31/01/2021

10 livros dos anos 70 que fizeram a cabeça dos leitores daquela geração


Hoje pela manhã bateu uma nostalgia danada dos anos 70 e 80. Uma nostalgia literária. Isso mesmo, saudades dos livros lançados nessas duas décadas e que fizeram um baita sucesso, daqueles do tipo ‘arrassa-quarteirões’. Li a maioria, alguns na época de suas primeiras edições no Brasil. Naquele tempo, os livros publicados no exterior demoravam muito mais do que hoje para ganhar as suas traduções em português, mas valia a pena esperar, e como valia! Eles eram muito bons, garantia de uma “viagem” inesquecível.

Para matar essa saudade, no post de hoje selecionei 10 livros marcantes dos anos 70. A boa notícia é que a maioria deles pode ser encontrada nos sebos e também em livrarias (com novas edições).

Lembrando que brevemente também estarei fazendo uma postagem semelhante, mas com obras publicadas nos anos 80.

Vamos à lista!

01 – Eram os Deuses Astronautas (Erich von Daniken)

Ano: 1970

Não vá me dizer que você não leu esse livro nos anos 70?! Não acredito! Cara, você que fez parte da geração setentista e passou longe de Eram os Deuses Astronautas deixou de desfrutar uma viagem incrível, daquelas antológicas.

A obra de Erich von Daniken foi uma verdadeira coqueluche na época de seu lançamento no Brasil. Ela chegou aqui, pela primeira vez, em 1970 através da Editora Melhoramentos.

Os seus questionamentos bombásticos e até mesmo ensandecidos para aquela época – é importante frisar que a obra foi lançada originalmente em 1968 – quando o homem nem sequer havia pisado na lua, deixaram as comunidades científicas e religiosas mais fundamentalistas com os cabelos em pé. Por outro lado, as pessoas que integravam as alas de vanguarda simplesmente, vibraram com as teorias de Daniken.

Segundo ele, nós, seres humanos, somos descendentes de uma raça alienígena muito superior que habitou o planeta Terra há milênios.

Ainda me lembro que li o livro após pegá-lo emprestado da biblioteca de minha escola ginasial. Devorei as suas páginas em poucos dias.

02 – O Exorcista (William Peter Blatty)

Ano: 1972

O Exorcista de William Peter Blatty é um livro atemporal porque pode ser lido em qualquer época. Independentemente de você o ter lido nos anos 70 ou 2000, o prazer da leitura continuará o mesmo. Digo isso porque só fui ler a obra de Blatty muito tempo depois de seu lançamento.

Na minha adolescência eu considerava O Exorcista um livro de terror proibido, pelo menos para mim que não estava preparado para encará-lo. Não queria fazer como fiz com o filme em minha pré-adolescência, quando resolvi assisti-lo e depois...  me arrependi; fiquei sem dormir por um bom período pensando na atriz Linda Blair toda deformada, flutuando na cama e ainda por cima torcendo o pescoço num giro de 360 graus.

Só fui ler o livro, já adulto, após ter exorcizado todos os meus fantasmas e chegado à conclusão que estava em “ponto de bala” para ‘enfrentar’ a obra de Blatty,  Ao terminar a leitura pude confirmar que O Exorcista ainda continua sendo o monte Everest das obras de terror, juntamente com A Casa Infernal de Richard Matheson.  Achei, inclusive, bem mais tenso do que o filme.

03 – Éramos Seis (Maria José Dupré)

Ano: 1973

O grande sucesso literário da escritora de Botucatu, Maria José Dupré foi publicado pela primeira vez em 1943, mas como eu ainda não tinha nascido, perdi a oportunidade e o privilégio de ler a sua edição original que acabou se perdendo ao longo dos anos.  Só viria a ter o primeiro contato com essa obra prima, três décadas depois, numa biblioteca escolar ao ler a sua 18ª edição lançada pela Ática.

Dona Lola é uma das personagens femininas mais corajosas que conheci nos livros. Sua saga em ÉramosSeis é emocionante e continua mexendo com os meus sentimentos, agora, na fase adulta.

Dupré narra a vida da personagem desde a infância de seus filhos quando ela e Júlio suaram muito para conseguir recursos financeiros com o objetivo de educar as quatro crianças. A escritora passa a relatar, depois, a fase adulta de Carlos, Alfredo, Julinho e Maria Isabel e então chegam as pancadas, uma atrás da outra, mas a nossa heroína aguenta firme os dissabores e ao invés de se entregar as decepções e aos problemas, ela levanta a cabeça e segue em frente.

Não há como se não emocionar com as perdas, derrotas e vitórias da personagem ao longo da trama.

04 – Fernão Capelo Gaivota (Richard Bach)

Ano: 1970

Este livro fez a cabeça dos jovens há cinco décadas. Fernão Capelo Gaivota é um romance do norte-americano Richard Bach, lançado no Brasil pela editora Nórdica, em 1970, com o título de A História de Fernão Capelo Gaivota.

