28/12/2018

Horror em Amityville


Antes de ler “Horror em Amityville” considerava “ACasa Infernal” (Richard Matheson) e “O Iluminado” (Stephen King) os dois livros mais importantes no gênero ‘casas mal-assombradas’. Agora, após ter devorado o drama da família Lutz, posso afirmar que o livro de Jay Anson se encontra no mesmo patamar dos outros dois. Ainda ontem disse para um amigo que essas três obras formam a trindade literária do gênero “Haunted House”.
“Horror em Amityville” perturba o leitor. Os fatos vividos por George e Kathleen Lutz, juntamente com os seus três filhos, além do padre Frank Mancuso são por demais assustadores. Digo “fatos” porque segundo o autor do livro, todos os fenômenos que rolaram na grande casa colonial, situada na Ocean Avenue, nº 112, em Amityville, aconteceram na realidade.
A família Lutz teria decidido se mudar para o imóvel – que fica na beira de um lago – um ano após ele ter sido palco de um brutal e sangrento assassinato.  Em 13 de novembro de 1974, por volta das 3h15 da manhã, Ronald DeFeo Junior, popularmente conhecido por Butch, na ocasião com apenas 23 anos, empunhando um rifle esportivo, executou seu pai, sua mãe e seus quatro irmãos, dois meninos e duas meninas a tiros, enquanto dormiam.
A investigação ficou em um beco sem saída pois parecia impossível que ninguém houvesse acordado com os primeiros tiros já que o assassino percorreu a casa inteira, indo de quarto em quarto, e atirando em um de cada vez. 
Exames toxicológicos descartaram a hipótese de que todos haviam sido sedados e por isso ninguém havia acordado. Ao ouvirem os vizinhos, a polícia também ficou surpresa: ninguém ouviu um tiro sequer.
Filme original de 1979
O rapaz foi julgado no ano seguinte e, durante o processo, seu advogado alegou que ele sofria de insanidade e que os crimes teriam sido motivados por vozes que Butch ouvia em sua cabeça. Um psiquiatra contratado para avaliar o jovem chegou a apoiar essa versão e diagnosticou o acusado — que também era usuário de drogas como LSD e heroína — com transtorno de personalidade antissocial. Após a prisão de Butch, ele acabou perdendo o direito de herdar a casa e, assim, ela foi posta à venda. Um ano após os assassinatos, a casa, construída nos anos 20, foi oferecida aos Lutz. Eles não pensaram duas vezes e adquiriram o imóvel. Segundo a família, durante o tempo em que estiveram na casa, eles testemunharam aparições de figuras demoníacas, ouviram vozes de espíritos malignos, encontraram crucifixos invertidos pelos cômodos,  afirmaram ver uma gosma verde escorrendo pelas paredes, além de muitas outras manifestações sobrenaturais. Os novos moradores, aterrorizados, decidiram abandonar o local 28 dias após terem ocupado a residência.
Remake de 2005
Anson narra como foram essas quatro semanas dos Lutz na casa em Amityville. Alguns fatos são bem impressionantes, principalmente se você optar por ler a obra durante a madrugada, sozinho em sua casa, como eu fiz. Cara... o bicho pega.
O enredo tem muitos sustos? Demônios ou monstros se materializando? Não. Não tem. Então, porque o livro assusta tanto? Tudo se resume à casa. Isto mesmo, à exemplo do Hotel Overlook de “O Iluminado”, a casa de Amityville desempenha um papel humano enorme, como se tivesse vontade própria. Isto fica evidente desde o momento em que ‘ela’ expulsa o padre Mancuso que, a pedido da família Lutz, foi abençoar a residência. Depois, mesmo estando distante, em outra cidade, a casa maldita continua atazanando a vida do pároco.
Família Lutz
Outra passagem que deixa bem evidente o papel quase humano da casa de Amityville é o aprisionamento de toda a família em suas dependencias,  evitando que eles fujam.
Jodie, o amigo sombrio de Missy – a filha caçula de George e Kath - e que só ela consegue ver – também incomoda o leitor, provocando aquele friozinho na espinha. A menina diz que Jodie é um porco que conversa com ela todas as noites. O capítulo em que o pai de Missy se encontra do lado de fora da casa e ao olhar para a janela do quarto vê alguém com olhos de porco atrás de sua filha é trash.
Outro trecho ‘trucão’ é o exorcismo improvisado que casal Lutz decide fazer na esperança de expulsar os maus espíritos da casa. Este capítulo também é inquietante.
Ronald DeFeo
Sem dúvida nenhuma, trata-se de um grande livro de terror. Vale lembrar, ainda, que “Horror em Amityville” teve duas adaptações sérias e honestas para o cinema: em 1979 e 2005. O problema é que após o primeiro filme, de 1979, alguns produtores decidiram criar uma franquia visando aumentar os lucros e então, a coisa degringolou. Surgiram verdadeiros bagaços, porcarias mesmo, tais como: “Amityville 2: A Possessão”, Amityville 3: O Demônio, Amityville 4: A Fuga do Mal”, Amityville 5: A Maldição de Amityville”, ufa... deixe-me parar por aqui. Até agora, incluindo os dois filmes bons, tivemos 13 produções cinematográficas sobre a famosa casa mal assombrada! Verdade! Tudo isso!!
Inté galera!

