A Última Colônia

28/10/2019

Vou dar dois conselhos antes de você ler “A Última Colônia” de John Scalzi: primeiro, jamais encare o novo livro sem antes ter lido “Guerra do Velho” e “As Brigadas Fantasma” e, segundo, esteja pronto para uma leitura mais introspectiva e conspiratória, sem as emocionantes batalhas presentes nos dois primeiros livros da saga. E aproveitando o embalo, já que estou me referindo à batalhas, em “A Última Colônia”, os leitores encontrarão apenas duas e bem menos intensas do que aquelas que John Perry e Jane Sagan lutaram em “Guerra do Velho” e “As Brigadas Fantasma”.
“A Última Colônia” é uma sequência direta dos outros dois livros da série, por isso se a galera resolver ler a obra sem dominar o universo da ‘União Colonial (UC)’ e das ‘Forças Coloniais de Defesa’ (FCD) criado pelo autor, sinto muito, mas vocês ficarão desorientados. Os três livros são interligados e precisam ser ‘devorados’ na ordem para uma leitura da saga mais prazerosa.
Se você seguir esse conselho, certamente gostará muito de “A Última Colônia” que fecha com chave de ouro e de uma maneira emocionante a “Saga do Velho” como ficou conhecida por alguns leitores.

Quando li o primeiro livro da trilogia me emocionei no momento em que John Perry, já muito idoso, com os seus mais de 80 anos, decidiu abandonar o planeta Terra, após a morte de uma pessoa muito querida, e ingressar nas Forças Coloniais de Defesa, no planeta Fênix – leiam "Guerra do Velho" e entendam como um vovô com 80 anos teria condições de ser recrutado por um exército interplanetário. O final de “A Última Colônia” também reserva uma despedida tão emocionante quanto a do primeiro livro. E antes que alguns leitores disparem flechas flamejantes contra mim, achando que estou soltando um spoiler camuflado nesse texto, eu explico que essa despedida não significa uma separação do icônico casal:  John e Jane. Nada a ver; trata-se de uma despedida poética, como um reinício, uma nova fase na vida de alguns personagens importantes da saga, incluindo Perry e Sagan.
Agora, deixando de lado esse “The End” perfeito, gostaria de falar escrever algumas linhas a mais para tranquilizar os leitores que estão preocupados com a falta de ação da história. Entendam que isso não quer dizer que o enredo elaborado por Scalzi é lento. Não é isso que estou dizendo. Pelo contrário, as conspirações, traições, surpresas e reviravoltas do enredo conseguem substituir com perfeição qualquer batalha interplanetária por mais quente e emocionante que seja.
O leitor, frequentemente, é surpreendido e as amizades surgem de onde você menos espera; os inimigos também, enfim, uma história repleta de conspirações.
Em “A Última Colônia”, Scalzi aborda o drama da raça humana que tenta expandir seus territórios, mas se depara com um problema: os planetas habitáveis são poucos e a competição por eles é enorme.
Após anos sem expandir suas fronteiras, a União Colonial (UC) toma a controversa decisão de iniciar uma nova colônia e a tarefa de administrá-la é entregue a dois condecorados heróis de guerra: John Perry e Jane Sagan.
Inicialmente, o maior desafio é conciliar os interesses de grupos com origens diversas, vindos de planetas distintos. E por isso, com culturas diferentes. Entretanto, logo os heróis se veem isolados em um planeta que não é o que parece e descobrem que são apenas peças no tabuleiro de uma disputa que envolve o destino de toda a humanidade, uma das maiores conspirações já tramadas pela União Colonial (UC).
Achei o livro incrível. Scalzi caprichou e soube encerrar com perfeição a trilogia. “A Última Colônia” tem todos os temperos necessários: personagens cativantes, conspirações, traições, intrigas políticas, bom humor, reviravoltas, além de mostrar a importância da amizade  verdadeira que pode surgir de onde e quando você menos espera.
Boa leitura!

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