26/02/2021

Jogada Mortal

Meu irmão do meio tinha o hábito de viajar, pelo menos, duas vezes por semana para o litoral paulista. Segundo ele, não há nada melhor para refrescar ‘cabeça quente’ do que uma praia. O Orlando é dono de um jornal e só eu sei de sua luta para manter aquele veículo de comunicação aberto e gerando empregos. Acredito que essas viagens – hoje, elas ficaram mais raras – serviam como válvulas de escape para os problemas enfrentados no trabalho.

Como ele sabe que sou um leitor de carteirinha, todas as suas viagens litorâneas acabavam me rendendo bons livros. Acho que o meu irmão pensava que eu lia qualquer coisa, já que não me perguntava qual livro eu gostaria de ganhar. Tenho quase certeza que sua intenção era fazer surpresa, mas cá entre nós, quando você presenteia alguém com um livro sem saber se a pessoa gosta daquele gênero ou até mesmo se já tem aquela obra na estante, a probabilidade de erro é grande. No meu caso, tive muita sorte porque o Orlando acertou bem mais do que errou. E um de seus acertos foi Jogada Mortal de Harlan Coben que eu já li há algum tempo e por isso estava devendo uma resenha da obra. Brinco com o meu irmão, dizendo que esse livro foi um presente que ele acertou na trave e por pouco não foi bola fora. Jogada Mortal faz parte de uma saga de sete livros sobre um personagem chamado Myron Bolitar e ao invés de comprar o primeiro volume, o ‘mano velho de guerra’ acabou comprando o segundo! Quer dizer comecei a leitura um pouco torto, mas posso afirmar que não me atrapalhou em nada, já que as obras não seguem uma ordem cronológica.

Jogada Mortal não tem as reviravoltas estonteantes de outros livros de Coben mas mesmo assim, alguns plot twists, apesar de discretos, me agradaram.

Não li, ainda, os outros livros seis livros da saga porque a minha lista de leituras está bem grandinha e apesar de ter gostado da história, acabei optando por outros livros do autor, cujos temas me despertaram mais a atenção. Mas tenho um amigo que leu todos a saga completa de Bolitar e amou..

Não posso revelar muitos detalhes de Jogada Mortal porque acabarei soltando spoilers. Por isso, quanto menos falar escrever melhor.

Myron Bolitar é um agente esportivo que foi obrigado abandonar uma promissora carreira de jogador de basquete. Ele era considerado um verdadeiro fenômeno das quadras e vinha sendo disputado por grandes times até que uma grave lesão no joelho interrompeu definitivamente o seu sonho, colocando um ponto final em sua carreira no basquete.

Depois disso, o ex-atleta fez o curso de Direito na renomada Universidade de Harvard, além de ter tido uma passagem pelo FBI como agente. No final, ele acabou se tornando um agente esportivo.

Um de seus clientes mais promissores é um jovem negro, Duane Richwood, que mesmo sem ter tido nenhuma aula formal de tênis e aprendido a jogar nas ruas de Nova York, é cotado para vencer o seu primeiro Grand Slam.

A vida de Duane vira no avesso no momento em que uma tenista prodígio de apenas 16 anos – finalista do Aberto de Tenis da França - chamada Valerie Simpson procura Bolitar para ser seu agente, mas acaba sendo assassinada, dias depois. Duane passa a ser o principal suspeito do crime.

Boliotar começa investigar o crime e aos poucos vai descobrindo detalhes importantes, incluindo diversos segredos da vida de Valerie e também de Duane.

Vou evitar citar o nome de outros personagens que tem papéis decisivos na trama; como eu disse quanto menos escrever melhor.

Bem ao seu estilo, Coben vai recheando, aos poucos, o seu enredo de pequenos spoilers até a chegada do ‘grande finale’.

Leiam. Vale a pena.

23/02/2021

História de Christiane F. vira minissérie de TV

Quando o livro Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída foi lançado entre o final dos 70 e início dos 80, a sociedade alemã entrou em polvorosa, principalmente as autoridades policiais e o próprio governo. Também não era para menos, pois o relato, em primeira pessoa, de Christiane Vera Felscherinow – apesar do livro ter sido escrito por dois jornalistas – se revelou um relato perturbador do uso de drogas e suas consequências para crianças e adolescentes daquele País. Seria o mesmo que dizer que as autoridades alemãs estavam alheias a esse grave problema. A pergunta que passou a atormentar a cabeça do governo – em pleno período da chamada ‘Guerra Fria” - foi a seguinte: “O que os outros países irão pensar dessa situação?” 

Creio que além da preocupação com milhares de jovens que poderiam estar enterrados no submundo das drogas, o governo alemão, na época, também pensou na imagem do País. Por isso, eles começaram a trabalhar para tentar reverter ou pelo menos amenizar esse quadro que consumia a vida de tantos jovens, incluindo crianças. Vendo a situação por esse ângulo é fácil entendermos a importância dessa obra literária que acabou se tornando atemporal.