25/12/2018

10 fatos incríveis sobre Stephen King que você desconhecia


Sou fã do mestre do terror; aliás, um grande fã. Isto fica evidente na maioria dos posts do blog e também na minha estante de livros, onde as obras de Stephen King existem aos borbotões.
Nesta postagem, resolvi homenagear o autor de uma maneira diferente. Ao invés de escrever a resenha de um de seus livros, optei por fazer uma lista onde cito alguns fatos curiosos que aconteceram em sua vida. Com certeza, vocês se lembrarão de alguns, mas também, com a mesma certeza, outros serão grandes novidades, pois são desconhecidos da grande maioria dos fãs do autor.
Vamos a eles!
01 – Ele não se lembra de ter escrito Cujo (Cão Raivoso)
Verdade galera! Stephen King não se recorda do processo criativo de “Cão Raivoso”, relançado recentemente pela Suma de Letras com o título de “Cujo”. Vou ser bem direto: ele não se lembra ‘nadica de nada’ de ter escrito esse livro. O motivo é que na época, o autor estava muito mal por causa do uso excessivo de cocaína e álcool. Ele encontrava-se tão entregue aos vícios que a sua vida estava indo para o fundo do poço. Foi nessa fase crítica que os seus familiares, amigos e editores resolveram intervir. Hoje, ele está completamente limpo. Podemos dizer que “Cujo” foi escrito com um King inteiramente chapadão.
02 – Stephen King toca em uma banda de rock
O nome da banda é The Rock Bottom Remainders e foi criada por um editor, chegado de King, que teve a ideia de reunir escritores para tocar num evento de literatura. Eles fizeram tanto sucesso que decidiram continuar com os shows. O dinheiro arrecadado com as turnês é destinado para obras de caridade.
Claro que a banda não passa de um hobby já que o verdadeiro talento, tanto de King quanto dos outros “músicos” do The Rock Bottom Remainders é a escrita.
03 – Carrie foi salva da lata de lixo
King detestou o enredo de “Carrie”. Quando terminou de escrever o original, simplesmente, amassou e jogou na lata de lixo. Sua esposa, Tabitha pegou o manuscrito, desamassou, leu e adorou. Foi ela quem fez o marido mudar de ideia e levar o ‘sofrido’ manuscrito até um editor que decidiu publicá-lo. O livro foi um enorme sucesso e alçou King da pobreza e obscuridade a riqueza e a fama.
Viva Tabitha!!
04 – Ele comprou a caminhonete que quase o matou
Em junho de 1999, enquanto caminhava perto de sua casa, no Maine, nos Estados Unidos, King foi atropelado por uma caminhonete que invadiu o acostamento. O autor sofreu múltiplas fraturas, além de ter um dos pulmões perfurado. Ele passou por juma operação de emergência e quase morreu. Aparentemente, o motorista se distraiu por causa de um cachorro que viajava dentro do veículo, segundo algumas versões. 
Quer saber o que o famoso escritor fez algum tempo depois? Simplesmente, comprou o veículo que quase o matou! Segundo King, o objetivo era evitar que a tal caminhonete fosse parar no eBay, caindo em poder de fãs malucos. Após adquirir o veículo, ele foi esmagado num ferro velho.
05 – Abandonado pelo pai aos dois anos de idade
King, o irmão e a mãe
O pai abandonou sua família quando Stephen tinha apenas dois anos de idade, deixando a ele, sua mãe e o irmão mais velho adotivo em graves dificuldades financeiras. Na esperança de encontrar serviço para sustentar os filhos, Nelly Ruth Pillsbury King foi obrigada a mudar-se para diversas cidades nos Estados Unidos em busca de emprego.
06 – Patrimônio de US$ 400 milhões
Mansão onde mora Stephen King
Se ele não for milionário, não sei quem é. O patrimônio do mestre do terror é de aproximadamente quatrocentos milhões de dólares. Além de toda essa grana, King ainda tem vários carros de luxo, uma casa de férias na Flórida, uma mansão construída em estilo vitoriano no Maine e seu próprio jato.
07 – Hábito de ouvir hard rock enquanto escreve
Enquanto a maioria dos escritores tem o hábito de escrever os seus livros no silêncio do quarto, escritório ou sala, King vai na contramão, preferindo ouvir hard rock durante o trabalho. Fico imaginando, o autor durante o seu processo criativo, curtindo nas alturas: Metallica, AC/DC e The Ramones.
08 – Grande fã de Harry Potter
Stephen é fã de carteirinha de Harry Potter. Leu todos os livros do menino bruxo e rasgou seda para J.K. Rowling. Em uma espécie de análise feita à mão de Harry Potter e a Ordem da Fênix para o site Entertainment Weekly, King se referiu à Professora Dolores Umbridge como "a melhor vilã desde Hannibal Lecter".
09 – Um verdadeiro The Flash para escrever
King é um escritor espantosamente rápido, um verdadeiro “The Flash”. Para você ter uma ideia, seu livro “The Running Man”, com 304 páginas, lançado por aqui com o título de “O Concorrente” foi concluído em apenas 10 dias! Logo no início de sua carreira de escritor, ele escrevia uma média de 2 a 3 mil palavras, ou seis páginas, num período de três a quatro horas. Atualmente, King escreve 1.000 palavras por dia.
10 – Ele odiou o filme “O Iluminado”
King não esconde sua insatisfação com a mais aclamada adaptação de um livro seu: “O Iluminado”, de Stanley Kubrick. Para ele, a personagem Wendy, mulher de Jack Torrance,  é uma das representações mais misóginas do cinema, não fazendo nada além de gritar e agir de maneira estúpida. Ele ainda reclama do tom frio do filme, distante da essência de sua obra como um todo. Ou seja: ele odiou a adaptação.
Taí galera, por hoje é só!

