20/02/2022

"Flores da Morte" chega ao Brasil no começo de março com um plot que tem tudo para fisgar a atenção dos leitores




Hoje pela manhã, durante as minhas zapeadas de praxe pelas livrarias virtuais em busca de novidades, me deparei com um livro que chamou a atenção. Antes, deixe-me avisar que sou um grande devorador de trhrillers policiais e de suspense, o que explica o meu interesse por “Dog Rose Dirt” – já lançado nos States – e que chegará ao Brasil em 1º de março pela editora Trama com o título de Flores da Morte.

O estranho é que vi comentários em alguns sites e blogs de que o livro já havia sido lançado por aqui em janeiro, mas de acordo com as grandes livrarias como Amazon, Travessa e outras, além do próprio site da Trama, Flores da Morte só chega ao Brasil, de fato, no começo de março. Além do mais, ainda não há nenhum comentário sobre o livro no portal do Skoob; portanto, acho que ele ainda não desembarcou em terras tupiniquins ou quem sabe, alguns blogueiros mais sortudos - que tenham parcerias com a editora - já receberam o presentão.

Mas vamos ao que interessa, ou seja, dar maiores detalhes sobre o livro da escritora Jen Williams. Cara, achei o plot interessantíssimo, daqueles que tem grandes chances de prender a atenção do leitor da primeira à ùltima página, desde que a autora não tenha errado a mão.

Confiram o plot liberado pela editora e depois vejam se não concordam comigo: “Após o inexplicável suicídio da mãe, a ex-jornalista Heather Evans precisa retornar à casa de sua infância e acaba descobrindo algo aterrador: centenas de cartas trocadas entre sua mãe e o famoso assassino em série Michael Reave. O Lobo Vermelho, como é chamado pela imprensa, está preso há mais de vinte anos pelas mortes brutais e ritualísticas de inúmeras mulheres, embora sempre tenha alegado inocência. Quando o corpo de uma jovem é encontrado decorado com flores, exatamente da mesma forma como Reave deixava suas vítimas, ele é a única pessoa que pode colaborar com a investigação. Depois de anos de silêncio, Michael Reave enfim está disposto a falar… apenas com Heather. Para descobrir a verdade sobre a morte da mãe e impedir que o sangue de outras vítimas seja derramado, Heather vai precisar enfrentar o Lobo ― e este é apenas o início da caçada. Até que ponto conhecemos de verdade nossos familiares? Até que ponto conhecemos de verdade a nós mesmos?”

Na minha opinião não dá para negar que se trata de um plot ‘da hora’ e que se bem desenvolvido, com certeza, se transformará numa narrativa com o poder de fisgar o leitor que aprecia esse gênero de romance.

De acordo com alguns sites gringos, especificamente da terra do Tio Sam – que estão elogiando muito a obra de Williams - embora a ficção policial sobre serial killers seja relativamente comum, a autora consegue dar um ângulo novo e original a esse gênero com algumas reviravoltas inesperadas. A narrativa alterna entre a história de Heather no presente e uma narrativa passada que alude ao passado de Michael Reave, o ‘Lobo Vermelho’.

Segundo critica publicada na NB Magazine, a tensão e o humor do romance são capturados de forma brilhante, e Williams mantém uma atmosfera completamente tensa e inquietante por toda parte.

Bem, galera, resumindo: Flores da Morte tem todas as chances de se tornar um grande best-seller no Brasil. Lembrando que o livro já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.

17/02/2022

Amigo Imaginário




Antes de tudo, é um absurdo comparar o livro de Stepehn Chbosky com It de Stephen King. O motivo é bem simples: enquanto você devora com avidez as mais de 1.000 páginas de It, em Amigo Imaginário, você empaca e se não for persistente, acaba desistindo da leitura.

De fato, é uma pena, porque o plot da obra de Chobosky é muito bom. Expondo de uma maneira bem resumida, é a história de uma criança que tem o poder de vagar entre o mundo real e o mundo imaginário. Neste último, ele acaba encontrando um amigo – o tal ‘amigo imaginário’ - que o alerta de uma grande catástrofe que poderá ocorrer no mundo real caso, o garoto, não consiga impedir uma trama diabólica que vem sendo engendrada por uma entidade maligna que vive no mundo imaginário.

O problema é que o autor enche o enredo de linguiça; enrola muito, mas muito mesmo. Na minha opinião, se ele tivesse reduzido as mais de 750 para 350 ou 400, teria em mãos uma história incrível, perto da unanimidade e não um divisor de águas com uma parte dos leitores detestando e a outra adorando.




Além da história excessivamente longa, um outro problema ao qual ‘batizei’ de “poda de narrativa” contribui para deixar o enredo ainda mais cansativo, além de fazer com que o leitor vá perdendo, aos poucos, a paciência. “Poda de narrativa” – termo criado por mim – é aquele momento em que o enredo está perto do clímax e o autor opta por cortar abruptamente esse clímax pulando para um novo capítulo, diga-se de passagem, um capítulo bem morno. Esse capítulo do clímax que acendeu a curiosidade do leitor só volta depois de ‘uns’ três ou quatro capítulos desinteressantes, isso por causa da grande quantidade de personagens que fazem parte do enredo. Agora imagine só enfrentar toda essa agonia em mais de 750 páginas. Aliás, o enredo tem tantos desses capítulos anti-climax que a leitura entra numa espiral desgastante.

É uma pena que o excesso de páginas de Amigo Imaginário matou a narrativa que tinha todos os elementos necessários para compor um plot fantástico, ou seja: ‘enredo-raiz’ e personagens muito bons, recheados com reviravoltas interessantes. Na minha opinião, até mesmo as referências religiosas que fazem parte da narrativa e que incomodaram alguns leitores, acabaram dando um toque especial ao livro. A reviravolta, perto do final, envolvendo um personagem importante do mundo imaginário é a prova disso.

Chbosky, poxa vida, bem que você poderia ter optado por uma narrativa mais enxuta.



13/02/2022

Seis livros didáticos antigos de Português, História e Geografia que deixaram saudades




Volta e meia lá estou eu com a minha nostalgia. Ela chega assim, meio que... sem avisar. Nostalgia dos filmes que assistia no cinema em minha cidade e que hoje está fechado; nostalgia das peraltices que vivia com os meus amigos de infância; nostalgia das brincadeiras dançantes à base dos saudosos vitrolões e por aí afora. Neste final de semana bateu uma nostalgia danada dos meus tempos de infância quando frequentava o antigo Primeiro Grau. Assim, acabei me lembrando dos saudosos boletins em papel; daqueles em cartolina onde os professores colocavam as nossas notas em azul (ufa!!) ou em vermelho (vichiii!!) para que levássemos para casa com a promessa de mostrarmos aos nossos pais.



Pois é, mas a nostalgia maior que bateu fundo foi aquela relacionada com os livros e cartilhas didáticas daquele tempo, ou seja, dos anos 60 e 70. Inclusive, já escrevi, no passado, uma postagem sobre elas (ver aqui), mas hoje quero postar algo mais seletivo, abordando apenas os materiais didáticos referentes à Língua Portuguesa, História e Geografia. Tive a ideia porque eu era um péssimo aluno em matemática, mas por outro lado, adorava Português, Geografia e História, fosse ela Geral ou do Brasil. Daí, a minha opção em fazer esse post direcionado apenas para esses livros.

E aí? Preparados para ingressar em nossa máquina do tempo? Então, se você viveu a sua infância ou adolescência nos anos 70 e adorava os livros didáticos daquela época, com certeza, irá adorar essa viagem.