Cartaz promocional do filme produzido nos anos 80
Se o livro Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída, mesmo após 40 anos, ainda tem poder de fogo para escandalizar algumas pessoas, imagine como foi a repercussão nas décadas de 70 e 80.

E foi pensando na atualidade do tema  - já que temos milhares de outras ‘Christianes F’ espalhadas pelo mundo, refém do vício nas drogas, principalmente a heroína e o crack – que o serviço de streaming da Amazon Prime decidiu revisitar a história mundialmente famosa daquela jovem alemã de 13 anos por meio de uma minissérie com oito episódios chamada “We Children From Bahnhof  Zoo” que foram disponibilizados na sexta-feira (19).

Christiane Felscherinow é interpretada pela atriz austro-australiana Jana McKinnon. A minissérie com sete horas de duração retrata os altos e baixos do uso de drogas em cenas realistas e por isso mesmo pesadas. Tudo bem que nas últimas décadas, temas como abuso de drogas se tornaram comuns na televisão e no cinema com obras como o filme “Trainspotting”, de Danny Boyle, e “Réquiem para um Sonho”, de Darren Aronofsky, mas quem já assistiu os episódios de “We Children From Bahnhof  Zoo” afirma que a minissérie não fica devendo nada para esses grandes sucessos do cinema.

Foto recente de Christiane Vera Felscherinow
A minissérie do serviço de streaming aprofunda as questões levantadas pela história, explorando as relações entre os personagens e lançando a incômoda pergunta: “Onde tudo deu errado?”.

A minissérie retrata o contraste entre o tédio que acometia a jovem alemã – que ela apontou como a causa que a levou às drogas – e a fuga que essas substâncias ilegais lhe proporcionaram. A série deixa espaço para que os espectadores tirem suas próprias conclusões.

Com certeza o lançamento de “We Children From Bahnhof  Zoo”  através da Amazon Prime provocará uma onda saudosista tanto em leitores quanto em cinéfilos, principalmente aqueles que viveram a geração dos anos 70 e 80. Oportunidade para entrar no clima e reler o livro dos jornalistas Kai Hermann e Horst Hieck que se transformou em cult e best seller com mais de 4 milhões de exemplares vendidos e também rever o filme - hiper cultuado em 1981 – do cineasta e roteirista alemão Uli Edel.

Quanto a série da Amazon Prime nem preciso dizer nada... Tá na cara que você irá assistir.

Inté!

 

20/02/2021

“O vírus da estrada vai para o norte”: um conto assustador de Stephen King que me fez perder o sono

Caráculas! Tem alguns contos de Stephen King com o poder de bambear as nossas pernas – isso se estivermos lendo de pé – e afrouxar os músculos da bexiga – nesse caso, ter um WC por perto é essencial. Estes contos provocam sensações piores do que aquele tradicional calafrio que começa na nuca e vai descendo para a base da espinha. Cara, cai na besteira de encarar uma dessas histórias, ontem de madrugada e... sozinho – Lulu estava viajando à serviço. Que parada indigesta!

Como estava sem sono, decidi ler o próximo conto do livro Tudo é Eventual. Saquei a obra da minha estante com uma baita confiança e arrogância extrema. Porque para ler sozinho e de madrugada histórias de terror escritas por King, você tem quer ser autoconfiante ao extremo. Coisa do tipo: “vou matar o tempo lendo essa história”. E no final, foi a história que quase me matou... de susto ou pânico, tanto faz.

Minha autoconfiança estava nas nuvens porque os contosde Tudo é Eventual  que eu havia lido até aquele momento não seguiam uma vertente nativa de terror. Eles eram amenos, voltados mais para o lance do suspense moderado do que para o terror propriamente dito. Por isso, topei sem nenhum receio continuar com a leitura da obra quando os ponteiros do relógio marcavam 1H30 da manhã deste sábado. Foi nesse momento que “O vírus da estrada vai para o norte” cruzou o meu caminho. Não tenho o hábito de perder o sono e os bons sonhos por causa de histórias de terror. Confesso que até há pouco tempo eu passava alguns apuros noturnos”; hoje não mais. Quero dizer... até ontem de madrugada quando li esse conto maledeto.

Tudo bem que eu tinha ao meu alcance a opção de suspender a leitura e continuar no dia seguinte, durante a manhã ou a tarde, qualquer horário, menos de madrugada; mas quando King acerta a mão é difícil você ler as suas histórias a prestação. Neste caso, você quer terminar logo para saber o que acontece no final. Pois é, “O vírus da estrada vai para o norte” tem esse tipo de DNA.

