29/08/2020

Horas Decisivas – A história real do mais ousado resgate marítimo


Comecei a ler Horas Decisivas – A história real do mais ousado resgate marítimo influenciado pelo excelente livro de Sebastian Junger chamado A Tormenta: A história real de uma luta de homens contra o mar. As duas obras literárias tratam de resgates marítimos. A primeira relacionada a dois petroleiros que se romperam ao meio durante uma violenta tempestade na Nova Inglaterra, no nordeste dos Estados Unidos, e o de Junger sobre a tentativa de resgate de vários pescadores, cujos barcos enfrentaram, em outubro de 1991, uma tempestade criada por uma combinação de fatores que os meteorologistas consideraram a “tempestade perfeita” ou a “tempestade do século”. A tormenta atingiu várias cidades de Massachusetts, mas a pior parte ficou reservada para os pescadores de espadarte do porto de Gloucester, principalmente aqueles que no momento do fenômeno se encontravam com os seus barcos em alto mar.  A Tormentadá uma certa ênfase a tragédia envolvendo o capitão e os tripulantes do barco de pesca Andréa Gail que naufragou na costa da Nova Escócia vítima dessa tempestade. Todos os seus tripulantes morreram.

Os dois livros foram adaptados para o cinema. Horas Decisivas virou um filme homônimo com Chris Pine – o atual Capitão Kirk de Star Trek – que estreou nos cinemas em 2016 e A Tormenta inspirou o roteiro de “Mar em Fúria” filme de 2000 dirigido por Wolfgang Petersen e estrelado por George Clooney e Mark Wahlberg.
Pois é, apesar de não ter gostado do filme de Petersen, por outro lado, adorei o livro de Junger. Cara, achei fantástico! Trata-se de um relato jornalístico muito bem escrito e com o poder de agarrar o leitor e o puxar para dentro da história de todos aqueles heróis que enfrentaram uma das piores tempestades de todos os tempos, desde pescadores aos salva-vidas da Guarda Costeira. Por isso, quando fiquei sabendo da existência do livro Horas Decisivas - escrito a quatro mãos por Michael J. Tougias e Casey Sherman – não titubei e comprei naquele mesmo momento.
Cena do filme "Horas Decisivas" com Chris Pine
A minha esperança era encontrar em Horas Decisivas um enredo tão bom, tão emocionante e tão eletrizante quanto “A Tormenta” e posso afirmar que não me decepcionei. À exemplo de Junger; Tougias e Sherman capricharam em sua obra. Mesmo tendo começado a ler o livro durante um período conturbado profissionalmente - com muitos projetos já com os seus prazos praticamente estourados, precisando ser concluídos com urgência – conclui a leitura em poucos dias.
Os autores contam a história verídica de um dos maiores resgates já feitos pela Guarda Costeira dos Estados Unidos que aconteceu em fevereiro de 1952. Era uma noite fria quando o petroleiro Pendleton partiu-se em dois durante uma gigantesca tormenta na costa de Massachusetts. Casado recentemente e com a esposa doente e acamada, Bernie Webber, marinheiro da guarda costeira, foi escalado para uma missão quase impossível. Ele e mais três colegas – Richard Livesey, Ervin Maske e Andy Fitzgerald – foram enviados em uma pequena lancha salva-vidas que suportava apenas 12 pessoas contando com a tripulação. E sabem quantos marinheiros eles conseguiram resgatar nessa pequena embarcação?!
 Trinte e dois!! Isto mesmo, trinta e dois! Cara, nesse momento da narrativa não há leitor que não consiga se emocionar e vibrar ao mesmo tempo. Depois que li os detalhes desse salvamento, passei a admirar cada um desses quatro homens, na realidade, quatro heróis que fizeram jus ao lema da guarda costeira: “Você tem que ir, mas não tem que voltar”.
Os quatro heróis da Guarda Costeira que em 1952 salvaram 32 marinheiros do petroleiro Pendleton