01 - Método ABC– Ensino prático para aprender a ler


Começo a nossa lista com esta cartilha que deixou saudades em grande partes dos cinquentões ou sessentões de hoje. Método ABC – Ensino prático para aprender a ler foi uma cartilha destinada tanto às crianças, quanto aos adultos “analfabetos”, era um material de leitura, como o próprio nome esclarece, em que os alunos eram levados a decorar o alfabeto e cada página da cartilha, que era constantemente “tomada”, de acordo com uma sistematizada rotina.

A obra, apesar de compacta, com apenas 16 páginas, buscava levar os alfabetizandos à memorização do alfabeto, de sílabas e de algumas palavras. Era um material introdutório ou utilizado paralelamente a outros livros nas salas de alfabetização e propunha o ensino prático para o aprendizado da leitura.

Estava baseado no método alfabético, isto é, iniciava-se das partes menores (as letras), até se chegar às palavras. Desse modo, a obra era dividida em nove cartas que apresentavam uma sequência, supostamente, linear, inicialmente com reflexões simples, que tornavam-se mais complexas com o decorrer das lições. No entanto, antes de iniciar a primeira carta, as quatro páginas iniciais apresentavam o alfabeto em letra de imprensa maiúscula e em letra cursiva, as vogais e as consoantes minúsculas.

02 – Caminho Suave






Esta cartilha pode ser considerada antológica. Caminho Suave fez a cabeça de uma geração de professores e alunos dos anos 60 e comecinho da década de 70.

Aprovado pela Comissão do Livro Didático do Departamento de Educação do Estado de São Paulo. A cartilha de Leitura era usada, geralmente, a partir do segundo ano primário. Aprovado pela Comissão Nacional do Livro didático. Caminho Suavefoi um fenômeno de vendas no Brasil: calcula-se que todas edições, até a década de 1990, venderam 40 milhões de exemplares. Há um exemplar de edição bem posterior, dos anos de 1980, quando a cartilha foi modificada e vários exercícios foram incluídos.

Apesar de não ser mais o método "oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Lima virou uma verdadeira coqueluche no ambiente escolar dos anos 60 e 70.

Foi observando a dificuldade de seus alunos, a maioria oriundos da zona rural, que a autora criou o método que ela própria denominou "alfabetização pela imagem". A letra "a" está inserida no corpo de uma abelha, a letra "b", na barriga de um bebê, o "f" fica instalado no corpo de uma faca, a letra "o", dentro de um ovo e assim por diante.

03 – Cartilha Sodré





A Cartilha de Alfabetização Sodré, criada por Benedicta Sthal Sodré, chegou a vender mais de 6 milhões de exemplares em suas 273 edições e, à exemplo de Caminho Suave, marcou uma geração de ‘leitores-estudantes’.

Posso imaginar a nostalgia que todos aqueles que estão lendo essa postagem estão sentindo nesse momento. Principalmente você que teve a oportunidade de utilizar tal cartilha memorável que hoje em dia passou a valer muitos reais nos sebos.

A Cartilha Sodréera meio quadrada, mais curta e mais larga do que um livro-padrão. Na capa fosca e esverdeada, uma menina de tranças sorria pra gente e nos convidava à ventura das primeiras letras. Com poucas páginas, tinha o tamanho parecido ao das cadernetas que os donos de armazém marcavam as compras feitas no fiado pelos nossos pais ou então daqueles conhecidos almanaques de farmácia.

A autora, Benedicta Stahl Sodré, aparecia com letras miúdas na capa. Essa cartilha alcançou quase 300 edições e milhares de exemplares vendidos.

04 – Geografia do Brasil




A década de 60 foi marcada por uma forte presença dos livros de Aroldo de Azevedo produzidos pela companhia Editora Nacional. Esse autor foi o responsável por uma vasta obra didática de geografia, publicando livros pelas décadas de 1940 1950 e 1960. Alguns desses livros foram considerados tão importantes que continuaram fazendo parte do currículo escolar na década de 70. Várias de suas obras didáticas, como Geografia do Brasil, chegaram à centésima edição.

O geografo Aroldo de Azevedo (1910-174) se formou pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP. Ele foi um dos primeiros professores de Geografia em nosso País, além de renomado autor de livros didáticos.

05 – História do Brasil





Este livro escrito por Roberto Jorge Haddock Lobo fez parte da vida escolar de muitos alunos que cursaram o antigo ginasial no início dos anos 60. Há algum tempo atrás, fuçando uma velha estante que pertencia ao meu irmão mais velho descobri a publicação História do Brasil que traz a foto de um personagem histórico.

A grande produção didática de Haddock Lobo pode ser explicada pela sua atuação como professor, tendo em vista que ele lecionou em faculdades particulares como o Mackenzie e foi, também, um dos fundadores da Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo.

06 – Geografia Ativa – Estudos Sociais





Cara, que saudades dessa época. Eram os anos 70 quando eu cursava o antigo Primeiro Grau na saudosa Escola Industrial. Putz que saudades! Este livro didático fazia parte da grade curricular de Geografia com a professora Maria Ângela. Apesar do tempo, ainda me lembro muito bem.

O livro trazia impresso na capa o desenho de três garotos sobre uma espécie de plataforma - que na realidade, é o Palácio do Planalto - e que sobrevoava uma região do Brasil onde algumas máquinas trabalhavam na abertura de uma estrada. Esta obra escrita pela educadora Zoraide Victorello Beltrame era uma das minhas preferidas.

A autora escreveu ainda em 1982, outro livro para o 2º Grau com os mesmos personagens chamado Geografia Ativa – As Regiões Brasileiras, mas o que marcou época, pelo menos pra mim, foi o livro do 1º Grau.

Taí pessoal; espero que essa viagem no tempo tenha agradado a todos os leitores que tiveram a felicidade de ter em mãos – nos seus tempos de estudantes – qualquer um desses livros didáticos.



09/02/2022

Flores para Algernon



Não espere um livro com grandes plot twists, aliás, Flores para Algermnon não tem nenhuma reviravolta bombástica na história. Tanto é verdade que logo no início da trama, eu já imaginava qual seria o final e adivinhem? Acertei em cheio! Começando a resenha dessa forma, fica a impressão de que o livro de Daniel Keys é algo sem sal e sem açúcar, enfim uma leitura nada atraente. Mero engano. Na realidade, Flores para Algernon é maravilhoso, uma leitura cativante e emocionante. Aliás, para uma obra literária ser boa não é preciso que ela esteja recheada de plot twists. Conheço várias narrativas ruins que tem inúmeras reviravoltas, por outro lado, conheço muitas narrativas excelentes e sem nenhum twist. Flores para Algernon se encaixa nessa segunda categoria.

Além de ter me emocionado muito, a história de Charlie Gordon fez com que a minha empatia por pessoas com deficiências intelectuais crescesse ainda mais. A narrativa de Keys é um tapa na cara de muitas pessoas que não dão a devida atenção para adultos ou crianças portadoras desse tipo de transtorno, transformando-os em vítimas de bullying ou simplesmente ignorando-as. A minha vontade, quando terminei a leitura, era a de esfregar o livro na cara dessas pessoas. Verdade! A história, de tão profunda e emocionante, mexe muito, mas muito com a gente.

A história é escrita em primeira pessoa, na forma de epístolas pelo personagem Charlie Gordon que sofre de retardo mental. Ele trabalha em uma padaria onde é um bom funcionário. Apesar de ter amigos no ambiente de trabalho, quase sempre acaba sendo vítima de brincadeiras de mau gosto por esses supostos “amigos”.