Cena do episódio da série de TV "Pesadelos e Paisagens Noturnas"

Neste conto – serei breve para não liberar spoilers - Richard Kinnell é um escritor famoso por escrever livros assustadores. Durante o retorno para casa (que fica no Maine) vindo de uma convenção literária, Richard para em uma venda de garagem numa cidade pequena e fica encantado com uma bizarra pintura encontrada num dos cantos. O quadro retrata um jovem demoníaco com dentes pontudos – parecendo um canibal - atrás do volante de um carro possante cruzando uma ponte. O nome da “arte” é “o vírus da estrada vai para o norte”.  A vendedora revela que o pintor foi seu vizinho, um jovem talentoso, que cometeu suicídio por enforcamento deixando um bilhete: “Não suporto o que está acontecendo comigo”. Antes do fim trágico, ele pegou todas suas pinturas e desenhos – exceto esta – e fez uma grande fogueira com eles.

Muito mais intrigado do que assustado com a história, o escritor decide comprar o quadro. A partir daí, algo sinistro e macabro começa a acontecer em sua vida. Brrrrrrrr!!!! Preparem-se...

Quem assistia a série de TV “Galeria do Terror” – sucesso nos anos 70 - deve se lembrar de um episódio chamado “O Cemitério”. A história tem uma certa semelhança com esse conto. Até parece que King bebeu na fonte do seriado.

Vale lembrar que “O vírus da estrada vai para o norte” foi adaptado para a televisão em 2006. Ele foi um dos episódios da série “Pesadelos e Paisagens Noturnas” produzida e exibida pelo canal TNT.

15/02/2021

Cinco livros de Harold Robbins que não podem faltar em sua estante

Harold Robbins fez parte da minha adolescência. Passei grande parte desse período da minha vida lendo as tramas regadas a relações conflituosas, traições e sexo. Nos anos 70 e 80, muito mais na década de 70, os livros de Robbins vendiam como água no deserto, principalmente as edições econômicas publicadas em papel jornal e que tinham um preço muito mais acessível. Lembro que encontrava essas edições na banca de revistas perto de casa. 

O ‘menino’, aqui, tinha uma sorte danada já que o meu irmão mais velho também era fã de Robbins e vivia comprando essas edições baratinhas. Putz, saudades daquele tempo.

No post de hoje decidi fazer uma homenagem para esse autor que viveu a sua fase de ouro na década de 1970. Selecionei cinco livros Robbins que na minha opinião não podem faltar na estante de qualquer leitor que apreciava o seu estilo literário.

Vamos a eles!

01 – 79 Park Avenue

Um dia desses li o comentário de uma leitora no Portal Skoob que define muito bem Harold Robbins. Ela disse que o escritor que morreu aos 81 anos em 1997 era um Sidney Sheldon mais ousado. Achei perfeita a sua definição. Acredito que o ousado esteja relacionado ao erotismo exacerbado, tanto é que muitos pais nos anos 60 e 70 não permitiam que suas filhas lessem o autor.

O estilo narrativo de Robbins é semelhante ao de Sheldon. Já que eles usam técnicas praticamente semelhantes, ou seja: traições, reviravoltas inesperadas, tramas que mesclam flashbacks com acontecimentos reais, sexo, prólogos muito bem escritos e personagens femininas com personalidade. Portanto, a única diferença entre os dois autores se restringia as cenas de sexo. Enquanto Sheldon era... digamos... um pouco mais cometido, apenas um pouco heimmm; Robbins já ‘abria o verbo’ descrevendo as nuances do ato numa linguagem que, creio eu, chocou muitos leitores da época, já que os seus maiores sucessos da chamada “Fase de Ouro Robbins” foram escritos nos anos 50, 60 e 70. Por causa do erotismo descrito de maneira aberta e muitas vezes, sem amarras, ele foi rotulado por alguns de escritor maldito.

79 Park Avenue se enquadra nesse contexto já que foi escrito em 1955. Ah! Vale lembrar que Nelson Rodrigues fez a maioria das traduções para o português dos livros de Robbins, incluindo 79 Park Avenue.

Neste livro, que muitos fãs, classificam como o melhor de toda a carreira literária do escritor, Maryann Flood é a grande heroína. Após ter uma infância e adolescência de violência doméstica e sexual – passando por um reformatório – acaba sendo obrigada a viver como prostituta e com o tempo, torna-se a responsável pela agência de modelo chamada “79 Park Avenue”. O que Flood desconhece é que a tal agência revela por trás de sua fachada, o drama de lindas jovens que são levadas à prostituição e exploradas por um sindicato de gangsters.

A jovem acaba, então, indo parar no banco dos réus, não se importando em ser condenada, já que o promotor do caso é o único homem que amou em toda a sua vida.

Maryann Flood é tão forte e instigante quanto a Noele Page de O Outro lado da Meia Noiteque muitos reputam como a personagem mais carismática criada por Sidney Sheldon.

02 – O Machão

O Machão foi o meu primeiro livro de Harold Robbins. Li, ilegalmente, diga-se de passagem. Eu tinha apenas 15 anos ou menos e o autor era um privilégio exclusivo dos adultos por causa da carga pesada de sexo e erotismo arraigado em seus enredos. Fisguei o livro, escondido, que ficava guardado no armário de meu irmão e mergulhei na leitura.

Acho que a somatória de uma história interessante com uma leitura proibida contribuiu para que O Machão e consequentemente Robbins marcasse precocemente o início da minha vida de leitor inveterado.

