Não tem como deixar de admirar o trabalho de escritores, quadrinistas e cartunistas independentes que lutam com afinco para colocar no disputado mercado literário as suas publicações. E se essa luta tiver como arena o Brasil, a admiração aumenta mais ainda. Digo escrevo isso porque a briga aqui na terrinha, por um luar ao sol no tão sonhado “Paraíso Literário”... é cruel. Basta ver as grandes editoras – e agora, por incrível que pareça, as pequenas também – em endeusar os escritores e cartunistas conhecidos e relutar em dar oportunidade para jovens promessas, pratas da casa.
Galera, o que me deixa triste; aliás, mais do que isso - o que me deixa Put..da vida - é saber que neste grupo de escritores e cartunistas que pedem ou até mesmo imploram por um lugar ao sol, tem muita gente boa, grandes talentos, de fato.
Nesta semana, fiquei conhecendo o trabalho de um quadrinista de Jundiaí chamado Ede Galileu e que é muito conhecido em sua cidade. Não sei se ele já mostrou o seu trabalho para grandes editoras do País; o que sei é que a obra, recém lançada, que tive acesso, é fodástica. Uma história em quadrinhos muito bem produzida com layout e desenhos de encher os olhos, além de contar com um personagem hiper-carismático e que certamente irá conquistar o coração da galera. Estrou me referindo ao “Homem Chiclete”. Isso mesmo! Nome curioso, não acham? Pois é, trata-se de mais um super-herói brasileiro.
Criado em 2003, o “Homem Chiclete” só foi aparecer, pela primeira vez, em uma publicação no ano de 2009 na revista independente “Liga Jundiaiense de Super-Heróis” (uma brincadeira feita por autores da cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo). Agora, em 2021, ele ganha a sua primeira revista solo.
O personagem é um super-herói que possui o corpo com as propriedades de um chiclete de tutti-frutti. Apesar de seus poderes, suas maiores qualidades são o otimismo e o bom humor que norteiam as suas ações. Virtudes que não o abandonam nem mesmo quando enfrenta as piores adversidades.
A revista, recém lançada, tem o formato americano (17x26 cm ), 32 páginas inteiramente coloridas. Os leitores ainda ganham de brinde um marcador de páginas e 4 cards do personagem.
Além de explicar a origem do “Homem Chiclete”, a HQs também acompanha o personagem num dia tranquilo onde ele faz de tudo pra se firmar como o herói da cidade, coisa que não é tão fácil.
A revista também traz uma história bônus que marca a estreia do personagem "Chicletinho", a versão infantil do herói, que em sua primeira aventura, precisa superar o medo para enfrentar enfrentar uma grande ameaça.
O “Homem Chiclete”, pelo menos para mim, lembra muito um outro personagem antológico dos quadrinhos publicados pela Dark Horse Comics nos anos 80 e que em 1994 foi parar nos cinemas na pele de Jim Carrey: “O Máscara” (The Mask). Para os dois personagens não existem adversidades, apenas bom humor e alegria. Ambos são muito carismáticos e parecidos.
Além de Galileu que é artista plástico, arte-educador, ilustrador, quadrinista e produtor cultural em Jundiaí, também estão envolvidos no projeto da primeira revista solo do “Homem Chiclete”: Eduardo Ferrara, Wagner Costa, Flávio Luiz, Thiago Ribeiro, Georg Wolfe, Rafael d Latorre, Walter Junior, Edde Wagner e Márcio Abreu.
Vale lembrar que além desse personagem, Galileu também é autor de quatro publicações independentes: “Liga Jundiaiense de super-heróis”, (em parceria com 2 amigos da cidade), “Casa Poiesis”, (baseada na peça teatral de Claudio de Albuquerque), das pubicações coletivas "Japy -Tudo é finito" (indicada ao troféu HQ Mix de 2019) e "Japy - Superação", (lançada este ano de 2021 também), além de participações em publicações de outros autores e webcomics.
Taí, leiam e divirtam-se com mais esse super-herói brasileiro. Uma HQs que vale a pena.
OBS: A revista está a venda neste endereço: http://www.jundcomics.com.br/loja
Postar um comentário