Depois de algum tempo, Charlie é selecionado para ser o primeiro humano a passar por uma cirurgia revolucionária que promete aumentar o QI do paciente transformando-o num ser humano com uma capacidade intelectual espantosa. Em um avanço científico sem precedentes, a inteligência do personagem aumenta tanto que ultrapassa a dos médicos que planejaram o experimento. Entretanto, Charlie passa a ter novas percepções da realidade e começa a refletir sobre suas relações sociais e até sobre o papel de sua existência.

Os trechos do livro que mostram o relacionamento de Charlie com Alice, a sua professora da escola de alunos com deficiência mental, são os mais fortes e emocionantes da narrativa, principalmente depois que ele atinge o limite de seu QI, tornando-se uma pessoa extraordinariamente inteligente. Esta mudança acaba interferindo até mesmo em sua interação com as pessoas que tem um QI elevado – os chamados gênios – e muito mais ainda com aquelas de QI normal. Isto porque a sua inteligência, após a operação, chega a ultrapassar todos os limites.

Outro momento forte do livro e que desperta um sentimento de raiva no leitor é relacionamento de Charlie com a sua mãe e com a sua irmã quando ainda sofria de retardo mental. Cara, abusivo demais! Que ódio dessas duas mulheres!

A conclusão do enredo, mesmo não sendo nenhuma novidade e até mesmo obvio, emociona pra caramba.

O autor foi muito criativo ao optar por desenvolver a sua narrativa em primeira pessoa na forma de um diário onde Charlie vai escrevendo passagens de sua vida. No início, a sua escrita é cheia de erros crassos de português, mas depois conforme a sua inteligência vai avançando, esses erros também vão desaparecendo e o seu texto ganha uma escrita perfeita. Achei um lance bem inovador por parte de Keys.


Flores para Algernon foi escrito na forma de conto e publicado pela primeira vez em 1958 numa revista de fantasia e ficção científica, ganhando o Prêmio Hugo de Melhor Conto em 1960. O romance foi publicado em 1966 e foi co-vencedor do mesmo ano do Prêmio Nebula para Melhor Novela.

A ideia de Keys em escrever a história surgiu durante um momento crucial, em 1957, enquanto Keyes ensinava inglês a alunos com necessidades especiais. Um desses alunos perguntou-lhe se seria possível ser colocado em uma classe comum (regular) se ele trabalhasse muito e se tornasse inteligente. Esse foi o gatilho para escrever Flores para Algernon.

O livro fez tanto sucesso no decorrer dos anos que ganhou várias adaptações para a TV e o cinema, sendo a mais famosa delas “Os Dois Mundos de Charly” de 1968 e que rendeu o Oscar de ‘Melhor Ator’ para Cliff Robertson.

Antes de encerrar essa resenha gostaria de revelar quem é o Algernon do título do romance de Keys. Tudo bem, fique despreocupado porque não darei spoilers. Vamos lá. Algernon é um rato de laboratório que serviu de cobaia no experimento científico. O animal foi o primeiro a passar pela cirurgia para aumentar a inteligência. Quanto as “Flores” que também fazem parte do título, bem... só lendo a história para compreender.

A leitura valeu muito a pena.



05/02/2022

10 livros de sucesso escritos por mulheres




A cada dia que passa cresce o número de mulheres escritoras que estão dominando os top lists literários. Prova de que a mulher está se saindo muito bem neste setor, escrevendo enredos que em pouco tempo acabam se transformando em verdadeiros best-sellers. Mas não é de hoje que elas marcam presença no mercado literário. Isto já é ‘coisa’ antiga. Basta voltarmos décadas no tempo para vermos verdadeiras obras primas escritas por mulheres.

Escritoras contemporâneas como Chimamanda Ngozi Adichie, Jojo Moyes, Jenny Han e outras seguiram o legado de Jane Austen, Emily Bronthe e Clarice Lispector que no passado escreveram obras consagradas e que venderam milhares de exemplares. Cada uma com o seu estilo: clássico ou popular, não importa, o que interessa é que elas conquistaram e ainda conquistam uma legião de fãs ávidos por uma boa história.

Confiram dez livros escritos por mulheres e que se tornaram verdadeiros best-sellers. Obras que não podem faltar em sua estante.

01 – O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Bronthe)




Abrimos a nossa top list com esse romance clássico escrito por Emily Bronthe em 1847. Foi o único livro da escritora britânica.

No enredo criado por Bronthe, sai de cena a mocinha frágil e amorosa, e em seu lugar, entra a mocinha forte e com personalidade indomável, inclusive no amor. O galã atencioso, conquistador e de bom coração é descartado para ceder espaço ao amante bruto e vingativo.

Por tudo isso, O Morro dos Ventos Uivantes não foi bem aceito numa época acostumada a histórias de amor convencionais e estereotipadas. Bronthë rompeu todos esses arquétipos, mandando-os para a PQP. Infelizmente, a sua obra só começaria a conquistar o respeito merecido após a sua morte. Pena que a escritora britânica morreu ainda jovem, aos 30 anos (1818-1848), e assim, não pode ver o sucesso de sua criação, nem teve tempo de escrever novos livros.

A história é muito densa e tensa, recheada de vinganças, amores mal resolvidos, raiva, cólera, ofensas, xingamentos, seres humanos destruídos em seu amor próprio, mortes e etc. Não há como negar que Heathcliff e Catherine Earnshaw formam um casal romântico completamente diferente de todos aqueles que você já viu nos livros de romance.

02 – Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie)



Chimamanda Ngozi Adichie é uma das autoras mais celebradas atualmente. Nasceu em Enugu, na Nigéria, em 1977, e vive entre seu país natal e os Estados Unidos. Escreveu os romances Meio sol amarelo, que ganhou o National Book Critics Circle Award e o Orange Prize de ficção em 2007, Hibisco roxo, e o hiper elogiado Americanahescrito em 2013.

Em Americanahpodemos acompanhar a trajetória de Ifemelu, uma jovem nigeriana que vive o idílio do primeiro amor com Obinze. O romance do casal sobrevive ao tempo, ao silêncio e aos deslocamentos.

Enquanto Ifemelu e Obinze vivem essa paixão, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra.

Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência.

Apesar de ter crescido em uma família nigeriana conservadora, Ifem (como é carinhosamente apelidada) recusa esse lugar esperado às mulheres. Ela não se prende aos padrões de feminilidade, apresenta opiniões fortes e demonstra desconforto com as relações familiares fincadas no patriarcado.

Um livro muito elogiado pelos leitores e também pela crítica.

03 – Como Eu Era Antes de Você (Jojo Moyes)



Antes que alguns torçam o nariz para essa escolha ou digam como Jojo Moyes pode estar numa lista com nomes consagrados como Jane Austen, Emily Bronthe, Mary Shelley e outras, basta dizer que a escritora britânica foi uma das poucas autoras que ganharam o Prémio de Romance do Ano da Associação de Romancistas duas vezes. Ela ganhou o prêmio em 2004, por A Casa das Marés e, em 2011, por A Última Carta de Amor. E olha que temos muitos ‘monstros sagrados’ da literatura que ainda não conseguiram papar esse importante prêmio.

Além do mais, Moyes que também é jornalista já foi a autora mais vendida no Brasil e dois de seus livros (Como Eu Era Antes de Você e A Última carta de Amor) ganharam adaptação para os cinemas tamanho o sucesso de suas obras. O filme decorrente de uma de suas narrativas (Como Eu Era Antes de Você) foi sucesso de bilheteria, consagrando a história como best-seller e sucesso nas telas. Por isso escolhi esse livro – que considero o seu maior sucesso – para fazer parte dessa top list.