O autor escreve sobre uma gaivota de nome Fernão que decide que voar não deve ser apenas uma forma para a ave se movimentar. A história desenrola-se sobre o fascínio de Fernão pelas acrobacias que pode fazer e em como isso transtorna o grupo de gaivotas do seu clã.

A história simples, mas fascinante sobre liberdade, aprendizagem e amor, conquistou toda a geração jovem de leitores do início dos anos 70.

A História de  Fernão Capelo Gaivotaou simplesmente Fernão Capelo Gaivotafez tanto sucesso que na época do seu lançamento, a Gravações Elétrica S.A. por meio do seu selo Continental, produzido pela Transbrasil, lançou um LP com a gravação da adaptação do livro, narrado pelo consagrado radialista Moacyr Ramos Calhelha com a participação de Hebe Camargo que cantou a música “Pai Nosso”, e a participação de Wilson Miranda que, por sua vez, cantou as músicas “No Infinito Azul”, “O Voo Solitário” e “Ave”.

05 – O Enxame (Arthur Herzog)

Ano: 1976

Li O Enxame pela primeira vez quando tinha “uns” 15 ou 16 anos.  Que leitura! Gostei tanto que muito tempo depois queria adquirir o livro de qualquer maneira, mas não o encontrava. Mas como dizia minha mãe: “Tudo tem a sua hora, basta aguardar que a oportunidade aparece”. Pois é, e apareceu! Encontrei a obra de Herzog - meio que sem querer - num sebo e partir daí, trago-a guardada em um lugar de destaque em minha estante.

O livro lançado em 1976 pela Artenova é fantástico e volta e meia o releio ou então dou uma folheada em algumas partes. A história de um enxame de abelhas africanas que invade uma cidade levando pânico e terror aos moradores fez a cabeça dos jovens leitores dos anos 70. O sucesso foi tanto que acabou virando filme com um elenco estelar. Mas enquanto o livro se tornou um best-seller, o filme naufragou nas bilheterias.

O autor narra numa linguagem fluida a luta de um grupo de renomados cientistas, contratos pelo governo, que tentam frear o rastro de mortes e destruição deixados pelo enxame de abelhas assassinas.

Adorei!

06 – Love Story: Uma História de Amor (Erich Segal)

Ano: 1970

O romance de Erich Segal lançado em 1970 foi o mais vendido nos Estados Unidos e traduzido para 33 idiomas. Na época as livrarias enfrentaram filas gigantescas de leitores que de tão desejosos em adquirir a obra chegaram a dormir nas portas das lojas. Acredita?!

Love Story: Uma História de Amor serviu de base para a criação de outro garnde sucesso: o filme homônimo com Ryan O’Neal e Ali MacGraw que se tornou a sexta maior bilheteria na história do cinema americano. A frase dita pela personagem de MacGraw no filme: “amar é jamais ter que pedir perdão” se tornou antológica e uma marca registrada para aquela geração.

Milhares de pessoas que leram o livro antes de assistir ao filme ficaram hiper-curiosos para saber como a história escrita ficaria nas telonas. Resultado: livro e filme bombaram em 1970.

07 – Aracelli, Meu Amor (José Louzeiro)

Ano: 1976

Um crime ocorrido em 18 de maio de 1973 chocaria todo o Brasil. Mesmo sem o advento da Internet e das redes sociais, esse fato passou a ser comentado no País de ponta a ponta, desde os mais remotos lugarejos às grandes metrópoles.

Aos 8 anos, Araceli foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada, no Espírito Santo. O corpo foi deixado desfigurado e em avançado estado de decomposição próximo a uma mata, em Vitória, dias depois de desaparecer.

O dia do desaparecimento de Aracelli, com o passar dos anos, passou a marcar um lembrete para que a sociedade se atente à violência contra as crianças. O 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a partir de 2000. Os envolvidos, provenientes de famílias influentes no Espírito Santo, nunca foram punidos por seu crime.

Três anos após o brutal assassinato da criança, o escritor e roteirista José Louzeiro lançaria um romance-reportagem de cunho investigativo sobre o crime. O livro chegou a ser censurado durante a ditadura militar a pedido dos advogados dos acusados o que só fez crescer ainda mais o interesse pela obra que se tornou memorável nos anos 70. Segundo o autor, o caso gerou a morte até de pessoas determinadas em desvendar o crime. Ele, próprio, enquanto investigava em Vitória as causas da morte de Aracelli para escrever o seu livro foi ameaçado de morte.

Aracelli, Meu Amor teve várias edições ao longo dos anos, sendo a mais recente publicada em 2013 pela editora Prumo.

Os acusados desse assassinato sairam impunes, num dos casos mais horríveis da história policial brasileira.

08 – Pássaros Feridos (Colleen McCullough)

Ano: 1977

Apesar de ter achado apenas razoável, não posso negar que Pássaros Feridos foi uma das grandes coqueluches literárias dos anos 70. A obra foi publicada no Brasil em 1977 pela editora Círculo do Livro. Depois vieram outras edições, mas acredito que a do Círculo foi a mais famosa por aqui.

