempos.
Vale lembrar que eu já havia lido O Conde de Monte Cristo antes, mas na versão infantojuvenil com pouco mais de 300 páginas (aqui). Gostei tanto da história que acabei me interessando pela edição integral. Escolhi o box da editora Zahar com a edição comentada e ilustrada que está divino.
A tradução viva do texto integral feita por André Telles e Rodrigo Lacerda é uma verdadeira pérola. Tão bem feita que foi a vencedora do prêmio Jabuti em sua categoria. O box da Zahar tem dois volumes com 170 gravuras de época e mais de 500 notas explicativas, além de uma rica apresentação e cronologia de vida e obra do autor. A versão impressa da Zahar apresenta ainda capa dura e acabamento de luxo.
Recomendo muito, não só pelo seu visual esmerado, mas principalmente pela qualidade de seu texto, e claro... pela qualidade dos diálogos.
Inté!

22/07/2020

10 novelas brasileiras baseadas em livros


O post de hoje irá agradar os chamados noveleiros de plantão. Acredito que muitos de vocês já assistiram várias novelas famosas sem sequer imaginar que um dia elas estiveram presentes nas páginas de um livro. O que estou dizendo é que os enredos de muitas telelágrimas, na realidade não tiveram nada de originais, sendo adaptados de obras literárias de grande sucesso.
Confiram essa postagem onde cito 10 novelas brasileiras que tiveram os seus roteiros baseados em livros de grande sucesso. Vamos lá!
01 – Éramos Seis (1958, 1967, 1977 e 1994)
Livro: Éramos Seis (Maria José Dupré)
A trama publicada originalmente em 1943 e desenvolvida pela famosa escritora de Botucatu, Maria José Dupré, emocionou várias gerações de leitores brasileiros. A história de Dona Lola, uma abnegada dona de casa ante as dificuldades no casamento e na criação dos filhos, que termina seus dias em uma asilo, acabou indo parar na televisão. Teve quatro adaptações: pela TV Record em 1958, com Gessy Fonseca; pela TV Tupi duas vezes, em 1967, com Cleyde Yáconis, e em 1977, com Nicette Bruno; e pelo SBT, em 1994, com Irene Ravache.
Uma nova adaptação do livro Éramos Seis foi ao ar recentemente na Globo no horário das 18 horas com Glória Pires como a protagonista.
02 – O Outro Lado do Paraíso (2017)
Livro: O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)
Quem não perdeu um só capítulo de “O Outro Lado do Paraíso”, novela das 21 horas da Rede Globo que foi ao ar no período de 23 de outubro de 2017 a 12 de maio de 2018 deve ter notado muitas semelhanças com o romance O Conde de Monte Cristoescrito por Alexandre Dumas em 1844.
No livro, um marinheiro chamado Edmond Dantes é preso injustamente após uma armação promovida por três pessoas. Na prisão, ele conhece um abade que lhe dá o caminho das pedras para um tesouro. Ele escapa, coloca a mão no tesouro e parte para sua vingança contra os seus algozes.
Já na novela, a história da personagem Clara (Bianca Bin) reproduz sem disfarces inúmeros aspectos do drama de Dantès. Em alguns momentos, parece que o romance está sendo refeito.
O confinamento numa ilha, o isolamento por anos no hospício, a ajuda de uma mentora, a fuga dentro do caixão e o enriquecimento que virá posteriormente. Meu! Clara está passando, com mínimas variações, por tudo que o herói de Dumas experimentou. Sem contar que o próprio Walcyr Carrasco, autor de “O Outro Lado do Paraíso”, confessou na época, que realmente se inspirou no antológico romance para escrever a sua obra.
03- A Escrava Isaura (1976 e 2004)
Livro: A Escrava Isaura (Bernardo Guimarães)
A novela A Escrava Isaura que saiu das páginas do romance de Bernardo Guimarães publicado em 1875 ganhou duas adaptações. A primeira, em 1976 foi feita por Gilberto Braga e teve no papel da protagonista, a atriz Lucélia Santos. Foi a novela mais reapresentada pela Globo com cinco reprises. A Escrava Isaura é considerado um dos maiores sucessos da emissora na faixa das 18 horas.
Com relação versão da Record, de 2004, e que foi ao ar no horário das 19H00 recebeu algumas críticas por “copiar” a trama levada ao ar pela Globo, mesmo assim, a novela se transformou num grande sucesso. Tanto é, que acabou sendo reprisada pelo canal do bispo Edir Macedo em 2017. A atriz escolhida pela Record para viver a escrava Isaura foi Bianca Rinaldi.
Quando ao livro de Guimarães, se tornou muito popular na época de sua publicação graças ao apelo abolicionista mesclado ao sentimentalismo. O romance A Escrava Isaura foi um sucesso sobretudo entre o público feminino que se compadeceu do sofrimento da heroína cativa. 
04 – O Meu Pé de Laranja Lima (1979, 1980 e 1998)
Livro: O Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos)
O romance juvenil de José Mauro de Vasconcelos escrito em 1968 pode ser considerado um clássico da literatura brasileira.  Meu Pé de Laranja Lima foi traduzido para 52 línguas e publicado em 19 países, sendo adotado em escolas e, posteriormente, adaptado para o cinema, televisão e teatro.
A emocionante história de um menino de seis anos chamado Zezé que pertencia a uma família muito pobre e numerosa tendo como grande confidente e amigo um pé de laranja lima o qual ele chamava de Xururuca foi parar na televisão em três novelas: TV Tupi (1970), Rede Bandeirantes (1980) e novamente na Bandeirantes em 1998.
A alegria e a tristeza não poderiam estar mais bem combinadas do que no enredo criado por Vasconcelos. E isso, se não explica, justifica a popularidade imensa alcançada pelo livro.
Meu Pé de Laranja Lima pode parecer uma história “batida”, por conta das inúmeras adaptações para o teatro, TV e cinema. Contudo, é uma história impressionante, tocante, linda demais para ser ignorada pelos leitores.
Mesmo após 51 anos, a obra do escritor carioca José Mauro de Vasconcelos continua um sucesso absoluto. 
05 – A Padroeira (2001)
Livro: As Minas de Prata (José de Alencar)
As Minas de Prata, romance de José de Alencar, foi dividido originalmente em dois volumes. O primeiro foi publicado pela primeira vez em 1865, e o segundo, em 1866. As Minas de Prata mostra o Brasil na época, como colônia de Portugal. Anos em que havia grande interesse europeu em terras brasileiras para a exploração do pau-brasil, madeira que existia com abundância na costa brasileira.
Neste período, o nosso País vivia sob constantes ameaças holandesas, espanholas e da Companhia de Jesus. É neste meio que estão as minas de prata, que assim, dá origem à história de José de Alencar.