Como Eu Era Antes de Você fez tanto sucesso que acabou virando uma trilogia – os outros dois livros são: Depois de Você e Ainda Sou. A excêntrica personagem Lou Clark conquistou milhares de corações, inclusive o meu. Ela vive vive no interior da Inglaterra e de repente se depara com um grande desafio: ser cuidadora e acompanhante de Will Traynor depois que ele sofreu um acidente que o deixou preso à uma cadeira de rodas. Will, que tem tudo o que o dinheiro pode comprar, parece ter desistido da vida. Isto é... até Lou se determinar a convencê-lo de que a vida vale muito a pena ser vivida.

Juntos em uma série de aventuras, tanto Lou quanto Will acabam conquistando muito mais do que esperavam em suas vidas.

04 – O Conto da Aia (Margaret Atwood)




Nesta obra lançada em 1985 e que ‘volta e meia’ retorna às listas de livros mais vendidos, foi adaptado para uma bem-sucedida série de televisão. O Conto da Aia da escritora canadense Margaret Atwood é uma distopia em que as mulheres perdem totalmente seus direitos e se tornam propriedades dos homens.

Na época da sua primeira publicação, o livro refletiu a aderência americana ao conservadorismo com a eleição de Ronald Reagan como presidente, assim como o crescente aumento da direita cristã e suas organizações lobistas poderosas, como Maioridade Moral, Foco na Família e a Coalizão Cristã - sem mencionar o aumento do televangelismo (o uso da televisão para transmitir a fé cristã).

A personagem de Serena Joy em O Conto da Aia é uma ex-televangelista que sugeriu políticas teocráticas que agora a obrigam, assim como todas as mulheres, a uma vida dedicada inteiramente ao lar.

Como escrevi, O Conto da Aia fez tanto sucesso ao longo dos anos que mesmo após três décadas e meia ainda continua despertando o interesse dos leitores.

05 – Zorro: Começa a Lenda (Isabel Allende)




Eu já conhecia Isabel Allende dos livros Eva Luna, Meu País Inventado e A Casa dos Espíritos; obras fortes que eu li há vários anos e que me marcaram muito. Obras dramáticas, introspectivas e até mesmo um pouco filosóficas. Então eu parei para pensar. Espera aí?! Uma autora acostumada a escrever livros com essas características, de repente resolve reescrever uma obra prima do gênero capa e espada?! Não vai dar certo. Mas o menino, aqui, estava completamente enganado porque a escritora chilena criou um livro antológico que explica as origens do personagem mais famoso do gênero capa e espada.

Por essa ousadia de Allende, eu preferi escolher Zorro: Começa A Lenda para fazer parte dessa top list em detrimento de A Casa dos Espíritos considerada uma das sagas mais respeitadas da literatura mundial.

Li e amei a versão de Allende que foge totalmente da história original A Marca do Zorroescrita na década de 20 por Johnston MacCulley.

O livro de MacCulley, apesar de muito bem escrito foca apenas nas aventuras do herói mascarado e de seu alter-ego Don Diego De La Vega. Já o de Allende explora a fundo a origem do Zorro, desde o seu nascimento, passando pela sua infância e adolescência, chegando até o momento em que ele decidiu usar a famosa capa e máscara preta.

Isabel que nasceu no Peru, mas tem nacionalidade chilena, é considerada uma das principais revelações da literatura latino-americana da década de 1980. É filha de Tomás Allende, funcionário diplomático e primo-irmão de Salvador Allende que foi presidente do Chile no período de 1970 a 1973.

06 – A Hora da Estrela (Clarice Lispector)




Clarice Lispector é um dos grandes ícones da literatura brasileira. A escritora chegou ao Brasil nos braços dos pais em 1922, fugindo da perseguição aos judeus na Ucrânia. Clarice dizia não ter nenhuma ligação com a Ucrânia - "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.

Apesar de seus pais terem desembarcado em Maceió, a escritora considerava como sua cidade natal o Recife, onde morou dos 4 aos 15 anos.

Sua obra está repleta de mergulhos psicológicos profundos a partir de cenas do cotidiano. Além de romances, escreveu uma série de contos e crônicas e passou pelas redações de jornais como A Noite e Correio da Manhã.

A Hora da Estrela lançado pouco antes do falecimento da escritora em 1977 é um de seus livros mais conhecidos. O romance narra a história da datilógrafa alagoana, Macabéa, que migra para o Rio de Janeiro, tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. Desprovida de atrativos, Macabéa passa as horas vagas ouvindo o rádio e namora o metalúrgico nordestino Olímpico, que acaba a deixando para ficar com Glória. A protagonista continua sozinha até que um dia, seguindo uma recomendação de Glória, visita uma cartomante que revela toda a inutilidade de sua vida, mas também prevê o casamento com um estrangeiro rico.

É talvez o seu romance mais famoso, por trazer uma narrativa diferenciada da que costuma apresentar em suas obras, muitas vezes considerada hermética e intimista ao extremo. A Hora da Estrela ainda traz consigo as questões filosóficas e existenciais que dão o tom característico da autora no romance. Foi adaptada para o cinema com o mesmo título por Suzana Amaral em 1985.

07 – Assassinato no Expresso Oriente (Agatha Christie)






Segundo o Guiness Book, Christie é a romancista mais bem sucedida da história da literatura popular mundial em número total de livros vendidos, uma vez que suas obras, juntas, atingiram a marca de quatro bilhões de cópias ao longo dos séculos XX e XXI. Esses números totais só ficam atrás das obras vendidas do dramaturgo e poeta William Shakespeare e da Bíblia.

É claro que uma escritora com esses atributos jamais poderia ficar fora dessa lista. Assassinatono Expresso Oriente foi o livro da autora que escolhi para integrar esse top list. Na minha opinião, a melhor história protagonizada pelo famoso detetive Hercule Poirot criado pela ‘Rainha do Crime’.

No enredo, em meio a uma viagem, Hercule Poirot é surpreendido por um telegrama solicitando seu retorno a Londres. Então, o famoso detetive belga embarca no Expresso do Oriente, que está inesperadamente cheio para aquela época do ano. Pouco tempo após a meia-noite, o excesso de neve nos trilhos obriga o trem a parar. Na manhã seguinte, o corpo de um dos passageiros é encontrado, golpeado por múltiplas facadas. Com os passageiros isolados por conta da neve, e tendo um assassino entre eles, a única solução é que Poirot inicie uma investigação para descobrir quem é o criminoso ― antes que se faça mais uma vítima.

O livro foi publicado pela primeira vez no Reino Unido em janeiro de 1934 e ganhou ao longo dos anos traduções na maioria dos países.

08 – Orgulho e Preconceito (Jane Austen)





Orgulho e Preconceito, publicado originalmente em 1813, é a obra prima da escritora inglesa Jane Austen. Apesar de um grande número de leitores acreditarem que esse posto pertence ao livro Razão e Sensibilidade, na verdade, foi Orgulho e Preconceito que fez de Fitzwilliam Darcy ou simplesmente “Sr. Darcy” um dos personagens masculinos da literatura mais conhecidos no mundo.

Em sua obra, Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy. Nesse livro, aspectos diferentes são abordados: orgulho encontra preconceito, ascendência social confronta desprezo social, equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo.

A personagem Elizabeth vive com sua mãe, pai e irmãs no campo, na Inglaterra. Por ser a irmã mais velha, ela lida com diversos problemas que estão relacionados à educação, cultura, moral e o casamento na sociedade.

