25/10/2020

Vai trocar o seu blog literário por um canal no YouTube? Saiba que os blogs continuam vivos e fortes


Cada vez que vejo nas redes sociais que algum blogueiro decidiu deixar de lado seu blog o qual vinha mantendo há cinco, oito ou até dez anos para trocá-lo por um canal no Youtube fico muito triste, mas triste, de fato. Há também aquelas pessoas que influenciadas por comentários na web que afirmam que os ”blogs já eram”, não os abandonam definitivamente, mas decidem manter os dois: blog e YouTube; o que na minha opinião – se o blogueiro não tiver alguém ou uma equipe para lhe ajudar - será um grande erro, já que tanto o seu blog quanto o seu canal internet ficarão apenas meia boca, mas falarei mais detalhadamente sobre isso no decorrer desse texto.

Durante a semana passada, por acaso, vi algumas opiniões na web que afirmavam que a era dos blogs já havia terminado e que agora estamos vivendo o advento do Youtube. Alguns desses comentários iam mais além, declarando que aqueles que insistissem em manter as suas raízes blogueiras, resistindo em migrar para o Youtube, amargariam um triste destino com a perda de seguidores, além de cair no esquecimento.

Cara, juro que fiquei pasmo com essas afirmações. Achei uma P... falta de respeito com aqueles que optaram em continuar apenas com o seu blog. Mais do que isso, considerei muita ignorância por parte dos internautas que fizeram essas afirmações. Detalhe: grande parte delas foram feitas por blogueiros novatos que migraram para o Youtube há pouco tempo e por isso mesmo completamente inaptos em opinar sobre vantagens e desvantagens de um e também de outro.


O problema, galera, é que muita gente acaba indo na onda dessas opiniões e preferem abandonar um trabalho que vinham mantendo há muito tempo por acreditar que estão perdendo tempo. Se essa turma quer trocar de canal, troquem, mas não escrevam inverdades, pesquisem antes de publicar alguma coisa que possa desiludir muitas pessoas que vinham realizando um excelente trabalho no Bloguer, WordPress ou qualquer outra plataforma. Fico desgostoso quando um blog literário, principalmente um que eu acompanhe com frequência, encerra as suas atividades.

Não estou aqui para bancar o advogado de defesa do Bloguer/WordPress ou o promotor de acusação do Youtube; nada disso. Simplesmente, acho as duas plataformas importantes com as mesmas vantagens e os mesmos defeitos. Nenhuma delas à frente da outra. Tanto é que se alguém quisesse começar a publicar resenhas literárias e me perguntasse, agora, qual caminho deveria escolher: Blog ou Youtube, eu responderia: “Aquele que melhor você se adapte. Simples assim. Se você se expressa melhor através da escrita, não pense duas vezes: é um blog na lata. Agora, se você tem dificuldades em elaborar textos, mas por outro lado, as palavras se dão maravilhosamente bem em sua boca, vá correndo para o Youtube. Ok, mas você ainda pode me perguntar: “E aquelas pessoas que escrevem e também falam com perfeição”?  Beleza, para responder essa questão, vou voltar ao início do post quando disse que manter um blog juntamente com um canal no Youtube não é um bom negócio, principalmente se a pessoa não contar com nenhuma ajuda. Vamos lá: você gosta tanto de escrever quanto de se expressar na frente de uma câmera? Fácil: se não tiver a ajuda de ninguém na sua empreitada, escolha um dos dois para começar, mas jamais os dois juntos; agora se você tiver algum parceiro ou um grupo de amigos com a mesma ideia, tudo bem, dá para incluir Blog e Youtube num mesmo pacote.


Ocorre que muita gente comete o erro de mergulhar de cabeça nos dois canais sem ter nenhuma ajuda. Cara, isso é loucura. Me responda essa pergunta com toda sinceridade: “Você conseguiria conciliar trabalho, estudo, leitura, blog e youtube ao mesmo tempo”? E veja que eu ainda deixei o lazer de fora! Pois é, talvez até você conseguiria, mas por falta de tempo seriam dois canais feitos nas coxas. Por outro lado, se você tivesse ao menos um colaborador, belê, as funções seriam divididas: um ficaria com o blog e o outro com o canal do Youtube. Agora, se forem três ou mais ajudantes, Uhauuu! Melhor ainda. Mas prestem muita atenção: “Jamais, eu disse, jamais, arrisque ser blogueiro e youtuber literário sem nenhuma ajuda. Mêu! Editar vídeos não é brincadeira, demanda muito tempo. Escrever um bom texto, também requer doação.

E para aqueles que insistem em enterrar os blogs, eu respondo que não bem assim. Essa plataforma está mais viva do que nunca. Prova disso é que pesquisas apontam que existem mais de 170 milhões de blogs em todo o mundo e outros milhares são criados a cada dia. Não há um assunto que você procure que não tenha um blog dedicado a fornecer dicas, notícias, pesquisas, experiências. Assim, os blogs são peças fundamentais para preencher a enorme lacuna entre a demanda e a oferta de informação.

Tenha certeza de que o conteúdo escrito não vai acabar, isso vale principalmente para o nicho literário, mesmo que os vídeos estejam na moda. Afinal, quem gosta de ler livros também gosta de ler resenhas sobre esses mesmos livros. No meu caso, por exemplo, prefiro ler uma opinião literária do que “ver” essa opinião num canal do Youtube.

Outro detalhe é a segurança. Eu fico tranquilo em saber que o conteúdo que eu produzo fica num banco de dados meu e que eu sou o responsável por ele. Eu não estou construindo a minha casa num terreno alugado, mas no seu próprio “terreno virtual”. Cara, fico pensando o que acontece se o Youtube decidir fechar as portas ou se o Instagram deixar de existir.