O livro de Colleen McCullough foi um tremendo sucesso de vendas o que levou o SBT a comprar os direitos de exibição de uma série televisiva homônima, baseada fielmente no enredo literário. A exemplo do livro, a série de TV também foi um tremendo sucesso o que lhe valeu várias reprises ao longo dos anos na emissora do homem do baú.

A saga de Pássaros Feridos começa no início do século XX e conta os acontecimentos de três gerações da família Cleary, misturando ambição, amor e ódio; conquistas e derrotas. Ao contrário do que muitos leitores pensam não se trata de uma simples história de amor proibido envolvendo uma mulher e um padre. O enredo vai muito mais além. A autora australiana narra a saga de três gerações de uma família no período de 1915 a 1969.

O livro aborda as alegrias e tristezas da família Cleary -  formada pelo casal Paddy, Fee e os seus sete filhos – que devido a dificuldades financeiras decidem mudar-se de sua humildade propriedade na Nova Zelândia e emigrar para a Austrália, após receberem um convite de Mary Carson,  irmã de Paddy .  A partir daí começam os momentos bons e ruins vividos pelos Cleary’s. Alguns personagens morrem, outros nascem; tristezas e alegrias chegam e vão; e por aí afora.

09 – Laranja Mecânica (Anthony Burgess)

Ano: 1972

O livro de Anthony Burgess chegou ao Brasil, pela primeira vez, em 1972 através da editora Artenova, 10 anos depois de seu lançamento nos “States”. Na mesma data em que a obra desembarcava nas livrarias brasileiras, também estreava nos cinemas, aqui da terrinha, o filme de Stanley Kubrick baseado no enredo de Burgess. Tanto livro quanto filme se tornaram uma verdadeira febre no Brasil.

Aliás, a obra literária fez tanto sucesso que cinco anos depois, a Artenova promoveria o seu relançamento com uma nova capa. A partir daí, Laranja Mecânica foi ganhando novas várias edições ao longo dos anos, sendo a mais recente aquela lançada em 2015 pela Aleph. Três anos antes, em 2012, a editora colocou no mercado uma edição comemorativa ‘chic nu urtimu’ alusiva aos 50 anos do livro no Brasil.

O enredo criado por Burgess é considerado um verdadeiro clássico da ficção científica; um marco na história da cultura pop e da literatura distópica. Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma resposta igualmente agressiva de um governo totalitário.

Ao lado de 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Laranja Mecânica é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século 20.

A estranha linguagem utilizada por Alex, conhecida como Nadsat, merece destaque na obra, criada pelo próprio Burgess, fornece ao romance uma dimensão quase lírica.

A trama, que conta a história da violenta gangue de adolescentes que sai às ruas buscando divertimento de uma maneira um tanto controversa, incita profundas reflexões sobre temas atemporais, como o conceito de liberdade, a violência – seja ela social física ou psicológica – e os limites da relação entre o Estado e o Indivíduo.

10 – O Chefão (Mario Puzo)

Ano: 1971

Para fechar essa lista escolho um livro que vendeu horrores em 1971, ano de seu lançamento no Brasil. O enredo desenvolvido por Mario Puzo é uma verdadeira joia rara da literatura mundial. Um ano depois de sua chegada nas livrarias brasileiras, através da editora Expressão e Cultura, O Chefão também invadiria os cinemas tupiniquins. O filme “O Poderoso Chefão” baseado, fielmente, no livro de Puzo foi um dos maiores sucessos de 1972 e até hoje é cultuado por uma legião de fãs.

Em O Chefão, Puzo escreve sobre uma família de mafiosos de origem siciliana que imigra para os Estados Unidos. A história se passa no período de 1945 a 1954. O autor destrincha todos os integrantes dessa família, fazendo com que o leitor conheça em detalhes a personalidade de cada um deles. Don Vito Corleone, Michael, Sonny, Fredo, Connie e o consigliere Tom Hagen. Don Vito é o chefão que emana a sua autoridade de uma maneira tranqüila quase pedindo ‘por favor’, mas por de atrás da sua fachada de humildade encontra-se algo letal, predatório.

Enfim, trata-se de uma obra incomparável de Puzo. Sucesso literário absoluto que valeu várias reedições, além de fôlego para três adaptações cinematográficas incríveis.

Por hoje é só galera, Brevemente, voltarei com uma lista dos livros que fizeram a cabeça dos leitores nos anos 80.

Inté!

27/01/2021

Red Sonja e Bran Mak Morn chegam no mês de fevereiro em duas edições luxuosas da Pipoca & Nanquim

Quem leu e adorou a trilogia Conan – O Bárbaro (ver aqui, aqui e mais aqui) de Robert E. Howard lançada pela Pipoca & Nanquim, com certeza, também irá adorar os dois próximos lançamentos da jovem editora paulista fundada em 2017. O motivo é que Red Sonja - A Balada da Deusa Ruiva e a Sombra do Abutre e Bran Mak Morn - O Último Rei dos Pictos seguem os mesmos passos da saga do Cimério, ou seja, enredos parecidos e um projeto gráfico de encher os olhos.