A personagem é a segunda de cinco filhas, seus pais colocam uma pressão grande na mesma para que haja logo um casamento, mas ela tem outros planos, como viajar o mundo, conhecer diversos lugares. Sendo assim, casamento não é uma de suas prioridades.

As coisas começam a mudar quando Elizabeth é apresentada ao rico Sr. Darcy. Embora seja perceptível a química que surge entre eles, os objetivos de ambos e até mesmo o jeito reservado de Sr. Darcy é algo que impede de se declararem.

09 – Ciranda de Pedra (Lygia Fagundes Telles)






Lygia Fagundes Telles ficou conhecida como "a dama da literatura brasileira" e "a maior escritora brasileira viva”. Lygia Fagundes Telles é considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX e da história da literatura brasileira.

Lygia tem grande representação no pós-modernismo, e suas obras retratam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia.

A obra lygiana já foi elogiada por renomados escritores da literatura nacional e internacional, os quais se renderam à sua elegante escrita. Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Caio Fernando Abreu, José J. Veiga, José Saramago, entre outros, já expuseram opiniões importantes e fizeram parte do público de admiradores da obra da escritora.

Ciranda de Pedra publicado pela primeira vez em 1954 é uma de suas principais obras. O romance foi utilizado como base de duas telenovelas homônimas da Rede Globo, em 1981 e em 2008. A história acontece aproximadamente entre as décadas de 1940/1950, em São Paulo, e explora as características psicológicas dos personagens.

No enredo, quando um casal de classe média se separa, a caçula, Virgínia, é a única das três filhas que vai morar com a mãe. É do ponto de vista dessa menina deslocada e solitária que se narram os dramas ocultos sob a superfície polida da família. Loucura, traição e morte são as forças perversas que animam esse singular romance de formação, que já na época de seu lançamento, em 1954, chamou a atenção para o talento e a originalidade da literatura da escritora.

Ciranda de Pedra mantém-se há meio século como um dos livros mais amados da autora.

10 – Frankenstein (Mary Shelley)






Fecho a nossa top list com esse clássico do gênero terror escrito por Mary Shelley. Frankensteiné considerada a primeira obra de ficção científica da história. O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que constrói um monstro em seu laboratório. Shelley escreveu a história quando tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817.

O romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura popular ocidental. O aclamado autor de literatura de terror Stephen King considerou Frankenstein um dos três grandes clássicos do gênero, sendo os outros dois Dráculae O estranho caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde.

O romance foi primeiramente adaptado para o teatro, e posteriormente para um grande número de mídias, incluindo rádio, televisão e cinema, além de quadrinhos.

Agora, ao completar 203 anos da publicação, Frankenstein permanece como uma das maiores obras literárias de que se tem notícia. Até hoje reverberam os trovões da “noite pavorosa de novembro”, quando Victor Frankenstein concluiu seu trabalho e, por meio de uma combinação entre matemática e alquimia, insuflou a vida na remendada criatura que tinha diante de si (na versão revisada de 1831, Mary Shelley alterou esse método para a eletricidade).

Um verdadeiro clássico da literatura mundial com presença obrigatória em qualquer estante de livros.

30/01/2022

Livro sobre traição contra Anne Frank e família será lançado pela Harper Collins em fevereiro


O Diário de Anne Frank marcou a adolescência de muitos leitores da minha geração. Li o livro quando tinha “uns” 13 ou 14 anos e ainda me lembro de algumas passagens marcantes. Aliás, descobrimos quando um livro, realmente, é especial quando passam-se décadas e nós ainda conseguimos recordar de vários trechos de sua narrativa. Por esse motivo, considero O Diário de Anne Frank uma joia lapidada guardada em minha estante.

A história de Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank, se tornou conhecida em todo mundo. O diário dessa garota alemã, de origem judaica, de apenas 13 anos e que repentinamente viu a sua existência sofrer uma transformação radical, ao ver o seu País ser invadido pelos nazistas emocionou muitos leitores através de décadas.

Embora tenha nascido em Frankfurt, Anne passou a maior parte da vida em Amsterdã, nos Países Baixos. Sua família se mudou para lá em 1933, ano da ascensão dos nazistas ao poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o território holandês foi ocupado e a política de perseguição do Reich foi estendida à população judaica residente no país.

Após mais de dois anos se escondendo no andar de cima do armazém de seu pai, a adolescente judia e outras sete pessoas foram descobertas por oficiais nazistas alemães e holandeses em 4 de agosto de 1944. Após ser presa, a adolescente, então com 15 anos, morreu no ano seguinte no campo de concentração de Bergen-Belsen.

Ela escreveu em um diário as suas intimidades e também das pessoas que a cercavam, além do sofrimento do povo nos campos de concentração, onde ela se encontrava.



Consta que Otto Frank, pai de Anne e único sobrevivente da família, retornou a Amsterdã depois da guerra e teve acesso ao diário da filha. Seus esforços levaram à publicação do material em 1947. O livro se tornaria um dos mais traduzidos em todo o mundo. Com certeza, de 1947 até os tempos atuais, milhares de leitores tiveram a oportunidade de conhecer a intimidade de Anne Frank.

Mas nem mesmo após 77 anos, uma pergunta conseguiu se calar. “Quem entregou Anne Frank aos nazistas e também aos oficiais holandeses (que se encontravam sob o domínio da Alemanha)? Expondo abertamente: “Quem afinal dedurou Anne Frank”? É esta pergunta que o livro Quem Traiu Anne Frank escrito pela biógrafa Rosemary Sullivan promete responder.

A obra da editora Harper Collins que será lançada no Brasil em 15 de fevereiro traz o relato inédito da meticulosa investigação forense comandada pelo ex-agente do FBI Vincent Pankoke para solucionar esse mistério, traz a resposta definitiva à pergunta que inquietou milhões de pessoas no mundo inteiro.

Pankoke montou uma equipe de especialistas para solucionar esse mistério e a investigação que durou seis anos apontou como principal suspeito um tabelião judeu.

A autora do livro registrou o trabalho dos holandeses Thijs Bayens, um cineasta, e Pieter van Twisk, um jornalista. Em 2016, os dois contrataram Pankoke, que curtia sua aposentadoria na Flórida.

Juntos, eles montaram uma equipe de criminologistas: cientistas de dados, comportamentais, forenses, sociais, psicólogos, um especialista em caligrafia e até um rabino. O time usou técnicas modernas de big data, um programa de inteligência artificial da Microsoft, relatórios, entrevistas e arquivos.

Quem Traiu Anne Frank detalha toda a linha investigativa adotada pelo ex-agente do FBI para chegar até os suspeitos e que teria levado o tabelião judeu a entregar o esconderijo de Anne Frank.

Trata-se de uma obra imperdível para toda a geração de leitores que tiveram a oportunidade de ler “O Diário de Anne Frank”.

25/01/2022

10 livros excelentes com edições esgotadas que ainda podem ser encontrados nos sebos por preços módicos

Não existe nada mais frustrante para um leitor do que descobrir uma obra interessante numa livraria ou sebo virtual e por algum motivo bobo deixar para compra-la depois, com mais calma. Então, após alguns dias, semanas ou meses, quando esse leitor volta a acessar a internet, feliz da vida, para fazer a sua compra... cadê o tal livro, objeto de seus sonhos? O gato comeu? Não. Um outro leitor mais esperto levou.