22/12/2018

Cinco escritores que ficaram famosos escrevendo apenas um livro


Este post, surgiu graças à influência de duas escritoras famosas: Margareth Mitchell e Emily Bronthë. Quando devorei “E o Vento Levou” e “O Morro dos Ventos Uivantes”, fiquei sabendo que elas escreveram apenas um livro, cada, e esse único livro foi o suficiente para transformá-las em verdadeiros mitos da literatura mundial.
‘Entonce’ tive a idéia de vasculhar na Web e tentar descobrir outros escritores que tiveram o mesmo destino de Mitchell e Bronthë, ou seja, apesar de terem escrito um único livro, conseguiram angariar o respeito de milhares de leitores. Vamos à eles;
01 – Margareth Mitchell
Livro: “E o Vento Levou”
Como deixar de iniciar a postagem sem citar uma das duas ‘musas literárias’ que me inspiraram? Impossible!! Vou começar  por Margareth Mitchell, autora de “E o Vento Levou”. Ela nasceu em 8 de novembro de 1900 em Atlanta, cresceu ouvindo histórias sobre a Guerra Civil dos Estados Unidos contadas por seus parentes e por veteranos confederados. Com certeza, essas histórias também serviram de inspiração para seu livro.
Antes de tornar-se uma escritora famosa, Mitchel trabalhou como repórter num jornal de Atlanta, onde se casou com o editor da empresa jornalística.
Poucos meses após o casamento, Margaret teve de afastar-se do jornal por problemas de saúde. Foi durante o período de convalescença que ela começou a escrever a história que a tornaria famosa, “Gone with the Wind” (publicado no Brasil como “E o Vento Levou”). Em 1929, a maior parte do livro estava terminada e em 1935 a Editora Macmillan adquiriu os direitos de publicação.
A obra foi lançada em 1936 e se tornou rapidamente um best-seller, vendendo em apenas quatro meses, após o seu lançamento, cerca de um milhão de exemplares. Os direitos de filmagens foram comprados pelo produtor David O. Selznick pela quantia astronômica – na época – de US$ 50.000. Em maio de 1937, “E o Vento Levou” conquistou um dos maiores prêmios da literatura mundial: o Pulitzer.
Os direitos autorais recebidos pela obra única e pela sua adaptação cinematográfica tornaram Mitchell uma mulher rica, e ela, envolvida com suas atividades de filantropia, decidiu encerrar sua carreira literária. Uma pena, não é mesmo?
A autora que emocionou várias gerações de leitores morreu atropelada por um táxi, aos 48 anos de idade, quando atravessava uma rua próxima de sua residência.
02 – Arthur Golden
Livro: Memórias de uma Gueixa
Pode ser que Arthur Golden ainda venha publicar um segundo ou quem sabe até mesmo um terceiro ou quarto romance; mas até agora, o escritor norte-americano de 62 anos só é conhecido pela sua obra única: “Memórias de uma Gueixa”, lançado em 1997. Portanto, ele está há mais de duas décadas sem escrever nada.
“Memórias de uma Gueixa foi adaptado para o cinema em 2005 e foi um grande sucesso de público e crítica.
Golden formou-se em História de Arte, em 1978 na famosa Universidade de Harvard, especializando-se em arte japonesa. Em 1980 fez um mestrado em Artes dedicado à História Japonesa, na Universidade de Columbia onde também aprendeu mandarim. Meu! O cara é fera, de fato!
Ah! Ia me esquecendo. Ele viveu e trabalhou muito tempo no Japão. Com um ‘pedigree’ desses seria difícil não escrever um livraço que abordasse a fundo a cultura japonesa.
03 – Manuel Antônio de Almeida
Livro: Memórias de um Sargento de Milícias
Se você acha pouco somente um livro no currículo do escritor carioca Manuel Antônio de Almeida, basta dizer que esse “filho único” se tornou leitura obrigatória nas escolas brasileiras. Quem prestou os vestibulares da Fuvest sabe que estou me referindo a obra “Memórias de um Sargento de Milícias”.
Filho de pais portugueses, Manuel Antônio de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 17 de novembro de 1831. Estudou desenho na Escola de Belas Artes. Concluiu o curso de medicina em 1855, mas não exerceu a profissão, dedicando-se ao jornalismo.
Seu único romance, “Memórias de um Sargento de Milícias”, é uma narrativa de costumes e conta a vida do povo que vivia nas casas simples do Rio de Janeiro. “Era no tempo do rei” – assim começa o livro, deflagrando um processo de realismo exato e minucioso dos usos, dos hábitos sociais e das figuras típicas do Brasil do tempo do rei D. João VI. Muitos são os costumes arrolados pelo escritor, como procissões e vida religiosa, festas, danças, músicas, a organização policial e administrativa.
Ao lado disso, existe um enredo, uma sequência de situações, quase sempre cômicas, unificadas pelas peripécias de Leonardo e seu caso com Luisinha, com quem acaba se casando e se torna sargento de milícias. Publicado em 1853, passou a ocupar um lugar especial na história do romantismo brasileiro.
04 – Anna Sewell
Livro: Beleza Negra
Anna Sewell publicou o seu único romance tardiamente. O livro foi lançado pela primeira vez em 1877 e ela morreu cinco meses depois de hepatite, mas ainda teve tempo de ver a sua obra transformar-se num grande sucesso, um verdadeiro clássico da literatura infanto-juvenil. “Beleza Negra” levou seis anos para ser escrito, mas a demora valeu a pena já que o enredo conquistou tanto adultos quanto crianças, vendendo cinqüenta milhões de cópias ao redor do mundo.
A história é contada em primeira pessoa: é uma autobiografia do cavalo Black Beauty, algo inovador para a literatura da época. A escritora inglesa nos mostra o olhar do cavalo que narra sua própria história desde potro, quando vivia em liberdade em uma fazenda com sua mãe, passando por dias difíceis puxando carruagens e trocando de donos, até sua aposentadoria.
Com relação à escritora, certo dia, ao regressar da escola, Sewell sofreu uma queda e fraturou a perna. Vítima de um tratamento médico inadequado, ela acabou ficando inválida para sempre. Para se deslocar, o pai comprou-lhe um carrinho com um pônei. A partir daí ela passou a desenvolver um grande amor por esses animais. Nasce assim, a inspiração para escrever “Beleza Negra”.
05 – Emily Bronthë
Livro: O Morro dos Ventos Uivantes
Taí, a minha outra musa inspiradora desse post! “O Morro dos Ventos Uivantes” foi o primeiro e único livro escrito pela inglesa Emily Bronthë que morreu em 19 de dezembro de 1848, ainda jovem, aos 30 anos de idade.
O romance, que trata de um amor obsessivo, foi publicado em 1847, e narra em duas partes a história de Heathcliff e Cathy. Criados como irmãos adotivos, eles se apaixonam, mas são separados pelo irmão dela, Hindley.
A infância da autora foi difícil e sofrida: primeiro a morte da mãe, depois a partida para um colégio interno em Cowan Bridge, onde dois de seus cinco irmãos vieram a falecer devido a maus tratos, alimentação inadequada e noites mortificantes sem dormir por causa do frio.
Depois dos trágicos acontecimentos, seu pai resolveu trazer os filhos sobreviventes de volta para casa.
Emily não conseguiu o mesmo aparente progresso de suas irmãs, muito devido à sua sufocante timidez.
Charlotte Bronthë fora convidada a lecionar e com isso, induziu sua irmã Emily ao mesmo caminho, mas esta, apesar de grande esforço, não conseguiu tornar-se professora, devido a sua timidez e impossibilidade de falar em público.
Levando uma vida doméstica e solitária e encontrando tempo suficiente para dissipar seus pensamentos na escrita que tanto lhe agradava, Emily escreveu “O Morro dos Ventos Uivantes” que foi publicado em 1847, mas a autora não teve tempo para ver sua obra única conquistar o mundo, pois veio falecer de tuberculose um ano após sua publicação. Uma pena.
Taí galera, espero que tenham gostado.
Inté!