Eles saíram nessa pequena lancha sabendo que haveria grande probabilidade de nunca mais retornarem. Bernie, Livisey, Maske e Fitzgerald tinham ciência de que aquela missão era suicida, mas mesmo assim, não desistiram, pois sabiam que haviam mais de 30 homens amontoados num pedaço de navio que estava afundando aos poucos num mar em fúria, ou seja, a vida daqueles homens dependia exclusivamente deles. Por isso, buscaram coragem no fundo de suas almas e saíram em mar aberto no meio de uma tormenta, enfrentando ondas e vagalhões gigantes com mais de 20 metros de altura, semelhantes a verdadeiros edifícios, ventos com força de furacão, temperaturas congelantes, além de uma bússola quebrada e um motor defeituoso.
A narrativa do resgate dos sobreviventes do Pendleton é eletrizante. Você não consegue largar o livro. Tougias e Sherman descrevem o drama tanto dos marinheiros do navio - que tinham de tomar a decisão de pular ou não no mar bravio para depois tentarem ser resgatados pela equipe de Bernie - como o drama do próprio Bernie que lutava para não ter a sua pequena embarcação jogada contra o casco rompido do navio e também de sua hélice gigantesca. Se isso ocorresse seria a morte para todos. Enquanto Bernie, fazendo o papel de timoneiro, tentava controlar a lancha, evitando que ela se espatifasse, os outros três rapazes se esforçavam ao máximo para resgatar os marinheiros que encaravam uma verdadeira loteria ao decidirem pular no mar e enfrentar a morte.
A famosa lancha de salvamento utilizada por Bernie e seus hoimens em 1952. Foto da embarcação restaurada 
Em alguns momentos, Horas Decisivas se assemelha a uma outra obra conhecida: A Conquista da Honra de James Bradley que narra a saga de seis soldados americanos que durante a batalha em Iwo Jima, no Pacífico, durante a 2ª Guerra Mundial, conseguiram fincar a bandeira dos Estados Unidos no topo do monte Suribachi. Esta fotografia passou a ser uma das maisnreproduzidas em todo o mundo. À exemplo desses seis soldados, os quatro guardas costeiras são convidados pelo governo a participarem de eventos e aparições públicas para divulgar o nome da instituição. Eles protestam contra essa atitude, pois acreditam que estão sendo usados, pois para eles, a missão da guarda costeira é salvar vidas, além do mais, eles queriam esquecer todo o perigo que passaram.
Como já deu pra perceber, o enredo não se prende somente ao resgate dos tripulantes do petroleiro Pendleton. O livro vai muito mais além, contando detalhes de como passaram a viver os quatro heróis, anos depois do resgate, como eles aprenderam a encarar os traumas daquela noite de 18 de fevereiro de 1952 onde quase perderam as suas vidas.
Tougias e Sherman ainda narram detalhes da tragédia de um outro petroleiro idêntico ao Pendleton, o Fort Mercer que sofrera a mesma tragédia que seu idêntico, partindo-se ao meio durante a mesma tempestade. Ao contrário da tripulação do primeiro, os marinheiros do Mercer conseguiram pedir por ajuda e toda a Guarda Costeira concentrou seu resgate naqueles homens, alheios e desavisados sobre os outros marinheiros do Pendleton na mesma situação de perigo.
Durante as buscas ao Fort Mercer, a Guarda Costeira acabou encontrando  um pedaço do navio que trazia o nome Pendleton flutuando no mar agitado. A indicação de que o petroleiro definitivamente tinha se partido ao meio veio ao avistarem metade dele — a proa — derivando no mar.
Horas Decisivas não se esquece de contar detalhadamente o resgate das pessoas que se encontravam no Mercer e que foi feita por outros grupos de heróis da Guarda Costeira, além de navios que se encontravam nas imediações no momento do acidente.
Livraço! Vale muito a pena a sua leitura.