Apesar de ter lido a obra há muito tempo ainda me lembro de alguma coisa. No enredo, tinha um cara ‘podre de rico’ que viajava num avião e que deixava as mulheres loucas, perdidamente apaixonadas por ele. O sujeito tinha até ‘umas’ ampolas que ele abria na hora do ato sexual e que liberavam uma fragrância enlouquecedora. Suas amantes ficavam loucas... Vichieeee! Pois é; tá vendo porque Robbins foi tão polêmico para a sua época? Depois, nos meus trinta e poucos anos, li a obra novamente. Gostei bastante do enredo.

O clima erótico desenvolvido pelo autor ao longo das páginas, apesar de pesado jamais chega a ser chulo, grosso e de mau gosto. São descrições realistas sem nenhuma aura daquelas revistinhas pornôs. Aliás, Robbins foi especialista nisso.

O personagem principal de O Machão é Badyr Al Fay que por um capricho do destino foi encontrado pela rica e poderosa família Al Fay, abandonado no deserto. Dessa maneira, ele acaba tomando o lugar de um dos filhos natimorto dos Al Fay. Inconsciente das circunstâncias de seu nascimento e de sua verdadeira ascendência, Badyr foi criado para aceitar todos os privilégios e obrigações do filho de um árabe poderoso. Para proteger a fortuna que ascende a vários milhões de dólares, Badyr percorre todos os continentes em seu jato particular e conhece novas e lindas mulheres até o dia em que algo inesperado acontece em sua vida de milionário. Prestem atenção nas personagens Jordana, mulher de Badyr, e Leila, sua filha, muito importantes na trama.

03 – O Garanhão

Sai O Machãoe entre O Garanhão, é mole? (rs). O Garanhão é mais uma obra da “Fase de Ouro”. Foi o primeiro livro escrito pelo autor na década de 1970. Lançado em 1971 bateu recorde de vendas.

A exemplo de 79 Park Avenue, Robbins divide o livro entre passado e presente. Na história, o foco principal é a amizade e parceria entre o ex-piloto de provas Ângelo Perino e o velho empresário Loren Hardeman que comanda a indústria automobilística Loren e que sonha em criar um novo modelo de automóvel. Dois homens de diferentes gerações que se respeitam, se complementam, acreditam nos mesmos ideais e têm os mesmos sonhos.

Ângelo é uma pessoa forte e implacável nos negócios, um jovem piloto de corridas cuja audácia nas pistas só é igualada pela sede de mulheres. É ele o narrador do conflito de poder entre o autoritário e libertino Loren Hardeman I, magnata do automobilismo, e seu neto, herdeiro das mesmas disposições.

Ângelo, aos poucos, vai revelando aos leitores as intimidades de uma família cheia de segredos, cujos ressentimentos se estendem por gerações, desencadeando conflitos que tomam proporções trágicas e que são arrastadas até ao presente.

04 – A mulher Só

Li A Mulher Só, pela primeira vez, no final dos anos 70. Peguei o livro na biblioteca e o devorei em poucos dias. Na minha opinião, trata-se de um dos melhores de Robbins, mas também um dos mais picantes como fica evidente na capa da edição relançada pela editora Círculo do Livro em 1978.

A personagem principal do romance, JeriLee que sonha se tornar uma escritora famosa não mede consequências para atingir o seu objetivo. Dessa maneira, ela abandona o marido, a sua cidade, os poucos colegas e até mesmo muitos de seus princípios morais e vai para a luta. Nesta sua nova jornada, ela acaba se prostituindo, além de se envolver com álcool, drogas e dormindo com quem quer que seja, até mesmo pessoas que ela julga desprezíveis, homens ou mulheres, para conseguir chegar onde quer.

Na realidade, o enredo mostra uma inversão de valores, pois o que JeriLee almeja é ser valorizada no meio artístico, no seu caso, dentro do contexto editorial. Mas fica a pergunta: “Será que para se tornar uma pessoa respeitada no mundo do Jet set, vale a pena passar por cima de muitos princípios que você julga moral?

Se você leu esse texto até aqui, certamente, deve estar odiando a personagem criada por


Robbins, mas acredito que você a verá com outros olhos após conhecer um pouco mais a sua infância e alguns percalços que ajudaram a moldar a sua personalidade. Então, quem sabe, quando JeriLee for em busca de sua redenção, você e outros leitores a vejam com outros olhos como eu vi.

Um livro muito picante no que se refere a cenas de sexo e erotismo – como já disse no início, talvez, um dos mais picantes escritos pelo autor - mas com uma trama incrível.