Os dois livros que já estão em pré-venda chegarão às mãos dos leitores em 26 de fevereiro. Confesso que estou ansioso para adquirir os dois numa tacada só, apesar de carregar nas costas uma lista enorme com leituras hiper-atrasadas. Mas como amei a trilogia do Cimério, optei em fazer mais essa ‘loucura literária’.

Red Sonja - A Balada da Deusa Ruiva e a Sombra do Abutresairá no formato 17 x 26 cm - as mesmas medidas dos livros que formam a trilogia de Conan – e, claro, capa dura. Das suas 116 páginas, aproximadamente, 42 serão dedicadas a uma história em quadrinhos da guerreira ruiva; as outras 74 páginas ficarão divididas entre extras, contendo esboços, desenhos, curiosidades sobre a personagem, detalhes sobre o processo de criação da obra, além do conto original escrito por Roy Thomas que serviu de inspiração para a criação Sonja.

Para quem não está familiarizado com a guerreira ruiva, é importante frisar que Red Sonja é uma personagem criada por Thomas para Marvel Comics inspirada em contos de Robert E. Howard e ligada ao contexto de Conan, o Bárbaro. Ela pode ser considerada uma das heroínas mais famosas do universo do Cimério.

A Balada da Deusa Ruiva marca o retorno de Thomas (A Espada Selvagem de Conan) e do ilustrador espanhol Esteban Maroto (Cinco por Infinito, Espadas & Bruxas), os lendários artistas que popularizaram e eternizaram a guerreira há mais de 40 anos, trabalhando juntos novamente, ao lado do artista espanhol Santi Casas (Injustiça, Batman - Caos em Arkham City).

Vale lembrar que a história foi lançada originalmente na Espanha, em 2018, e republicada, depois, nos EUA.

A edição organizada pela Pipoca & Nanquim foi impressa inteiramente em preto, branco e vermelho, e as páginas foram impressas em papel de altíssima qualidade.

Quanto a Bran Mak Morn - O Último Rei dos Pictos, a Pipoca & Nanquim também caprichou ao máximo e estará brindando os seus leitores com uma edição luxuosa e completa e com o mesmo acabamento da trilogia de Conan, o Bárbaro.

Em eras passadas, os pictos governavam a Europa. Mas os descendentes daqueles orgulhosos conquistadores regrediram a um estado de barbarismo. Todos, menos um, Bran Mak Morn, cuja linhagem permaneceu incólume. Ameaçadas pelos celtas e pelos romanos, as tribos pictas se reúnem sob seu comando para lutar pela própria sobrevivência e recuperar a glória de sua etnia. Este livro reúne todas as histórias e poemas do personagem escritos por Robert E. Howard.

A edição ainda inclui fragmentos, sinopses, reproduções de manuscritos de Howard, galeria de capas da clássica revista Weird Tales, na qual as aventuras foram publicadas nos anos 1930, ilustrações do premiado artista Gary Gianni e capa dura ilustrada pelo mestre Frank Frazetta.

E aí? Gostaram? Então é só reservar esses dois lançamentos, aguardar a chegada de 26 de fevereiro e começar a se lambuzar com as histórias.

Inté galera!

23/01/2021

Incidente em Antares

Há livros que podemos ler várias vezes e mesmo assim, queremos ler outras várias vezes. Os seus enredos nos prendem de uma tal maneira que seis meses ou um ano após termos lido, queremos lê-los novamente. Sei lá, é como se tivéssemos um vício, mas um vício salutar. Incidente em Antares escrito em 1971 por Érico Veríssimo é um deles.

Lí a obra, pela primeira vez, na década de 90, bem antes da minissérie global homônina, dirigida por Paulo José, que foi adaptada do texto de Veríssimo. Tanto livro quanto minissérie marcaram a minha fase dos trinta e poucos anos.

Como gostei muito da história, fiquei eufórico quando soube que as suas páginas seriam adaptadas para a telinha, tendo ainda a talentosa Fernanda Montenegro num dos papéis principais. Não perdi nenhum dos 12 capítulos de Incidente em Antares. Minissérie e livro são fantásticos!

O livro é um romance, portanto uma história de ficção, no estilo modernista, mas Veríssimo utilizou um truque de linguagem muito inteligente onde simula transcrições de falsos autores, entre os quais um padre e um jornalista gaúcho. Em determinado ponto do enredo, esses personagens se tornam narradores, jurando que viveram a experiência fantástica contada pelo autor que teria acontecido na fictícia cidade gaúcha de Antares.