26/08/2020

Brigitte Montfort, a emblemática agente da CIA. Conhecendo melhor essa mulher estonteante


Ok galera, reconheço que estou sendo repetitivo, pois já abordei esse assunto algumas vezes no blog, mas me perdoem, afinal de contas não estou me referindo a qualquer personagem, mas simplesmente a estonteante Brigitte Montfort. Ela mesma, a superespiã que aparecia em posses sensuais - quase sempre segurando uma arma - nas capas dos livros de bolso da Editora Monterrey e que enlouquecia os adolescentes de décadas atrás. Sendo assim, por se tratar dessa personagem emblemática dos anos 60 e 70, acho que posso voltar a ser repetitivo, afinal foi ela que me ajudou a se transformar num devorador de livros.
Na postagem de hoje quero, simplesmente, apresentar essa adorável espiã da CIA aos leitores que não tiveram a oportunidade de conhece-la ou então, com o passar dos anos, acabaram se esquecendo de algumas de suas características.
Afinal quem é Brigitte Montfort? Vamos lá. Esta personagem da coleção de livros de bolso pulp ZZ7, lançado no Brasil nos 1960, é filha da espiã francesa Giselle Montfort com um estrategista nazista chamado Fritz Bierrenbach, Brigitte é uma agente da CIA e suas histórias de espionagem ocorrem na época da Guerra Fria.
Em 1942, antes de morrer fuzilada em Paris por espionagem contra os nazistas que ocupavam a França, Giselle Montfort conseguiu enviar seu bebê recém-nascido, Brigitte, fruto de seu relacionamento com Bierrenbach, para os Estados Unidos através da Resistência francesa.
Nascida na França, Brigitte foi criada nos EUA por pais adotivos e cursou a Universidade de Columbia, formando-se em Jornalismo, onde conseguiu sucesso muito cedo e recebeu o Prêmio Pullitzer por suas reportagens humanísticas e políticas. Ainda muito jovem, ocupou a chefia da seção internacional do poderoso jornal novaiorquino Morning News, onde seus grandes amigos eram o editor de esportes e eterno apaixonado Frank Minello e o diretor-geral Mick Grogan.
Extremamente atraente e sexy, seu carisma e sucesso profissional a faziam circular pelo jet-set internacional e a viver num grande apartamento de cobertura no Crystal Building, na Quinta Avenida, em frente ao Central Park.
O que nenhum de seus colegas sabia era que, operando com a fachada de jornalista internacional em suas viagens pelo mundo, Brigitte era uma das mais secretas espiãs da CIA, codinome "Baby", número de código N.Y. 7117, poliglota especialista em artes marciais e no uso das mais diversas armas, enfim, uma lenda no meio da espionagem.
Brigitte era subordinada a dois chefes: Charles Alan Pitzer, superintendente do escritório da CIA em Nova York e o misterioso Mr. Cavanagh, diretor-geral.
Em suas inúmeras aventuras internacionais – sempre com uma pequena pistola automática de cabo de madrepérola presa no interior da coxa por uma cinta liga – "Baby" Montfort combateu os inimigos dos Estados Unidos e do "mundo livre", usando seu senso de justiça e espirito humanista em benefício da humanidade para fazer seletos e secretos amigos pelo mundo: John Pearson, o "Fantasma", do MI6 britânico, o narigudo e simpático Monsieur Nez, chefe da contra-espionagem francesa e "Alexandria", nome de código do maior espião alemão de todos os tempos.
Mas de todos os homens que conheceu e se relacionou, Brigitte teve apenas um grande amor na vida: o maior de todos os espiões, "Número 1", um ex-espião da CIA ainda ativo como free-lancer, que deixou a agência de espionagem americana por ter sido traído no passado pela própria agência e por seu governo, com quem vive várias noites de amor e jornadas de aventuras.
Então, galera, já imaginaram uma mulher assim?  O que não entra em minha cabeça é como Baby ainda não foi parar nas telas do cinema. Fazer o que...

23/08/2020

“Em Busca de Um Novo Amanhã” e “Um Amanhã de Vingança”: duas obras que esculhambaram Tracy Whitney