19/12/2018

Angústia na cidade do caos – Crônicas de uma era indecente


Pretendia abordar este assunto já há algum tempo, mas agora após ter lido “Angústia na Cidade do Caos – Crônicas de uma era indecente” de Lennon Lima, o tal assunto veio a calhar. Aliás, ele já estava ‘calhando’ desde outras leituras como “As Crônicas de Miramar - O Segredo do Camafeu de Prata” e “A Liga dos Corações Puros – A Chama”.
O negócio é o seguinte, aqueles que respiram, vivem, dormem e acordam literatura brasileira, sabem da dificuldade dos novos autores no momento de lançar o seu primeiro livro.
O cara, mesmo sendo bom e encaçapando outros escritores conhecidos, peleja demais para lançar a sua obra inicial. Muitas vezes, ele acaba sendo obrigado a pagar pela tiragem da obra. Dói no coração porque os caras são competentes e suas histórias incrivelmente boas, mas muitos editores FDP que mal sabem interpretar um texto, preferem ignorar essa galera e continuar cedendo espaço para uma cambada de gringos e seus enredos água com açúcar que quase sempre vendem  milhares de exemplares por causa do alto investimento em marketing.
Onde quero chegar? Ok, vou pular algumas etapas e sem enrolação já digo: “Apesar do mercado literário brasileiro protecionista que vivemos, a maioria dos jovens escritores insistem em lançar, logo de cara, uma trilogia”. Mas o pior ainda está por vir; ‘sente’ só: “Após o primeiro volume dessa trilogia ter sido lançado com muita luta, ele acaba fisgando um grande número de leitores. Culpa do seu enredo excelente e dos personagens muito bem construídos. Tudo isso, faz com que a história seja devorada com avidez, mas então, começam chegar as perguntas dos leitores: “Cadê o segundo volume?”, “Caraca, como está demorando!”, “Não vejo a hora de ler a sequência do livro ‘tal’ para saber o que aconteceu com Beltrano ou Ciclano”, e por aí vão as indagações.
Enquanto isto, o heróico escritor está com o texto de sua trilogia complrta guardadinho no HD de seu computador ou notebook, mas não consegue publicá-lo porque o editor que lançou o seu primeiro livro só pensa em ganhar dinheiro e já avisa que para dar continuidade a trilogia, ‘só pagando’. Existe ainda os grandes editores - verdadeiros tubarões -  que tem receio de colocar no mercado, logo de cara, uma trilogia de um escritor novato. Ah! Detalhe: não importa se essa trilogia é uma verdadeira joia rara porque o tal grande editor – como já disse – mal sabe interpretar um texto.
Lennon Lima
Entenderam? Foi por tudo isso que que odiei o final de “Angustia na Cidade do Caos – Crônicas de uma era indencente”. O livro de Lennon é fantástico, mas... PQP!!!! É uma trilogia!!!!! Além do mais, o autor castigou os leitores no “The End”, dando um verdadeiro golpe baixo. Tipo: “Tô passando essa trufa na sua cara, mas é apenas para você cheirá-la e não prova-la.”
Devorei o livro em menos de dois dias, então chega aquele final que estou desconjurando até agora. Juro que tive vontade de tacar o livro na parede ao mesmo tempo que cuspia e vomitava os mais pesados impropérios.
Cara, estou rezando pra todos os santos para que o editor ou editores da Multifoco não se enquadrem no perfil dos ‘profissionais’ que descrevi no início dessa postagem. Que eles ou elas, tanto faz, sejam pessoas ponderadas e inteligentes e sintam o verdadeiro filão que tem em mãos.
Continuo ainda rezando para todos os santos e santas, para que Flávio St. Jayme, Wemerson Damasio e César Dabus consigam publicar a sequência de suas sagas.
Com relação a “Angústia na Cidade do Caos – Crônicas de uma era indecente”, o autor trabalha com dois plots. Primeiro: Um homem que acorda em um lugar que não conhece, rodeado por pessoas que também não conhece e... quer mais? O pobre coitado sequer tem noção de quem seja. Resumindo: está completamente perdido e desorientado, pois ele mesmo ignora a própria identidade, a sua origem, quem o colocou ali e com qual propósito. E pra variar percebe ser portador de um estranho poder. O personagem passa, então, a dedicar o seu tempo atrás dessas respostas. Segundo: Dois irmãos que lutam pelo controle do tráfico de drogas na favela Coronel Rodrigues localizada na tal “Cidade do Caos” do título do livro. Zumbi e JB lideravam a mesma facção criminosa, mas após as crueldades insanas praticadas pelo segundo, o seu irmão decidiu cair fora e formar o seu próprio grupo. A partir daí os dois viraram inimigos mortais.
Lennon apresenta aos leitores, os dramas e angustias dos vários personagens que vivem na cidade sob o jugo cruel de JB, entre eles: Sebastião, Rosa, Juliana, dona Glória – mãe dos dois irmãos desafetos – e principalmente de Igor que escreve uma carta antológica narrando todo o seu drama, ou seja, como perdeu tudo o que tinha, até o seu amor próprio, após enveredar-se pelo mundo das drogas.
O protagonista, sem memória, de “Angústia na Cidade do Caos” acaba sendo inserido nesse ambiente violento e com regras próprias, onde tenta desesperadamente descobrir quem é, além da origem do seu insólito poder.
Agora, só resta torcer para a chegada do segundo e terceiro volumes dessa trilogia.
Vamos ver... vamos aguardar.
Detalhes Técnicos:
Autor: Lennon Lima
Editora: Multifoco
Tipo: Brochura
Páginas: 348