A fortuna prometida pelas lendárias minas de prata de Robério Dias teria o poder de decidir o destino da colônia. No entanto, para defender o Brasil e o grande amor que sente por Inês ou Inesita, Estácio - filho de Robério Dias - teria que resgatar o roteiro das minas que fora deixado pelo seu avô Moribeca, antes de morrer.
Entonce... o autor Walcyr Carrasco gostou tanto dessa trama desenrolada no século XVIII que acabou adaptando-a para a TV. Nascia assim, a novela “A Padroeira” que foi ao ar pela Rede Globo em 2001 no horário das 18 horas.
06 – Tieta (1989)
Livro: Tieta do Agreste (Jorge Amado)
Tieta que foi ao ar entre 1989 e 1990, às 20 horas, pela Rede Globo de Televisão – naquela época as novelas do horário nobre começavam as 20 e não às 21h30m -  estreou com média de 70 pontos na Grande São Paulo. Em sua penúltima semana, entre 19 e 24 de março de 1990, Tieta registrou uma média de 71 pontos. Seu último capítulo marcou 78 pontos. Por essas marcas, Tieta é tida como um dos maiores sucessos na história das telelágrimas brasileiras.
Impossível não se lembrar de Betty Faria como a sensual Tieta ou então de Joana Fomm vivendo a vilã Perpétua, irmã da protagonista. De fato, uma novela que marcou época.
O livro de Jorge Amado também não ficou para trás e se transformou num verdadeiro clássico da literatura nacional.  Lançado em 1977, a obra apresenta uma situação dramática clássica: a de uma adolescente que denunciada por sua irmã Perpetua a seu pai Zé Esteves de suas aventuras e liberdade recebe uma surra de cajado, e é escorraçada de casa pelo pai. Depois de mais de 25 anos ela volta rica e poderosa para cidade de Sant'Ana do Agreste influenciando a vida de muitos moradores. 
07 – Salomé (1991)
Livro: Salomé (Menotti Del Picchia)
Salomé estreou na Globo em 1991 no horário das 18 horas e não foi bem. A telenovela foi um fracasso. Teve uma baixa audiência e pouquíssima repercussão. Na verdade foi uma das menores audiências do horário na Globo. Com “apenas” 35 pontos de média, na época considerado muito pouco – a sua antecessora, Barriga de Aluguel, de Glória Perez chegava a 60 pontos em alguns capítulos. Traumatizada com a baixa audiência de Salomé, a TV Globo ficou quase 8 anos sem produzir uma novela de época. Só em 1999 a emissora retomou o estilo, desta vez com a Força de Um Desejo.
Por outro lado, Salomé que tinha como protagonista a atriz Patrícia Pillar serviu para alavancar a venda do livro homônimo escrito pelo brasileiro Paulo Menotti Del Picchia que inspirou a trama. Publicado em 1940, não era reeditado desde 1975. Com a exibição da novela, a obra voltou às livrarias e foi um grande sucesso.
08 – Cabocla (1979 e 2004)
Livro: Cabocla (Ribeiro Couto)
As duas “Caboclas” foram enormes sucessos no horário das 18 horas na TV Globo. Quando digo “duas” estou me referindo a novela original de 1979 e de seu remake levado ao ar 25 anos depois, em 2004, no mesmo canal. As telelágrimas foram adaptadas do livro homônimo de Rui Esteves Ribeiro de Almeida Couto, mais conhecido por Ribeiro Couto.
A obra lançada em 1931 conta a história de Jerônimo, um estudante que, sonhando com a Europa ou então a vida do Rio de Janeiro, acaba sendo enviado à Vila da Mata, um pequeno lugarejo onde acaba descobrindo um novo e feliz universo, encontrando o amor na bela morena da modesta estaçãozinha de Pau-d'Alho chamada Zuca.
Na novela de 1979 o casal de protagonistas foi vivido por Fábio Junior e Glória Pires, já no remake de 2004, eles foram substituídos por Daniel de Oliveira e Vanessa Giácomo.
09 – As Pupilas do Senhor Reitor (1959, 1979 e 1994)
Livro: As Pupilas do Senhor Reitor ((Júlio Dinis)
O livro do escritor português, Júlio Dinis foi adaptado três vezes para a televisão. A primeira novela, baseada na obra, foi ao ar em 1959 na extinta TV Rio; depois foram feitas mais duas adaptações, uma pela TV Record e outra pelo SBT.
As Pupilas do Senhor Reitor foi lançado ao público em formato de folhetim em 1866 e, posteriormente, editado e publicado como livro em 1867, tornando-se na época um grande sucesso. O livro conta a história de duas irmãs órfãs: Clara e Guida que vivem em uma aldeia portuguesa do século XIX, sendo seus tutores o reitor.
Guida ou Margarida namora Daniel das Dornas, mas quando o relacionamento é descoberto pelo pai dele, José das Dornas, o jovem é enviado ao Porto para estudar medicina.  Dez anos depois, Daniel volta já médico para a aldeia. Margarida agora é professora e Pedro, irmão de Daniel é noivo de Clara.
Margarida continua apaixonada, mas Daniel esqueceu o amor de juventude graças aos costumes viciosos da cidade. Encantado por Clara, ele começa a tentar conquistá-la e a moça o estimula, até perceber que a situação não terá um final feliz. A adaptação do enredo para a televisão sofreu poucas alterações.
10 – A Indomável (1965), O Machão (1974) e O Cravo e a Rosa (2001)
Livro: Megera Domada (William Shakespeare)
Acho que você jamais iria esperar que um texto de William Shakespeare serviria de inspiração para a criação de personagens como Catarina e Petrucchio que fizeram tanto sucesso nas novelas A Indomável (1965) da extinta Rede Excelsior, O Machão (1974), da saudosa Rede Tupi e finalmente O Cravo e a Rosa (2001) que garantiu a audiência no horário das 18 horas. Podem acreditar! É a mais cristalina verdade: a peça de teatro A Megera Domada escrita por Shakespeare em 1594 - séculos depois, transformada em enredo literário - serviu de base para a criação dos enredos dessas três telelágrimas.
No texto Shakespeariano a história se passa num pequeno núcleo de personagens, Batista estabelece uma condição para que sua filha mais nova, Bianca, pudesse casar-se com um jovem forasteiro, Lucentio, que chega à cidade de Pádua. Katherine, a filha mais velha, uma mulher insubmissa, deveria casar-se primeiro com a promessa de ser uma esposa obediente e dócil. O tal casamento acontece à força, e seu marido Petrucchio, um nobre falido, impõe uma série de privações à esposa afim de “amansá-la”, o que acontece no final da trama. Entrementes, Bianca e Lucentio se casam escondidos, mas Batista acaba aceitando quando percebe que a filha mais velha tornou-se ainda mais doce do que a nova.
Esta premissa inspirou Ivani Ribeiro em A Indomável e O Machão, e posteriormente Walcyr Carrasco em O Cravo e a Rosa.
Taí leitores e noveleiros, espero que tenham gostado da lista.
Inté.