Existem personagens sagrados que devem ser deixados quietos no seu canto. Eles conseguiram revolucionar o sentimento de tantos leitores que se tornaram verdadeiros ícones da literatura ficcional. Resumindo: eles cumpriram o seu papel, de maneira brilhante, sem a necessidade de uma saga ou série, mas apenas um livro para contar a sua história.
Infelizmente existem familiares de escritores que na ânsia de ganhar mais dinheiro com o espolio do morto famoso concordam em deixar que outros autores mexam em sua obra e com isso cometam o sacrilégio de criar novos enredos para personagens emblemáticos que já tinham fechado o seu círculo de aventuras com chave de ouro, sem a necessidade de nenhuma continuação. Resultado: a imagem, antes irrepreensível, desse personagem acaba ficando maculada e muitas vezes, ele acaba caindo no ridículo.
Foi assim com vários deles: Scarlett O’Hara que levou duas verdadeiras pancadas, a primeira desferida por Alexandra Ripley que expôs a personagem de maneira cruel em Scarlett, e o segundo golpe fatal no bagaço literário O Clã de Rhett Butler – suposta continuação da obra prima E O Vento Levou de Margaret Mitchell – onde Scarlett ganha uma meia irmã que resolve contar os segredinhos apimentados da heroína jogando o seu nome na lama. Michael Corleone, por sua vez, sofreu nas mãos de Mark Winegardner e do seu ‘terrible’ A Volta do Poderoso Chefão. O mesmo destino teve Holden Caufield, aquele adolescente rebelde e desbocado que desprezava as características da vida adulta em “O Apanhador do Campo de Centeio” de J.D. Salinger e que graças a uma continuação não autorizada e mal sucedida escrita pelo sueco Fredrick Colting, transformou-se numa versão idosa, chata e arrogante.
Pois é, e agora uma nova personagem vem se juntar a essa galeria. Trata-se de inteligente, sedutora e carismática Tracy Whitney do delicioso Se Houver Amanhã de Sidney Sheldon, escrito em 1985 e que agora foi jogada na lama em duas continuações: Em Busca de Um Novo Amanhã e Um Amanhã de Vingança.
Acredito que o maior erro dos herdeiros de Sheldon foi ter deixado que uma nova autora assumisse o seu legado depois de sua morte, e pior... ter dado autorização para que ela alterasse o destino de personagens considerados verdadeiros emblemas criados pelo famoso autor. Tilly Bagshawe não é uma má autora, pelo contrário, tem bons livros publicados – apesar de poucos conhecidos por aqui – entre eles Fama(2013) que recebeu muitos elogios da crítica americana. Repito que o erro da autora foi querer sequenciar enredos que já tinham cumprido o seu ciclo nas mãos de Sheldon. Tudo bem, ela poderia até mesmo escrever novas histórias seguindo o estilo de Sheldon com fez com AViúva Silenciosa, Depois da Escuridãoe Sombras de Um Verão que agradaram os leitores do autor. Mas a partir do momento em que ela decidiu dar sequência em obras que não precisavam de uma continuação por terem tido início, meio e fim perfeitos, a ‘coisa’ complicou. Exemplo disso foram os decepcionantes A Senhora do Jogo continuação de O Reverso da Medalha e agora, mais recentemente, em Um Novo Amanhã e Um Amanhã de Vingança, sequencias de Se Houver Amanhã.
Sinto dizer, mas a autora moeu Tracy Whitney. A personagem forte, marcante e sedutora de Se Houver um Amanhã se transformou numa protagonista apagada e sem personalidade nesses dois livros. Muito, mas muito sem graça.
Vi uma Tracy ingênua e boba, que me fez parar a leitura várias vezes e perguntar a mim mesmo: “Caráculas, essa a Tracy que vi em Se Houver Amanhã?
Nestas duas sequencias, Tracy enfrenta uma organização radical de hackers chamada Grupo 99 que tem por objetivo atacar os grandes monopólios comerciais. Eles invadem sistemas de agências governamentais e grandes empresas, provocando um verdadeiro caos, prejudicando muitas pessoas. Um dia, eles decidem radicalizar ao extremo e então, sequestram uma vítima influente, o matam com um tiro na cabeça e divulgam o vídeo na internet.
As agências de inteligência americanas e europeias se unem para caçar essa organização criminosa. Tracy é convidada a ajudar nessa caçada, mas a princípio recusa, pois a sua única intenção é viver tranquilamente, longe de confusões, ao lado de seu filhos; até que algo inesperado acontece, obrigando a protagonista a mudar os seus planos. Este é um breve resumo da duologia escrita por Bagshawe e que descaracterizou inteiramente uma das personagens mais famosas e emblemáticas já criadas por Sheldon.
Uma pena.

18/08/2020

HarperCollins irá publicar no Brasil o novo livro de Rhonda Byrne, autora de “O Segredo”


Vocês se lembram de Rhonda Byrne? Com certeza, a maioria se lembra. Ela é a autora do fenômeno global chamado O Segredo. Confesso que passei longe desse livro; fugi mesmo. Aqueles que acompanham as postagens do blog já sabem que não fã de livros de auto ajuda – com raras exceções, entre elas, alguns livros de Augusto Cury; vejam bem, eu disse “alguns” – mesmo assim, por insistência de uma amiga acabei lendo O Segredo, pelo menos tentei, já que não consegui termina-lo.
Achei o livro repetitivo do começo ao meio – apenas meio, já que não cheguei ao fim – sempre martelando as mesmas informações, os mesmos pensamentos positivos. Ufa! Cansa e enjoa.
Por isso quando soube que a escritora e também produtora de televisão australiana iria lançar uma nova obra não me interessei, mas acontece que não sou o dono do mundo, e estou ciente de que muitas pessoas amaram “O Segredo” fazendo dele o seu livro de cabeceira. Prova disso é que a obra de Byrne foi publicada em mais de 50 idiomas, vendeu 35 milhões de exemplares no mundo inteiro e ficou 200 semanas nas listas de mais vendidas. Por isso, decidi fazer esse post para dar uma boa notícia para essa galera que fez de O Segredo, a obra literária de suas vidas.
A HarperCollins anunciou que adquiriu os direitos internacionais do novo livro da autora. Ele será lançado simultaneamente no Brasil, no Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia em 24 de novembro, e, subsequentemente, em todas as locações da HarperCollins mundialmente. As edições em e-book e áudiolivro também serão publicadas simultaneamente. 
Segundo a editora, The Greatest Secret "revela o próximo passo de uma jornada que levará o leitor para além do mundo material em direção ao universo espiritual, onde as possibilidades existem". 
O livro reflete a jornada pessoal de Rhonda, compartilhando saídas para aqueles que vivenciam dificuldades, rumo ao fim do sofrimento e da dor sentidos por tantos, vislumbrando um futuro sem ansiedade ou medo. Ainda segundo comunicado da Harper Collins, a obra traz práticas acessíveis e revelações profundas que levam o leitor a uma "jornada incomparável".
"A cada passo dado, você se sentirá mais feliz e sua vida parecerá menos difícil; os medos e as incertezas do futuro deixarão de lhe atormentar, a ansiedade e o estresse de suas lutas diárias ou eventos globais se dissiparão, e você poderá se libertar de qualquer forma de sofrimento", promete Rhonda Byrne no comunicado da editora.
Portanto, taí galera, para os fãs de Rhonda Byrne (e só para eles) uma excelente notícia.