16/12/2018

10 séries da Netflix baseadas em livros


Se, atualmente, existe um sinônimo perfeito de sucesso, esse sinônimo se chama Netflix. A famosa empresa de streaming vem crescendo a cada dia, aumentando de maneira significativa o número de assinantes que diariamente acompanham as suas séries e filmes.
No post de hoje, você confere dez séries brilhantes da Netflix que tiveram os seus roteiros baseados em livros. E vamos à elas!
01 – Livro: Mindhunter - O primeiro caçador de serial killers americano (John E. Douglas e Mark Olshaker) / Série: Mindhunter (1ª Temporada)
O livro “Mindhunter - O primeiro caçador de serial killers” lançado no Brasil pela Intrínseca, no ano passado, mostra os bastidores de alguns dos casos mais terríveis, fascinantes e desafiadores do FBI. Durante as mais de duas décadas em que atuou no FBI, o agente especial John Douglas tornou-se uma figura lendária. Em uma época em que a expressão serial killer, assassino em série, nem existia, Douglas foi um oficial exemplar na aplicação da lei e na perseguição aos mais conhecidos e sádicos homicidas de nosso tempo. Entre os assassinos que ele confrontou, entrevistou e estudou estão Charles Manson, Ted Bundy e Ed Gein.
Douglas tinha uma habilidade incomum de se colocar no lugar tanto da vítima quando no do criminoso, analisando cada cena de crime, revivendo as ações de um e de outro, definindo seus perfis, descrevendo seus hábitos e, sobretudo, prevendo seus próximos passos. A história do agente do FBI serviu de inspiração para a série homônima da Netflix, que conta com a direção de David Fincher (Garota Exemplar e Clube da Luta).
A boa notícia para a galera que acompanha essa série é que a Netflix acabou de renová-la para a segunda temporada. Os produtores afirmaram que a segunda temporada, mostrará a investigação dos assassinatos das crianças em Atlanta que ocorreu entre os anos de 1979 e 1981. Durante esse período, mais de 28 vítimas afro-americanas foram mortas em Atlanta na Georgia, sendo a maioria crianças.
Wayne Williams, capturado pelo FBI, em 1981, foi o responsável pelo crime.
02 – The 100 – Os escolhidos (Kass Morgan) / Série: The 100 (5ª Temporada)
“The 100”, lançado no Brasil pela Galera Record que optou por incluir o subtítulo “Os Escolhidos, é o livro que inspirou a série homônima na Netflix, hoje, em sua 5ª temporada. O primeiro volume chegou ao Brasil em 2014, um ano após o seu lançamento nos States. Hoje, os livros da jovem escritora americana Kass Morgan, já se transformaram numa trilogia e tudo indica que outros virão por aí.
O produtor Jason Rothenberg leu o primeiro volume, gostou e resolveu criar uma série baseada no argumento e também nos personagens desenvolvidos por Morgan. E parece que deu certo, já que a série encontra-se no ar há cinco temporadas.
Neste primeiro volume, a autora narra o drama dos sobreviventes da Terra após uma guerra nuclear ter devastado o planeta, levando a humanidade a viver na ‘Colônia’, um aglomerado de estações espaciais. No entanto, o crescimento populacional e a escassez de recursos faz com que os governantes enviem 100 jovens delinquentes à Terra com o objetivo de averiguar as condições do planeta para uma possível nova colonização. Porém, as divergências e conflitos entre os "novos" habitantes ameaça o sucesso da missão.
03 – Caçadores de Trolls (Guilhermo del Toro e Daniel Kraus) / Série: Caçadores de Trolls – Contos de Arcadia (3ª Temporada)
A série produzida pela Dream Works Animation e Double Dare You – duas feras no ramo das animações – foi disponibilizada pelo Netflix a partir de 23 de dezembro de 2016.
A ideia de produzir a série animada  baseada no livro de Guilhermo del Toro e Daniel Kraus foi do jovem ator russo Anton Yelchin que faleceu aos 27 anos de idade, em junho de 2016. Ele ficou famoso ao interpretar o navegador Pavel Chekov nos dois filmes da franquia Star Trek. Yelchin, inclusive, emprestou a sua voz para Jim Lake Jr., personagem principal da série. Após a sua morte, no final da segunda temporada, assumiu o seu lugar, Emile Hirsh, de “Natureza Selvagem.
Quanto ao livro "Caçadores de Trolls" lançado em terras tupiniquins pela Intrínseca em 2015 recebeu muitos elogios de leitores e críticos. Apesar de seu teor adolescente, o enredo também consegue prender a atenção dos adultos por causa das inúmeras reviravoltas na trama.
Toro e Kraus conta a história de Jim Sturges, o típico adolescente na cidade de San Bernardino: tem um pai superprotetor, um melhor amigo meio desajeitado e uma paixão platônica por uma menina que nem sabe que ele existe. Mas isso tudo muda quando um mistério de décadas ressurge, ameaçando a vida de todos os moradores da entediante cidadezinha. Junto com um grupo de heróis improváveis, Jim terá que enfrentar monstros com um gosto especial por carne humana, os trolls.
A narrativa é enriquecida pelas ilustrações de Sean Murray, que já trabalhou para títulos como Dungeons & Dragons Online e The Lord of the Rings Online.
04 – Os 13 porquês (Jay Asher) / Série: 13 Reasons Why (2ª Temporada)
Tanto o livro quanto a série contam a história de Hannah Baker, uma adolescente que deixou 13 fitas contando os motivos que a levaram a se suicidar. Certo dia, um rapaz chamado Clay Jensen , ao voltar da escola, encontra na porta de sua casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre as tais fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que elas foram feitas por Baker.
Nas fitas, a garota explica que existem treze motivos que a obrigaram tomar a decisão de se matar. Clay é um desses motivos. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.
O livro foi lançado pela editora Ática em 2009. A série, estreou na Netflix em 31 de março de 2017 tendo como produtores Thomas McCarthy e Selena Gomez.
Imediatamente após ser lançada pelo serviço de streaming, “13 Reasons Why” provocou debates na imprensa e na área médica sobre os possíveis efeitos de uma representação ficcional do suicídio em uma audiência predominantemente jovem. Desde então, especialistas em saúde mental têm apontado para os prováveis riscos de a personagem principal ser imitada pelos jovens que viessem a assistir ao seriado, por conta de uma glamourização excessiva do ato.
05 – Saga “Os Instrumentos Mortais” (Cassandra Clare) / Série: Shadowhunters: The Mortal Instruments (3ª Temporada)
A série literária de fantasia urbana “Os Instrumentos Mortais” escrita por Cassandra Clare é formada por seis livros, todos eles já lançados no Brasil: “Cidade dos Ossos” (2007), “Cidade das Cinzas” (2008), “Cidade de Vidro” (2009), “Cidade dos Anjos Caídos” (2011), “Cidade das Almas Perdidas” (2012) e Cidade do Fogo Celestial (2014).
Todos os livros da autora foram lançados no Brasil pela editora Galera Record. Os Instrumentos Mortais citados na saga literária são: O Cálice, com o poder de invocar ou controlar demônios. A espada que obriga caçadores de sombra a dizer a verdade e o Espelho, cujo poderes são desconhecidos.
A saga completa vendeu cerca de 15 milhões de exemplares no mundo. Quanto ao seriado da Netflix, trata-se de uma segunda adaptação dos seis livros de Clare. Vale lembrar que primeiramente foi lançado o filme “Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos”, em 2013. Três anos depois, a série estreou no streaming e acabou fazendo mais sucesso do que o filme.