Penso que uma pessoa jamais deve abandonar o seu blog e migrar inteiramente para outras redes sociais, incluindo o Youtube e o Instagram, pois você corre o risco de perder tudo. Por isso, ter o seu blog em algum cantinho fará com que você preserve o seu patrimônio.

E posso dizer escrever mais? Os blogs são extremamente fáceis de usar. Esqueça aquela ‘trabalheira’ de ficar editando vídeos ou buscando ângulos desconcertantes e caras e bocas para se sobressair numa foto. No blog, você simplesmente escolhe um título, depois escreve o seu conteúdo e na sequencia seleciona uma imagem para dar aquele “grau” no post; e pronto! Para as pessoas que não tem dificuldades em elaborar um bom texto, é tiro e queda. Um conteúdo que iria demorar horas para ser editado no YouTube, acaba sendo feito em menos da metade do tempo num blog.

Quanto a monetização, não vou enganar os internautas dizendo que os blogs dão muito dinheiro, pois estaria mentindo. A grana, de fato, está no Youtube, mas se você quer ter um cantinho que possa chamar de seu e sem risco de perde-lo e depois ficar chupando o dedo, os blogs ainda são a melhor alternativa.

Ah! Esqueça esse papo de que os blogs, principalmente os literários, estão perdendo audiência. Quem aprecia um bom texto jamais perde o hábito, independentemente de ser adulto ou jovem. Conheço muitos adolescentes que são apaixonados por blogs. Prova disso é o “Livros e Opinião”. De acordo com as estatísticas do Google Analytics, grande parte dos visitantes está nessa faixa etária.

Espero ter ajudado aqueles que estavam em dúvida se continuavam ou não com o seu blog.

Inté!

22/10/2020

Seis fatos interessantes sobre a vida de Jane Austen

 


Orgulho e Preconceito de Jane Austen se tornou ao longo dos anos uma das obras mais famosas da literatura mundial o que lhe valeu, merecidamente, o status de antológica. O sucesso do livro fez com que crescesse a curiosidade dos leitores com relação ao nome de Austen; e curiosidade, você sabe muito bem, significa segredos. Dessa forma, as histórias, digamos, mais particulares da autora foram aguçando a curiosidade dos devoradores de livros contemporâneos que aprenderam a admirar as obras de Austen. Estava na cara que mais cedo ou mais tarde, alguém iria escrever uma biografia sobre a sua vida. E não deu outra, em 2011, Catherine Reef lançou Jane Austen – Uma Vida Revelada. O livro de 224 páginas foi publicado no Brasil pela Novo Século e vendeu “horrores”. Dessa maneira, os fãs da criadora de Orgulho e Preconceito puderam conhecer vários detalhes mais íntimos de sua vida.

Nascida em dezembro de 1775 em Steventon, na Inglaterra, Austen foi a segunda filha de uma família de seis meninos. Desde a pré-adolescência, ela já mostrava inclinação e talento para a escrita. A habilidade de escrever personagens femininas complexas e de explorar os conflitos das relações de classe e gênero fizeram dela uma escritora à frente de seu tempo, publicando clássicos como Razão e Sensibilidade (1811), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger Persuasão (ambos de 1818).

Confiram nessa postagem oito fatos interessantes apresentados pelo livro de Catherine Reef. Vamos lá!

01 – Rosto desconhecido

O verdadeiro rosto de Austen é completamente desconhecido. O que nós vemos são pinturas ou representações gráficas do semblante da famosa autora. Os mais interessados em descobrir pelo menos parte da verdade terão de assistir ao filme “Amor e Inocência” onde a atriz Anne Hathaway vive a própria Jane Austen. A única imagem que existe da autora é a de um retrato que a sua irmã chamada Cassandra pintou e que, segundo várias fontes, não corresponde com a figura de Austen. De acordo com Reef, relatos de conhecidos descrevem a autora de Orgulho e Preconceito como “uma boneca”, com bom humor e “uma boa dose de cor na face”, outros dizem que ela tinha “bochechas cheias e arredondadas”. Já um de seus vizinhos afirma que ela era “uma pessoa alta e seca, com as maçãs do rosto muito salientes”.

02 - Responsabilidades domésticas

Jane Austen era filha de um reverendo. Enquanto seus irmãos puderam estudar matemática, história e outros campos do conhecimento, ela e sua irmã ficaram limitadas a habilidades domésticas ou consideradas essenciais a uma esposa, como a capacidade de costurar e tocar piano. 

03. Rompendo paradigmas da época

Jane Austen estava muito à frente de sua época e isso ficou provado quando aos 20 anos, a jovem conheceu Tom Lefroy, sobrinho de uma família amiga, e os dois se encantaram um pelo outro. Na época, dois jovens não podiam ficar sozinhos e um só poderia escrever para o outro se estivessem noivos — Jane e Tom quebraram essas e outras regras, o que foi considerado um comportamento vergonhoso por amigos e familiares que acompanharam os acontecimentos.

O par se encontrou cerca de quatro vezes em ocasiões sociais, e nunca chegou a ter um envolvimento mais sério. Isso porque, quando os pais de Lefroy perceberam a possibilidade de ele se envolver com a filha de um reverendo, apressaram a ida do rapaz a Londres. Como ele era filho de um oficial do exército, acreditava-se que ele merecia mais.

04 – A origem de Razão e Sensibilidade

Enquanto se encantava por Tom Lefroy, Austen deu início ao romance Elinor e Marianne, sobre duas irmãs: uma guiada pela prudência; outra, pelo coração. Quinze anos depois, a história foi publicada anonimamente em três volumes com o título de Razão e Sensibilidade e, em 1995, foi adaptado para os cinemas, com um roteiro de Emma Thompson, que também interpretou Elinor.