15/08/2020

Garota Exemplar


Que final murcho! Verdade; um final broxante. Dou toda a razão para os leitores – e são muitos – que execraram o “The End” de Garota Exemplar. A impressão que tive foi que a escritora Gillian Flynn estava com muita pressa para terminar a sua história e simplesmente deu uma ‘matada’ nas páginas finais, ou melhor, na página final. Faltou criatividade, sair da mesmice, do algo comum.
E sabe o que é que dói na alma do leitor nisso tudo? Garota Exemplar é um livro incrível; muito bom mesmo. O enredo tem viradas inesperadas que surpreendem, a primeira delas, inclusive, merece o status de “derruba queixo” já que que muda tudo o que você pensava sobre determinado personagem. Aliás, Flynn provou ser uma manipuladora de leitores. Ela vai te conduzindo por um caminho, faz com que você acredite ser um caminho seguro, mas então, em cima da hora, você percebe que esse caminho te conduz a uma curva fechada que você não esperava encontrar. Ao topar com essa curva inesperada, você diz: “Puxa! A autora me enganou direitinho!”
Pois é, o livro tem várias dessas armadilhas, um Thriller Policial/Psicológico de alto nível com muitos plot twists saborosos, mas entonce... vem aquele final FDP e estraga toda sensação gostosa de leitura que já estava bem próxima de se transformar uma ressaca literária daquelas.
Garota Exemplar se desenrola em torno de uma atmosfera de dúvidas que faz o leitor mudar de opinião a cada capítulo. Tudo começa na manhã do quinto aniversário de casamento de Amy, uma mulher linda e inteligente, esposa de Nick Dunne. Neste dia, ela desaparece de sua casa e tudo, aparentemente, leva a crer que se trata de um crime violento, já que a sua casa encontra-se toda revirada e com manchas de sangue.
 Ben Affleck e Rosamund Pike (no cartaz) em cena do filme baseado no livro
Seu esposo, Nick se torna o suspeito número um da polícia. Com o apoio da sua irmã gêmea, Margo, ele tenta provar a sua inocência e, ao mesmo tempo, procura descobrir o que aconteceu com Amy. O problema é: se não foi Nick que a matou, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele?
No decorrer da leitura você vai descobrindo certos segredos do casal, alguns bem sui generis, até o momento da grande virada que acontece no meio do livro.
Achei o enredo assustador no que se refere ao relacionamento de um casal. Um trecho da crítica feita pela revista Time – que por sinal, elogiou muito a obra - exprime em poucas palavras o tipo de fobia que sentimos ao ler Garota Exemplar: “O retrato de um casamento tão aterrorizante que vai fazer você passar um bom tempo pensando em quem realmente é a pessoa que está ao seu lado na cama”. É mole?!
Enfim, galera, uma livraço, excetuando o seu final.... decepcionante.
Ah! Em tempo. O livro de Flynn também foi parar nas telonas. Ele foi adaptado para os cinemas em 2014 e teve nos papéis principais: Ben Affleck e Rosamund Pike que ficou famosa em 2002 ao interpretar a bond-girl Miranda Frost no filme “007 – Um Novo Dia Para Morrer”.
Inté!