Em “Instrumentos Mortais”, a personagem principal, Clary Fray descobre,  no seu aniversário de 18 anos, que é uma descendente dos shadowhunters (caçadores de sombras), híbridos de anjos com seres humanos. Quando sua mãe, Jocelyn, é sequestrada, Clary então se une a Jace, outro shadowhunter, e seu melhor amigo Simon para caçar demônios. Vivendo entre as fadas, bruxos, vampiros e lobisomens, Clary começa a desvendar sua própria história. 
A má notícia para os fãs é que “Shadowhunter” foi cancelada pela Freeform e com isso não terá a quarta temporada. A série sobrenatural irá concluir sua trama em 2019, com os 12 episódios da segunda metade da 3ª temporada – intitulados “Shadowhunters": A Caçada Final –, que terminará com um especial de duas horas.
06 – Orange is the new black – A história que inspirou a série (Piper Kerman) / Série: Orange is the new black (6ª temporada)
O livro, da Intrínseca, pode ser comparado a um diário de sua autora, Piper Kerman que foi presa acusada de lavagem de dinheiro. A partir daí,, ela teve a ideia de contar, num livro, as suas experiências atrás das grades. O que a mulher não contava é que a sua obra se tornaria um sucesso mundial, inspirando até mesmo uma série de TV.
Kerman foi presa em 1998, indiciada por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas e, posteriormente, confessou a culpa. Em 2004 ela foi condenada a 15 meses de prisão, dos quais cumpriu treze meses na Federal Correctional Institution, uma prisão de segurança mínima localizada em Danbury, Connecticut.
“Orange is the New Black: My year in a women’s prision” (título original, lançado nos States) foi escrito em 2010. Pouco tempo depois, após ter lido as aventuras de Kerman, a produtora Jenji Kohan optou por transformá-la num se
riado de TV que estreou em julho de 2013 na Netflix.
Na série, a atriz Taylor Schilling interpreta a personagem de Kerman que teve o seu verdadeiro nome trocado por Piper Chapman. O público adorou a adaptação televisiva e o programa foi renovado para uma 5°,6° e 7° temporada antes mesmo da estreia da 4° temporada. É mole?!
De quebra, a autora ficou tão famosa que acabou se tornando membro de uma associação penitenciária feminina e é frequentemente convidada para dar palestras a alunos de direito, criminologia, sociologia e criação literária.
07 – Saga “Crônicas Saxônicas” (Bernard Cornwell) / Série: The Last Kingdom (3ª temporada)
“The Last kingdom” estreou no canal de streaming em 10 de outubro de 2015 e é baseada na famosa e elogiada série literária “Crônicas Saxônicas” de Bernard Cornwell que já está em seu 11º livro.
O enredo tem como cenário a Grã-Bretanha dos séculos IX e X. O protagonista da série é Uhtred de Bebbanburg, nascido lorde saxão na Nortúmbia, mas capturado e adotado pelos dinamarqueses. 
A história de Cornwell se dá durante a invasão dinamarquesa à Grã-Bretanha, quando todos exceto um Reino Inglês (Wessex) são conquistados. Uhtred cresce e se torna um poderoso guerreiro. Mais tarde, ele parte com a missão de conquistar as terras onde nasceu.  Enquanto isso, o Rei Alfredo de Wessex enfrenta problemas políticos e religiosos para unificar os reinos e transformá-lo no que hoje é a Inglaterra.
Dividido entre dois mundos: saxão de nascimento, mas criado entre os vikings, Uhtred jura sua espada ao rei Alfred para livrar a Inglaterra dos ataques dos homens do norte, ao mesmo tempo, que tenta recuperar as terras e o título que foram roubados pelo seu tio.
08 – Carbono alterado (Richard Morgan) / Série: Altered Carbon (3ª temporada)
A primeira temporada da série televisiva de ficção científica “Altered Carbon” estreou na Netflix em fevereiro de 2018. Em 27 de julho do mesmo ano, a série foi renovada para uma segunda temporada.
Inspirada no romance escrito por Richard Morgan e lançado por aqui em 2017 pela editora Bertrand Brasil, a história se passa no século XXV, quando a consciência de uma pessoa pode ser armazenada em um cartucho na base do cérebro e baixada para um novo corpo quando o atual para de funcionar. A morte, agora, nada mais é que um contratempo inconveniente, uma falha no programa.
Takeshi Kovacs, um ex-militar de elite, após sua última morte, tem sua consciência transportada a Bay City, a antiga São Francisco, e é trazido de volta à vida para solucionar o assassinato de um magnata. Mal sabe Kovacs, porém, que essa investigação irá lançá-lo no centro de uma conspiração perversa até para os padrões de uma sociedade que trata a existência humana como um produto a ser comercializado.
09 – Desventuras em série (Lemony Snicket) / Série: Desventuras em série (3ª temporada)
“Desventuras em série” não se trata apenas um livro, mas de muitos livros, afinal, é uma série literária com 13 volumes, escrita pelo autor americano Daniel Handler que optou por adotar o pseudônimo de Lemony Snicker. As histórias foram ilustradas por Brett Helquist.
O enredo trata das aventuras de três crianças, os órfãos Baudelaire, após a morte de seus pais em um incêndio. No primeiro livro, as crianças vão viver sob tutela de um primo distante, o Conde Olaf, um homem terrível e pouco higiênico que tenta roubar a enorme fortuna que seus pais lhes deixaram.
Em cada livro, as crianças são levadas a um novo tutor excêntrico, mas o Conde Olaf sempre os acha onde quer que estejam, aparecendo em disfarces ridículos com um plano diferente para roubar a fortuna das crianças.
Uma pena que "Desventuras em Série" já têm data para chegar ao fim na Netflix. O serviço de streaming anunciou que a terceira e última temporada da série será lançada em 1º de janeiro de 2019.
10 – Anne of Green Gables (Lucy Maud Montgomery) / Série: Anne with na E (2ª Temporada)
A série da Netflix que vem encantando e emocionando muitas pessoas tem o seu roteiro baseado no Best-seller “Anne of Green Gables”, de Lucy Maud Montgomery, primeiro de uma franquia de seis, escrito em 1908 e lançado, recentemente, pelas editoras Martins Fontes e Pedrazul. É considerado um dos maiores clássicos da literatura canadense.
Um detalhe curioso é que Montgomery trouxe para as suas histórias um pouco de sua trajetória pessoal, pois ela perdeu sua mãe quando tinha apenas 21 meses e foi criada pelos seus avôs maternos após seu pai ter negado a sua criação.
Tanto livro quanto a serie narram as aventuras de uma órfã impetuosa, mas adorável, que é adotada por engano por um casal de irmãos solteirões. Com o tempo, ela passa a conquistar todos que vivem em sua volta, modificando algumas atitudes menos agradáveis das pessoas.
Ao ser transposta para a TV, os produtores de “Anne With an” optaram por atualizar parte do enredo da série. Embora ambientada no século 19, as aventuras de Anne abordam feminismo, adoção, bullying, preconceito e a definição de família.
E para concluir, uma surpresa hiper-agradável para os fãs dessa garotinha especial, “Ann with an” foi renovada para a terceira temporada, numa decisão tomada pela Netflix e pelo canal CBC (que exibe o show no Canadá). E aí? Gostaram?
Inté!