A obra de Veríssimo é dividida em duas partes. Na primeira, o autor nos apresenta duas famílias gaúchas rivais: os Campolargo e os Vacariano. Mediante o surgimento de uma “ameaça comunista”, as duas famílias resolvem se unir. A tal da ameaça comunista nada mais é do que o crescimento da classe operária que se une e começa a exigir os seus direitos. Dentro desse clima o autor simula a transcrição de trechos de jornais dando a entender que os fatos fictícios realmente aconteceram.

Cena da minissérie global da década de 90 baseada no livro de Veríssimo
O “Incidente” do título da obra se refere a segunda parte do romance quando os coveiros de Antares decidem entrar em greve por melhores salários e condições de serviço. E no exato momento em que deflagram a greve o que é que acontece?? Simplesmente, morrem sete pessoas, incluindo a matriarca dos Campolargo. Os coveiros se negam a fazer o enterro e se aproveitam da situação para pressionar os seus patrões.

Os mortos, então, adquirem "vida" e saem das suas covas, passando a vasculhar a vida dos parentes e amigos, descobrindo, toda a podridão da sociedade. A grande sacada do autor foi deixar claro que por serem cadáveres, os ‘insepultos’ estão livres de sofrerem pressões, ameaças e chantagens por parte da sociedade que, por sua vez, tem a sua máscara derrubada. Se aproveitando disso, os cadáveres passam a criticar de maneira violenta os pseudo moralistas de Antares. É onde começam a aparecer as histórias “cabeludas”.

Comandados pela matriarca dos Campolargo, Dona Quitéria, os cadáveres arquitetam um plano para conseguir seus enterros.

O livro é repleto de informações históricas e culturais dos séculos XVIII, XIX e XX do Brasil. Enganam-se aqueles que pensam que a estrutura narrativa de Incidente em Antares se apoia unicamente na comicidade. Nada disso. Por trás de todo o seu humor, Veríssimo apresenta aos seus leitores um retrato da falta de liberdade, inclusive de expressão, no triste período da Ditadura Militar no Brasil.

Enfim, um livraço que certamente estarei relendo muitas outras vezes.

20/01/2021

O Diário de Suzana para Nicolas

Se você adorou os filmes “Uma janela para o céu” e “Love Story” e ainda teve tempo de amar o livro “Diário de uma paixão” com certeza irá endeusar O Diário de Suzana para Nicolas. O motivo é que essas histórias tem algo em comum e esse comum se resume a um lencinho molhado de lágrimas. Dependendo da sensibilidade do leitor, talvez apenas um lencinho não será suficiente para enxugar as lágrimas derramadas.

Ainda me lembro quando fui ao cinema para ver “Uma janela para o céu” com Beau Bridges e Marilyn Hassett. Eu tinha 14 anos, na época, e assisti ao filme com um grupo de amigos e confesso que chorei no final. Acho que o cinema inteiro chorou porque o “The End” foi muito trucão. Recordo ainda ter visto algumas mulheres saindo da sala de exibição, sem conseguir segurar as lágrimas. Cinco anos antes - no auge da minha infância - já tinha pingado algumas lágrimas com os personagens de Ryan O’Neal e Ali MacGraw em “Love Story”. Aliás, quem não se recorda da famosa frase “Amar é nunca precisar pedir perdão” dita por aquela atriz bem magrinha e com cara de menina sapeca que três anos após filme, em 1973, viria se tornar a Srª McQueen? Pois é, frase fodástica que partiu corações de muitas pessoas naquela época.

Quando o coração do menino chorão, aqui, dava indícios de ter sido domado, eis que cruza o seu caminho um casal ‘carga pesada’ chamado Noah e Allie de Diário de Uma Paixão. Neste caso, não chorei, mas dei uma baqueada. Achei o final do livro mais emocionante e mais poético do que o filme.

Portanto, como me tornei fã desses enredos há muitos anos atrás, não pensei duas vezes em comprar a obra de James Patterson que encontrei num sebo virtual. Sem contar que gosto muito de livros do gênero. Foi assim que O Diário de Suzana para Nicolasveio parar em minhas mãos.

Posso garantir que a história escrita por Patterson é muito legal, muito... fofa. Pronto falei: fofa; sei que esse é um termo marca registrada de blogueiras e não de blogueiros, mas acontece que não encontro uma definição melhor para um livro tão gostoso de se ler e também tão gostoso para se emocionar.

Li as 222 páginas num dia só. Comecei às 7 da manhã de um sábado e terminei por volta das 15 horas. Antes de ler, pensei que seria algo bem clichê, mas mesmo assim, pensei comigo: para quem assistiu “Love Story” e gostou, uma leitura clichê não seria problema algum. Mas o livro de Patterson é muito bem elaborado, com reviravoltas que chocam os leitores e outras que emocionam. Não tem nada de clichê. A linha narrativa consegue manter, sem enrolação, o suspense de um segredo incrível que só é revelado nas páginas finais.