05 – Uma Prece Para Danny Fisher

Um livro diferente do estilo característico de Harold Robbins. Quem leu O Machão, 79 Park Avenue, O Garanhão, Os Pervertidose outros com certeza irá estranha a linha narrativa adotada pelo autor em Uma Prece Para Danny Fisher. Já escrevi nessa postagem que os enredos de Robbins são pesados rolando muito sexo, traição, inveja, sacanagem, enfim, um verdadeiro ‘pega prá capar’. Costumo dizer que Robbins não perdoa, ele atira e muitas vezes o tiro é pesado. Pô, o cara só escreve porcarias?! Não galera, pelo contrário: o cara é muito bom. Um escritor de primeira qualidade. O diferencial é que os seus enredos, como já disse, são pesados e não irão agradar algumas pessoas adeptas de um estilo mais light, mais pudico. Por isso, quando li Uma Prece para Danny Fisher, lançado originalmente em 1951, levei um baque. Cara, a obra foge muito dos elementos tão comumente usados por Robbins em suas histórias. A obra é profunda, triste e emocionante, sem as doses extras de ‘corpo-suor e sexo’.

Robbins narra a saga de Danny Fisher, um garoto que tinha tudo o que desejava: um emprego, um animal de estimação e disponibilidade para flertar com mulheres mais velhas, sem contar o seu talento fantástico para o boxe. Mas sabe quando, de repente, tudo começa a dar errado na vida da pessoa? Algo parecido com o exemplo de Jó narrado na Bíblia. Entonce, é isso que começa a acontecer na vida de Danny. Sua família perde tudo e acaba sendo obrigada a dispor de uma casa confortável, localizada num bairro nobre, para se mudar num apartamento humilde em Manhattan. E assim, o personagem principal é obrigado a deixar a sua infância prazerosa para trás, enfrentando a pobreza, o perigo e a violência diária. Ele passa a lutar dentro e fora dos ringues para sobreviver.

Leiam, acredito que vocês irão gostar muito.

Galera, por hoje é só (*)

11/02/2021

Mesmo arrebentado, não poderia deixar de escrever sobre o livro “A organização: A Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo”

São 21H40m no momento em que escrevo este post. Acabei de chegar em casa depois de pautas estressantes, gritos na minha orelha – também gritei na orelha de alguns – corrida contra o relógio; substituição de reportagem, cujo tema naufragou e etc e amis etc. Quem vive o seu dia a dia dentro da redação de um jornal ou emissora de rádio sabe do que estou falando. Cara, às vezes é muito estressante.

Por isso, serei breve na postagem de hoje, aliás muito breve. Entendam que eu estou arrebentado, com fome, louco para tomar um banho e probleminha: estou sentindo que não conseguirei escrever essa postagem se deixar para depois da ducha e da comida que a Lulu está preparando no capricho para mim. Cara, não vou conseguir, verdade; depois só quero cama.

Mas vamos ao que interessa. Passei para dar uma dica de leitura para a galera. Este livro foi lançado em novembro do ano passado e acabou passando despercebido por mim. Tomei conhecimento da obra da jornalista Malu Gaspar na segunda-feira, dia 8, através de um colega de trabalho. Após pesquisar mais detalhes na Internet, só vi elogios. Todos e quando digo todos, estou me referindo tanto a crítica especializada quando aos leitores, de um modo geral, estão babando pela obra. Trata-se do livro A organização: A Odebrecht e o esquema de corrupção que chocou o mundo. O título já diz tudo né galera?

Para quem não se lembra ou não está muito familiarizado com as tramas do submundo político que envolveu a Petrobrás e um grupo de grandes empreiteiras, entre elas, uma das maiores do País, eu lembro que em 2015, quando a força-tarefa da Lava Jato fulminou o chamado “clube” de empreiteiras que controlava os contratos com a Petrobras, a Odebrecht liderava com folga o ranking das empresas de engenharia nacionais. Delatados por colaboradores da Justiça, alguns de seus principais executivos foram presos, acusados de uma volumosa coleção de crimes. Uma cena que não me sai da cabeça foi o momento em que os policiais federais entraram na casa de Marcelo Odebrecht e o levaram preso. Este momento foi mostrado nos principais telejornais brasileiros e também do mundo.

Para tentar sobreviver à hecatombe, a organização ― era assim que os controladores e funcionários se referiam à Odebrecht ― e seus dirigentes confessaram um longo histórico de práticas escusas que abalou a República e chocou o mundo, envolvendo propinas a centenas de políticos, de prefeitos a presidentes. Emilio e Marcelo Odebrecht, pai e filho, cujo relacionamento sempre fora difícil, romperam publicamente em meio a um duelo de denúncias.

Segundo a editora Companhia das Letras, nesse livro sobre a glória e a desgraça da Odebrecht, Malu Gaspar desvenda as engrenagens de um sistema de corrupção que parecia inviolável, e lança luz sobre as espúrias relações entre Estado e empresas que condicionaram por muito tempo uma espécie de “capitalismo à brasileira”.

Segundo reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo, no fim de agosto de 2016, quando estava preso pela Operação Lava Jato em Curitiba e soube dos termos da delação negociada por seu pai, Emílio Odebrecht, o empresário Marcelo Odebrecht escreveu uma longa carta para dizer que o patriarca da família estava mentindo aos procuradores.