13/12/2018

A Liga dos Corações Puros: A Chama


Antes de incluir “A Liga dos Corações Puros: A Chama”  - do escritor e roqueiro paulistano César Dabus - na categoria cult, gostaria primeiramente de dar uma definição para essa palavra. Afinal, o que vem a ser cult? Bem, pense da seguinte forma: um grupo grande ou pequeno de pessoas que prefere coisas alternativas em vez de coisas mais comuns, isso vale para músicas, filmes e modo de vida num geral.
O livro de Dabus não é nada comum, pelo contrário, a obra foge totalmente dos conceitos da literatura tradicional. O enredo que saiu da cabeça do autor é muito louco, algo transcendental. Se você está acostumado com enredos lineares, personagens bem definidos e plots pouco incomuns, ao ler as primeiras páginas de “A Liga dos Corações Puros: A Chama” poderá ter um piripaque. Certamente, exclamará – PQP! O cara que escreveu essa história endoidou!!
Lendo tudo isso que escrevi até agora no post, você pode achar que o livro é uma porcaria, uma barca furada. E eu respondo – Não. Não é. Pelo contrário, a história idealizada pelo autor é fantástica, mas... desde que você abra sua mente e fuja das formalidades.
Portanto, por ser uma leitura alternativa e ter um enredo muito incomum, “A Liga dos Corações Puros: A Chama” pode ser considerado, de fato, um romance cult.
No bom sentido, Dabus viajou em seu enredo. Ele misturou num ‘caldeirão’: literatura, poesia, espiritualidade e rock’n’roll. Como não bastasse, ele ainda juntou nessa mistura nada homogênea outros quatro ingredientes: autoconhecimento, meditação, chakras e até mesmo alquimia! “A Liga dos Corações Puros” é a mistura disso tudo numa coisa só. 
César Dabus
O enredo do romance se passa num lugar denominado  universo Flor Estelar que vive um intenso conflito. Neste local duas forças antagônicas se enfrentam: o exército do Rock’n’roll e o exército do Ruído. Esqueça as armas convencionais. Esta é uma história onde atiram Rock’n’roll com instrumentos musicais. Sim, os próprios instrumentos “atiram”. Os ruidosos querem continuar causando desarmonia espiritual para propagar o materialismo, enquanto os roqueiros querem trazer harmonia espiritual de volta ao universo. E foi nessa sociedade onde Zakzor nasceu; e desde pequeno fora condicionado, robotizado, para servir ao desarmônico sistema do Exército do Ruído. Porém, Zakzor tinha poderes mediúnicos, também conhecido como Intuição. Em outras palavras, sua Voz Interior. E isso era “errado”.
Você não podia viver conforme a “sua Voz Interior”. Você devia viver conforme “Voz-do-mundo”, a Voz Exterior. A voz social que te conduz, que te robotiza a fazer aquilo que “foi condicionado como certo”. Ouvindo Intuição, Zakzor chega à Liga dos Corações Puros, onde é recebido por sete mestres que o guiam numa jornada interior de autoconhecimento para o despertar de sua consciência e encontrar a harmonia espiritual dentro de si mesmo.
A Chama é o primeiro livro de uma saga. Este primeiro volume tem muitas batalhas, sofrimento, meditação e cantorias.
Acabei de ler “A Liga... há poucas horas e confesso que estou pasmado com o enredo, novamente, no bom sentido.
Inté!

Detalhes técnicos

Editora: Chiado Books
Edição: 1
Ano: 2018
Autor: Cesar Dabus
Formato: Brochura
Páginas: 486

10/12/2018

10 livros para ler em clima de Natal (Parte II)