05 – Dependente dos familiares

Apesar da inteligência e da carreira como escritora, ser solteira era um fator que a deixava dependente dos outros. Quando, em meados de 1800, sua família decidiu se mudar de Steventon, cidade onde nasceu e cresceu, para Bath, ela teve que ir junto, mesmo contrariada. Ela só foi ter dinheiro próprio aos 36 anos, quando Razão e Sensibilidade foi publicado.

06 – Austen envenenada?

Acredita-se que a escritora tenha sofrido a Doença de Addison, um distúrbio no qual as glândulas adrenais não produzem hormônios suficientes. Nos últimos anos, no entanto, cientistas levantaram a possibilidade de Austen ter morrido envenenada por arsênico. 

A teoria surgiu quando os cientistas começaram a analisar três pares de óculos que teriam pertencido à autora. Após sua morte, a escrivaninha de Austen ficou com sua irmã, Cassandra, que a passou adiante para outro irmão. Em 1999, o móvel foi doado para a British Library por Joan Austen-Leigh. Dentro dele, os pesquisadores encontraram os óculos.

Durante a análise, perceberam que os graus das lentes variavam muito de um óculos para o outro, como se o dono deles tivesse a visão deteriorada com o passar do tempo. A descrição bate com a feita por Austen durante seus últimos anos de vida: em cartas para irmã Cassandra, ela relatava estar com cada vez mais problemas de visão.

Os cientistas então consultaram o optometrista Simon Barnard que, ao avaliar os resultados, sugeriu que Austen, de início, usou óculos para leitura e bordado. O especialista acredita que a escritora então começou a ter catarata. A possibilidade de a doença ter sido causada por diabetes foi descartada, já que teria que estar avançada demais, e possivelmente a autora não conseguiria sobreviver tempo o suficiente para ter diferentes graus de óculos.

Barnard sugeriu então que, se Austen teve catarata, a doença foi causada por um envenenamento acidental por algum metal pesado, como o arsênico, já que a substância era comum em remédios, na água e até mesmo no papel de parede da época. A hipótese, no entanto, não foi confirmada.

Taí galera, espero que os fás de Jane Austen tenham matado pelo men os um pouco da sua curiosidade com relação a autora.

Inté!

19/10/2020

De amputações tresloucadas a medicamentos bizarros. Três livros que mostram os horrores da medicina no passado


O meu sonho quando criança sempre foi o de ser médico. Este sonho durou até os meus 18 anos quando surgiu uma segunda paixão em minha vida: o jornalismo. Esta paixão teve início de uma maneira avassaladora, tão logo comecei a trabalhar na rádio da minha cidade. Apesar de jovem, já me escalaram, de cara, no setor de jornalismo. Comecei como office de redação, depois repórter, depois produtor e assim foi indo. Ao ver a engrenagem do sistema responsável pela transformação de fatos em notícias, pirei. – Cara, é isso que eu quero! – exclamei na época. Mas confesso que a paixão pela medicina ainda permanece escondidinha bem no fundo do meu coração. Sabe aquela pequena brasa que sobrou de uma imensa fogueira? Pois é, coisa desse tipo.

Por isso, ainda sou um grande apreciador dos livros sobre o tema. ‘Volta e meia’ lá estou eu à procura de alguma obra sobre história da medicina, principalmente aquelas que abordem a sua evolução através dos tempos. Isto explica porque sai correndo para comprar “Medicina dos Horrores”, um livro que devorei em tempo recorde.

Esta brasinha que insiste em permanecer viva elucida também o motivo dessa postagem. Num primeiro momento pensei em contar um pouco sobre a minha odisseia de menino sonhador – em ser médico – até ter se transformado num menino jornalista amante de livros. Mas então, pensei comigo: - Lá vem mais divagações que me farão fugir da proposta do blog que é ‘falar’ sobre livros. Assim, resolvi unir o útil ao agradável e juntar as duas propostas: fazer uma rápida introdução com as minhas já conhecidas divagações e logo na sequencia fazer esse blog cumprir o seu papel que é o de informar literariamente os seus leitores.

Escolhi três livros que abordam a evolução da medicina. Li um e adorei, mas pretendo ler os outros dois. Sei que a exemplo de mim, tem muitas pessoas que acompanham esse blog e que são grandes fãs de livros do gênero, afinal não é preciso ser médico para gostar de obras sobre medicina. Concordam? O tema é muito sedutor para ficar restrito apenas à classe dos nossos doutores de branco.

Sem mais delongas vamos aos livros; aliás livraços!

01 – Medicina dos Horrores  (Lindsey Fitzharris)

O livro é fantástico, pois a autora numa linguagem fluída e descomplicada faz com que os leitores tenham uma ampla noção de como era a prática da medicina no século XIX e a luta de um jovem cirurgião chamado Joseph Lister em adotar métodos antissépticos que evitassem as infecções pós-operatórias que matavam milhares de pacientes naquela era.

Hoje, a assepsia se tornou uma pratica comum e ao mesmo tempo obrigatória, mas é difícil acreditar que nem sempre foi assim. Exemplo disso é que até meados do século XIX ela não existia e assim, as cirurgias eram repletas de sangue, dor e podridão.