Endereçada à sua mulher e a dois irmãos, a mensagem classificava os relatos que o pai fizera aos integrantes da força-tarefa à frente das investigações como "tardios, incompletos, omissos e inverídicos", e o acusava de pôr em risco as negociações com a Lava Jato e o futuro das empresas da família.

Segundo Marcelo, o pai se recusava a contar tudo que sabia sobre as relações da Odebrecht com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros políticos com quem lidara. "Não apenas não relata tudo a que meu pai está exposto", escreveu. "Não fala tudo e não aborda corretamente o tema Lula".

Obtido pela jornalista Malu Gaspar, o documento é uma das revelações de "A Organização", livro que ela acaba de lançar sobre a trajetória do grupo empresarial.

Taí galera, espero que tenham gostado da dica de leitura.

Desculpem a correria e o post feito meio que a toque de caixa; mas os últimos três dias, principalmente hoje, foram brabos no meu trabalho.

Inté!

07/02/2021

10 livros dos loucos anos 80 que fizeram a cabeça dos leitores daquela geração

Como prometi no post anterior, desta vez voltei com a lista dos dez livros que fizeram a cabeça dos leitores na década de 80. Aliás, você se lembra qual era a sua idade nos loucos Anos 80? Eu estava na casa dos meus vinte e poucos anos e garanto que já era um leitor ensandecido, um verdadeiro devorador de livros.

Procurei, através de pesquisas na Internet, selecionar dez obras que estavam no auge naquela década, consideradas grandes coqueluches literárias, verdadeiras campeãs de vendas. Li algumas delas na época de seus lançamentos e outras anos depois, afinal de contas um livro com qualidade, se tornar atemporal, podendo ser lido em qualquer época. Mas confesso que não li todos os que estão na lista.

Mas vamos ao que interessa.

01 – O Nome da Rosa (Umberto Eco)

Ano de lançamento: 1980 (Itália) – 1983 (Brasil)

O livro lançado em 1980 tornou o escritor italiano Umberto Eco conhecido mundialmente. A obra chegaria ao Brasil, pela editora Nova Fronteira, três anos depois de sua publicação original. Em 1983, O Nome da Rosa foi uma verdadeira febre entre os brasileiros, fazendo a cabeça tanto dos leitores quanto da crítica especializada.

Eco narra a história de um monge franciscano que investiga uma série de assassinatos em um remoto mosteiro italiano. A morte, em circunstâncias insólitas, de sete monges em sete dias, conduz uma narrativa violenta, que atrai pelo humor, pela crueldade e pela sedução erótica.

O Nome da Rosa ganhou uma adaptação cinematográfica homônima em 1986 com Sean Connery. A exemplo do livro, o filme fez uma baita sucesso.

02 – A Casa dos Espíritos (Isabel Allende)

Ano de lançamento: Chile e Brasil (1982)

Os leitores brasileiros não tiveram que esperar nem um minuto pelo ‘desembarque’ de A Casa dos Espíritos em terras tupiniquins. A publicação do primeiro e mais famoso livro de Isabel Allende aconteceu simultaneamente no Chile e no Brasil.

A obra narra a saga dos Trueba, uma poderosa e influente família chilena, no período de 1905 a 1975 e funciona como uma biografia disfarçada sobre vida da autora - principalmente na segunda parte da saga que conta o golpe militar ocorrido no Chile em 11 de setembro de 1973 e que culminou com a deposição do presidente Salvador Allende. A escritora é sobrinha do ex-presidente do Chile e relata na última parte do livro – mesclando personagens reais e fictícios - os momentos tensos que culminaram com a eleição de Salvador Allende e logo depois com a sua deposição e suicídio.

Tanto livro quanto filme baseados na obra bombaram no Brasil. Livrarias cheias e cinemas lotados. O filme de 1993, inclusive, contou com um elenco de constelações, entre eles: Antônio Banderas, Meryl Sreep, Glenn Close, Jeremy Irons e Winona Ryder.

03 – A Coisa (Stephen King)

Ano de lançamento: 1986 (Estados Unidos) – 1989 (Brasil)

Em resumo, é a história de sete amigos adolescentes que enfrentaram uma criatura centenária que se alimentava do medo das pessoas e se apresentava de diversas formas, sendo a mais comum, num palhaço de nome Pennywise ou Parcimonioso. A criatura que ficou conhecida como “A Coisa” deixou um rastro de sangue e pavor na pacata cidade de Derry, onde matou várias crianças. É então que um grupo de sete adolescentes inseparáveis (Bill, Richie, Eddie, Stanley, Beverly, Mike e Ben) resolvem se unir para combater o ser monstruoso. E na batalha que aconteceu em 1958, eles conseguiram com muito esforço derrotar o maligno Pennywise e saírem vivos. Mas após 27 anos, “A Coisa” volta a atacar e os sete amigos, já adultos e longe um do outro, tem que se reunir novamente para a batalha final.