Pois é, o Natal está chegando, clima de muito amor, confraternizações e claro, leitura de livros, muitos livros do gênero, para também vivermos a magia dessa época tão especial.
Em 2012 escrevi um post indicando dez livros para a galera ler, enquanto aguardava a chegada do Natal. Agora, após seis anos, resolvi dar sequência aquela postagem (se você ainda não leu, acesse aqui), selecionando outras dez obras da mesma casta para devorarmos neste clima natalino de 2018.
Vamos a elas!
01 – Deixe a neve cair
Autores: John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle
Editora: Rocco
Páginas: 333
Ano: 2013
O livro traz três contos de Natal seguindo o estilo de comédia romântica. Verdade! Sabe aquelas comédias sentimentais que fizeram sucesso no passado nos cinemas? Entonce... a obra tem esse clima. Inclusive, me lembro de um filme com James Stewart chamado “A Felicidade Não Se Compra” que passou nos anos 40 e tinha esse clima tão gostoso. É claro que os contos de “Deixe a neve cair” tem uma linha mais contemporânea, mas mesmo assim, nostálgica e atraente.
Em “Expresso Jubileu” que abre o livro, uma garota acaba sendo obrigada a passar o Natal na casa dos avós, após os seus pais terem sido presos por causa de uma confusão que provocaram numa loja. Ela pega um trem com destino à Flórida, deixando o seu namorado para trás, mas o trem fica preso numa nevasca, indo parar na pequena cidade de Gracetown, onde a frustrada menina tem todos os tipos de surpresas inesperadas.
No conto de John Green, “O Milagre da Torcida de Natal”, Tobin e um grupo de amigos decidem passar a véspera de Natal assistindo a filmes de James Bond, numa verdadeira maratona em homenagem ao famoso agente secreto. Durante as exibições dos filmes, Tobin recebe o telefone de um amigo dizendo que a loja, onde ele trabalha, está cheia de líderes de torcida. Então, o garotão decide ir até lá para se divertir com as garotas.
E fechando o livro, temos o conto de Lauren Myracle, “O Santo Padroeiro dos Porcos” que narra as aventuras e desventuras amorosas do casal Addie e Jeb. Por acreditar que Jeb não a ama mais, Addie põe um ponto final no relacionamento e viaja para uma outra cidade onde pretende passar o Natal. Chegando por lá, a garota conhece uma senhora que dá a ela algumas importantes lições de vida, fazendo-a refletir sobre suas escolhas e também sobre a sua vida. Assim, ela envia um email marcando um encontro com Jeb, que não aparece. Mas nem passa pela cabeça de Addie que o rapaz havia ficado preso na cidade ao lado, porque seu trem não conseguiu ultrapassar a neve.
Histórias leves, descompromissadas, mas muito ‘gostosas’
02 – Cartas do Papai Noel
Autor: J.R.R. Tolkien
Editora: Martins Fontes
Páginas: 160
Ano: 2012
Todo mês de dezembro, um envelope com um selo do Polo Norte chegava para os filhos de J. R. R. Tolkien. Dentro dele, uma carta escrita à mão com letra trêmula e estranha e um lindo desenho colorido. Isso tudo era do Papai Noel, narrando histórias incríveis sobre a vida no Polo Norte. Desde a primeira carta para o filho mais velho, em 1920, até a comovente última carta para a caçula, em 1943, este livro reúne todas as memoráveis cartas e desenhos que Tolkien fez para os filhos em uma edição primorosa.
Ainda não tive oportunidade de ler o livro, mas pretendo adquiri-lo. Os contos escritos por Tolkien para os seus filhos, tendo o Papai Noel como personagem central devem ser fantásticos e também emocionantes.
03 – O Natal de Poirot
Autor: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 224
Ano: 2009
Fugindo um pouco das histórias natalinas mais leves, “O Natal de Poirot” traz em seu enredo mistério, enigmas e mortes, bem ao estilo de Agatha Christie, a nossa querida “Rainha do Crime         “. Nele, o multimilionário Simeon Lee convida os membros de sua família para passar o Natal em sua propriedade. Este convite é visto com desconfiança por vários parentes, porque Simeon nunca deu provas de que se importasse com eles. Foram convidados, inclusive, Harry, uma espécie de ovelha negra, e Pilar, uma neta que ninguém conhecia. Na verdade, o objetivo de Simeon é desenvolver um jogo sádico com seus familiares que termina com um assassinato. Quando Hercule Poirot oferece ajuda para solucionar o caso, encontra uma atmosfera de suspeitas mútuas. Fica a pergunta no ar: “entre os convidados, quem será o assassino?”
04 – Dom de Natal
Autor: Nora Roberts
Editora: Harlequim Books
Páginas: 308
Ano: 2009
Neste livro, Nora Roberts escreve dois contos de Natal. Os fãs da autora irão adorar, já que irão ganhar duas histórias num só livro.
No primeiro, chamado “De volta, no Natal”; depois de muito tempo longe de New Hampshire, Jason retorna, agora como um famoso jornalista, na certeza de reencontrar o seu primeiro amor, mas... Faith, já uma mulher adulta, experiente e só quer se dedicar a sua filha e ao trabalho, mas sem nenhum homem. Quando os dois se encontram rolam várias situações. No segundo conto, “Nosso pedido de Natal”, Roberts nos apresenta os personagens Zeke e Zach, dois irmãos gêmeos que pedem ao Papai Noel apenas um grande presente: uma mãe! Com a chegada da nova professora de música, as crianças passam a bancar os cupidos tentando reaproxima-la do seu pai.
Um amigo meu leu o livro e disse que apesar do ‘mar’ de clichês, os dois contos, principalmente o segundo, são bons.
05 – Em casa para o Natal
Autor: Cally Taylor
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 350
Ano: 2013
Mais um livro que a exemplo de “Deixe a neve cair”, une comédia e romance. Quando lançado na Grã-Bretanha, a obra fez enorme sucesso, figurando nas principais listas de mais vendidos.
A autor narra a história de Beth Prince que sempre adorou contos de fadas e acredita que está prestes a viver um final feliz: tem o emprego dos sonhos em um charmoso cinema independente e um namorado maravilhoso chamado Aiden. Ela faz parte de um grupo privilegiado de pessoas que trabalha com o que ama, e o entusiasmo pelos filmes intensifica a busca por seu próprio “felizes para sempre”. Só há um problema: nenhum homem jamais declarou seu amor por ela. E, apesar de acreditar que Aiden é o príncipe encantado, a protagonista desconfia que ele tem medo de dizer “eu amo você”. Desesperada para escutar essas palavras mágicas pela primeira vez, ela resolve assumir as rédeas do destino — e acaba se arrependendo.
06 – Ligações
Autor: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Páginas: 304
Ano: 2015
Georgie McCool sabe que seu casamento está estagnado. Tem sido assim por um bom tempo. Ela ainda ama seu marido, Neal, e ele também a ama, profundamente – mas o relacionamento entre eles parece estar em segundo plano a essa altura.
Dois dias antes da tão planejada viagem para passar o Natal com a família do marido em Omaha, Georgie diz a ele que não poderá ir, por conta de uma proposta de trabalho irrecusável. Ela sabia que ele ficaria chateado – Neal está sempre um pouco chateado com Georgie –, mas não a ponto de fazer as malas e viajar sozinho com as crianças.
Então, quando Neal e as filhas partem para o aeroporto, ela começa a se perguntar se finalmente conseguiu. Se finalmente arruinou tudo. Será que os dois conseguirão resolver as suas diferenças ou a separação acabará se tornando eminente?
07 – O Presente do meu grande amor
Autor: Stephanie Perkins
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
Ano: 2014
“O Presente do meu grande amor” reúne 12 contos de Natal escritos por diversos autores e organizados pela escritora norte-americana Stephanie Perkins. Todos os contos que acontecem nos períodos de Natal e ano-novo, passam uma mensagem de amor, amizade, esperança.
As histórias apresentam de tudo: casais que se formam, famílias se reencontram, seres mágicos surgem e desejos impossíveis se realizam. Segundo a organizadora dos contos, o pessimismo não tem lugar neste livro, afinal o Natal é época de esperança.
08 – Mistério de Natal
Autor: Jostein Gaarder
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 263
Ano: 2000
Mistério de Natal é um livro lançado em 1992 do escritor Jostein Gaarder, o mesmo autor do best-seller “O Mundo de Sofia.
A obra narra uma história envolvente e cativante que começa no primeiro dia do mês de dezembro. Trata-se de uma viagem pelo tempo e pela história conduzindo rumo ao nascimento de Jesus Cristo. Essa viagem é feita por meio de histórias contadas em um calendário "mágico" de Natal, onde cada dia se lê um novo capítulo, tendo no total 24 dias.
Durante esse período, os leitores irão acompanhar a aventura do menino Joaquim que através de seu calendário mágico, passa a seguir um grupo de peregrinos que volta no tempo para chegar a Belém, onde vão homenagear um recém-nascido. Uma fábula sobre a tolerância, na qual Gaarder traça um roteiro histórico do cristianismo.
09 – Conto de Natal de Auggie Wren
Autor: Jostein Gaarder
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 48
Ano: 2009
Um escritor recebe do jornal The New York Times a encomenda de um conto para ser publicado na manhã de Natal. Ele decide aceitar, mas tem um problema - como escrever um conto de Natal que não seja sentimental? Resolve se abrir com o amigo que trabalha na tabacaria do bairro, um personagem pitoresco chamado Auggie Wren, que promete resolver seu problema - em troca de um almoço, vai lhe contar a melhor história de Natal que já ouviu. E a história que Wren conta não é nada convencional e ensina várias lições de vida, deixando muitos questionamentos para o leitor, entre os quais: O que é roubar? O que é dar? O que é uma mentira? O que é a verdade?
Esta edição da Companhia das Letras é um luxo só. Capa dura e com lombada em tecido, traz anda as ilustrações da premiada ilustradora argentina Isol.
10 – Dia de folga: Um conto de Natal
Autor: John Boyne
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 20
Ano: 2013
Neste conto breve e melancólico, John Boyne (autor do best-seller “O menino do pijama listrado”) acompanha o dia de folga de um jovem soldado inglês e seus companheiros, que passam a véspera de Natal em uma das trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Enquanto relembra os natais da infância e o conforto do seu lar, ele vê e ouve as bombas alemãs caindo a sua volta. Em meio a um dos piores conflitos do século XX, o jovem irá vivenciar um espírito natalino muito diferente do que estava acostumado.
À exemplo de seus outros livros, Boyne, novamente, mistura fatos históricos com ficção, prendendo a atenção do leitor da primeira a última página.
Taí galera, escolham o seu e boa leitura nestes dias que antecedem o Natal.



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