Enquanto lia a história não parava de perguntar porque Matt havia traído Suzana com Katie. Cheguei a odiar o sujeito e acha-lo a pessoa mais sem caráter do mundo; então vem a reviravolta inteligentemente engendrada pelo autor e que derruba o nosso queixo. Putz! Não esperava aquilo não. Cara, que choque! Confesso que fiquei baqueado e com os olhos um pouquinho molhados. ÔOOO lágrimas bandidas!! PQP!!

Em “O Diário de Suzana para Nicolas”, Patterson conta a história do poeta Matt Harrison que acaba de romper o seu relacionamento com Katie Wilkinson, uma jovem editora que não tinha qualquer dúvida quanto ao amor que os unia. Por isso, ela não consegue entender como um relacionamento tão perfeito pôde acabar tão de repente.

No dia seguinte ao rompimento, Katie encontra um pacote deixado por Matt na porta de sua casa. Dentro dele, um pequeno volume encadernado traz na capa cinco palavras, escritas com uma caligrafia que ela não reconhece: “Diário de Suzana para Nicolas”

Ao folhear aquelas páginas, Katie logo descobre que Suzana é uma jovem médica que, depois de sofrer um enfarto, decidiu deixar para trás a correria da cidade grande e se mudar para um lugar tranquilo onde acaba conhecendo Matt e se apaixonando. É neste lugar tranquilo que nasce o filho deles, Nicolas.

Ao tomar conhecimento disso, várias dúvidas começam a povoar a mente de Katie, sendo a principal: ‘Por que Matt teria lhe deixado aquele diário?’

Confusa e sofrendo com o fim do relacionamento, é nas palavras de outra mulher que Katie encontrará as respostas para esse enigma.

Recomendo muito!

 

 

16/01/2021

Cinco livros raros de terror com histórias de gelar o sangue

Não gosto de escrever posts sobre livros raros ou esgotados. É complicado. Vou explicar o motivo. Imaginem mostrar um doce ou sorvete delicioso para uma pessoa que não pode prova-lo, por algum motivo. Pode ser por estar doente ou impossibilitada de alguma maneira. Esta pessoa vê com os olhos e lambe com a testa, como diz um velho ditado popular, pois sabe que não terá condições de saborear aquela guloseima que tanto gosta.

Escrever sobre obras raras é mais ou menos isso. Você dá detalhes sobre uma história, atiça a curiosidade do leitor, mas sabe que ele nunca irá ler e sentir nas mãos a textura das páginas daquele livro.

Por isso, desde já, peço perdão por essa postagem, mas acontece que essas obras literárias são tão marcantes e principalmente tão assustadoras que acabei abrindo uma exceção.

Os enredos desses cinco livros, já esgotados, são de gelar o sangue. Não tenho todos, mas dessa lista de cinco já li quatro deles e passei maus momentos durante a leitura. Entenda esses “maus momentos” como um elogio porque história de terror que não assusta ou provoca calafrios não presta. Concordam? Pena que essas obras, como já disse, estão esgotadas. A boa notícia – não tão boa assim por causa dos preços elevados – é que se a sua persistência aliada a sua sorte for grande, você ainda poderá encontrar alguns desse livros nos sebos (recomendo o portal da Estante Virtual) mas prepare os bolsos e também o coração porque os valores, com certeza, irão assustar. Acho que das cinco obras que selecionei nessa postagem, duas sumiram, morreram, de fato; mas três ainda respiram na UTI e podem ser resgatadas, desde que o seu bolso tenha um bom fôlego.

Vamos a elas; literatura de terror da melhor qualidade e que me gelaram os ossos... e também o sangue.

01 – A Casa Infernal (Richard Matheson)

Há uma semana, antes de escrever esse texto, não consegui encontrar A Casa Infernal - na edição traduzida para o português - em lugar nenhum. Vi apenas dois exemplares em espanhol na Estante Virtual. Um deles saindo por R$ 209,93 e o outro por R$ 238,55. Fora isso, ‘impossible’. Não localizei absolutamente nenhuma outra edição. Ontem, o cenário mudou um pouquinho, nada que trouxesse animação, mas mudou, ou seja, após zapear pelas livrarias e sebos virtuais encontrei dois exemplares em português na Estante Virtual e no Mercado Livre por R$ 170,00, R$ 220,90 e R$ 115,00, respectivamente.

E pensar que no início de dezembro de 2019, aconteceu um verdadeiro milagre quando a Submarino colocou à venda essa obra raríssima por um preço módico: apenas R$ 35,00. Acredita?!! Pelo que eu soube, os livros terminaram em questão de poucas horas.

Considero A Casa Infernal de Richard Matheson o livro mais assustador sobre casas mal-assombradas. Na minha opinião engole, inclusive algumas histórias consideradas obras primas do gênero como por exemplo A Assombração da Casa da Colina e empata com o clássico Horror em Amityville.

O enredo de Matheson arrepia a alma. Mete medo mesmo. Para ler, você tem que estar preparado e se for encarar o livro durante a madrugada e sozinho em sua casa, bem... não recomendo. Não estou exagerando. O autor escreveu um clássico do terror. A adaptação cinematográfica de 1974 chamada a “A Casa da Noite Eterna” com Roddy McDowall e Pamela Franklin também arrepia e tem a mesma qualidade do livro.