O livro lançado em 1986 nos ‘States’ chegou ao Brasil três anos depois através da coletânea “Mestres do Horror e da Fantasia”. A Coisa (It) ocupou por muito tempo o primeiro lugar na lista americana dos mais vendidos em 1986 e na lista brasileira em 1989.

Rendeu uma minissérie de televisão (1990), além de dois filmes (2017 e 2019). Lembrando que os filmes são um só mas divididos em duas partes.

04 – A Falta Que Ela Me Faz (Fernando Sabino)

Ano de lançamento: 1980 (Brasil)

Este livro de crônicas que aborda situações do cotidiano na vida de cidadãos comuns ‘colou’, durante várias semanas, no primeiro lugar das listas literárias dos mais vendidos em 1980.

A Falta Que Ela Me Faz de Fernando Sabino conquistou os leitores daquele ano, ‘culpa’ da linguagem fluída e das pitadas de humor, duas características marcantes em seu texto.

Suas crônicas são retratos da vida urbana, nos quais explora, com fino senso de humor, as sutilezas, os desconcertos e o nonsense do cotidiano. Além disso, sua obra tem revelado a preocupação com as injustiças, com os absurdos da vida, com os heróis quixotescos e com as indecisões do homem ante o "eu" e o "outro".

O escritor, que morreu em 11 de outubro de 2004, faz parte da terceira fase do modernismo brasileiro (ou pós-modernismo).

Ainda não tive oportunidade de ler essa obra, mas pretendo, um dia.

05 – As Brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley)

Ano de lançamento: 1982 (Estados Unidos) – Entre 1982 e 1983 (Brasil)

Em meados de 1987, a coletânea com os quatro volumes de As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, era a obra mais vendida no Brasil na categoria ficção. Um Capricho dos Deuses, de Sidney Sheldon, ocupava a segunda posição do ranking. É importante lembrar que antes da edição da Imago (1987), a editora Nova Cultural já havia publicado, por aqui, no final de 1982, o primeiro volume da saga, num lançamento praticamente simultâneo com os Estados Unidos.

A obra de Bradley continuou mantendo a sua aura de sucesso com a publicação de novas edições ao longo dos anos seguintes, sendo a mais recente uma coleção luxuosa em quatro volumes da editora Imago lançada em janeiro de 2008.

As Brumas de Avalon recontam a lenda do rei Artur através da perspectiva de suas heroínas: Guinevere, Morgana, Igraine e Viviane.

Trata-se, acima de tudo, da história do conflito entre o cristianismo, representado por Guinevere, e da velha religião de Avalon, representada por Morgana. Ao acompanhar a evolução da história de Guinevere e de Morgana, assim como de outros numerosos personagens acompanhamos também o destino das terras que mais tarde ficariam conhecidas como Grã-Bretanha.

Em 1987, As Brumas de Avalon foi uma verdadeira campeã de vendas.

06 – O Reverso da Medalha (Sidney Sheldon)

Ano de lançamento: Estados Unidos e Brasil (1982)

O Reverso da Medalha foi o livro mais vendido nos Estados Unidos no início de 1982 e um dos mais vendidos, na mesma época, no Brasil. Literalmente arrebentou. Prova disso é que muitos pais na América, naquele ano, influenciados pelo romance de Sidney Sheldon decidiram batizar as suas filhas recém-nascidas de Katy, nome da heroína do livro. Incrível, não acham?!

O enredo aborda os dramas, alegrias, conquistas e derrotas de quatro gerações da poderosa família Blackwell que tem em Katy a sua poderosa matriarca. Ela é o símbolo do sucesso, uma linda mulher que transformou sua herança em império internacional – uma personalidade misteriosa, envolta por milhares de perguntas sem respostas. Detentora de uma posição de destaque entre os poderosos ela é uma sobrevivente, assim como foi seu incansável pai, que arriscou a própria vida para extrair uma fortuna em diamantes da inóspita África do Sul. Agora, ao comemorar 90 anos, Kate analisa a família que manipulou, dominou e amou.

O Reverso da Medalha é considerado pelos leitores e também pelos críticos como o melhor livro de toda a carreira de Sheldon.

07 – Tocaia Grande (Jorge Amado)

Ano de lançamento: 1984 (Brasil)

O romance de Jorge Amado narra a fundação e o desenvolvimento de uma cidade fictícia, Tocaia Grande que começa como um acampamento, pousada de tropeiros até que surge a primeira casa. Acaba tornando-se povoado e vila, sob o férreo comando do coronel Boaventura e seu fiel capanga, capitão Natário da Fonseca, que, anos antes, fizeram um verdadeiro massacre humano, quando o local era só mata, fato que deu nome ao lugar.

A história ganha vários personagens dos mais diversos que passam a viver as suas vidas em Tocaia Grande até que a sede do poder do coronelismo a transforma em local de conflitos sérios. Um dos últimos livros de Jorge Amado, de 1988, Tocaia Granderessalta com o vigor característico do escritor, o poder do dinheiro e da violência no mando político do interior da Bahia, que pode ser estendido a todo o país.