18/07/2020

Alexandre Dumas (pai) e Alexandre Dumas (filho); matando a curiosidade desses dois escritores


Não sei se ocorreu algo parecido com a maioria da galera que acompanha esse blog, mas no meu caso sempre fiz uma confusão danada com dois escritores. Estou me referindo a Alexandre Dumas (pai) e Alexandre Dumas (filho). Caráculas! ‘Quem é quem nesse bolo?!’ Eu exclamava cada vez que lia algo desses escritores, principalmente do Dumas “pai”. A partir daí me interessei pela história da dupla e decidi pesquisar.
As perguntas que sempre vinham a minha mente eram: “o famoso Dumas de Os Três Mosqueteirose O Conde de Monte Cristo teve um filho?!”, “Como ele nasceu?”, “Como era o seu relacionamento com o pai?”, “Como o filho se tornou um escritor?”; além de muitos outros questionamentos.
Durante minhas pesquisas nas redes sociais descobri detalhes interessantes, entre eles que Dumas (filho) era fruto de uma união ilegítima de Dumas (pai) e que foi tirado de sua mãe, praticamente à força, e que grande parte de seus personagens femininos foram inspirados nesse momento trágico vivido por ele quando ainda era uma criança. Estas descobertas aguçaram ainda mais a minha curiosidade e assim, resolvi ir mais a fundo o que acabou dando origem a essa postagem.

Alexandre Dumas (filho) nasceu em Paris, França, e era filho ilegítimo de Marie-Catherine Labay, uma costureira, e do conhecido romancista Alexandre Dumas. Quando veio ao mundo em 29 de junho de 1824, seu pai ainda não era tão famoso como viria se tornar algum tempo depois. Tanto é verdade que O Conde de Monte Cristo e Os Três Mosqueteiros só viriam ser escritos no formato de folhetim em 1844.
Enquanto criança, Alexandre Dumas (filho) foi educado pela mãe nos arredores de Paris. À distância, prestava culto ao pai, que aos poucos ia se tornando um escritor consagrado. Pai e filho só se conheceriam em 1931.
Alexandre Dumas (pai) afastou o jovem Alexandre da mãe, que ele julgava ineficaz para a educação do menino. A agonia de sua mãe inspirou o filho a escrever sobre personagens trágicos femininos. Em quase todos os seus escritos, ele enfatizou o propósito moral de sua literatura e em sua peça de 1858 “O Filho Natural", ele expôs a teoria de que se alguém traz ilegitimamente um filho ao mundo, então ele tem a obrigação de legitimar seu filho e casar com a mulher. Na minha opinião, esse pensamento foi um “diretaço” no queixo de seu pai que, mesmo casado, era um mulherengo incorrigível. Vale lembrar que apesar de ter tido uma união estável com a atriz Ida Ferrier, Dumas (pai) jamais deixava de manter seus casos extraconjugais com outras mulheres, o que lhe valeu pelo menos três filhos fora do casamento. É mole?
Após retirar o filho de sua amante, o escritor inscreveu-o em um colégio interno, onde o jovem acostumou-se com a palavra “bastardo”, proferida pelos colegas. Esta discriminação somou-se a outras: sua cor. Dumas (filho) foi a parte negra da familia, seu avô era descendente de um nobre francês e uma mulher negra haitiana. Por isso, nos internatos, o garoto era constantemente hostilizado por seus colegas. Esses acontecimentos influenciaram profundamente seus pensamentos, comportamento e obra.
A despeito do turbilhão que foi a sua vida, Dumas pai fez uma contribuição fundamental para a carreira do filho: introduziu-o à elegante sociedade parisiense da época, aos teatros, aos cafés literários e aos saraus. Já moço, Alexandre Dumas (filho) era um dândi e um observador da alta sociedade francesa do século XIX, à qual não pertencia de berço, mas que freqüentava e com a qual até se identificava, por vezes.
Em meio a esses ambientes ricos e elegantes conheceu, em 1842, aos dezoito anos, uma jovem de vinte anos, vestida de branco. Era uma famosa cortesã, Marie Duplessis, que tinha clientes como o compositor Franz Liszt e de quem Alexandre (filho) tornou-se amante. Ele e Marie romperam em 1845, e parte da justificativa pode ser buscada no seguinte trecho de uma carta de Alexandre: “Minha cara Marie, não sou rico o suficiente para amá-la como eu gostaria, nem pobre o suficiente para ser amado como você gostaria que eu fosse”. Esta jovem cortesã acabou lhe dando a inspiração para o romance “A Dama das Camélias”. Mas ele só viria se casar em 1864 com Nadeja Naryschkine, com quem ele teve uma filha. Após o falecimento dela ele casou-se, novamente, com Heriette Régnier.
Sua fama de escritor rivalizou internacionalmente com a de seu pai, e, em 1875, o autor de A dama das camélias foi recebido por notáveis como Victor Hugo, que acabara de retornar do exílio, como membro da Academia Francesa de Letras – honraria que fora negada ao seu pai, pois os acadêmicos julgavam sua obra por demais frívola.
A partir daí, Alexandre Dumas (filho) viveu mais tranqüilamente, das rendas do sucesso de A Dama das Camélias.
Taí galera, matei a minha curiosidade. Espero, também, que tenha ‘matado’ a de vocês.