A história gira em torno de uma mansão assombrada por um fantasma que no passado foi um homem muito mau. Se as casas mal assombradas fossem montanhas, a “Mansão Belasco”, como ficou conhecida, seria considerada o Monte Everest das casas mal assombradas.

Há 40 anos, a tal casa se mantém imponente, desfiando todos aqueles que tentam decifrar os seus segredos. Nesse período houve duas tentativas de investigá-la, uma em 1931 e outra em 1940. Ambas foram desastrosas. Oito dos mais renomados pesquisadores de fenômenos paranormais do mundo envolvidos nessas tentativas foram mortos, cometeram suicídio ou enlouqueceram.

Passados 40 anos dos desastres envolvendo os dois grupos de pesquisadores, um milionário excêntrico resolve comprar a mansão e contratar novos cientistas e paranormais renomados para fazer mais uma tentativa de decifrar os mistérios do local. Eles terão o prazo de uma semana para solucionar o segredo sinistro e se conseguirem ganharão 100 mil dólares. Mal sabem eles o perigo que irão enfrentar.

02 – Os Intrusos (Pat Montandon)

Existem livros de terror que incomodam muito. Eles arranham, deixam marcas. Quando digo deixam marcas, estou me referindo a certos trechos que por serem tão impressionáveis acabam ficando grudados em nossa mente e às vezes, sem pedir licença eles surgem, do nada. E nesses momentos, os arrepios na espinha são certeiros. O Exorcista, na época de seu lançamento, antes do filme, teve essas características e as manteve por muito tempo. Os Intrusos de Pat Montandon segue o mesmo caminho, mas com uma diferença, o livro lançado em 1975 ainda mantém essa aura meio que... sei lá, sinistra.

Li o livro há algum tempo quando o peguei emprestado da biblioteca pública da minha cidade. Naquela época, ele já estava acabadinho, remendado com fita crepe na lombada e as páginas amareladas. Hoje, nem sei se existe mais, também nem quero saber, já que não pretende lê-lo novamente. Uma vez já foi o suficiente, O livro é ruim? Não, pelo contrário, você devora as páginas por causa do texto fluido. O problema é que a história impressiona demais – principalmente por ser considerada um recato verídico - e o leitor, por esse motivo, tem que ser trucão. No meu caso, prefiro guardar uma reserva de coragem para ler outras obras do gênero que ainda não conheço.

Os Intrusos é a história angustiante de um encontro quase fatal com as forças das trevas e da malevolência. A escritora Pat Montandon, também uma conhecida apresentadora de talk show da Costa Oeste, nos Estados Unidos, era uma pessoa cética e não tinha motivos para acreditar no poder do sobrenatural, até o momento em que se mudou para um apartamento espaçoso em uma casa com vista para a Baía de São Francisco, um apartamento que parecia oferecer refúgio em sua carreira estressante.

Depois de um trágico acidente com um amigo que visitava a sua casa, ela foi forçada a reconhecer que estava presa em uma luta mortal com forças sombrias e ameaçadoras.

Os estranhos fenômenos na casa de Pat tiveram início quando ela promoveu uma festa tendo como tema a astrologia. Segundo ela, tudo começou a sair dos trilhos quando um leitor de tarô, contratado para entreter os convidados acabou tendo um desentendimento com Pat, sendo expulso da festa, juntamente com a sua comitiva. Ao sair, o homem furioso gritou uma maldição tanto para a anfitriã quanto para a casa.

Nos dois anos seguintes, Pat Montandon sofreu uma estranha sequência de infortúnios - infortúnios que ela só conseguia explicar como emanados de alguma influência malévola. Seu apartamento foi repetidamente vandalizado e destruído pelo fogo, seu carro destruído várias vezes, sua carreira interrompida, seus romances arruinados. Um frio cortante perfurou seu apartamento o ano todo, apesar das repetidas tentativas de consertar o sistema de aquecimento, e as janelas de batente, trancadas por dentro, de repente se abriam.

Investigadores psíquicos que estudaram a casa encontraram fenômenos bizarros e inexplicáveis. Até mesmo um exorcismo chegou a ser executado. Brrrrrrrrrr!!

Esta obra sumiu das livrarias e dos sebos virtuais no País. A única edição à venda, em inglês, pode ser encontrada na Amazon por R$ 132,70.  O exemplar traduzido que consegui encontrar no final do ano passado no portal da Estante Virtual por “míseros” R$ 270,00 já foi vendido.

03 –Fantasmas (Dean Kootz)

Fantasmasde Dean Kootz também assusta. Gostei tanto do livro quanto do filme baseado na obra e que passou nos cinemas em 1998 com um Ben Afleck ainda com cara de garotão.