A obra, grande sucesso de vendas no Brasil em 1984, foi adaptada para a televisão, onze anos depois, através da Rede Manchete.

08 – Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva)

Ano de lançamento: 1982 (Brasil)

Feliz Ano Velho trata da experiência autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva, que relata o acidente que o deixou tetraplégico depois de um mergulho em um lago às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em 14 de dezembro de 1979. Após bater acidentalmente com a cabeça no fundo do lago, ele perdeu os movimentos do corpo e foi transferido de um hospital a outro enfrentando médicos reticentes. O livro mostra a dificuldade que muitas pessoas sofrem com essa situação e a força de vontade que um homem tem de ter para se inserir novamente na sociedade, enfrentando seus problemas e medos.

O autor tratou a sua situação de uma maneira realista e sem auto-piedade. Mais ou menos assim: “Putz! Me quebrei inteiro, fui parar numa cadeira de rodas e estou dependendo da ajuda de amigos e familiares para reaprender a viver. Êpa! Mas pêra aí... a vida continua! Tenho que dar o melhor de mim para me tornar cada vez menos dependente. Por isso, vou continuar brigando e lutando contra a vida, mas também desfrutando as coisas boas que essa mesma vida bandida - que me ferrou...  me oferece”. Esta postura de Paiva conquistou os leitores que adoraram o livro. Sem dúvida alguma, Feliz Ano Velhofez a cabeça da juventude dos anos 80.

Ao mesmo tempo em que descreve detalhes de seu acidente e de sua recuperação, o autor recorda momentos tristes como quando seu pai desapareceu após ser preso político durante a ditadura militar.

Durante esse período de convalescença, Marcelo conta com carisma e sinceridade detalhes de sua infância e de sua juventude. Desvela seus casos amorosos, retrata sua carreira musical. Jovem ativo, participava do quadro político da Universidade Estadual de Campinas, onde cursava engenharia agrícola.

Filho do deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, ele relata em um dos momentos mais aflitivos, como foi o dia em que seis militares invadiram a sua casa e levaram seu pai, que ele não mais voltaria a ver.

Feliz Ano Velho Foi um best-seller da década de 1980, principalmente por sua linguagem livre e coloquial. Essa obra teve várias adaptações para o teatro e gerou um filme em 1987.

09 – A Fogueira das Vaidades (Tom Wolfe)

Ano de lançamento: Estados Unidos (1987) – Brasil (1988)

Taí outro livro que fez a cabeça dos leitores na década de 1980. A Fogueira das Vaidadesde Tom Wolfe vendeu muito, mas muito, de fato. Wolfe caprichou em seu primeiro livro, sem contar que a edição brasileira conta com o prefácio do saudoso Paulo Francis. Se lembram dele?

Wolfe descreve a saga de Sherman McCoy, um operador da Bolsa de Valores de Wall Street, dono de um apartamento de catorze cômodos, em Manhattan, que ganha comissões milionárias. O personagem tem a sua vida modificada bruscamente quando ao ir, com a sua amante, para Manhattan, erra o caminho e vai parar no Bronx. Lá ele atropela um negro, fazendo com que este fato seja o ponto de partida da sua ruína e também o início da meteórica ascensão de um jornalista desconhecido.

A Fogueira das Vaidades é um romance, mas sustentado pelo mesmo tipo de reportagem detalhista que fez dos melhores livros de não-ficção de Wolfe, como “Os Eleitos”, grandes best-sellers.

A obra literária virou filme em 1990, mas apesar do elenco estelar - Tom Hanks, Melanie Griffith, Bruce Willis e Morgan Freeman, entre outros - não alcançou o sucesso esperado de bilheteria.

10 – A Insustentável Leveza do Ser (Milan Kundera)

Ano de lançamento: França e Estados Unidos (1983) – Brasil (1984)

Encerro a lista com A Insustentável Leveza do Ser que é sem dúvida um dos romances mais importantes do século XX. A obra do escritor franco-tcheco, Milan Kundera une ficção e filosofia por meio da história de quatro adultos capazes de quase tudo para vivenciar o erotismo que desejam para si. Tereza e Tomas, Sabina e Franz por força de suas escolhas ou por interferência do acaso, experimentam cada um deles e à sua maneira, o peso insustentável que baliza a vida, esse permanente exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la.

Infidelidade, amor, compaixão, eterno retorno, acaso e arbítrio são alguns dos grandes temas que Kundera articula num romance de ideias e paixões, em que o leitor percorre conceitos filosóficos de braços dados com cada um dos quatro personagens acompanhando suas histórias de vida com a profundidade de um estudo.

A Insustentável Leveza do Ser é considerado um clássico da literatura contemporânea. Muitos leitores brasileiros devoraram as suas páginas nos anos 80, especificamente em 1984.

Em 1988, o livro foi adaptado para os cinemas e adivinhem... arrebentou nas bilheterias. Daniel Day-Lewis e a francesa Juliette Binoche receberam muitos elogios pelas suas interpretações.

Taí galera, espero que tenham gostado.

Inté!

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