Medicinados Horrores não se resume apenas a uma biografia de Lister com detalhes curiosos sobre a sua vida. O livro é muito mais do que isso. A autora descreve como foi descoberto o primeiro anestésico, o que levou os médicos a realizarem cirurgias mais demoradas; antes esses procedimentos ficavam restritos às amputações. Ela ainda relata casos de cirurgias complexas – que apesar da falta de assepsia – já eram realizadas naquele tempo, como tumores malignos no rosto e nas mamas. Os leitores ainda terão a oportunidade de conhecer os médicos famosos da década de 1800, como Robert Liston que foi considerado o cirurgião mais rápido do mundo. Ele ficou famoso pelo inusitado talento de amputar uma perna em menos de 30 segundos.

Mas – pelo menos no meu caso – o que me chamou mais a atenção foram os capítulos dedicados a Liston que mostraram como foi a sua luta para mudar o panorama caótico das cirurgias do século XIX, fazendo com que elas deixassem de ser realizadas nos teatros abarrotados de pessoas e passassem para as salas cirúrgicas dos hospitais com todos métodos antissépticos necessários.

02 – Medicina Macabra (Thomas Morris)


Medicina Macabra
do novo selo Macabra da DarkSide Books será a minha próxima aquisição, com certeza. Estou louco para ler esse livro, principalmente depois da maioria dos comentários positivos sobre a obra.

O autor, Thomas Morris escreve sobre as superstições e tradições folclóricas que influenciaram a Medicina por um bom tempo. Ele também conta vários casos de médicos do passado que foram capazes de encontrar soluções e aplicar tratamentos bem sofisticados.

Enquanto pesquisava para escrever seu primeiro livro, Morris fez uma descoberta um tanto quanto… curiosa: entre dissertações cheias de linguagem técnica e textos desafiadoramente longos, pérolas divertidas e grotescas sobre casos bizarros estavam escondidas. Muitos destes relatos eram bons demais para serem esquecidos na literatura médica, e ele decidiu fazer uma seleção irresistivelmente peculiar. Da Holanda do século XVII até a Rússia czarista, da zona rural do Canadá até um baleeiro no Pacífico. De acordo com release promocional da editora, Medicina Macabra é uma reunião de casos insólitos da história da Medicina que ocorreram em um período de trezentos anos. Alguns desses relatos são angustiantes ou comoventes, outros são macabros, mas todos oferecem algo mais além do que uma boa anedota. Por mais constrangedoras que sejam as enfermidades, por mais estranhos que sejam os tratamentos, todos esses casos expressam algo sobre as crenças e a sabedoria de uma época.

Um dos casos mais macabros descritos pelo autor envolve uma família inteira que sofria de dores e por isso, ao médicos decidiram amputar as pernas para acabar com o sofrimento. Cruzes!!

Há outro caso de um paciente, cujo um de seus dentes, simplesmente, explodiu! É, do nada! E quando você comeu uma alface fresca e dois dias depois lesmas saíram pela sua boca? Ecaaa!

Pois é,  Medicina Macabra traz relatórios de casos verídicos, escritos por médicos que relataram aquilo que viram e fizeram, obtidos a partir de livros, panfletos, cartas e bilhetes. Remédios irremediáveis, curas extraordinárias, cirurgias que tinham tudo para dar errado, casos insólitos e lamentáveis embaraços.

Como já disse, está em minha lista.

03 – 30 Histórias Insólitas Que Fizeram a Medicina (Jean-Noel Fabiani)

O livro da editora Vestígio também parece ser muito bom. É outro que também estará entrando em minha lista de leitura. À exemplo de Medicina dos Horrores e Medicina Macabra, a obra recebeu muitos elogios dos leitores.

Jean-Noel Fabiani que é chefe do departamento do Hospital Europeu Georges-Pompidou em Paris, onde dirige o departamento de cirurgia cardiovascular, revela que os cirurgiões muitas vezes se esquecem de que devem sua profissão a um certo Félix de Tassy, um barbeiro que, em 1686, conseguiu curar finalmente a fístula anal do rei Luís XIV. A seu pedido, o soberano instituiu a cirurgia como profissão de direito.
Quem não sabe hoje que lavar as mãos é a maneira mais fácil de evitar contaminações? Fabiani revela, no entanto, que em 1850, Inácio Semmelweis sofreu críticas duríssimas por ter implorado a seus colegas que observassem essa regra (hoje) básica de higiene, a fim de salvar jovens gestantes que morriam, uma após a outra, de infecções durante o puerpério.
Segundo a editora Vestígio, o livro traz 30 histórias insólitas que fizeram a medicina. Desde os tempos antigos até o primeiro transplante de coração, são apresentados figuras e acontecimentos que estão muitas vezes na origem das maiores descobertas médicas: Horace Wells, descobridor da anestesia; Barão Larrey, que amputou os feridos na noite da sangrenta Batalha de Eylau; e mesmo o velho Hipócrates, cujo juramento os médicos repetem até os dias de hoje.
Taí galera! Espero que os amantes da medicina, mesmo não sendo médicos, tenham apreciado essas indicações.

Valeu!

 

15/10/2020

A Bailarina da Morte; mais um livro que mostra os horrores da gripe espanhola que assolou o Brasil no início do século XX

Para ser sincero deveria ter publicado este texto ontem, mas não deu. Tentei galera, juro que sim, mas não deu. O motivo? Por acaso você tem hemorroidas? Pois é... eu tenho; em segundo grau com exteriorização, mas por enquanto, elas estão voltando sozinhas. Tudo bem, as vezes elas são teimosas, birrentas e demoram para retornar à sua casinha. E nesses momentos... Misericórdia!! O sujeito tem que ter CDF para aguentar o tranco, uma verdadeira fragelação.