Saibam que já banquei esse otário, deixando de adquirir livros que eram o meu desejo de consumo, simplesmente por priorizar, naquele momento, outros assuntos que poderiam ser adiados. Resultado: acabei perdendo algo que seria muito importante para mim. E posso garantir, galera, a sensação de arrependimento que bate no fundo da alma é esmagadora. Só mesmo sendo o devorador de livros para entender esse sentimento.

A postagem de hoje tem por objetivo principal apontar para os nossos leitores, dez livros que estão com edições esgotadas e que fatalmente não serão reeditados, mas ainda podem ser encontrados por preços módicos nos sebos. O que estou querendo “dizer” é isso: “Não durma! Se alguns desses livros lhe interessar, compre logo porque eles são “filhos únicos” e nunca mais sertão relançados”. Capiche?!

01 – Duro de matar (Roderick Thorp)

O motivo para escolher Duro de Matar do escritor Roderick Thorp para abrir a nossa top list é simples: ele é a última cereja do bolo. Só consegui encontrar um exemplar no site da Estante Virtual por R$ 45,00. E como aquele portal reúne a maioria dos sebos de todo o País, isso significa duas coisas: ou o livro vai sumir rapidinho (quem sabe, enquanto você estiver lendo essas linhas, ele já sumiu) ou então, quando o dono do sebo descobrir que tem em mãos uma obra raríssima, acabará colocando o preço da sua última cereja nas alturas. Mas tudo bem, o que posso dizer é que até hoje a noite (quando escrevi essa postagem) o livro estava lá, bonitinho, esperando por você.

Esta obra literária, praticamente desconhecida no Brasil, inspirou o filme “Duro de Matar” com Bruce Willis. Nothing Lasts Forever foi escrito por Roderick Thorp, em 1979. Antes de explodir nos cinemas, ninguém conhecia o livro aqui na terrinha, mas bastou a história ter se transformado num blockbuster nas telonas para que a editora Record adquirisse os direitos de publicação para relança-la com a capa e o nome do filme.

Embora a produção cinematográfica com Bruce Willis e o livro sejam diferentes em algumas áreas, Duro de Matar incluiu muitas das sequências de ação de Nothing Lasts Forever.

Taí mais uma obra que está rareando nos sebos, mas por enquanto ainda pode ser encontrada por preços bem convidativos.

Nothing Lasts Forever  ou Duro de Matar gerou uma franquia de grande sucesso, com Bruce Willis voltando para várias continuações.

02 - O destino do Poseidon – O desastre mais incrível da história do mar (Paul Gallico)

O Destino do Poseidon foi publicado originalmente em 1969, dois anos depois viria o filme de grande sucesso mundial. A história idealizada por Gallico sobre uma catástrofe em alto mar consegue prender o leitor da primeira à última página. O S.S. Poseidon, um antigo e gigantesco transatlântico convertido em navio de cruzeiro, transportando mais de 500 passageiros numa viagem de réveillon, é atingido por uma gigantesca onda que acaba virando o navio de cabeça para baixo.

No meio dessa tragédia temos dois grupos de sobreviventes: um composto por pessoas conformadas que preferem aguardar o salvamento no meio dos destroços e outro grupo formado por aventureiros que decidem encarar uma viagem cheia de perigos até o casco do navio que se encontra na superfície. O livro é sobre esses aventureiros. Suas vitórias, derrotas, tristezas, alegrias, desentendimentos, traições, provas de amizade e coragem durante essa jornada suicida.

Paul Gallico, autor do livro em que o filme foi baseado, escreveu a história inspirado por um incidente verídico, ocorrido com o navio Queen Mary durante a 2ª Guerra Mundial. Certa vez, enquanto levava tropas americanas para a Europa, o navio foi atingido por uma onda gigante em pleno Atlântico Norte. Posteriormente foi calculado que se o navio tivesse girado mais 12,7 centímetros, ele teria virado.

O livro de Gallico também foi lançado no Brasil com o título Tragédia no Mar – O Destino do Poseidon. Deixei o melhor para o final. Segura essa: Descobri 10 exemplares na Estante Virtual com preços que variam de R$ 4,50 a R$ 20,00. Gostaram? Então, corre!

03 – Inferno na torre (Richard Martin Stern)

Após o lançamento de O Destino do Poseidon (1972), o filme-catástrofe voltou a estar em alta em Hollywood. Com isso, a Warner Bros comprou por US$ 390 mil os direitos da adaptação cinematográfica do livro The Tower de Richard Martin Stern, enquanto a Fox adquiriu por US$ 400 mil  os direitos de The Glass Inferno deThomas N. Scortia. Como ambos os livros falavam de incêndio em um grande edifício, Warner e Fox resolveram unir forças e dividir os custos da produção de Inferno na Torre, com a distribuição ficando a cargo da Fox nos Estados Unidos e da Warner no restante do planeta.

Nascia assim, em 1974, um dos maiores blockbusters da história do cinema de todos os tempos: “Inferno na Torre” com um elenco arrassa-quarteirões: Steve McQueen, Paul Newman, William Hoklden, Faye Duynaway, Richard Chamberlain, Fred Astaire, Robert Wagner... Ufa! Deixe-me parar por aqui.

O roteirista, Stirling Silliphant, usou sete dos principais personagens dos livros, além de manter o clímax de cada obra no roteiro do filme - Spoiler : o resgate do topo do prédio de "The Tower" e a explosão dos tanques de água de "The Glass Inferno".

Aproveitando o sucesso do blockbuster, a editora Record lançou a obra escrita por Martin Stern com a capa do filme. No Brasil, o livro ganhou o mesmo título da produção cinematográfica. Escrevi uma resenha sobre a publicação; confira aqui.

04 – Médicos em perigo (Frank G. Slaughter)

Livraço! Ainda da época da saudosa Círculo do Livro. Acredito que dificilmente alguma editora estará relançando essa narrativa de Frank G. Slaughter.

O livro é focado no personagem Mark Harrison, um jovem médico com um futuro promissor pela frente. Ele é especialista no campo da micro-cirurgia. Vale lembrar que na época em que o livro foi escrito, 1984, essa área da medicina ainda era considerada um verdadeiro tabu, mas Slaughter, após minuciosa pesquisa conseguiu juntar informações convincentes sobre o assunto; tão convincentes que ele ganhou o status de um escritor visionário, pois tudo o que ele colocou no enredo sobre o assunto, acabaria se tornando realidade anos depois.

Mas voltando a escrever sobre a história de Médicos em Perigo, Mark acaba jogando toda a sua carreira pelo ralo quando se torna um viciado em drogas médicas, e diga-se, drogas bem pesadas. A partir daí, a sua vida transforma-se num verdadeiro pesadelo, pois para poder desempenhar as suas atividades profissionais, ele precisa da tal “mardita” e a cada perfuração nas veias do braço para injetar o “veneno”, ele vai perdendo um pouco do seu verdadeiro eu.

Frank G. Slaughter não usa meias palavras para abordar esse outro lado da vida de muitos médicos que se tornam viciados em anfetaminas e outras drogas mais pesadas. Mas por que será que cirurgiões que tem todas as possibilidades de se tornarem milionários e famosos em suas áreas acabam se sucumbindo ao mundo das drogas? O autor procura esclarecer essa dúvida através do personagem principal de seu romance e de outros que trabalham na mesma clínica de Mark.

Um livro com edição esgotada que ainda pode ser facilmente encontrado. Você quer esperar um pouco mais ou já vai compra-lo agora? (rs).