15/07/2020

8 livros com enredos capazes de tirar o fôlego de qualquer leitor

Existem livros com o poder de tirar o nosso fôlego graças aos seus enredos estonteantes. A montanha russa envolvendo ação, suspense ou plot twists se torna viciante. Basta ter uma boa narrativa para deixar, todos nós, leitores roendo as unhas, sem nenhuma vontade ou capacidade de interromper aquela viagem literária. Quer saber qual o resultado depois disso? Uma baita ressaca literária! Daquelas com direito a taquicardia por causa das emoções vividas.

No post de hoje separei oito livros que são verdadeiros maremotos de emoções. Bem... pelo menos foram para mim. Li todos eles e adorei! Vamos à lista.
01 – Eles Merecem a Morte (Peter Swanson)
Como já escrevi nessa resenha (ver aqui), o livro tem porradas para nocautear qualquer leitor. Quando digo ‘porradas’ estou me referindo as reviravoltas na trama. E essas três porradas de “Eles Merecem a Morte”, com certeza, vão deixar o leitor completamente desorientado e de queixo caído. 
Logo no início de seu enredo, Peter Swanson nos conduz para um desfecho dentro da normalidade, ‘entonce’, a partir da página 136, de sopetão, vem a primeira pancada. Esta primeira reviravolta mexe com toda a trama e modifica o chamado ‘modus operandi’ de alguns personagens. 
As outras duas outras porradas, no decorrer do romance, não tiram o chão do leitor, como a primeira, mas também são ‘trucões pesados’ e desnorteiam. O autor faz com que você pense que irá acontecer algo, mas esse algo não acontece. Então, você para e diz: “ué, cadê?!” Quando se recupera dessa surpresa e prossegue com a leitura, chega o ‘golpaço’ inesperado: Páaaaaahh!! Pancadaço de tirar de fôlego.
Eles Merecem a Morte conta a história de Ted Severson que em um voo atrasado de Londres para Boston acaba conhecendo a bela e misteriosa Lily Kintner. Depois de vários martinis, os dois estranhos decidem fazer um jogo: cada um deve contar os seus segredos mais íntimos a respeito de si mesmo. Ted revela, então, que está sendo traído por sua esposa, Miranda. Porém, o que começa apenas como uma brincadeira inocente entre dois desconhecidos acaba tomando proporções perigosas quando Ted sugere que sente vontade de matar a sua mulher, e Lily surpreendentemente decide ajuda-lo.
Um livro recheado de plot twists estonteantes.
02 – Presa (Michael Crichton)
Considero Presaum dos livros mais injustiçados de Michael Crichton. Por quê? Cara, o enredo é um verdadeiro turbilhão de emoções misturando num bolo só: romance, suspense, terror e ação, aliás, muita ação. O tipo de história que faz a pessoa grudar no livro e não largar mais, esquecendo tudo o que está à sua volta. Costumo dizer que Crichton escreveu Presa já pensando em filmá-lo porque ao lê-lo a impressão que temos é a de que estamos assistindo um filme, tipo um thriller emocionante.
Apesar de todas as qualidade do livro, ele nunca decolou e é considerado uma das obras menores do autor. Não sei porque, mas a história não despertou o interesse da maioria dos leitores. Percebo isso através da postagem que escrevi há muitos anos – nos primórdios do blog – e que se tornou uma das menos acessadas. Acho que a sinopse não agradou a galera. Uma pena, pois estão perdendo uma grande história, daquelas bem impactantes.
Outra injustiça é que até agora não apareceu nenhum diretor com o desejo de adaptar o livro para o cinema. Não importa. O que interessa é que adorei Presa.
Imagine um grupo de cientistas confinado num laboratório no meio do deserto lutando desesperadamente para conter uma praga mecânica que mata tudo o que toca e que se multiplica em questão de minutos.
Michael Crichton nos transporta para o mundo da nanotecnologia, revelando vários segredos desse ramo da ciência que trabalha com partículas inteligentes.
Li o livro numa tacada só e acredito que se houvesse um filme baseado na obra assistiria grudado na poltrona.
03 – A Supremacia Bourne (Robert Ludlum)
Na minha opinião, A Supremacia Bourne é o melhor livro da trilogia escrita por Robert Ludlum. Tensão, espionagem e ação se misturam no enredo. Neste segundo livro da série, a ação se faz ainda mais latente, muito mais do que no primeiro volume. Ao se deparar com um assassino perigoso, com habilidades semelhantes a sua, contratado com o propósito único de criar um conflito entre a China e os Estados Unidos - que pode resultar numa verdadeira guerra mundial – Jason Bourne se torna ainda mais letal. A Supremacia Bourne tem muuuuita ação; mas não só isso, some-se também: suspense e traições.
O embate entre os dois Bournes é de tirar o fôlego. O falso agente da Treadstone tem habilidades semelhantes ao verdadeiro, já que recebeu o mesmo treinamento. Este ‘mote’ criado por Ludlum cria uma expectativa enorme no leitor que não vê a hora do confronto entre os dois ‘Bournes’. Cara! Lembro que na época em que li o livro fui engolindo as páginas num verdadeiro frenesi. Não via a hora em que chagasse o tal ‘enfrentamento’ entre os dois agentes: o original e o falsificado. Quem levaria a melhor? Jason Bourne encontraria alguma dificuldade para eliminar o seu rival? Quem estaria por detrás desse plano?
Expectativas, expectativas e mais expectativas... Leiam o livro e depois me contem.
Apesar da obra ser bem “grossinha” – mais de 700 páginas - li em menos de uma semana. Mas aqui vai um conselho: para entenderem melhor o chamado “Universo Bourne” procurem ler toda a saga original formada pelos livros: A Identidade Bourne, A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne. Vale a pena.
04 – O Enxame (Arthur Herzog)
As abelhas africanas do romance O Enxame, de Arthur Herzog são terríveis e matam sem piedade. Os ataques começam em pequenas cidades americanas e depois se espalham, até se transformarem em pânico nacional. As abelhas assassinas não escolhem as suas vítimas: desde animais a crianças, quem surja em seu caminho acaba sendo eliminado. Elas são completamente do mal: traiçoeiras, nervosas, descontroladas, ferroando homens e animais, mesmo sem serem molestadas, ou seja, pelo simples prazer de matar.
As abelhas assassinas invadem a maioria das colmeias americanas, desenvolvendo um processo de reafricanização dessas colmeias, o que faz com que num curto espaço de tempo, a maioria das abelhas locais adquiram o mesmo hábito violento das africanas. E o pior, ganham imunidade contra todos os venenos conhecidos pelo homem.