Quando fui operado de uma fístula perianal (ver aqui) eu já deveria ter incluído no pacote a cirurgia dessas três hemorroidas (duas internas e uma externa), mas tremi na base. O pós-operatório da fístula já estava me assustando pacas. Todo mundo falava que era um ‘martírio em cruz’ e que eu me preparasse. Como não sou muito resiliente a dor, pensei comigo: “Uma cruz eu carrego na marra quase parando, mas duas... Deus me livre!” resultado: fiz somente a cirurgia da fístula. Livrei-me de uma cruz, mas fiquei com outra (rs).

Cara, ontem estava numa crise FDP, mas hoje a dor deu uma melhorada após algumas pomadas, anti-inflamatórios e vasodilatadores. Por isso, estou aqui, sentando numa almofada e digitando esse texto que deveria ter sido publicado ontem.

Mas vamos ao que interessa. Acho que foi na terça-feira... Estava ‘zapeando’ pelas livrarias virtuais, como de hábito, quando topei com o livro A Bailarina da Morte. Como achei o título sugestivo, fui pesquisar a fundo e descobri que se trata de mais um livro sobre a gripe espanhola que, a exemplo do coronavírus, assolou a humanidade no período de 1918 a 1920. Digo “mais um livro” porque recentemente John M. Barry lançou uma obra com características semelhantes chamada A Grande Gripe.

Comprei recentemente o livro de Barry mas ainda não tive a oportunidade ler, mas acredito que apesar das similitudes, os dois livros devem ter as suas diferenças, motivo que pode fazer com que eu acabe adquirindo A Bailarina da Morte.

De acordo com releases da editora e opiniões de alguns leitores nas redes sociais, as duas obras literárias mostram que tivemos a chance de aprender alguma coisa com o passado, mas a nossa indolência e autoconfiança foram tão desmedidas que optamos por abrir mão desse conhecimento e o resultado tá aí: hoje estamos sofrendo com um vírus praticamente similar àquele de quase um século atrás.

A Bailarina da Morte: A Gripe Espanhola no Brasil, das historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, lançado em 9 de outubro, segundo a editora Companhia das Letras, realiza um levantamento minucioso do vírus que num espaço de dois anos matou entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas no mundo, superando o total de vítimas da Primeira Guerra (1914-1918).

No Brasil, então com 29 milhões de habitantes (13,8% do contingente atual), pelo menos 35 mil morreram da doença. A gripe espanhola chegou ao Brasil no início do século XX, a bordo de navios vindos da Europa.

Altamente contagiosa, a moléstia atingiu todas as regiões brasileiras. A “gripe bailarina” ou influenza espanhola”, como ficou conhecida na época, paralisou a economia e desnudou a precariedade dos serviços de saúde. Disputas políticas e atitudes negacionistas de médicos e governantes potencializaram o massacre, que vitimou sobretudo os pobres. Iludida por estatísticas maquiadas e falsas curas milagrosas, a população ficou à mercê do vírus até o súbito declínio da epidemia, no começo de 1919.
Segundo da Companhia das Letras, as autores Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling utilizaram em suas pesquisas um vasto acervo de fontes e imagens da época,  recriando o cotidiano da vida e da morte durante o reinado de terror da "gripe bailarina", uma das maiores pandemias da história.

Em diversas passagens, a publicação também menciona a maneira fulminante com que a doença atuava: “[…] quando seriamente infectadas, [as vítimas] sangravam pelo nariz, pelos ouvidos, pela boca, pelos olhos, pela vagina (no caso das mulheres); por qualquer orifício do corpo”.

No Rio de Janeiro, muitos doentes recorriam à homeopatia, que se popularizou à época, e a um remédio chamado Grippina. No resto do país, vendia-se a promessa da cura com medicamentos como Quinado Constantino, Mentholatum, Creolisol e Pílulas Sudoríficas de Luiz Carlos.

As historiadoras também encontraram propagandas de cloroquina, produzida à época por algumas farmácias, como tratamento contra a gripe espanhola.

Enfim, um livro muito interessante. Ele está sendo vendido na Amazon por R$ 59,90. Para os leitores que querem conhecer os detalhes sobre essa epidemia que deixou o mundo em pânico há aproximadamente 100 anos, algo muito similar ao que está acontecendo nos dias atuais, A Bailarina da Morte é mais do que recomendado.

Valeu!

 

 

11/10/2020

Contos Clássicos de Terror, uma antologia imperdível de Poe a King

As vezes alguns bons livros acabam escapando. O que estou querendo dizer é que algumas vezes só temos a oportunidade conhecer determinadas obras especiais depois de um bom tempo após o seu lançamento. Sei lá, isso pode acontecer por distração nossa ou simplesmente por uma má campanha de divulgação da editora que para economizar alguns reais optou por não investir tanto no marketing do livro. Resultado: devido a campanha promocional feita nas coxas nem todos os leitores ficaram sabendo da chegada de determinado livro.

Acho que foi isso o que aconteceu com a obra Contos Clássicos de Terror lançado pela Companhia das Letras há dois anos. Galera, podem acreditar, só fui tomar conhecimento da existência dessa coletânea ontem. Verdade! Fiquei surpreso por não ter sabido que o livro havia sido lançado em 2018. Adoro contos de terror e sou grande fã da maioria dos autores que fazem parte da referida antologia. Infelizmente quando tomei conhecimento do seu lançamento já tinha realizado as minhas compras de livros do mês. Agora terei de esperar a chegada de novembro e torcer para que essa coletânea não se esgote.

Mas deixe-me falar escrever um pouco sobre o livro organizado por Julio Jeha que traz em suas 408 páginas historias que transitam entre o gótico, o horror e o terror.