05 – A besta (Peter Benchley)

A Besta de Peter Benchlet, que também escreveu o megassucesso Tubarão, tem o foco de sua trama direcionado para uma fera feroz que surge dos abismos do oceano levando medo e pânico para os moradores de uma pequena cidade costeira, outrora tranqüila.

Para conter o ímpeto assassino da fera, um grupo de homens destemidos decidem sair em sua caça – um pescador experiente, um pesquisador especialista em ‘monstros marinhos’, além de um membro da comunidade. Todos esses clichês temperados com um final emocionante fazem parte da narrativa do livro. Resumindo: tudo o que você encontrou em Tubarão, também irá encontrar em A Besta. A diferença entre as duas obras é que em Tubarão, Benchley optou por explorar mais a fundo os conflitos entre os personagens.

A besta que empresta o nome ao título do livro é uma Architeuthis dux, ou seja, uma lula gigante que devido ao desequilíbrio ecológico provocado pelo homem, começa a atacar e matar banhistas de uma cidade praiana localizada nas costas das Bermudas. Após uma sucessão de ataques fatais, Whip Darling, um pescador especialista em vida marítima, que quer apenas levar uma vida normal ao lado de sua esposa e filha, acaba sendo forçado a caçar o mostro marinho.

O pai de uma das vítimas, um poderoso banqueiro, promete 200 mil dólares se Darling aceitar a empreitada de sair em alto mar num barco ultra-equipado juntamente com ele e um professor de oceanografia. Somente os três, num embate de vida ou morte contra a lula gigante. Ação e suspense mesclam a caçada do trio a Architeuthis dux, acredito que bem mais do que em Tubarão.

Um livro tenso, repleto de aventura e muito gostoso de ler. Corram porque só restam 10 exemplares na Estante Virtual  por preços mais do que camaradas variando de R$ 10,00 a R$ 35,00.

06 – Instinto assassino (William Randolph Stevens)

Tudo bem que existam nos sebos virtuais mais de 150 exemplares da obra de Willaim Randolph Stevens, mas uma hora acaba, né? Então, porque deixar para comprá-la de última depois?

InstintoAssassino impressiona muito porque a leitora chega à conclusão que pode estar convivendo ao lado de um psicopata já que a maioria deles camuflam muito bem os seus desvios psicológicos. Às vezes o psicopata pode ser aquele juiz sério e acima de qualquer suspeita em sua cidade, ou aquele filantropo sempre disposto a ajudar as pessoas necessitadas, ou então, como no caso do livro Instinto Assassino, o médico amado e querido de uma pequena cidade; um verdadeiro anjo em terra.

Na obra de William Randolph Stevens que também foi o promotor do caso e depois resolveu escrever um livro sobre o assunto, Cristina Henry narra os momentos de terror que passou ao lado de seu marido, o proeminente médico americano, Dr. Patrick Henry com quem chegou a ter um filho.

Ela conviveu durante quase sete anos ao lado de um perigoso psicopata sem perceber nada de anormal, já que o médico insano escondia com perfeição a sua personalidade doentia. Durante todo esse período, Cristina enfrentou várias situações de risco extremo, com a sua vida ficando presa por um fio. O passatempo predileto de seu esposo era armar armadilhas para matá-la ou então fazê-la sofrer, sem que ela nada percebesse.

O ponto alto da perversidade do Dr. Henry é o momento em que ele tenta matar o próprio filho por enxergá-lo como um inimigo. São momentos de pura tensão no enredo de Stevens e nessa hora nos colocamos no lugar de Cristina que sofreu horrores até descobrir a verdade, ganhando assim, coragem para pedir a separação. A partir daí foi iniciada uma nova luta.

07 – O Paladino (Brian Garfield)

Brian Garfield é o mesmo autor de Desejo de Matar – obra que deu origem ao filme homônimo com Charles Bronson - mas pode esquecer esse livro porque ele não existe mais já que entrou para o rol das obras extintas. Talvez, você ainda encontre o livro na Amazon mas em inglês. 

Outra publicação do autor que está seguindo o mesmo caminho da extinção é O Paladino. Localizei apenas trinta livros, sinal que a fonte está esgotando. Os preços, por enquanto, estão absurdamente baixos para uma história com tão poucos exemplares: de R$ 4,00 a R$ 23,00.

Inspirado em fatos reais, O Paladino conta a extraordinária história de um homem que desde os quinze anos foi agente secreto a serviço de Winston Churchill, na época, primeiro-ministro do Reino Unido.

Em 1940 o famoso político inglês confiou algumas missões secretas a um rapaz que conhecera por acaso. Pouco a pouco, o que havia começado como uma divertida aventura juvenil se transformou em uma perigosa carreira de espionagem, na qual abundavam crimes, assassinatos, perseguições e torturas.

O jovem, que usava o nome de Christopher Robin, recebeu ordens do próprio Churchill e do chefe de espionagem britânico, e as executou com grande imaginação e coragem em um momento particularmente crítico da história britânica, os anos da Segunda Guerra Mundial. Assim, sua intervenção foi decisiva na retirada das tropas de Dunquerque,

08 – O ultimato de Bourne (Robert Ludlum)

Só 13. Isto mesmo. No momento em que escrevia essa postagem, a Estante Virtual tinha apenas 13 exemplares de O Ultimato Bourne de Robert Ludlum. Tudo leva a crer que eles estão com os seus dias finais cronometrados nas prateleiras dos sebos. Então, porque ficar enrolando a compra se nesse momento, você tem a oportunidade de adquiri-lo por apenas R$ 12,00 ou R$ 20,00, que seja. Quanto aos dois primeiros livros da série – A Identidade Bourne e A Supremacia Bourne, podem ser encontrados mais facilmente.

Para quem não conhece essa série de livros, Jason Bourne é um agente secreto treinado por uma organização do governo, mais secreta ainda, com o objetivo de perseguir e eliminar o mais perigoso terrorista do mundo: Carlos, “O Chacal”. Este é o resumo do resumo porque em cada um dos seus três livros, Ludlum nos mostra um Bourne diferente.

No primeiro, sofrendo de amnésia, o personagem tenta descobrir o seu passado e recuperar a sua identidade; no segundo livro, já livre da amnésia, ele tem que enfrentar um impostor que pretende criar um conflito internacional entre China e Estados Unidos; e no terceiro, que fecha a saga; “O Chacal”, seu tradicional inimigo volta com o firme propósito de elimina-lo e também toda a sua família.

Deu para perceber como os três livros escritos por Ludlum são diferentes dos filmes com o Matt Damon. Enquanto no livro, o herói enfrenta um determinado vilão tão letal quanto ele, contando, às vezes, com a ajuda de agentes da organização Tradstone que o treinou; nos filmes, o personagem de Damon combate vários vilões e o governo em si, assim como a própria Tradstone que quer eliminá-lo numa queima de arquivo.

09 – A marca do Zorro (Johnston Mcculley)

Está à procura de uma história simples, mas com o poder de prender a sua atenção como se fosse uma teia de aranha? O livro de Johnston Mcculley é a pedida certa. 

Em A Marca do Zorro publicada originalmente em 1924 o que vale, de fato, é a “AVENTURA” e com todas as letras maiúsculas. O enredo é uma verdadeira montanha russa permeado de duelos de espada, traições, paixões desenfreadas, vinganças e personagens que convencem.