Devido ao pânico que toma conta do País, o governo americano recruta um grupo de renomados cientistas e entomologistas na esperança de encontrar um meio de conter a fúria assassina das abelhas. Mas nem mesmo a união de mentes brilhantes é capaz de deter o avanço do enxame.
O livro lançado em 1976 pela Artenova é fantástico e volta e meia o releio ou então dou uma folheada em algumas partes.
Aqueles que quiserem saber mais sobre essas ferinhas assassinas podem conferir o post que escrevi, há algum tempo (ver aqui), sobre a obra de Herzog.
05 – A Marca do Zorro (Johnston McCulley)
Há histórias simples que apesar de toda a sua falta de sofisticação e profundidade tem o dom de prender os leitores da primeira à última página. Uma dessas obras chama-se AMarca do Zorro, de Johnston McCulley, lançada em 1924.
O livro é desprovido de todo aquele glamour existente em Zorro: Começa a Lenda, da escritora chilena Isabel Allende, mas tem algo muito importante que o transforma numa obra “deliciosamente deliciosa”. Este algo mais se chama: “Magia”; a essência que falta em muitos livros deixando-os, assim, com um enredo insosso e sem nenhum atrativo. E esta magia vem acompanhada de muita aventura. Aliás, o que vale, de fato para McCulley em A Marca do Zorro, é a “AVENTURA” e com todas as letras maiúsculas. O enredo é uma verdadeira montanha russa permeado de duelos de espada, traições, paixões desenfreadas, vinganças e personagens caricatos, mas que convencem.
No livro, o jovem fidalgo Don Diego Vega assume a identidade secreta de “El Zorro” (“a raposa”) para defender o povo explorado pelos soldados espanhóis que dominam a região de San Juan Capistrano, no México. O cavaleiro mascarado enfrenta os homens do Sargento Gonzales e cruza sua espada com o capitão Ramón na disputa pelo coração da bela Lolita Pulido.
Nunca vi descrição de duelos de esgrima tão bem narrados quanto os do livro de McCulley.
O autor provou que é expert no assunto. Vejam só: “O ruído das espadas se chocando, da dança dos pés no chão, da respiração pesada dos combatentes naquele esforço de vida ou morte eram os únicos sons que se ouviam na sala...” Caraaaamba!!
Leiam, você irão adorar!
06 – A Estrada da Noite (Joe Hill)
O ingrediente básico do livro de Joe Hill, filho do mestre do terror Stephen King, é como não poderia deixar de ser: terror, muito terror; mas aliado a isso, temos suspense e aventura o que torna A Estrada da Noite um livro bem eclético com vários gêneros, tudo junto e misturado, da melhor maneira.
Hill narra a história de Judas Coyne, uma estrela do rock em decadência com o estranho hábito de colecionar objetos mórbidos. No momento em que vê pela internet uma mulher vendendo o paletó assombrado pelo fantasma do dono morto, não pensa duas vezes e dquire a relíquia macabra. Acontece que o fantasma, dono do paletó, é o pai de uma moça que se matou por causa do amor não correspondido de Judas Coyne. Agora, o fantasma Craddock Mc Dermott quer matar Judas Coyne para vingar a filha.
Craddock era um oficial da inteligência onde torturou de maneira desumana vários vietnamitas usando a técnica da hipnose. A sua perseguição a Judas é implacável, onde tenta induzi-lo ao suicídio, bem como as pessoas ligadas ao músico. Enfim, um vilão de terror inquestionável.
O véinhu do paletó assombrado, como aprendi a chamá-lo, supera todos os nossos medos por mais primitivos que sejam. Ele literalmente, arrepia na história. O fantasma só pensa em vingança e é capaz de tudo para atingir os seus objetivos.
Cara, o enredo acaba deixando o leitor sufocado com o drama vivido por Judas Coyne.
07 – O Instituto (Stephen King)
Se escolhi um livro do aluno – Joe Hill – não poderia me esquecer de seu mestre. Com certeza Hill se tornou um grande escritor porque seguiu à risca os passos de seu pai Stephen King. O Instituto foi um dos livros de King que mais gostei. Pura tensão, galera.
O enredo é tenso pra caráculas, tão tenso que faz com que o leitor fique desesperado. Além do mais, King criou personagens tão verossímeis, tão carismáticos, que não há como não se envolver emocionalmente com eles. O resultado dessa mistura é algo explosivo que mexe pra caramba com os seus sentimentos. Por isso quando acontece algo que você discorda ou ache errado envolvendo esses personagens, pimba! Vem aquela vontade de arremessar o livro na parede.
O Instituto traz uma história inesquecível sobre um grupo de crianças com talentos especiais que são capturadas por uma organização desconhecida para terem os seus dons explorados de maneira insensata e criminosa, até que parte do grupo comando por Luke, um garoto de 12 anos decide se rebelar. A partir daí, “a coisa” ferve.
08 – Instinto Assassino (William Randolph Stevens)
InstintoAssassino é uma obra densa, pesada e que exige do leitor muito sangue frio. Li essa o livro de William Randolph Stevens, pela primeira vez, há mais de dez anos, mas como a história, baseada em fatos reais, despertou muito o meu interesse resolvi relê-la várias vezes.
O seu enredo nos dá uma noção exata da complexidade da mente e do modus operandi de um psicopata. Juro que fiquei impressionado demais após as releituras da obra de Stevens. A história impressiona porque chegamos a conclusão que pode estar convivendo, normalmente, ao lado de um psicopata já que a maioria deles camuflam muito bem os seus desvios psicológicos. Às vezes o psicopata pode ser aquele juiz sério e acima de qualquer suspeita em sua cidade, ou aquele filantropo sempre disposto a ajudar as pessoas necessitadas, ou então, como no caso do livro “Instinto Assassino”, o médico amado e querido de uma pequena cidade; um verdadeiro anjo em terra.
Na obra de William Randolph Stevens que também foi o promotor do caso e depois resolveu escrever um livro sobre o assunto, Cristina Henry narra os momentos de terror que passou ao lado de seu marido, o proeminente médico americano, Dr. Patrick Henry com quem chegou a ter um filho.
Ela conviveu durante quase sete anos ao lado de um perigoso psicopata sem perceber nada de anormal, já que o médico insano escondia com perfeição a sua personalidade doentia. Durante todo esse período, Cristina enfrentou várias situações de risco extremo, com a sua vida ficando presa por um fio. O passatempo predileto de seu esposo era armar armadilhas para matá-la ou então fazê-la sofrer, sem que ela nada percebesse.
Livro muito tenso; e bota tenso nisso!
Taí galera, divirtam-se!