Dos 19 contos do livro que na minha opinião reúnem o melhor da nata do medo, já li cinco e gostei de todos eles. Conheço Na Cripta de H.P. Lovecraft, O Ladrão de Corpos de R.L. Stevenson, A Causa Secreta do nosso querido Machado de Assis, Vovó de Stephen King e o clássico A Mão do Macaco de W.W. Jacobs. A qualidade desses cinco enredos foi um dos principais motivos que me levou a se interessar pelos outros 14. Afinal quem não iria se interessar por contos de terror escritos por Shirley Jackson, H.G. Wells, Bram Stoker, Edgar Allan Poe, Lygia Fagundes Telles, entre outros?

Os comentários nas redes sociais são os de que a Companhia das Letras fez uma edição de encher os olhos, “chic nu urtimu e nu urtimu grau” com capa dura, acabamento especial, papel luxuoso, diagramação muito organizada, tradução atualizadíssima e revisão impecável.

Com certeza estarei adquirindo Contos Clássicos do Terror no começo de novembro. 

 

08/10/2020

Um blog todo torto


Galera, perceberam algo diferente no blog? Não? Ok, vou dar uma dica, uma não, duas dicas, e vocês vão descobrir. Olhem com atenção para o slide da primeira página. Agora, desçam um pouco a vista e vejam o link “Você Pode Gostar Também” que fica logo abaixo das postagens. E aí, descobriram? Pois é... parte do blog ficou desconfigurado; em outras palavras, ele ficou torto.

As fotos do slide estão fora de medidas, algumas maiores e outras menores. Já os títulos dessas fotos extrapolam as imagens. Ah! Tem ainda o widget com as fotos do Instagram que ficou desatualizado. As imagens recentes que eu publico no Insta do Livros e Opinião deixaram de aparecer na minha página.

Quando vi essas sandices, a primeira coisa que pensei foi na perda de alguns códigos da página, logo na sequência, a minha mente já começou a trabalhar com a possibilidade de vírus. As “viagens mentais” foram prosseguindo até que um blogueiro, amigo meu, disse que estava enfrentando a mesma situação com a sua página, até pior. Ele me explicou que os seus problemas começaram aparecer depois da última atualização do painel  administrativo da plataforma Bloguer.

Cara, esse painel mudou totalmente! Foi uma guinada não de 360, mas de 1.000 graus! Os metidos a sabichões da área técnica do Bloguer alteraram o que precisava, mas também, principalmente, o que não precisava.  Na minha opinião com essas mudanças o tal painel ficou parecendo uma carro alegórico de escola de samba. Muita coisa não precisava ser mexida. Resultado: rebuscaram tanto, mas tanto que essas tais mexidas acabaram bagunçando a linha de códigos de muitos blogs que não tinham templates nativos.

Achei uma baita sacanagem, já que o blogueiro que procurou investir em seu trabalho contratando os trabalhos de um webmaster para deixar o seu blog com uma aparência mais organizada e profissional se fud... E para variar eu estou nesse meio aí. `Putz! Fiquei muito P. da Vida.

Isto significa que aqueles blogueiros, que como eu, que tenham apenas uma noção básica de HTML e não contam com templates nativos terão de procurar ajuda de alguma pessoa que domine o assunto. E com isso.... tome mais gastos, já que terão que mexer nos bolsos.

No meu caso, vou ter que mexer mesmo, pois na cidade onde moro não conheço ninguém que possa “desentortar” o Livros e Opinião. Para complicar ainda mais, a Karol da ‘MK. Designer’, a webmaster que reformulou o laytout do meu blog há cerca de dois anos, está com a filha doente e por isso, afastada, temporariamente, de suas funções. Gosto do seu trabalho, sempre bem feito e com uma tabela de preços que cabe no bolso.

Como ela está de molho acabei ficando numa sinuca de bico. A verdade é que não posso ficar com a minha página desse jeito por muito tempo, pois a cada nova postagem que faço, a imagem fica torta no slide, além de não aparecer no link “Você Pode Gostar Também” – em seu lugar surge apenas uma horrorosa janela em branco com o título do post,

Já estou trabalhando com a hipótese de procurar um outro webmaster que tenha experiência na plataforma Blogguer e com uma tabela de preços não muito salgada que resolva esse problema; então, aproveitaria, ainda, para dar uma nova repaginada no layout.

Bem, enquanto isso não acontece, peço a compreensão e a paciência de todos vocês que que acompanham o meu trabalho já algum tempo e adquiriram o hábito de “zapear” as postagens que publico por aqui.

Galera, fechem os olhos para o visual torto do blog e abram apenas para o conteúdo das postagens.

Prometo que logo essa situação embaraçosa estará resolvida.

Obrigado, de coração!

04/10/2020

Dom Casmurro ganha relançamento luxuoso. Livro chega pela Antofagica Editora em novembro

 
Aqueles que pensam que Dom Casmurro é famoso só no Brasil se enganam redondamente. O romance, que muito críticos consideram o mais importante na carreira literária de Machado de Assis, foi publicado em 15 idiomas, incluindo o catalão, estoniano e servo-croata, fazendo sucesso em todos eles. Resumindo: Bentinho e Capitu conquistaram leitores não só no Brasil, mas também em diversas partes do mundo. Por isso afirmo que é uma pena que muitos brasileiros adeptos das obras contemporâneas – que engloba na maioria das vezes enredos água com açúcar - fizeram vista grossa para o livro, taxando-o de uma linguagem rebuscada. Enquanto essas pessoas se afundam nesses comentários, os leitores de outros países se deliciam com uma história maravilhosa.

Se você se inclui no rol desses leitores, digamos... pouco conhecedores da obra de Machado de Assis e mesmo assim, críticos ferrenhos e injustos, acaba de ganhar uma oportunidade de se redimir. Dom Casmurro será relançada em 10 de novembro pela Antofagica Editora numa edição luxuosa e com direito a pôster.