Na narrativa de McCulley, o jovem fidalgo Don Diego Vega assume a identidade secreta de “El Zorro” (“a raposa”) para defender o povo explorado pelos soldados espanhóis que dominam a região de San Juan Capistrano, no México. O cavaleiro mascarado enfrenta os homens do Sargento Gonzales e cruza sua espada com o capitão Ramón na disputa pelo coração da bela Lolita Pulido. Quem lê esse enredo mais do que simples pensa, a primeira vista, que se trata de uma história infantil e sem atrativos. Mero engano. Para começar nunca vi descrição de duelos de esgrima tão bem narrados quanto os do livro de McCulley. O autor provou que é expert no assunto.

Na Estante Virtual temos nove exemplares de A Marca do Zorro. Na Amazon mais dois. Os preços variam de R$ 20,00 a... pasmen: R$ 458,00! Entonce... tô percebendo que alguns livreiros já entenderam que tem em mãos uma obra muito rara. Acho melhor não esperar que os outros livreiros também tenham a mesma percepção? Então, acorda, galera!

10 – O Enxame (Arthur Herzog)

Publicado originalmente em 1976 pela editora Artenova, A Invasão das Abelhas teve uma receptividade muito boa por parte dos leitores. Esta receptividade aumentou após o lançamento do filme “O Enxame”, em 1978, baseado na obra de Arthur Herzog. Neste mesmo ano, a Artenova relançaria o livro, mas desta vez com a capa e o mesmo nome do filme.

Herzog usou um método inovador na época, deixando de lado introdução, prólogo, prefácio e outros inícios convencionais de obras, para estampar logo de cara em seu livro notícias de ataques de abelhas africanas em várias partes do mundo. As duas páginas, antes do 1º capítulo, contem textos jornalísticos sobre os estragos provocados pelas abelhas, além de relatos que indicam o surgimento de uma nova espécie mortífera do animal.

O Enxame é um romance cheio de tensão e para ler numa só tacada. Como já disse uma verdadeira joia rara que só será encontrada nas prateleiras de algum sebo.

O livro sumiu das livrarias há tempos, mas felizmente ainda pode ser encontrados nos sebos.

Taí galera, agora é só escolher os seus livros preferidos e partir para a leitura, antes que eles sumam dos sebos.


21/01/2022

Patrick Rothfuss libera o prólogo de "As Portas de Pedra"

Os fãs de carteirinha de Kvothe, Bast, Denna, Auri, Elodin e companhia limitada já estão com o saco transbordando de impaciência com relação ao lançamento do terceiro e último livro que fechará a saga do famoso arcano. Também não é para menos, pois já se passaram mais de dez anos que O Temor do Sábio, segundo livro da saga Crônicas do Matador do Rei, foi lançado no Brasil. De lá para cá, Patrick Rothfuss usou e abusou da paciência de seus leitores.

Cara nunca vi um troço desses! Ao longo dessa década, em cada ano surgia uma data diferente para o lançamento do livro, todas elas falsas ou se preferirem o termo da moda: fakenews. Então quando Rothfuss aparecia em algumas de suas raras entrevistas, ele simplesmente lançava um balde de gelo na cabeça de seus leitores dizendo que ainda estava trabalhando na narrativa de Kvothe e não tinha nenhuma previsão de lançamento da obra. E foi assim no decorrer desses dez anos. Até a Amazon tentou dar um empurrãozinho ao anunciar uma provável data de lançamento em sua página; mero engano. Nem mesmo isso conseguiu tirar o impassível Rothfuss do seu sossego.

Mas tudo indica que uma luz está surgindo no fundo do túnel. Tudo bem, que seja uma lamparina bem fraquinha; mas está surgindo. Não, não é isso. Ainda não foi definida uma data de lançamento de As Portas de Pedra (alguns como meu, insistem em chamar de Os Portões de Pedra) por isso, nada de comemorações antes do tempo.

O que acontece é que o autor decidiu liberar para a galera o prólogo de seu livro. Acredita nisso?! Verdade! Autor de O Nome do Vento e O Temor do Sábio leu no dia 21 de dezembro de 2021 o prólogo do terceiro livro. O fato considerado épico pelos fãs da saga aconteceu durante a live no Twitch para arrecadar fundos para o “Heifer International” que ajuda comunidades ao redor do mundo. Nem preciso dizer que a galera foi à loucura.

Rothfuss também deixou no ar que As Portas de Pedra terá, praticamente, o mesmo número de páginas de seu antecessor, O Temor do Sábio. Por isso, os leitores já podem ir esperando perto de 1.000 páginas já que a edição do segundo volume da saga lançado no Brasil pela editora Arqueiro teve 960 páginas.

Recentemente, Rothfuss disse numa entrevista que está numa fase de intensa revisão da narrativa. Ele quer garantir que não haja nenhum furo na história, por isso diversos aspectos do chamado “Universo Kvothiano” estão sendo criados e recriados para que tudo se encaixe perfeitamente no final do livro 3.

Mas vamos ao que interessa, a divulgação do prólogo de “As Portas de Pedra”, traduzido em português. Segura aí galera!

“Ainda era noite no meio de Nalgures. A Pousada Marco do Percuso encontrava-se num silêncio profundo e era um silêncio de três partes. Se o horizonte já mostrasse o mais suave tom de azul, a pequena cidade estaria toda agitada; haveriam gravetos crepitando, o tranquilo sussurro de água fervendo para mingaus ou chás; e o ruído lento e úmido, de pessoas caminhando pela grama, já teria varrido o silêncio dos degraus das casas com a aspereza de uma velha vassoura de bétulas..

Se Nalgures fosse grande o suficiente para merecer vigias, eles teriam reclamado e resmungado como se esse silêncio fosse um estranho indesejado. Se houvesse música... mas não, claro que não havia música. Na verdade, não havia nenhuma dessas coisas, e então o silêncio permaneceu.

No porão da Pousada Marco do Percuso, havia o cheiro de fumaça de carvão e ferro queimado. Em todos os lugares havia evidência de trabalho apressado, ferramentas espalhadas, garrafas deixadas em desordem, um derramamento de ácido sibilou baixinho para si mesmo, tendo derramado sobre a borda de uma grande tigela de pedra. Perto, os tijolos de uma pequena forja faziam pequenos e doces ruídos de ping enquanto esfriavam. Esses pequenos ruídos esquecidos adicionaram um silêncio furtivo a um grande eco. Eles o amarraram como pequenos pontos de fio de latão brilhante. O contraponto desse silêncio era uma batida suave de tambores por trás de uma música.

O terceiro silêncio não foi algo fácil de notar. Se você ouvisse o suficiente, poderia começar a senti-lo no frio do cobre das fechaduras da Pousada Marco do Percurso, apertadas, para manter a noite afastada. Ele se escondia nas madeiras grossas da porta e se aninhava nas pedras cinzentas da fundação do prédio. E estava nas mãos do homem que projetou a pousada enquanto se despia lentamente ao lado de uma cama nua e estreita. O homem tinha cabelos ruivos de verdade, vermelhos como chamas. Seus olhos estavam escuros e cansados ​​e ele se movia com o cuidado lento de um homem que está gravemente ferido, ou cansado, ou velho além de sua idade.

A Pousada Marco do Percurso era dele, assim como o terceiro silêncio era dele. Isso era apropriado, pois era o maior silêncio dos três, mantendo os outros dentro de si. Era profundo e largo como o fim do outono. Era pesado como uma grande pedra lisa de rio”.

Taí galera, gostaram?!

Pois é, fica, agora, a esperança de que Rothfuss também libere um capítulo extra para o deleite de todos nós. Ahahaha!! Podem acreditar esse sonho é possível, já que o autor disse que há essa possibilidade.

Quanto a data de lançamento de “As Portas de Pedra”... repito,  por enquanto nada.

 

 

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