10/08/2020

Batman – Os Arquivos Secretos do Homem-Morcego


Como grande fã do “Homem Morcego”, desde a época em que devorava os saudosos formatinhos da editora Ebal com os quadrinhos do herói; isso lá nos idos de 76, gostei. Aliás, gostei muito da edição luxuosa de Batman – Os Arquivos Secretos do Homem-Morcego. Quando descobri o lançamento da Leya Omelete, comprei, na mesma hora, e não me arrependo. Livraço! Os fãs do Morcegão irão amar.
Matthew K. Manning teve uma sacada muito feliz ao desenvolver o enredo de sua obra no formato de um diário de Bruce Wayne. O milionário de Gothan City chega a uma conclusão interessante: “imagine se um dia eu morrer e nunca mais poder vestir a minha fantasia de morcego e sair por aí, pela madrugada afora, caçando essa plêiade de amalucados perigosos e também fantasiados”? Pois é acredite, Bruce estava tão preocupado que Gothan perdesse o seu famoso vigilante noturno e por isso, decidiu escrever um diário secreto narrando todos os seus segredos e que servisse de guia para a próxima pessoa que concordasse vestir a roupa do Batman.
Achei a premissa do autor muito criativa, pois a partir daí os leitores passam a ingressar no mundo secreto do Homem-Morcego, descobrindo todos os seus segredos, incluindo os mais sigilosos.
Batman: Os Arquivos Secretos do Homem-Morcego traz tudo o que você sempre quis saber, e não tinha a quem perguntar. Uma edição de colecionador enriquecida por imagens, ilustrações, e demais peças secretas reunidas em um só local. Como já disse, o livro é o diário de Bruce Wayne. Guardado às sete chaves, contém toda a intricada informação necessária para realizar sua missão, apenas no caso de alguma eventualidade.
O livro começa com desenhos de infância de Bruce e continua ao longo de uma linha do tempo de eventos significativos na vida do Homem-Morcego. Completo e autêntico de todas as maneiras possíveis, todos os amigos e inimigos de Batman – de Hera VenenosaMulher-GatoCharada e Pinguim, a CoringaBatgirlMr. Freeze e, claro, Robin – aparecem durante o dossiê para traçar o panorama da carreira do herói.
Descrevendo de forma completa a guerra de Batman contra o crime, o livro inclui arquivos de computador, notícias, fotos das cenas dos crimes, pegadas, esquemas e mapas reais de Gotham City; provas que foram coletadas e, em muitos casos, até mesmo desenhadas, pelo próprio herói.
Engana-se quem pensa que Batman: Os Arquivos Secretos do Homem-Morcego se resume apenas aos fatos mais conhecidos de sua vida. O livro traz detalhes insólitos sobre Bruce Wayne/Batman considerados verdadeiras jóias raras, entre os quais, aquele relacionado com o filho que ele teve com Talia, filha do vilão Ra’s AlGhul, o “Cabeça de Demônio”. Damian Wayne após receber o treinamento adequado de seu pai viria, inclusive, vestir o uniforme de Robin. O livro tem ainda muitas outras revelações incríveis.
Não posso deixar de elogiar o layout do livrio. O que é aquilo?! Uma autentica obra de colecionador.
Leiam, vale a pena!