12/07/2020

Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média, de J.R.R. Tolkien, chega às livrarias brasileiras em 15 de julho


Os fãs de J.R.R. Tolkien estão em polvorosa. O motivo? Simples. O lançamento de mais um livro do autor; dessa vez Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média. A obra chega com todo aquele esmero da Harper Collins que já se tornou uma marca registrada da editora: capa dura, páginas em papel de altíssima qualidade, além de um pôster.
O livro que já está em pré-venda e deve aterrissar no Brasil no próximo dia 15 de julho reúne uma coletânea de narrativas que vão desde os Dias Antigos da Terra-média até o final da Guerra do Anel. Dentre seus contos há um relato de Gandalf sobre como ele enviou os Anãos para Bolsão, uma descrição detalhada sobre a organização militar dos Cavaleiros de Rohan, além de um relato alternativo da lenda dos filhos de Húrin. A obra contém, ainda, a única história que restou sobre as longas eras de Númenor antes de sua queda, e tudo o que se conhece sobre temas como os Cinco Magos, as Palantíri ou a lenda de Amroth.
Os contos foram reunidos e editados pelo filho e herdeiro literário do autor, Christopher Tolkien, que fornece um breve comentário sobre cada história, ajudando o leitor a preencher as lacunas e a colocar cada uma no contexto dos demais escritos de seu pai.
Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média responde vários questionamentos que ficam em aberto em O Hobbit, O Senhor dos Anéis (ver aqui, aqui e mais aqui)e O Silmarillon.
Vale lembrar que a ilustração da capa foi feita pelo próprio J.R.R. Tolkien em 1927 e mostra Glaurung saindo em busca de Túrin numa referência a lenda dos filhos de Húrin que está presente no livro.
A edição terá 624 páginas e o preço sugerido é de R$ 69,90.

09/07/2020

Que vontade de reler "As Mil e Uma Noites"


Sabe quando bate, de repente, aquela vontade de reler determinado livro que você já teve em mãos e adorou? ‘Entonce’ essa tal vontade acabou de bater na porta da minha casa. Hoje, enquanto tomava o café da manhã, veio de uma hora para outra em minha cabeça os momentos especiais que o livro As Mil e Uma Noites me proporcionou há quase dez anos. Aliás, se pudesse existir mais de uma pedra fundamental, essa obra seria uma delas, já que foi uma das primeiras que adquiri tão logo comecei montar a minha estante. Prova disso é que As Mil e Uma Noites foi uma das primeiras resenhas que escrevi no blog em 2011.
Pois é, mas essa vontade chegou ‘rasgando’ e por isso, acho, que terei de atrasar ainda mais a minha lista de leitura que já está enorme. E diga-se de passagem, que ainda estou encarando o segundo Tomo de O Conde de Monte Cristo da editora Zahar com as suas mais de 1.300 páginas. Fazer o que, né?
Como já escrevi na resenha de As Mil e Uma Noites, desde criança, passando pela minha adolescência e agora na fase adulta, me encanto com essas histórias tão simples, mas ao mesmo tempo tão mágicas. Ainda me lembro que criança não perdia um filme sobre “Simbad – O Marujo”, “Ali Baba e os 40 Ladrões” ou então qualquer outro que tivesse tapetes voadores, califas, torres mágicas e marinheiros que navegassem por mares bravios.
Essa fissura não terminou quando me tornei – como diz um velho ditado – ‘um homem de calças compridas’, pelo contrário, continuei admirando esse tipo de literatura. Foi assim que há mais de dez anos, dei de cara na Net com uma edição luxuosa das As Mil e Uma Noites, publicada pela Ediouro, com direito a dois livros num box incrível, contando ainda com uma apresentação do grande Malba Tahan. Não pensei e tão pouco refleti... simplesmente, comprei e, correndo!
Hoje esses dois livros que formam um só, estão numa posição de destaque em minha humilde biblioteca. Esta edição é uma versão muito bem elaborada pelo orientalista Antoine Galland que ficou famoso por fazer a tradução para o francês dos famosos contos árabes e orientais em 1704.
Apesar de ter lido a obra há tanto tempo, não tem como esquecer das aventuras do califa Harun al-Rachid, Aladim, Ali Baba, do sultão Shahryar e tantos outros.
São contos de aventuras de cavalaria e guerra, histórias de amor e intriga de namorados, romances de viagens, lendas cheias de crueldades, cenas de zombaria, histórias de erudição e muito mais. Cara, me responda: como não se prender e consequentemente reler uma obra com todas essas características. E é, exatamente, o que irei fazer tão logo termine o calhamaço – que por sua vez, está maravilhoso – de O Conde de Monte Cristo.

05/07/2020

10 livros que encontrei nas bibliotecas em minha adolescência e me fizeram viajar