Kootz conta a história de Jenny uma médica que fica com a guarda de sua irmã mais nova, Lisa, após a morte da mãe delas. A vida das duas vira um inferno quando elas decidem visitar uma pacata e pequena cidade.
O que parece ser o recomeço para ambas, na verdade se torna um pesadelo já que elas encontram uma cidade inteira vazia e o pior, sem a menor ideia de para onde foram os moradores. Os poucos corpos que encontram estão mutilados ou revelam alguma forma estranha de morte. Finalmente, depois de ficar mais alarmada com a situação, Jenny consegue chamar a polícia de uma cidade vizinha para ajudar.

Juntas, as meninas e a polícia, conseguem solicitar ajuda da Unidade de Investigações Biológicas do Exército para tentar decifrar o enigma macabro que ronda a cidade. Quando eles descobrem o que de fato está acontecendo, sai de baixo.

Li o livro há ‘uns’ cinco ou sete anos emprestado de um colega de trabalho. Ele era um leitor daqueles que gostam de emprestar livros; raro isso, não acham? Tenho vontade de relê-lo, mas hoje esse colega trabalha em outra cidade distante.

Após vasculhar toda a internet encontrei apenas duas edições de Fantasmas: uma em inglês (Mercado Livre) por R$ 299,00 e a outra traduzida para o português (Estante Virtual) por R$ 144,90.

04 – Os Mais Belos Contos Terroríficos (Vários autores)

“Aconselhamos que estes contos não sejam lidos à noite. E acrescentamos que, sua leitura só é indicada para os que, sem deixar-se dominar pela superstição ou o medo, gostam de aprofundar-se nos grandes enigmas, que, desde os tempos mais remotos, vêm preocupando a Humanidade”.

Esta recomendação está na orelha do primeiro volume de Os Mais Belos Contos Terroríficos da editora Vechi – lembrando que foram lançados dois volumes. No meu caso, li apenas o volume 2.

Já aviso de antemão que se trata de uma obra rara e quase impossível de encontrar. Afinal de contas, cada volume teve apenas uma edição lançada em 1944 e 1945. Por isso, é muito difícil encontrar leitores que ainda possuam esses livros com as capas originais. A maioria deles, devido ao tempo, encontravam-se em mau estado de conservação e tiveram de ser reencadernados em tipografias. O exemplar que li na biblioteca municipal há algum tempo – Saanta Biblioteca! – era desse tipo, reencadernado quase em sua totalidade.

Adorei os contos. Só feras do terror: E.T.A Hoffman, Washington Irving, Edgar Allan Poe, Henry Kutner, entre outros.

Os contos: As Sombras da Noite (Paul Marguerite), As Mãos Estranguladoras (M.G. Moretti) e O Reflexo Perdido (E.T.A. Hoffman) são de gelar o sangue. Desses o que mais marcou foi o enredo de “As Mãos Estranguladoras”. Nele, um homem recebe um bilhete pedindo ajuda, de um outro homem que o ludibriou no passado; sem entender bem o porquê, resolve atender o pedido, pois vê nele a oportunidade de confrontar o sujeito que o enganou escandalosamente há algum tempo. Então, ele descobre que o salafrário está sendo assombrado por outro personagem em que também passou a perna. Cara, achei bem assustador, a exemplo da maioria das outras histórias.

Contos Terroríficos – Volume 2 foi uma das melhores antologias do gênero que já tive oportunidade de ler.

Atualmente, você não encontra os dois volumes em lugar nenhum. Simplesmente morreram, uma pena.

05 – A Casa do Passado (Algernon Blackwood)

O único dos cinco que eu ainda não li. Aliás, estou atrás de A Casa do Passado de Algernon Blackwood há muito tempo, uma verdadeira caçada; até agora sem sucesso. Acabei me interessando pelo livro porque gosto muito das antologias de contos de terror organizadas pela escritora e jornalista Heloísa Seixas. Esta coletânea preparada por ela recebeu muitos elogios, tanto da crítica especializada quantos dos leitores.

Todos os contos da obra foram escritos por pelo inglês Algernon Blackwood, um mestre do gênero que foi redescoberto no Brasil por Seixas. A obra reúne histórias como “Os Salgueiros”, sua obra-prima, O “Quarto Ocupado”, “A Ala Norte” e “A boneca”, clássicos da literatura de horror.

Quem já leu afirma que não existem histórias ruins no livro; todos os contos são muito bons com destaque para “Os Salgueiros.

Os personagens dos contos de Blackwood vivem situações horripilantes, que não imaginaríamos nos nossos piores pesadelos. São pessoas comuns, subitamente envolvidas em histórias que fogem ao controle da lógica e do que pode ser explicado. Um ''inexplicável'' que nos causa arrepio e fascínio, fazendo da obra deste autor um irrecusável convite para o mundo do sobrenatural.

Achei quatro edições na internet: uma perrengue por R$ 80,00 e outras três em condições aceitáveis por R$ 150,00, R$ 284,00 e R$ 299,00.

Acho que vou esperar um pouco mais.

Galeras, inté!

Logo, tem mais.

 

 

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