07/08/2020

Uma Sombra Passou por Aqui


Na minha opinião existem dois gêneros de ficção científica: raiz e poético. O primeiro é representado por uma miscelânea de naves espaciais, seres alienígenas, guerras interestelares, disputas por planetas, poderosas armas laser, etc. Já o segundo, procura inserir num futuro bem distante situações cotidianas vividas em nosso dia a dia, mas com pouca ou quase nenhuma pirotecnia espacial, excetuando algumas poucas naves e foguetes.
“Guerra do Velho” (John Scalzi), “Tropas Estelares” (Robert A. Heinlein) e “O Jogo do Exterminador” (Orson Scott Card) são exemplos latentes de ficção raiz. Quanto ao poético, considero Ray Bradbury o seu representante máximo; do tipo: “não tem prá mais ninguém”. O cara é fera.
Por isso, quando você ler qualquer enredo escrito por Bradbury não espere muita ação, mas histórias para refletir sobre vários problemas e situações que sempre afligiram os seres humanos ao longo de sua história. Algumas dessas situações, inclusive, bem contemporâneas, apesar do período em que foram escritas.
O próprio Bradbury dizia ser um “escritor de ideias”, não de ficção científica, como ficou conhecido após criar sucessos como Crônicas Marcianas (1950), O Homem Ilustrado (1951), ou o romance Farenheit 451 (1953). Seu método consistia em associar palavras a ponto de lhes dar uma história inteira, algo assemelhado ao da poesia. Por isso que ficou conhecido no meio literário como o “Poeta da Ficção Científica”.
Uma Sombra Passou por Aqui ou O Homem Ilustrado é o exemplo mais claro desse gênero dentro da ficção científica criado por Bradbury. As histórias, apesar dos discretos foguetes e avanços científicos, parte de situações cotidianas do nosso dia a dia e criam situações assustadoras e inquietantes. Várias delas, com certeza, já enfrentadas por alguns de nós.
São 18 contos que, embora explorem o tema do conflito entre a tecnologia e a natureza humana, não têm conexão entre si.
Cada história tem como ponto de partida uma das tatuagens que cobrem todo o corpo de um homem conhecido apenas pelo apelido de o "homem ilustrado". As tatuagens foram feitas por uma mulher do futuro, segundo ele —, que vagueia de cidade em cidade. Quando alguém fixa o olhar numa delas, as figuras se tornam animadas e ganham vida e, assim a história começa.
Os contos que mais despertaram o meu interesse foram os seguintes;
A Estepe Africana
No futuro, um casal percebe que um jogo virtual está prejudicando os seus filhos que passam a maior parte do tempo dentro de um quarto capaz de criar qualquer ambiente ilusório. As crianças adoram ficar numa estepe africana cercada de leões. Quando os pais decidem acabar com essa realidade virtual, as crianças não aceitam e partem para a vingança.
Caleidoscópio
Um grupo de astronautas é jogado no espaço após a fuselagem do seu foguete se romper. Enquanto caem no espaço, eles procuram refletir sobre a vida que levaram até agora, chegando a várias conclusões. Um conto bem poético.
O Outro Pé
Após serem muito humilhados e maltratados pelos brancos, a maioria dos negros acabam migrando para o planeta Marte onde formam uma grande colônia, bem desenvolvida. Certo dia, eles ficam sabendo que um foguete da terra tripulados por brancos irá aterrissar em Marte. Então, os negros preparam a sua vingança que há muito tempo estavam esperando. Conto que explora as consequências do racismo.
O Homem
Um grupo de viajantes espaciais da Terra chega a um planeta que um dia antes havia recebido a visita de Jesus Cristo. O comandante da nave tenta de todas as maneiras se encontrar com Jesus, não medindo as consequências de seus atos. A história é uma verdadeira prova da genialidade de Bradbury, capaz de transformar qualquer tema ou assunto numa história de ficção científica.
A Grande Chuva
No planeta Vênus recriado por Bradbury não para de chover. Uma chuva forte e intermitente cai no planeta há séculos. Por isso foi necessário a construção de vários prédios conhecidos por “Domos” para abrigar os astronautas que desembarcam no planeta para certas missões. Problema: a maioria desses domos foram destruídos por seres alienígenas. Dentro desse panorama, um grupo de astronautas acaba ficando perdido no planeta e é obrigado a enfrentar a terrível chuva. Agora, imagine o aguaceiro batendo direto na cabeça desses viajantes. Alguns acabam enlouquecendo. Será que os sobreviventes conseguirão chegar aos poucos Domos existentes?
O Foguetista
Uma criança de 14 anos narra como ele e a mãe sentem falta do seu pai, um piloto de foguete, que passa apenas poucos dias do ano ao lado família. O restante de seu tempo, ele passa dentro de um foguete fazendo viagens interplanetárias. O conto inspirou a criação da música “Rocket Man” do cantor Elton John.
Os Ígneos Balões
Mais um conto que explora o tema religião. Um grupo de padres missionários segue para o planeta Marte com a missão de catequizar os marcianos. Chegando por lá, a surpresa é grande, pois o que presenciam  não é nada do que esperavam.
A Raposa e a Floresta
A história se passa em 1938, no México, onde um casal fugitivo passa a ser perseguido por um investigador que quer a qualquer custo que a dupla retorne para o ano de 2155, de onde fugiram.
O Visitante
No futuro, uma grave doença ataca os terráqueos e ameaça dizimar o planeta. Por isso, todos as pessoas que apresentam sintomas suspeitos são exiliadas para o planeta marte onde são obrigadas a viver na solidão esperando a morte. Certo dia, eles recebem a visita de um rapaz – também com suspeita da doença – que tem o poder de produzir neles vários prazeres que tinham na Terra. O que era para ser um alívio para todos se transforma numa guerra, quando os enfermos não aceitam dividir o rapaz
Marionetes S.A.
Conto fantástico e com um final surpreendente. Um marido infeliz no casamento e com uma mulher do tipo “marcação cerrada” que não dá folga, decide deixa-la por uns tempos para visitar o Rio. Para isso, ele deixa em seu lugar um robô com as suas características. É claro que as coisas não saem como o planejado. Conto com pitadas de humor e que serve para refletir sobre a fidelidade no matrimônio.
Taí galera, essas foram as histórias que mais me agradaram em Uma Sombra Passou por Aqui, o que não significa que as outras sejam ruins. Pelo contrário, todos os contos são muito bons e merecem ser lidos.
Em tempo: o livro foi adaptado para o cinema em 1969, mas o filme não obteve o sucesso esperado e recebeu muitas críticas negativas.
Por isso, melhor ficar com o livro.
Valeu!