Esta nova edição em capa dura traz o texto integral de Machado de Assis com notas e posfácio do especialista Rogério Fernandes dos Santos, além de ilustrações de Paula Siebra e apresentação da produtora de conteúdo Camilla Dias. Ah! Tem mais: impressão em papel de altíssima qualidade e várias ilustrações. ‘Chic nu urtimu’ não acham?


Publicado em 1899, Dom Casmurro é uma das mais famosas obras de Machado de Assis e traz importantes reflexões sobre o Brasil de sua época, ainda muito relevantes para os dias atuais, e faz isso com a narrativa repleta de ironia que é uma marca do autor.

A obra escrita em primeira pessoa tem como narrador o personagem carioca Bento de Albuquerque Santiago ou simplesmente Bentinho, de 54 anos, advogado solitário e bem-sucedido, que decide relembrar passagens de sua mocidade. 


Prometido para o seminário desde o nascimento, o jovem precisa encontrar um jeito de fugir da vida na Igreja e realizar seu verdadeiro sonho: casar-se com a vizinha Capitu. Machado de Assis escreve uma história de paixão, obsessão e ciúme cheia de reviravoltas, além de construir, aos poucos, um retrato da sociedade brasileira. Podemos dizer que o tema central de Dom Casmurro é o ciúme e a tragédia conjugal de Bentinho.

Todos nós, leitores de carteirinha, sabemos que a literatura é uma arte e Dom Casmurro é parte indispensável dessa arte.

Leitura obrigatória que poderá ser realizada com muito mais prazer já que o romance será relançado com todo o luxo que merece.

Aproveitem!

01/10/2020

Seis livros imperdíveis com mais de mil páginas


Quando topamos com um calhamaço de páginas bem alí, na nossa frente, a primeira reação é coçar a cabeça, depois colocar a mão no queixo e finalmente virar a costas para aquele “pesadelo” e continuar a caçada por uma obra menos robusta. Resultado: saímos da livraria com “algo” em torno de... 300 páginas, no máximo e, ainda, assustados com aquela “bíblia” que deixamos para atrás.

Ocorre que nem todos os calhamaços devem ser desprezados. Cara, tem muitos livros com 800, 900 ou até mesmo com mais de 1.000 páginas espetaculares capazes de proporcionar viagens maravilhosas para os seus leitores. 

Sabe de uma coisa? Fico imaginando as famosas sagas literárias não fossem divididas em vários volumes. Ohohohoh!! Seria um Deus nos acuda! Imagine um livro com mais de 2.800 páginas. Isso mesmo! Você leria? Entonce, o clássico O Tempo e o Ventode Érico Veríssimo teve que ser dividido em diversos volumes: sete, para ser exato; para dessa maneira não deixar os leitores em pânico. Graças a esse fracionamento, a qualidade do texto de Veríssimo pode ser apreciado e elogiados por muitas pessoas; e assim, acontece com outras sagas.

Por isso, antes de fugir de um ‘livrão’, procure saber mais sobre o seu enredo e também as opiniões de outros leitores, pois caso contrário, você correrá o risco de perder a oportunidade de passar momentos agradáveis ao lado desse companheiro à primeira vista, assustador.

No post de hoje, selecionei seis livros com mais de 1.000 páginas, mas com enredos encantadores, daqueles que você deseja que nunca termine. Com certeza, esses livros não irão assustá-los, pelo contrário, vocês irão amá-los.

Vamos a eles!

01 – It (Stephen King)


Editora: Suma

Páginas; 1.104

Com relação a Itou A Coisa de Stephen King repito o que escrevi no início de um post que publiquei nos primórdios do blog, em 2011: “Há livros gigantes (no tamanho) e que à primeira vista podem assustar o leitor.

- Cara! Jamais vou conseguir ler essa montanha! - Geralmente fazemos tal exclamação quando deparamos com um “Titanic” de páginas a nossa frente. Mas então começamos a ler, a ler e a ler, e quando percebemos já “devoramos” uma boa parte do outrora assustador calhamaço de páginas”. It é o tipo da obra que assusta pelo seu tamanho, mas não pelo seu conteúdo.

O livro de King é deliciosamente assustador, deliciosamente nostáligico, além de mostrar a importância da verdadeira amizade.

Em resumo, é a história de sete amigos adolescentes que enfrentaram uma criatura centenária que se alimentava do medo das pessoas e se apresentava de diversas formas, sendo a mais comum, um palhaço de nome Pennywise ou Parcimonioso. A criatura que ficou conhecida como “A Coisa” deixou um rastro de sangue e pavor na pacata cidade de Derry, onde matou várias crianças. É então que um grupo de sete adolescentes inseparáveis (Bill, Richie, Eddie, Stanley, Beverly, Mike e Ben) resolvem se unir para combater o ser monstruoso. E na batalha que aconteceu em 1958, eles conseguiram com muito esforço derrotar o maligno Pennywise e saírem vivos. Mas após 27 anos, “A Coisa” volta a atacar e os sete amigos, já adultos e longe um do outro, tem que se reunir novamente para a batalha final. 

02 – O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)


Editora: Martin Claret

Páginas: 1.304

Li as duas versões de O Conde de Monte Cristo: a integral, com mais de 1.300 páginas, lançada pela Zahar, e a infanto-juvenil, com 354 páginas, publicado pela editora Círculo do Livro. Posso garantir que gostei muito mais do texto original.

O Conde de Monte Cristo foi escrito no formato de folhetim no período de 1844 a 1846 e publicado em jornais de vários países, inclusive no Brasil. O livro com texto integral (Martin Claret – volume único, e Zahar – box com dois volumes) traz o enredo original que Alexandre Dumas escreveu no formato folhetinesco.