Certo dia estava recordando minha época de leitor adolescente, quando eu era um verdadeiro rato de biblioteca. Foi uma recordação muito gostosa, tão gostosa que me prendi a ela e não queria mais soltá-la. Época em que saía da escola e me engolfava no meio daquele ‘mar’ de livros das bibliotecas municipal ou então da minha antiga escola ginasial. É claro que tinha os meus momentos para paquerar ou frequentar brincadeiras dançantes nos porões das casas dos meus amigos regadas ao som dos saudosos vitrolões; mas confesso que estar no meio daquele montão de ‘bebês’ era algo pra lá de especial.
Por isso, hoje resolvi compartilhar essa recordação com a galera, escrevendo um post com os dez livros que marcaram esse momento especial em minha vida. Dez livros que conheci nas biblioteca dos anos 70 em minha cidade e amei. Vamos a eles:
01 – O Destino do Poseidon (Paul Gallico)
Na minha adolescência era apaixonado por livros que tinham as suas histórias adaptadas para o cinema. Na década de 1970 recordo que fiquei fissurado num filme em que um enorme transatlântico, após ser atingido por um vagalhão, virava de cabeça para baixo, fazendo com que um grupo de sobreviventes lutasse para chegar ao casco antes que a embarcação afundasse. Apesar de ser apenas um ‘crianção’ naquela época, recordo que na produção cinematográfica tinha um pastor atlético que assumia o papel de líder do grupo; um tira grosseiro casado com uma mulher loira, mimada e mal educada; além de uma senhora gorda e simpática que no meio do filme, num gesto heroico colocava a vida em risco para salvar os seus companheiros.
No dia seguinte, após ter assistido ao filme, fui correndo até a biblioteca da minha escola e passei horas e horas lendo O Destino do Poseidon de Paul Gallico e admirando as suas ilustrações. Acabei me apaixonando pelos personagens.  Anos depois, já adulto, o tal do livro voltou a minha memória reativando toda aquela vontade louca de relê-lo. Foi quando decidi que o encontraria de qualquer maneira, custasse o que custasse. Consegui através de um livreiro.
02 – Os Três Mosqueteiros (Alexandre Dumas)
Os Três Mosqueteiros do escritor francês, Alexandre Dumas (pai) faz com que me lembre da minha época de estudante primário. Certo dia, naquele tempo, a minha professora Dona Conceição, pediu para que a nossa classe lesse o livro de Dumas para que aprendêssemos o significado da verdadeira amizade. Todos os alunos formaram os seus grupos de leitura e, então, começamos a devorar a história. Líamos uma parte na escola e depois aprofundávamos a leitura em nossas casas.
Gostei tanto do enredo que anos depois, já adulto, acabei comprando o livro para relê-lo, e posso afirmar que a sensação foi tão deliciosa quanto naquela década em que eu era apenas um estudante do ensino primário.
E a saudosa dona Conceição tinha toda a razão; de fato, Os Três Mosqueteiros deixam evidente o valor da amizade sincera. Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan estão sempre prontos a doar a vida um pelo outro. Essa amizade que teve o dom de emocionar muitos leitores é resumida numa frase que se tornou famosa em todo o mundo: “Um por todos e todos por um”, o lema dos mosqueteiros do Rei.
03 – Éramos Seis (Maria José Dupré)
Cara! Como a história de dona Lola, ‘seo’ Júlio e seus filhos: Carlos, Alfredo, Juninho e Maria Isabel mexeram comigo! Li esse livro - que fez parte da série “Vagalume” - quando tinha 12 ou 13 anos. Me apaixonei de cara por aquela bondosa mulher que fazia de tudo pelo seu marido e seus quatro filhos. Dona Lola foi uma das minhas heroínas de infância. A mulher batalhadora e amorosa foi perdendo aos poucos todos os membros de sua querida e amada família, até sobrar somente ela. Dona Lola, então, recorda a sua história numa casa de repouso, onde foi parar após a morte de seus entes queridos.
Éramos Seisfaz com que eu me recorde dos tempos de biblioteca da Escola Industrial onde cursei o antigo ginasial. Todos os dias, após o sinal que indicava o fim das aulas no período da manhã, o blogueiro aqui, disparava pela sala de aula afora com a sua mochila pendurada nas costas, para ficar fuçando nos livros da biblioteca, escolhendo qual deles levaria para ler em casa. O romance de Dupré foi um dos que mais marcaram essa fase da minha vida.
04 – A Mulher Só (Harold Robbins)
Hoje, quando lembro de alguns livros de Harold Robbins que lia escondido em minha infância dou muitas risadas. Por que eu lia escondido? Tá bem; eu conto. Lá vai: por causa das capas! Isto mesmo; as capas das edições brasileiras publicadas no formato de bolso eram ‘brabas’. Cara, só tinha ‘pegação’! Eram casais se agarrando, homens e mulheres seminus em poses sensuais, e por aí afora. Se minha mãe visse aquelas fotos chapadas, não pegaria bem; entonce, partia para a chamada ‘leitura camuflada’.
Depois de alguns anos, quase saindo da adolescência, já que estava entrando na fase dos meus 18 anos, continuei lendo várias obras do autor. Neste período, já sem medo ser pego pela Dona Lázara; mas por outro lado, com um baita receio de ser apanhado pela namorada ciumenta e desconfiada que, ainda por cima, detestava ler.
Pois é, foi nessa época, perto do final dos anos 70, que tive contato com A Mulher Só, edição lançada pela Círculo do Livro em 1978. Peguei o livro na biblioteca e o devorei em poucos dias. Na minha opinião, trata-se de um dos melhores de Robbins, mas também um dos mais picantes como fica evidente na capa da edição relançada pela editora Círculo do Livro em 1978. Em abril de 2019 escrevi um post sobre A Mulher Só. Se quiser saber mais detalhes sobre o livro acesse aqui.
05 – O Dia do Chacal (Frederick Forsyth)
Li O Dia do Chacal de Frederick Forsyth, nos anos 70, após emprestá-lo da biblioteca pública municipal. Costumo dizer que aquele importante espaço literário de minha cidade foi encolhendo com o passar dos anos. Ao invés crescer e se informatizar, ela foi encolhendo e perdendo atrativos, até ficar reduzida a um espaço ‘piquitico’ e quase sem livros.
Mas na época em eu era um pré-adolescente, a saudosa biblioteca ocupava um salão oval ‘enoooorme’, rodeada de obras de cima a baixo e com a mesa da bibliotecária no centro. Cara, era a coisa mais linda que existia! O sonho de todos os leitores. Hoje, no local funciona – acho que – a sede de um clube de futebol amador que nem sei se existe ou não.
Foi naquele espaço encantado – pelo menos para mim – que conheci O Chacal e Claude Lebel: dois personagens culpados pelas minhas noites em claro e pelas broncas levadas de minha mãe. – Zé, você está acordado ainda?! Amanhã você tem que levantar cedo prá ir para a escola. Apaga essa luz e vai dormir logo menino! –  gritava ela. Mas no fundo, eu sabia que a sua bronca era da boca para fora, já que ela ficava feliz em saber que, apesar da pouca idade, eu já era um devorador de livros.