03/08/2020

Realidades Adaptadas traz 7 contos de Philip K. Dick que viraram filmes


Eu sou e acredito que continuarei sendo por muito tempo ainda um grande fissurado em livros que tiveram os seus enredos adaptados para o cinema ou televisão. Prova disso é que há dez anos, nos primórdios da minha humilde sala de leitura, eu tinha apenas livros que já haviam virado filmes ou séries. Por isso, ontem ao dar as minhas habituais zapeadas nas livrarias virtuais à procura de novidades acabei topando com um livro de Philip K. Dick que amei. Trata-se de Realidades Adaptadas. E como não bastasse, tinha acabado de assistir na TV ao filme “O Vidente” com o Nicolas Cage e a Jessica Biel que adorei; um filmaço baseado em um dos contos do livro! Pronto, juntou a fome com a vontade de comer e deu no que deu, ou seja, quebra de uma promessa e mais um livro na minha já entupida lista de leituras.
Há dois meses tinha prometido que não compraria mais nenhum livro, por mais tentador que fosse, até ter reduzido uma lista enorme com várias leituras em atraso, mas entonce apareceu o livro de Dick e... já sabe né.
Na obra da editora editora Aleph lançada em 2012 – Putz! Só fui descobrir o seu lançamento agora! - estão alguns dos maiores sucessos do autor que acabaram virando filmes famosos como O Relatório Minoritário (que inspirou o filme com Tom Cruise, Minority Report), Lembramos para Você a Preço de Atacado (O Vingador do Futuro), O Homem Dourado (O Vidente), A Segunda Variedade (Screamers - Assassinos Cibernéticos), Equipe de Ajuste (Os Agentes do Destino), além de O Pagamento e Impostor, ambos adaptados para filmes de mesmo nome.
Cara, imagine só! Um livro com sete contos que deram origem a filmes fantásticos e escritos por um dos maiores gênios da ficção científica. Uhauuu!! Me desculpem, mas tive de quebrar a promessa. Só mesmo quem é fã fissurado de adaptações cinematográficas de obras literárias para entender o grau dessa euforia.
É importante frisar que apesar de pouco conhecido no Brasil por sua obra literária, Dick é um sucesso entre as plateias de cinema.  Os contos de Realidades Adaptadas foram escritos no período de 1953 a 1966.
Confira abaixo todos os contos presentes na obra e os filmes que pegaram carona nesses enredos marcantes. Vamos lá.
01 - Lembramos para Você a Preço de Atacado (1966)
Filme:O Vingador do Futuro (1990)
Estrelado por: Arnold Schwarzenegger, Rachel Ticotin, Sharon Stone, Ronny Cox e dirigido por Paul Verhoeven
02 - A Segunda Variedade (1953)
Fime: Screamers - Assassinos Cibernéticos (1995)
Estrelado por: Peter Weller, Roy Dupuis, Jennifer Rubin, Andrew Lauer e dirigido por Christian Duguay
03 - O Impostor (1953)
Filme: Impostor (2002)
Estrelado por: Gary Sinise, Madeleine Stowe, Vincent D'Onofrio e dirigido por Gary Fleder
04 - O Relatório Minoritário (1956)
Fime: Minority Report - A nova lei (2002)
Estrelado por: Tom Cruise, Colin Farrell, Samantha Morton e dirigido por Steven Spielberg
05 - O Pagamento (1953)
Filme: O Pagamento (2003)
Estrelado por: Ben Affleck, Uma Thurman, Aaron Eckhart e dirigido por John Woo
06 - O Homem Dourado (1954)
Filme: O Vidente (2007)
Estrelado por: Nicolas Cage, Julianne Moore, Jessica Biel e dirigido por Lee Tamahori
07 - Equipe de ajuste (1954)
Filme: Os Agentes do Destino (2011)
Estrelado por: Matt Damon, Emily Blunt, John Slattery e dirigido por George Nolfi
Taí galera. por hoje é só!


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