 Os diálogos integrais dos personagens são o ponto alto do enredo original. Eles transmitem ao leitor os momentos de tensão, amor e ódio vividos pelos personagens.

Na obra de Dumas, Edmond Dantés é um destemido, mas ingênuo marinheiro que em 1815 acaba preso após um complô armado por quatro pessoas: três amigos (“mui amigos”) e um juiz. O livro tem passagens fortes e emocionantes, entre as quais o encontro do Conde de Monte Cristo com a sua ex-noiva Mercedes que agora está casada com o seu ex-amigo, o    traidor Fernand Mondego.

O enredo fantástico nos prende na teia de aranha tecida por Dantes para se vingar de seus inimigos.

Gostei tanto do livro que acabei assistindo ao filme, baseado na obra, com Richard Chamberlain e Tony Curtis e que passou nos cinemas em 1975. Na minha opinião, uma versão bem mais fiel a obra de Dumas do que a produção cinematográfica de 2002 com Jim Caviezel.

03 – O Regresso (Rosamunde Pilcher)


Editora: Bertrand Brasil

Páginas: 1.091

Ainda não tive a oportunidade de ler a obra de Rosamunde Pilcher, mas conheço algumas pessoas que leram e adoraram. Além do mais, basta a ver os comentários do livro nas redes sociais para concluirmos o quanto a obra é boa.

Aqueles que conhecem o enredo classificam O Regresso como um livro vibrante, rico em ternura e sensibilidade, oferecendo ao leitor uma trama fascinante e um elenco de personagens cativantes que permanecerão por longo tempo na memória.

Pilcher conta a história de Judith Dunbar que jamais conheceu efetivamente a segurança e o bem-estar de uma vida em família. Natural de Colombo, onde o pai trabalha numa empresa de navegação, ela passa a adolescência num internato só para meninas, enquanto a mãe e a irmã mais nova vivem no exterior.
Ela leva uma vida pouco feliz - mas, certamente, a única que pode ter. Até o dia em que uma nova colega de escola convida-a para passar o fim de semana em sua mansão. E, claro, Judith acaba se apaixonando pela família de sua colega. A começar pela elegante e glamourosa Diana, que oferece-lhe para sempre o quarto rosa da casa. O reservado e amável Coronel, que a acolhe como se fosse sua "própria filha". E Athena e Edward, irmãos de Loveday, com quem Judith se identifica à primeira vista.
Como num verdadeiro conto de fadas, Judith passa de uma simples garota solitária a um jovem bem educada e generosa, embalada em meio a chamas de amor e afeição.

04 – O Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien)


Editora: Martins Fontes
Páginas: 1.202

Será que essa obra com mais de 1.200 páginas precisa de algum advogado para defender as suas qualidades? Evidente que não. Li “O Senhor dos Anéis” em volumes separados (ASociedade do Anel, As Duas Torrese O Retorno do Rei) publicados pela Martins Fontes, mas afirmo que leria, sem nenhum problema, a edição única do enredo. Que história! Ela entrou no coração de todos aqueles que tiveram a oportunidade e a felicidade de a ler.

A saga, que já vendeu milhões de cópias em todo o mundo, continua encantando pessoas de todas as idades.

Li a trilogia O Senhor os Anéis muito antes de inaugurar esse blog. Juro que nem passava pela minha cabeça que um dia teria o ‘Livros e Opinião’. Certamente estarei relendo a obra e muito seduzido em adquirir o volume único da Martins Fontes lançado em 2001.

05 – Os Miseráveis (Victor Hugo)


Editora: Martin Claret

Páginas: 1.512

Não se assustem com as 1.512 páginas de Os Miseráveis, pelo contrário, fiquem ansiosos por ler esse verdadeiro calhamaço. Victor Hugo escreveu uma história inquietante, mas ao mesmo tempo emocionante; uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana.

Publicado em 1862 deu origem a muitas adaptações, no cinema e muitas outras mídias. O autor descreve a vida das pessoas pobres em Paris e na França provincial do século XIX, se concentrando mais particularmente no destino de Jean Valjean, um homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão. Valjean representa todas as temáticas de pobreza, desigualdade social e injustiça em um mundo cheio de perversidades e grosserias. 

Vale lembrar que O clássico de Victor Hugo foi adaptado para o cinema mais de 50 vezes e, em 2013, conquistou três estatuetas do Oscar. Enfim, uma obra incrível.

06 – Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes)


Editora: Nova Fronteira

Páginas: 1.248

Li a obra máxima de Miguel de Cervantes ainda na escola, na época do saudoso ginasial. Apesar da pouca idade, adorei. Foi um dos livros que marcaram a minha vida. Como não se apaixonar por Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho pança? Impossível.

Agora descobri esse box da editora Nova Fronteira contendo várias ilustrações e notas de rodapé, e adivinhe só se não irei adquiri-lo, mesmo sabendo ter várias leituras acumuladas.

O livro traz a história de um ingênuo senhor rural cujo passatempo favorito era a leitura de livros de cavalaria. Na sua obsessão, acreditava literalmente nas aventuras escritas e então decide tornar-se um cavaleiro andante.

As suas viagens sucedem-se sob a alucinação de que estava vivendo na era da cavalaria; pessoas que encontrava nas estradas pareciam-lhe como cavaleiros em armas, damas em apuros, gigantes e monstros; até moinhos de vento na sua imaginação eram seres vivos.

Combatendo as injustiças, o personagem enfrenta situações penosas e ridículas, mantendo, porém, uma figura nobre e patética.

Acredite, as mais de 1.200 páginas passarão rapidinho.

 

Instagram