Capa do livro lançado pela Novo Século |
Eu já havia lido “Eu Sou a Lenda” há alguns anos. Sabe aquela edição lançada pela Novo Século que tinha a capa do filme? Pois é, foi essa aí. Tenho o livro na minha estante e na época em que li acabei resenhando apenas os outros contos que completavam a obra. Quanto ao conto principal, não sei porque acabei deixando de lado. Grande falha minha. Digo isso porque “Eu Sou a Lenda”, de Richard Matheson é fantástico. Um verdadeiro livraço.
No carnaval desse ano tive um novo contato com a história escrita por Matheson quando um antigo amigo de universidade que eu não já via há muito tempo, me presenteou com um exemplar da coleção “Mestres do Horror e da Fantasia” da editora Francisco Alves lançado em 1981. Estava numa lanchonete em Bauru, quando o Marcos ao me ver, sacou “Eu Sou a Lenda” de uma mochila que carregava nas costas e me deu, dizendo que eu iria gostar. Foi isso. Simples, assim.
Como fazia muito tempo que eu já havia lido a história – bem antes da edição da Novo Século - e não me lembrava de várias passagens, inclusive do final, decidi fazer uma releitura.
O livro é muito melhor do que o filme, e diferente também. No longa-metragem, o roteirista optou por substituir os vampiros das páginas por certas espécies de zumbis ou humanoide. Acho que essa decisão deixou a película meio esquisita. Aqueles bichos estranhos do filme são tão esquisitos que não chegam a assustar. Já no conto, a situação muda, pois a descrição dos vampiros, chega a incomodar os leitores. Aliás, o autor é mestre nisso.
Matheson conta a história de um homem chamado Robert Neville que vive cercado de vampiros querendo mata-lo. Isto aconteceu após um vírus letal ter assolado o mundo, transformando cada homem, mulher e criança do planeta em sanguessugas. Nesse cenário pós-apocalíptico, dominado por criaturas da noite sedentas de sangue, Robert Neville pode ser o último homem na Terra.
Capa da coleção "Mestres do Horror e da Fantasia |
O enredo vai muito mais além daquele velho batidão “corre, se não os monstros te pegam”. O autor explora ao máximo o lado psicológico na trama. Imagine como você se sentiria sabendo ser o último ser humano vivo na face da terra? E para complicar, ainda cercado de criaturas com as quais você não pode manter nenhum tipo de interação social. Desesperador, não é mesmo?
Com enorme maestria, Matheson explora os medos e angústias do seu personagem nesse sentido. Em muitos trechos, o isolamento de Neville chega a ser claustrofóbico. Neste ponto da história, passamos a torcer, desesperadamente, para que o pobre homem encontre alguma pessoa do sexo feminino ou masculino para interagir, fazendo-lhe companhia.
Para não enlouquecer com a solidão, Neville começa estudar a fisiologia dos temidos vampiros, na esperança de encontrar uma fórmula que reverta esse quadro dantesco.
Acho que se revelar mais detalhes sobre a trama, acabaria estragando-a com spoilers. Portanto, melhor controlar o meu ímpeto. Basta dizer que no final da trama, você irá entender o motivo do livro se chamar “Eu Sou a Lenda”.
Como já disse durante essa resenha, trata-se de um livraço que os amantes da ficção científica não podem perder de maneira alguma.
“Eu Sou a Lenda” é considerado um dos maiores clássicos do gênero, tendo sido adaptado para os cinemas três vezes (1964, 1971 e 2007). O livro foi escrito em 1954.
Valeu!
4 comentários
Vc gosta dos livros da série Mack Bolan (O Executor)
ResponderExcluirE os SOBs do Jack Hild? Acho que eram da antiga editora Nova Cultural.
Tem como resenhar Mack Bolan e SOBs?
ResponderExcluirAbs.
Olá!
ResponderExcluirSabe, me lembro dessa série de livros. Via muito nas bancas de revistas. Não pretendo resenhar, mas brevemente estarei postando algo sobre as origens dessa série.
abcs!
Obrigado.
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