06 – Eram os Deuses Astronautas (Erich von Daniken)
A edição de Eram os Deuses Astronautas que li pela primeira vez, há muitos anos, no silêncio da biblioteca da minha escola pertencia à Editora Melhoramentos, lançado em 1970. Ele tinha a capa preta e dois astronautas sentados (um de costas para outro) num objeto parecido com um totem. Lembro que a obra era toda ilustrada e, naquela época, fiquei surpreso tanto com as fotos quanto com as revelações ‘meio que’ conspiratórias do autor.
Eram Os Deuses Astronautas? foi um livro que marcou a minha geração de leitores. Os seus questionamentos bombásticos e até mesmo ensandecidos para aquela época – a obra foi lançada em 1968 – quando o homem nem sequer havia pisado na lua, deixaram as comunidades científicas e religiosas, no caso as mais fundamentalistas, com os cabelos em pé. Por outro lado, as pessoas que integravam as alas de vanguarda de quatro décadas e meia atrás, simplesmente vibraram com as teorias de Daniken.
O controverso escritor suíço lançou em sua obra ideias que continuam sendo revolucionárias para os tempos atuais. Imagine, então naquela época!!
07 – Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada, Prostituída... (Kai Hermann e Horst Hieck)
A primeira coisa que fazia após ouvir o sinal do recreio ou então do final das aulas era ‘zarpar’ para a biblioteca da escola. Chegando por lá, fazia a festa! Lembro que o meu primeiro contato com Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada, Prostituída aconteceu naquele espaço amplo e silencioso, onde, geralmente, estavam eu e a minha estimada bibliotecária Dona Alice.  
Os livros não podiam sair da biblioteca da Escola Industrial, por isso, os alunos tinham de ler por ali mesmo. Mas com jeitinho consegui convencer Dona Alice que abriu a chamada ‘exceção das exceções’. Acho que fez isso por me considerar um ratão de biblioteca (rs).
Li o livro em dois ou três dias, não mais do que isso. Confesso que marcou. Foi uma leitura impactante. Sei que hoje, a história da vida de Christiane Vera Felscherinow perdeu parte de seu impacto em virtude dos tempos em que vivemos, onde alguns – incluindo a própria ONU – sugerem a descriminalização das drogas. Mas na década de 70, para ser exato, em 1979, quando o livro foi lançado, não existiam essas ideias revolucionárias e chocantes. Se hoje, vários artistas famosos não ficam nem um pouco constrangidos em fazer apologia as drogas, afirmando que a ‘mardita’ faz um bem danado para o corpo e para alma; naqueles tempos o sujeito não podia se gabar, tanto assim, de sua coragem ou burrice. Se quisesse fumar o ‘produto’ tinha que fazer isso nas sombras.
Imagine, agora, naquele tempo repressivo e puritano, uma criança de apenas 13 anos ‘soltar a bomba’, publicamente, de ‘que além de se drogar, também se prostituía à vontade? Tenso, não é mesmo?!
Um livro que marcou muito a minha vida de ‘rato de bibliotecas”.
08 – Assassinato no Expresso Oriente (Agatha Christie)
Sempre temos uma bibliotecária que marca as nossas vidas de ratos de bibliotecas. A minha se chamou ‘Dona Alice’, a qual já citei nessa postagem. Para ser sincero, nunca soube o seu sobrenome, mas independente disso, ela era uma pessoa fantástica. Sempre indicando bons livros e esclarecendo dúvidas dos jovens leitores que frequentavam o ‘seu espaço’, e eu era um deles.
Foi ela que me explicou quem era Hercule Poirot. Assassinato no Expresso Oriente foi o primeiro livro de Agatha Christie que li. E sorte minha que tinha a ‘Dona Alice’, sempre paciente, por perto, caso contrário encontraria algumas dificuldades com relação a Poirot.
Explico melhor: nesse livro, o famoso detetive é jogado sem nenhuma apresentação no enredo. Juro que fiquei meio perdidão quando vi Poirot ingressando no trem acompanhado de um policial. –“Dona Alice quem é Hercule Poirot??” Perguntei para a boa e saudosa velhinha. “- Ele é um detetive muito inteligente, talvez o mais inteligente de todos, capaz de solucionar os casos mais difíceis”. E foi assim que fiquei conhecendo Hercule Poirot. Depois, “mandei ver” na leitura.
Posso dizer que foi Assassinato no Expresso Oriente que me estimulou a procurar outros livros da autora. A falta de apresentação de Poirot não atrapalha em nada a história que tem momentos muito tensos. Agatha escreve sobre um assassinato que ocorre num trem chamado Expresso do Oriente que está cheio de passageiros.
09 – O Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos)
Ainda me lembro da fase de ‘calouro-ginasial’. Fiquei abobado quando vi, pela primeira vez, a biblioteca da minha nova escola que se comparada com a do grupo escolar, onde estudava, mais se parecia com a antológica biblioteca de Alexandria. Pois é galera, foi fuçando nesse mar de livros que localizei O Meu Pé de Laranja Lima que contava a história de um garoto chamado Zezé. Após folhear as primeiras páginas acabei me interessando pelo livro e o pedi emprestado.  Lí rapidinho.
Fiquei fã de carteirinha daquela criança pobre, de seis anos, inteligente e sensível. Carente de um afeto que não encontra na família. Zezé aprende tudo sozinho e inventa para si um mundo de fantasia em que seu grande confidente é Xururuca, o pé de laranja lima. As suas conversas com a árvore são emblemáticas e ao mesmo tempo emocionantes.
Posso afirmar que a obra de José Mauro de Vasconcelos, lançada em 1968, foi um dos livros que me ajudou a ganhar gosto pela leitura. Tanto é verdade, que já o li e reli por diversas vezes e pretendo relê-lo outras vezes mais. 
10 – Um Estranho no Espelho (Sidney Sheldon)
Há mais de três décadas, sempre perto dos finais de tarde, eu tinha o hábito ir até a biblioteca municipal da cidade para ficar ‘folheando’ algumas obras. Enquanto os meus amigos, após o serviço, iam direto para os barzinhos ou butecos da vida, o rato de biblioteca, aqui, se enfunava no meio dos livros para mergulhar em viagens fantásticas que só alguns enredos tinham o poder proporcionar. No final, sempre levava um livro para ler em casa.
Foi naquela antiga biblioteca, onde hoje funciona a Companhia de Policiamento Militar, que ‘peguei’ gosto pelas obras de Sidney Shelson. Já estava entrando na casa dos 20 anos e me lembro que havia uma coleção de 10 livros do autor que acabei devorando inteiramente. Um estranho no espelho, fazia parte dessa coleção. Gostei tanto do livro que acabei relendo-o outras vezes, sendo a mais recente no mês passado.
Discordo daquelas pessoas que consideram o livro um dos  menos famosos de Sheldon ou então um dos mais fracos. Nada a ver. Pelo menos para mim, “Um estranho no espelho” é fantástico.
A obra foi escrita em 1976, logo após o mega sucesso “O Outro Lado da Meia-Noite”.
Então, é isso aí galera. Foi bom compartilhar com vocês essas recordações.
Valeu!

Instagram